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Capítulo 43 de 2 – Prepare para morrer!

— Não. Suma daqui.

— Ok, Izumi.

Eu disse para que ela se retirasse, mas, para minha surpresa, a comunicação pareceu escapar das palavras. Ela, inadvertidamente, ignorou meu apelo e, sem a devida percepção, penetrou em meu santuário pessoal.

— Você não entendeu o que eu disse? Saia do meu quarto.

— Sim, eu entendi, mas sei que está apenas falando por falar. Além disso, não tenho outro lugar para ficar.

— Não me importo! Há muito mato por aí onde você pode dormir.

— Você realmente vai me deixar dormir na rua? — ela me olhou com um rosto de desamparo.

— Claro.

O silêncio pairou no ar por preciosos instantes. Ela começou a se aproximar de mim com passos cautelosos, e de repente, como se movida por um ímpeto incontrolável, correu em minha direção, talvez com a intenção de me envolver em um abraço caloroso. 

No entanto, meus reflexos aguçados entraram em ação instantaneamente, e desviei habilmente de sua investida.

— Fique parado!

Permaneci ágil, evitando habilmente cada uma de suas investidas apaixonadas. Consciente de que, uma vez que ela me alcançasse, seria difícil escapar de seu abraço, mantive minha guarda alta. Não sou tolo o suficiente para sucumbir a esse jogo, ciente de que uma vez capturado em seus braços, seria uma presa relutante, incapaz de escapar da teia sedutora que ela tecia.

— Vejo que não vais entender. Você pediu por isso.

Agarrei sua mochila, lançando-a impiedosamente em direção à porta aberta. Meus olhos se fixaram em sua expressão surpresa, enquanto a mochila ameaçava deslizar perigosamente do meu alcance. 

Em um ímpeto, ela se lançou em direção à mochila, seus olhos se arregalaram com urgência, como se estivesse prestes a perder algo de valor inestimável, e suas mãos ágeis conseguiram alcançar o objeto prestes a cair, salvando-o do impacto com o chão por uma fração de segundo.

— Ufa! Foi quase.

Com um último olhar através da porta, eu saí e, com um movimento decidido, fechei-a atrás de mim.

— Espero não te ver de novo quando eu voltar. 

— Izumi. Espera!

Com um piscar de olhos, ativei minha habilidade especial, Speed Iz, e desapareci diante de seus olhos. Comecei a correr lentamente pelas ruas da cidade, uma prática diária que me proporcionava uma sensação indescritível. 

Era quase um êxtase sentir os olhares carregados de negatividade atravessarem meu corpo, como se aquela energia sombria me revigorasse. Era assim que encontrava a força para nutrir meu ódio por todos eles.

Hoje não foi exceção. Enquanto corria, podia perceber olhares curiosos e maliciosos, alguns me encarando de soslaio, outros fugindo e me observando de escondido. Era um espetáculo comum, mas algo estava diferente. Mais pessoas pareciam evaporar quando eu passava, como se não esperassem que eu retornasse.

Isso aumentava minha determinação. O sentimento de superioridade que vinha com a capacidade de desaparecer à vista deles era uma fonte constante de satisfação. E enquanto corria, alimentava meu desejo ardente de vingança contra todos aqueles que ousavam me julgar e subestimar.

— É o demônio — sussurrou alguém, o medo tremendo em sua voz.

— Ele voltou — murmurou outro, a ansiedade e a incerteza evidentes em suas palavras.

— E agora. O que vamos fazer? — uma terceira voz expressou a pergunta que todos tinham em mente.

— O que ele vai fazer conosco? — Outro perguntou, sua voz trêmula de apreensão.

— Eu estou com medo — confessou alguém, a vulnerabilidade transparecendo em sua voz.

— Ele não vai nos comer? — A preocupação com o destino deles ecoou em outra voz.

— Alguém, mate ele — clamou um dos presentes.

Eram as situações cotidianas, esses murmúrios constantes que preenchiam o ambiente. No entanto, eles não faziam ideia de que minha audição havia se aprimorado desde a minha última jornada. Cada sussurro e cochicho agora ecoavam em meus ouvidos com clareza assustadora, como se um véu tivesse sido levantado e revelado todos os segredos que eles tentavam esconder.

Eu continuei minha corrida, me aproximando do território do clã Zura. Era o único lugar onde eu sentia um alívio momentâneo da energia negativa que me perseguia. Ali, as coisas eram diferentes.

Me aproximei do local onde costumava treinar, um lugar que, com o tempo, havia se tornado notoriamente deserto, graças a minha presença constante. Era um espaço aberto, capaz de acomodar facilmente vinte pessoas para treinar simultaneamente, mas ficava próximo à imponente muralha de Mangolândia.

Ao chegar lá, deparei-me com algumas pessoas se exercitando, lideradas por um soldado que instruía cerca de uma dezena delas. Iniciei uma caminhada, esperando que eles percebessem minha presença e se retirassem, como de costume. Entretanto, o soldado voltou seus olhos surpresos na minha direção.

Curiosamente, não detectei qualquer energia negativa vinda dele, mas havia algo em seu olhar que indicava que ele tinha algum interesse em mim, algo que estava prestes a se desvendar.

— Professor, aquele ser sinistro, com olhos ardentes e uma aura de trevas, não poderia ser um demônio, poderia?

— Oh, você quer dizer aquele ser cuja figura enigmática parece ter emergido das profundezas do desconhecido?

