capitulo 37
DylanDion e eu fomos à cidade em busca de suprimentos, e ao chegarmos, duas mulheres nos pediram ajuda. A partir daí, tudo se torna um borrão. Quando consigo voltar a mim, percebo a besteira que estou fazendo, mas não sou o único nessa situação.Dion está se envolvendo na mesma confusão. Luto para resistir, mas meu corpo e mente parecem não me ouvir, como se uma força externa estivesse me manipulando.Quando finalmente recupero o controle, empurro a mulher para longe, desmaiando no processo, e Dion faz o mesmo. Com desespero, retornamos à fazenda, apenas para descobrir que Charlotte saiu há horas e ainda não voltou. Nosso filho chora incessantemente, e a maneira fria com que somos tratados pelos outros me faz temer que todos já sabem da bobagem que fizemos. E, para completar, Charlotte me deu um tapa que ecoou.Ela nos viu. Como poderei explicar o que aconteceu?Nem eu consigo acreditar que tive relações com outra mulher, e que estava sob o domínio de uma força invisível.Então, meu mundo desmorona, e o desespero se apodera de mim ao ouvi-la terminar nosso relacionamento. Dion, paralisado, não se move quando ela entra. Em um ato desesperado, vou atrás dela, tentando convencê-la a não me deixar.Por favor! Eu não consigo viver sem você.Charlotte expressa sua dor, o que faz minha pele arder. Ela soca meu peito com força, mas não sinto dor. Quando ela finalmente para de chorar, se afasta de mim e se dirige à janela, um silêncio insuportável preenche o quarto."Mais uma memória que terei que suportar. Mas esta é a única que eu realmente desejaria esquecer.""Charlotte!""Melhor você e Dion viverem na cidade com elas," - meu coração acelera com suas palavras. - "E quando quiser ver Aaron, mando um dos meninos levá-lo para você.""Não faça isso, Charlotte." - Aproximo-me dela. - "Eu te amo.""Se eu estivesse naquela situação com Samuel ou Jake e desse a mesma desculpa, você me perdoaria?" - Ela me olha, e eu imagino a cena, um rosnado involuntário escapa. - "Você não me perdoaria. Por que eu deveria te perdoar?""Porque eu te amo.""Que hipocrisia," - balança a cabeça. - "Sempre soube dos sentimentos de Samuel por mim, sempre percebi que aquele rostinho angelical escondia um demônio capaz de me seduzir. Fingi não saber e ignorei isso, pois sou fiel a você," - volta a olhar pela janela. - "Assim como você não perdoaria, eu não posso te perdoar.""Você realmente vai jogar tudo isso fora por orgulho?""Não é orgulho, é honra," - ela se vira para mim. - "Só de olhar para você, a imagem de vocês surge em minha mente. Já tenho muitas recordações dolorosas aqui, e agora tenho mais uma," - segura a própria cabeça. - "Você não lidou bem com os meus segredos e memórias, e acabou cometendo uma traição, talvez uma forma de me punir. Isso é o suficiente para ver que foi um erro para nós dois.""Não fomos um erro.""Eu vi o quanto doeu na Anna, foi como se ela tivesse sido traída por você. Foi aí que percebi que seu amor é verdadeiro e não uma fantasia de criança. Talvez aquela ideia de alma gêmea seja real, e você deveria ser dela, não meu. Sua traição apenas confirmou isso.""Você está errada, Charlotte.""Não importa. Apenas siga sua vida e, se tiver um pouco de dignidade, vá morar na cidade. É provável que a mulher esteja grávida de você.""Você realmente não vai me dar uma segunda chance?""Acabou, Dylan," - suas palavras são como uma bala em meu peito."Um dia você verá que cometeu um erro. E espero que não se arrependa disso," - viro-me e começo a andar, saindo. Minutos depois, estou do lado de fora e vejo Dion sentado na varanda."Por que fizemos aquilo, Dylan?""Eu não sei," - ele se levanta e me olha, com lágrimas nos olhos. - "Mas, graças a isso, perdemos Charlotte para sempre.""O que faremos?""O que ela pediu. Vamos sair da fazenda e depois decidiremos o que fazer."