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O Dançarino

Um jovem, alto e esbelto, pisava de maneira suave e silenciosa enquanto caminhava pelas ruas de Bravos. Sua pele parda era o resultado de sua Linhagem, metade roinar e metade primeiro homens. Seu cabelo negro estava amarrado em um coque, como os cabelos das mulheres. Sua vestimenta era uma camisa de linho, branca como a neve e com mangas até o cotovelos, que se completava com uma calça de couro negra e com botas longas de mesma cor.

Havia braçadeiras de metal protegendo seus antebraços. As braçadeiras eram feitas de uma liga bastante resistentes e possuía gravuras em seu corpo, dando um ar de elegância. O seu cinto dava suporte a duas bainhas, uma para um sabre e outra para um florete, havia também uma adaga na parte de trás do cinto.

Foram com esses dois estilos de esgrima que ele venceu o Mundial em sua vida anterior, infelizmente, sua vida foi ceifada em um acidente, antes que o mesmo fosse capaz de participar das olimpíadas. Mas fazia quinze anos que o mesmo havia renascido neste mundo, e a memória da outra vida, a muito se perdia pela força do passar do tempo.

Este era mundo que a ordem se baseia na espada, e em sombras havia os mistérios do sobrenatural. Ele mesmo sentiu esse lado místico, sua intuição era forte e era como qualquer outro sentido e em sua própria explicação, era que foi resultado da reencarnação. Mas havia mais, sua linhagem dos primeiros homens lhe trouxe a habilidade dos troca-peles e a linhagem Roinar de sua mãe, lhe deu uma intimidade mágica com a água.

*

A praça nas margens do lago da lua, sobre a escuridão da noite e a luz da lua, se tornavam movimentadas. Havia pessoas de todas as classes, das mais honradas até a mais humilde. O povo bravosi se reunia para ver os duelos mortais dos dançarinos da água, havia duelos entre novatos e duelos entre verdadeiros mestre espadachim, vencer um duelo era forma de ganhar honra e riqueza.

" Mais alguém?". Um espadachim experiente segurava uma espada ensanguentada. Ele havia acabado de derrotar um desafiante com extrema facilidade, esse era seu quinquagésimo duelo.

"Parece que não há mais ninguém. Recolha o dinheiro, Lionel." O espadachim experiente falou com um dos seus companheiros, enquanto olhava para o cadáver ao chão de maneira indiferença.

Seu companheiro rapidamente foi pegar o chapéu que estava abarrotado de moedas que foram colocadas pelos espectadores. Mas quando Lionel se abaixou, seu movimento foi interrompido quando algo pontudo foi colocado em seu pescoço.

Ele percebeu que a multidão estava calada, então olhando para cima ele olhou o jovem que segura um tipo de espada pontuda para seu pescoço. O olhar do jovem não o tocou, mas sim, se dirigia ao grande espadachim Marlon.

"Mais um novato pronto para morrer." Pensou, Lionel.

O garoto retirou o florete do pescoço do companheiro do espadachim, apontando para o espadachim que estava o olhando.

"Chamo-me Átila, e eu te desafio." O jovem tomou posição depois de pronunciar o desafio.

O espadachim Marlon também se posicionou. Ao mesmo tempo, a plateia voltava a se animar.

"Sei quem você é. Filho da cortesã…" Sua voz debochada foi interrompida quando em uma fração de segundos sua garganta foi perfurada pelo o florete que estava sendo empunhada na mão direita do jovem.

"A soberba não é uma ótima companheira. Nas sabes que em um combate é necessário toda a atenção." Agora era a voz debochada do menino que ecoava enquanto a plateia ficava silenciosa.

Lionel olhava incrédulo o poderoso Marlon ajoelhado segurando a garganta que jorrava sangue. Lionel viu o brilho nos olhos do poderoso espadachim se esvaindo, com uma vela acesa sobre o vento.

"Trapaceiro." Um grito recobrou a atenção de Lionel, era de um de seu companheiro que já sacava sua espada. Os outros dois logo se juntaram e os três cercaram o jovem.