— Precisamente! Não posso evitar pensar que ele está de volta.

— A situação é mais sombria do que jamais imaginei. O que devemos fazer? Estamos nos aventurando em seu território.

— As consequências podem ser terríveis. Ele possui o poder de ceifar nossas vidas com um simples pensamento.

E gradualmente, eles começaram a perceber quem era o verdadeiro dono daquele espaço. Era evidente em seus olhares nervosos e nas expressões de medo que se formavam em seus rostos, como se a minha presença fosse uma ameaça iminente que os apavorava. 

Era uma sensação de triunfo que se alastrava dentro de mim, uma satisfação sombria que eu havia antecipado com ansiedade.

Um sorriso sutil se formou nos meus lábios enquanto eu observava o medo e a insegurança se espalhando entre eles. Hahaha! Era exatamente isso que eu estava esperando, a reação que me alimentava, a confirmação de que meu domínio sobre aquele lugar permaneceria incontestável.

— Por favor, mantenham o silêncio. Não devemos nos arriscar a sair daqui — disse o soldado, a ansiedade marcando sua voz.

— Compreendo, mas não podemos ignorar a realidade. Ele é inquestionavelmente o ser mais poderoso presente neste lugar — disse um dos membros do grupo, sua expressão tensa enquanto ponderava as opções.

— Professor, por favor, pense nisso! Não podemos desafiar sua força. Devemos partir imediatamente para salvar nossas vidas — insistiu outro membro do grupo, seu rosto pálido de medo.

Uma onda de vozes se elevou à medida que todos começaram a expressar suas opiniões, unindo-se em uma sinfonia de concordância mútua. Era como se, de repente, todos tivessem encontrado uma mesma perspectiva, uma visão unificada da situação.

Os murmúrios de aprovação se espalharam pelo grupo, criando um ambiente carregado de consentimento mútuo. As vozes se sobrepondo umas às outras, ecoando em harmonia, como se estivessem se solidarizando em sua percepção compartilhada.

Era intrigante observar como rapidamente eles se alinhavam, como peças de um quebra-cabeça se encaixando perfeitamente, consolidando uma opinião coletiva que parecia inabalável.

— Todos vocês permanecerão aqui, aprimorando suas habilidades através do treinamento. Eu tomarei a iniciativa de me aproximar e estabelecer um diálogo com ele.

Conversar? Comigo? Uma surpresa se instalou em minha mente. Era difícil acreditar que aquele soldado não demonstrava medo em minha presença. 

Pode ser que todos estivessem se comportando assim porque eu havia estado ausente por algumas semanas, mas eu tinha planos de recordá-los do meu domínio em breve, trazendo o terror que estava prestes a se desencadear.

O soldado se aproximou, parando apenas um metro de distância de mim. Fiquei genuinamente impressionado com sua ousadia. Seu olhar firme e a postura decidida indicavam que ele não era um mero observador passivo, mas sim alguém que tinha algo a dizer e não estava disposto a recuar.

— Eu sou Miguel. Atualmente, estamos utilizando este campo de treinamento. Existe algum problema em compartilhá-lo conosco?

— Não, mas estou incerto se vocês conseguirão suportar as consequências.

— Suportar o quê?

— Isto.

No instante em que abri minha boca para falar, liberei minha intenção assassina por todo o campo de treinamento. Era como se uma onda de escuridão avassaladora tivesse se espalhado, engolfando todos ao meu redor. Meus olhos brilharam com uma determinação sombria enquanto fazia isso, e a reação daqueles presentes era imediata.

Alguns caíram no chão, tomados pelo medo que se instalara em seus corações. Outros tentaram desesperadamente fugir, mas suas pernas pareciam traí-los, enfraquecidas pela intensidade do terror que emanava de mim. 

Ninguém ousava desafiar minha presença, e o campo de treinamento se transformou instantaneamente em um espaço sufocante, onde cada indivíduo estava aprisionado pelo meu domínio implacável.

— Compreendo a sua perspectiva.

— Se compreende, então vá embora!

— Senhor Izumi, se me permitir, gostaria de solicitar humildemente uma demonstração de sua incrível força? Seria uma honra testemunhar seu poder em ação.

Fiquei atônito por duas razões. Primeiramente, ele mencionou meu nome. Era uma ocorrência rara, já que apenas duas pessoas naquela vila se atreviam a proferi-lo, e raramente ouvia alguém me chamar de "Senhor". A singularidade desse homem tornava-o verdadeiramente peculiar.

Em segundo lugar, ele expressou o desejo de testemunhar uma demonstração de minha força. Aquilo me intrigou profundamente. Seria ele corajoso ou tolo o suficiente para desejar tal coisa? Talvez não estivesse buscando a própria morte, mas suas intenções permaneciam um enigma. Eu não conseguia discernir o que se passava na mente daquele homem, mas estava disposto a descobrir o que ele tinha a oferecer.

— Você não tem medo da morte?

— Senhor Izumi, meu único desejo é participar de um confronto amigável com o senhor, sem qualquer intenção de causar danos.

— Não participo de lutas amigáveis. Se deseja lutar, será uma batalha até a morte.

— Então, que assim seja.

O homem se colocou em posição de combate, determinado e declarando sua aceitação para o duelo. Eu, por minha vez, assumi uma postura de combate, me preparando para o confronto que se desenhava diante de nós. Um sorriso sinistro se espalhou em meus lábios, revelando minha confiança sombria, e eu disse com um tom gélido:

— Prepare para morrer!