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Capítulo 49 de 8 – Quem é o próximo?

Comecei a andar até sair pela porta da minha casa. Olhei mais uma vez para dentro, e no mesmo instante, desapareci e reapareci na porta do mercado negro. Fiquei um pouco surpreso com minha velocidade.

— Senhor Izumi?

— Abra!

— Sim, Senhor Izumi.

Não sabia como meu rosto estava, mas dentro de mim ardia uma fúria intensa. Normalmente, teria rido da situação, mas dessa vez tudo era diferente. Mesmo o humano simples que me avistou pareceu tremer enquanto falava e abria a porta.

Continuei minha caminhada, cada passo impulsionado pela raiva que pulsava em meu interior. Não podia conter a sede de vingança, e ainda assim não sentia pressa. Cada movimento era calculado, cada passo era preciso. Podia sentir claramente onde estavam todos aqueles vermes, como se fossem pontos marcados em um mapa invisível em minha mente.

Observando suas posições, ficou claro que estavam preparando uma emboscada. Alguns se escondiam no teto, outros se posicionavam ao lado da porta, enquanto o restante aguardava à minha chegada. Sabiam exatamente como planejavam me enfrentar.

A porta à minha frente estava fechada, mas quando me aproximei, ela se abriu silenciosamente, como se me convidasse para o confronto. Adentrei o recinto e vi que começaram a se movimentar, mas seus movimentos eram tão lentos que pareciam quase congelados no tempo. Não esperei por eles me atacarem; não tinha tempo para isso. Nem mesmo ativei minhas habilidades Iz, e ainda assim me sentia incrivelmente rápido.

No fundo da sala, vi o chefe deles, cercado por seus capangas. Ao seu lado estava o homem responsável por infligir dor à Ui. A visão deles só aumentou minha vontade em fazer justiça.

Eu jamais vou vos perdoar. 

Enquanto eles se aproximavam cada vez mais, com suas lâminas e flechas quase me atingindo, algo estranho aconteceu. Surpreendentemente, não senti o impulso de me esquivar. Em vez disso, uma sensação incomum começou a se formar dentro de mim, algo que nunca havia experimentado antes. Era como se uma voz interior estivesse tentando emergir, como se quisesse tomar controle da minha própria voz. O que poderia ser isso?

— Parem!

A voz saiu de mim sem controle, mas estranhamente, senti como se eu mesmo quisesse expressar aquelas palavras. De repente, meus inimigos pararam subitamente, e as flechas que antes pareciam prestes a me atingir começaram a cair lentamente ao chão. Fiquei perplexo. Seria essa uma extensão do meu poder?

Com um gesto, afastei as flechas e inspirei profundamente. Um suspiro escapou dos meus lábios enquanto eu tentava processar o que acabara de acontecer. Meus adversários começaram a falar, mas suas vozes eram tão lentas, como se estivessem presas em um molde de tempo. Tentei me acalmar, e aos poucos, as vozes deles voltaram ao ritmo normal, como se o mundo estivesse retomando seu curso habitual.

— Eu não consigo me mover…

— O que é isso? O que você fez com nossos corpos?

— Pare de fazer isso!

Eles continuavam reclamando da situação, mas eu não me importava. Podia cancelar aquele efeito estranho a qualquer momento e vê-los tentarem me atacar novamente, mas algo dentro de mim me impedia de fazer isso.

Desviei meu olhar para o chefe deles e para o humano que havia ferido Ui.

— Eu disse para que detivessem seus atos, mas vocês optaram por prosseguir, cegos pela sua própria arrogância. Agora, as consequências de suas ações imprudentes se avizinham, e o preço a pagar será nada menos que suas próprias vidas.

— Do que você está falando? Foi você quem pediu para matá-la.

— Eu sou a personificação da ordem, e minhas palavras são leis. Quando ordeno o cessar de algo, é para ser obedecido. Não há espaço para desordem em meu domínio.

— Quando eu me soltar daqui, você não terá escapatória. Vou te eliminar, demônio! — homem com cabelo de galo, falou com uma voz cheia de desdém.

— Desafie-me, se ousar, criatura vil. Antes mesmo de conceber um único pensamento obscuro, já estará envolto pelo frio abraço da morte.

— O que diabos está acontecendo? Por que tudo ao meu redor está se tornando um borrão indistinto?