Eles rapidamente atacavam e o jovem dançava desviando dos ataques. Havia momentos que o jovem usava o florete para parar os ataques do atacantes.

A multidão rapidamente começou a vaiar os três que estavam desonrando o duelo dos espadachim. Mas ao mesmo tempo ninguém apareceu para interferir e apenas olhavam com expectativa.

O jovem era rápido e tinha alcançado o nível de um verdadeiro Mestre. Lionel viu quando a mão esquerda do jovem sacou o sabre da bainha e com um único corte do Sabre, o jovem abriu a barriga de dois adversário e em outra fração de segundo, o florete na mão direita perfurou o coração do terceiro.

Novamente a praça ficou em silêncio. O jovem guardou suas armas enquanto se dirigia ao chapéu abarrotado de moedas, sem se importar com os homens que estavam morrendo no chão duro da praça.

O jovem pegou o chapéu e se virou, caminhando e saindo da praça. Lionel olhava as costas do jovem que desapareceu na escuridão de um beco qualquer.

*

"Jovem mestre, obrigado." Uma mulher adulta com escoriações no rosto, agradeceu ao jovem que estava tirando as braçadeiras. Ela era uma cortesã que trabalhava na casa de companhia, que era da mãe do jovem.

"Não agradeça." O jovem respondeu a mulher.

"Jovem mestre. A senhora solicita a sua presença." O jovem sorriu e acenou, então a mulher fez uma reverência e se retirou do quarto.

Depois do banho, o jovem colocou um novo par de roupas limpas. Não seria bom ir para a presença da mãe com uma camisa com sangue daqueles que ele matou. Depois de se armar novamente, ele se dirigiu por todo estabelecimento de posse de sua mãe, chegando no pátio privado da mesma.

Uma mulher madura estava jantando sozinha em uma mesa no pátio.

"Sente-se." A mulher apontou para o assento à sua frente. O rapaz sentou enquanto olhava sua mãe comer a refeição.

"Não mandei colocar sua refeição. Suponho que não esteja com fome, dificilmente alguém terá apetite quando acaba de tirar sua primeira vida, ou no seu caso, quatro vidas." A mulher parou de comer e limpou sua boca com um guardanapo.

O jovem conhecia bem sua mãe e vice versa também era verdade. Então ele continuou calado.

"No seu oitavo dia, você já me enchia a minha paciência pedindo um professor da dança da água. Em menos de uma semana, seu professor me avisou sobre seu talento. Então eu esperava esse dia e confesso que esperava bem antes."

Ela se levantou e foi até o canto do pátio e pegou uma caixa comprida retangular. Colando em cima da mesa pouco depois.

"Já te falei como minha família era uma família bravosi honrada. E que meu avô destruiu nossa honra ao se envolver no comércio de escravos, por pura ganância. Um homem tolo. Minha avó teve que sacrificar sua honra e corpo para manter sua vida e a de minha mãe, intacta. Uma grande mulher." Ela olhou para o vazio se lembrando de seus entes queridos que há muito já tinham partido deste mundo.

"Mas eu não te contei que nosso ancestral foi um dos escravos que se revoltaram na Frota valiriana. Nosso ancestral, era um escravo Roinar de sangue puro e nobre, na revolta, ele teve uma luta singular com o capitão da frota valiriana e no final da luta ele saiu vencedor. Ele dizia que seu maior espólio da batalha era o respeito que ganhou dos outros escravos e o segundo mais valioso era a espada valiriana do Capitão." A mulher apontou para a caixa. "Abra."

O jovem abriu a caixa e havia um florete; um sabre; uma adaga e duas braçadeiras, todos feitos de aço valiriano.

"A espada era um dos dois legados que restaram do ancestral. A espada era grande e larga, no estilo dos cavaleiros ândalos. Mandei re-forjar em armas que se adequasse mais ao seu estilo. Há um fundo falso na caixa, aí estará o maior legado da nossa família." A mulher se levantou e se retirou da sala.

O jovem rapidamente olhou a caixa e abriu o fundo falso. Havia um diário, neles estava escrito um manual de esgrima e um conteúdo mais misterioso.