O Menino Ferido (Nicholas)

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Sophie não sabia o que faria, mas Sophie sabia que ela tinha que ajudar o menino. Mesmo que o menino fosse pesado, ela o carregou até sua cama e o colocou ali para descansar.

Agora que Sophie não o carregava mais, ela pôde ver que havia uma ferida grave em seu pescoço e por toda a sua garganta. Era como se alguma criatura o tivesse mordido no pescoço e arrancado pedaços de carne.

Um nó se formou na garganta de Sophie.

Era um ferimento escancarado que provavelmente deveria ter matado alguém, mas o menino ainda conseguiu sobreviver e pedir ajuda. Sophie estava preocupada que, se não conseguisse limpar a ferida, alguma sujeira e outras coisas da chuva poderiam ter ficado presas nela.

Sophie pegou uma bacia, despejou água limpa de um jarro e em seguida pegou um pano para limpeza. Sophie voltou ao lado do menino e se ajoelhou diante do garoto de rosto pálido e examinou mais de perto suas profundas feridas antes de derramar um pouco de água sobre elas.

Um pouco de sujeira ficou grudada na ferida enquanto o sangue ensopava o pano.

Os olhos de Sophie se arregalaram, mas ela rapidamente pressionou um pouco de seu cobertor contra a ferida. Um pano de limpeza nem podia absorver tudo, mas estava fazendo o trabalho. O menino gemeu levemente de dor e segurou a mão dela com força.

Parecia que ele havia feito isso por causa da dor.

"Você está seguro agora, não se preocupe", Sophie sussurrou calmamente e apertou a mão dele de volta.

O menino começou a relaxar um pouco e sua respiração se tornou um pouco mais normal. O sangramento também finalmente pareceu ter parado de vez, por alguma razão.

Mas ainda estava longe de terminar.

Sophie se desvencilhou da forte pegada do menino em sua mão e deu um passo para trás.

"Como ele pôde viajar durante a tempestade?" Sophie se perguntava enquanto passava rapidamente pelos pertences dos pais. Quando seu pai uma vez sofreu uma lesão, sua mãe usou algumas ervas e pomadas para tratá-lo.

Depois de vasculhar o armário, Sophie finalmente encontrou o pequeno frasco da pomada que sua mãe havia feito. Era uma receita que sua mãe usava com frequência, então Sophie pensou que poderia recriá-la, mas por enquanto, ela voltou para o lado do menino e relutantemente removeu o cobertor ensanguentado.

As lesões do menino ainda estavam lá, mas o sangramento finalmente parou. Sophie cuidadosa e gentilmente aplicou um pouco das pomadas na ferida do menino antes de Sophie vê-la fechar levemente e regenerar-se por cima.

Talvez fosse imaginação de Sophie, mas estava cicatrizando muito melhor do que ela pensava ser possível.

Uma vez que Sophie percebeu que as lesões do menino agora não eram mais fatais, ela finalmente conseguiu descansar um pouco enquanto ficava ao lado do menino.

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Pareceu uma eternidade até que Nicholas acordou e sentiu o sol quente em seu rosto. O corpo inteiro do jovem menino não doía mais, e Nicholas se perguntou se tudo o que aconteceu não passara de um pesadelo.

Talvez a mãe de Nicholas dissesse que era um sonho bobo que veio depois de ler todos aqueles livros e histórias na biblioteca real. Algo que ele pensou e conjurou com sua imaginação fértil.

Isso até que Nicholas viu uma menina mais nova que ele. Ela provavelmente tinha dez anos, enquanto ele tinha treze.

Essa menina parecia um anjo da guarda com cabelos bagunçados cinza-claro e olhos azuis brilhantes. Ela carregava uma cesta em seus braços que estava cheia de vegetais e frutas, mas ela a derrubou ao ver Nicholas.

"Você finalmente acordou!" Ela correu para o lado dele e depois rapidamente colocou a mão na sua testa. "Sua febre finalmente baixou também. Você está bem? Meu nome é Sophie e fui eu quem te encontrou."

O rosto de Nicholas esquentou com o contato próximo e ele se afastou da menina chamada Sophie. Ele tentou falar para agradecer e se apresentar, mas nenhum som saiu de sua garganta.

O quê?

Nicholas tentou novamente e só sentiu uma sensação terrível contra a sua garganta. Ele estendeu a mão nervosamente para sua garganta e então percebeu que havia uma gaze colocada contra seu pescoço e Sophie o olhava agora com um olhar triste no rosto.

"Quando você estava na minha porta, você tinha uma lesão grave no pescoço... Eu fiz o meu melhor para tratá-la, mas desculpa, acho que não foi suficiente..." Sophie disse e baixou a cabeça em pedido de desculpas.

Nicholas balançou a cabeça. Mesmo que houvesse provavelmente alguns médicos e curadores incríveis, ele duvidava que fosse fácil tratar realmente uma lesão que foi infligida pela mordida poderosa de um lobisomem.

O menino estendeu a mão timidamente para Sophie e a menina levantou a cabeça. Assim que ela fez, ele sorriu brilhantemente para ela e balbuciou as palavras 'Obrigado' para ela.

Era o melhor que Nicholas poderia fazer se não houvesse papel e tinta para ele comunicar.

"De nada," Sophie disse.

Sophie conseguiu ler um pouco seus lábios e rapidamente retribuiu o sorriso. Agora que o menino estava acordado, uma cor saudável voltou para a sua pele pálida que fez seu cabelo preto parecer mais bonito e Sophie finalmente também pôde ver seus olhos.

Eles tinham a bela cor de âmbar.

Antes que Nicholas dissesse mais alguma coisa, seu estômago roncou alto e o rosto do menino aqueceu de vergonha.

Sophie rapidamente se moveu em direção à sua mesa e disse, "Fique aí e eu vou te trazer algo para comer, tá bom? Mesmo que você tenha acabado de acordar, você precisa de bastante tempo para descansar."

Nicholas assentiu lentamente e aceitou a ajuda de Sophie. Sophie ofereceu-lhe o melhor do que tinha e, embora não fosse muito, o menino estava grato por toda a ajuda de Sophie. Ele aceitou a tigela de ensopado e começou a comer.

Quando Nicholas se lembrou do que aconteceu antes de se encontrar aqui, era difícil imaginar que alguém ajudaria um estranho. Mas havia algo que ele achou um pouco estranho…

Por que Sophie estava completamente sozinha?

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