Todos na sala ficaram apavorados com a cena quando viram um corpo sem cabeça cair subitamente no chão. Aos olhos deles, a cabeça daquele verme simplesmente parecia ter teletransportado para a ponta da minha espada, mas a verdade era mais simples do que parecia. Eu simplesmente cortei sua cabeça tão rápido que eles não tiveram tempo de perceber o movimento.

— Desvendem para mim, quem será o próximo a ser ceifado pela foice da morte? Quero ver seus destinos serem traçados diante dos meus olhos, em detalhes macabros e sombrios — eu disse, enquanto balançava a espada, e a cabeça voou pelo ar, batendo no chão com um baque surdo.

Eu podia ver nos rostos deles a esperança indo embora. Antes mesmo de entrar ali, podia sentir a confiança deles em tentar me matar. Mas agora, estavam como formigas, apenas esperando para serem esmagados.

— Você, lá no fundo… É chegada a sua hora. Encare o destino sombrio que o aguarda nas profundezas do abismo. Morra! — apontei a espada para um homem que estava no teto, portando um arco, pronto para atirar.

Quando disse "Morra", a cabeça dele já estava se desprendendo do corpo, caindo em direção ao chão. Novamente, o terror se apoderou deles.

— Vamos brincar de um jogo, um jogo de vida e morte. Fixem seus olhares naquele que desejam ver partir primeiro.

Uns começaram a olhar para seus alvos, seus semblantes marcados pelo desespero diante da situação caótica que se desenrolava diante deles. Enquanto isso, outros gritavam para não os olhar, temendo o destino que os aguardava caso chamassem a atenção.

— Pois aquele que receber menos atenção será o primeiro a sucumbir. 

Depois de me ouvirem, todos voltaram a clamar por atenção, como se a proposta anterior nunca tivesse sido feita. Era evidente como eles se sentiam humilhados pela reviravolta da situação. Os olhares ansiosos e os murmúrios inquietos revelavam a intensidade de suas emoções.

— E quando o último fôlego se esvair, somente um será poupado do abismo final. Façam sua escolha com cuidado, pois o destino de todos está em jogo.

Quando terminei de falar, pude sentir claramente o sentimento de esperança emanando de todos ao meu redor. Uma onda de confiança começou a se espalhar entre eles, alimentando a crença de que poderiam ser escolhidos no final. Os rostos antes abatidos agora se iluminavam com determinação e otimismo, enquanto cada um imaginava a possibilidade de ser o contemplado com a tão almejada recompensa.

— Olhem para mim!!!

Subitamente, o chefe deles, com os olhos arregalados de pânico, soltou um grito estridente que ecoou pelas paredes da sala, rompendo o silêncio tenso.

Todos olharam para o chefe, mas o que eles não sabiam era que só era permitido uma chance de mira, o segundo alvo não contava. Infelizmente para o chefe deles, ele tinha o pior destino reservado.

— Você será o próximo a morrer.

— Quê? Mas eu tive mais olhada.

— Quem ousa falar? Não pronunciei palavra alguma. Minha decisão está tomada. Eu sou a encarnação da ordem, e você está diante da sua inevitável punição — disse enquanto me aproximava.

— Pare, por favor. Deixe-me viver. Eu tenho uma esposa e duas filhas pequenas. Elas dependem de mim. Se eu morrer, não sei como vão sobreviver. Por favor, tenha misericórdia — disse, com lágrimas escorrendo de seus olhos, uma mistura de choque e desespero em sua voz.

Essa formiga acha que eu sentiria pena dele por ter uma família? Isso só me dava mais forças para continuar o que eu estava fazendo. Infelizmente, falar de família para mim era o mesmo que pedir para ser morto.

Ele continuava implorando, seus soluços se misturando com suas palavras desesperadas, enquanto seus homens observavam com medo. Sem hesitar, posicionei minha espada em seu pescoço e comecei a cortar lentamente. O som do metal contra a pele ecoava pela sala, ecoando o fim inevitável daquele que havia causado tanto sofrimento.

— Lembre-se bem de mim no fim da sua própria vida, escória. Quando estiver enfrentando seu julgamento final, que minhas palavras assombrem seus últimos momentos.

Ele começou a gritar de dor e implorando por clemência, mas logo parou, pois sua voz se extinguia a cada corte que eu fazia em seu pescoço. No final, sua cabeça caiu, seguida pelo resto do corpo. Olhei ao redor, um sorriso de satisfação se formando em meu rosto, e perguntei:

— Quem é o próximo?