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Capítulo 5.2 — Venham! Eu vou vos devorar!

Essa mulher era notavelmente distinta. Tudo o que eu disse foi o meu nome, no entanto, o sorriso que iluminou seu rosto parecia indicar que ela havia obtido algo de grande importância. Iniciei nossa jornada em direção à vila com ela ao meu lado, mas, ao longo do caminho, nos deparamos com o velho e o soldado, posicionado ao lado.

— Parado aí seu demônio.

Eu estava ciente de que não seria recebido de braços abertos naquela vila, mas decidi tentar por ela. Não nutrirei nenhum arrependimento.

"Mamãe, eu tentei."

Um sorriso se desenhou em meu rosto, como se tivesse soltado um fardo do meu peito. Não estava totalmente certo do que estava acontecendo, mas a sensação era boa. Continuei a caminhar.

— Pare aí mesmo, seu demônio!

O velho não conseguia evitar tremer a cada vez que eu me aproximava. Era evidente que ele estava amedrontado por minha presença.

— O que você vai fazer?!

O soldado, em desespero, partiu para cima de mim, mas Max interveio e defendeu o ataque com sua espada. 

— Calma soldado. Esse problema não é seu.

— Seu!!!

Eu me inclinei e aproximei meus lábios perto da orelha esquerda do velho, então disse:

— Sim, eu sou um demônio e vou matar todos vocês.

Liberto minha intenção assassina em direção ao velho, cujo corpo trêmulo cede à onda de pavor que o envolve. Levando-o a desabar no chão, onde o medo o faz perder os sentidos, deixando-o prostrado sobre uma poça de sua própria aflição.

— Izumi? — Ui perguntou.

Fixei meus olhos na direção em que ela se encontrava, deixando meu olhar vagar na sua direção. Então, comecei a mover meus passos naquela direção, passando por ela.

— Vamos embora.

Continuei caminhando sem me virar para olhar, mas tinha consciência de que ela permanecia parada, observando. Com os braços cruzados sobre o peito.

— Você gosta dela.

— O quê?

— Nada não.

Compreendi o que Max quis dizer. Embora Ui pudesse ser interessante por seu interesse em mim, eu não a apreciava; ela era o tipo de garota extrovertida que sempre se intrometia onde não era chamada. Eu detestava esse comportamento.

Continuamos a nos afastar da vila, mas de repente, ouvi gritos que ficavam cada vez mais altos, indicando que se aproximavam em minha direção. Pelo cheiro, eu já sabia de quem se tratava.

— Eiiii! Esperem por mim!

A voz era inconfundível; parecia que ela havia decidido nos seguir.

"Que droga!"

Eu havia imaginado que ela permaneceria na vila para contribuir com a construção e a proteção, mas parecia que essa mulher era tão egocêntrica quanto eu.

— Me esperem!!!

— Pelo visto, ela escolheu você.

— Cala boca.

Ela se aproximou de mim, parou por um momento para recuperar o fôlego e então disse:

— Eu serei a sua guia. Izumi.

Inicialmente, pensei que ela fosse um fardo, mas, aparentemente, desempenhava um papel mais significativo do que os outros.

— Não precisa, vou chegar por conta própria.

Eu tinha dificuldade em aceitar que ela fosse útil para a causa.

— Mesmo assim, irei com você, mesmo que não queiras.

— Faça o que você quiser, eu não me importo.

— Farei o meu melhor Izumi.

— Pare de profanar o meu nome.

— Sim, Izumi.

Percebi que ela provavelmente seria mais irritante do que peitos caídos. Não podia eliminá-la naquele momento, uma vez que sua importância residia em nos ajudar a chegar mais rapidamente ao primeiro destemido. Por enquanto, eu a toleraria.

— O que ela viu nele.

— Estava acordada? 

— Sim. — Com uma expressão tímida, peitos caídos, respondeu Max.

— Gostei dela.

— O quê!?

A baixinha começou a retirar algo de sua mochila e o desdobrou para que todos pudessem ver. Era um mapa notavelmente mais detalhado do que o de Max.

— Xixixixi! — Ela riu enquanto dava uma olhada no mapa.

De repente, a baixinha rasgou o mapa bem diante de nós. Em um piscar de olhos, saquei minhas duas espadas, saltei sobre ela e apontei as lâminas em sua garganta.

— Me dê um motivo para eu não te matar agora.

— Agora, só eu sei como chegar ao destemido.

— O quê?

— E eu sei que não vais me matar.

— Tem certeza?

— Sim.

Fixei meu olhar na baixinha e deixei minha intenção assassina tomar conta, mas, surpreendentemente, ela não desviou os olhos dos meus. O corpo dela tremia de medo, mas seus olhos pareciam revelar algo distinto. Sorri e me levantei dela, e então ela soltou um suspiro de alívio.

— Se você me levar para o lugar errado. Vou te matar!

— Ok.

Peitos caídos foi em direção à baixinha e segurou nos ombros dela.

— Você é idiota?! Ele podia te matar!

— Eu sei.

— Você é maluca.

— Talvez por ele.

— Quê?!

— Calam a boca e nos mostre o caminho.

— Sim. Para chegar ao destemido dos demônios, demorará três dias.

— Destemido dos demônios? — Max perguntou.

— Sim. É um destemido que controla e faz experimentos com outros demônios e humanos. Nunca o vi, mas dizem que ele é o louco imortal.

— O nome é poderoso, mas o que ele faz mostra que é fraco. 

— Não sei. Vamos, mostrarei o caminho.

Percorremos um caminho de dois dias e, em uma montanha, pude avistar centenas de demônios de diferentes tipos vindo em nossa direção em uma floresta de árvores imponentes. Parecia que estavam nos mirando. 

Nos dois dias anteriores, não havia encontrado nenhum, mas ao ver todos eles, uma sensação de excitação tomou conta de mim. Estava ansioso para entrar em ação e enfrentar um desafio.

Saquei minhas espadas, corri em direção aos demônios com um sorriso no rosto e gritei.

— lhiaaaaaaaaaa!!!

— Izumi espere!

— Venham seus demônios, venham ser mortos por mim!!!

Saltei sobre os demônios e iniciei a luta com meu Kotxi giratório. Apesar de cortar inúmeros deles, eles continuavam a se aproximar, o que só aumentava minha animação para prosseguir. Optei por não usar minhas habilidades Iz, a fim de desfrutar ao máximo da batalha.

Eles tinham várias formas, incluindo animais, humanos e misturas diversas. Geralmente, as criaturas mistas eram mais desafiadoras, mas perante mim, eram como formigas.

Em seguida, os outros surgiram para auxiliar, o que me deixou um tanto insatisfeito, embora não houvesse alternativa senão acelerar a derrota dos inimigos. Portanto, decidi utilizar minhas habilidades Iz, e em pouco tempo, todos os demônios estavam caídos, sem vida.

Empolgado, caí de costas no chão, com um sorriso no rosto e respiração ofegante.

— Finalmente uma boa emoção.

— Se esforçou demais e veio as consequências. 

— Estou surpresa de que ele conseguiu derrotar tantos. 

— Então essa é a sua verdadeira força? 

— Ainda vou ficar mais forte.

— Não vou ficar atrás.

Enquanto eu estava caído no chão, uma sombra se projetou sobre meus olhos. Era Ui, me encarando com um sorriso. Sinceramente, eu não conseguia entender essa mulher.

— O que foi?

— Nada. Somente admirando algo belo.

— Belo? — A peitos caídos falou com deboche.

— Foda-se! Nos mostre o caminho — falei enquanto me levantava.

— Ok, Izumi. Xixixixi!

Mesmo pedindo a ela que parasse de profanar meu nome, ela continuou dizendo quando queria, uma mulher irritante. Percorremos um percurso de um dia e chegamos ao quartel dos Destemidos. Não era muito alto, mas era espaçoso, e de repente, as portas se abriram.

— Pelo visto somos os convidados vips.

— Cuidado ao entrar pessoal.

— Sim.

— Ok.

Entramos no quartel e avistamos um edifício de provavelmente três andares. De cima, eu pude sentir o forte cheiro de um demônio.

— Bem-vindo minhas fiéis cobaias.

— Cobaias? Vou te mostrar quem é cobaia aqui!

Ativei minha habilidade Speed Iz e saltei em direção ao demônio, porém, antes que minhas espadas pudessem alcançar sua garganta, colidi com algo e tive que recuar, com raiva nos olhos.

— Como podem observar pela idiotice da cobaia 1015B. 

"1015B?"

— Não tem como vocês passarem por essa barreira, se querem me enfrentar terão que cumprir certas fases — falava enquanto me encarava, esnobando da minha situação e sorrindo.

— Que fases? — perguntou Max.

— Eu me chamo Aaron, o destemido desse quartel. Como podem ver, estou no terceiro andar. Vocês cobaias terão de passar pelo andar zero, um e dois para me enfrentar no terceiro. Espero que não morram.

Enquanto ele virava as costas, minha fúria aumentava. Eu estava extremamente irritado, sendo humilhado dessa forma era algo inaceitável para mim.

— Você vai ver. Vou te humilhar da pior forma possível.

Comecei a andar em direção ao interior do quartel. Poderia tentar destruir a barreira e ir diretamente para o prato principal, mas optei por jogar o seu jogo e mostrar que nenhuma das suas artimanhas me impediria de chegar até ele.

— Espera Izumi. Elaboremos um plano primeiro. Não sabemos o que tem lá dentro.

— Foda-se!

— Isso é um problema, ele já se decidiu.

Plano? Eu não precisava disso, mostrarei para esse destemido que somente a força bruta era o suficiente para o matar.

— Lhilhilhilhilhi!

Entrei no andar zero e me deparei com vários demônios em uma sala enorme, onde a luz solar apenas penetrava pelas enormes janelas daquele andar.

— Venham! Eu vou vos devorar!