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Capítulo 36 de 22 — O que diabos é você?!

Enquanto a batalha de Castiel se desenrolava, alguém já havia concluído a sua.

— Eu me pergunto se todos neste clã têm o ego inflado, mas no final…

Próximo a Miguel, jazia um homem que parecia ter sido atingido por uma armadilha de estacas de sangue, como se tivesse caído em uma cruel cilada destinada a caçar animais. No entanto, a armadilha aparentemente se expandira e atingira seu corpo, cravando inúmeras estacas de sangue em sua carne.

— O ego não serve para nada.

Do outro lado, ecoavam gemidos inebriantes das irmãs, cujas expressões de prazer e êxtase se misturavam em um ritmo apaixonado enquanto se entregavam à íntima e sensual dança conhecida como "tesoura".

— Lamentável a vossa situação — Miguel expressou com alegria.

Miguel deu passos cautelosos em direção às irmãs, sentindo uma mistura de curiosidade e apreensão crescendo dentro dele. 

À medida que se aproximava, não pôde deixar de notar que alguns dos homens na área estavam incompletamente vestidos, suas peças de roupa íntima ausentes, criando um ambiente de desconforto.

— Não posso acreditar que vocês realmente tenham se rebaixado a isso. É desprezível.

As irmãs, percebendo a aproximação de Miguel, trocaram olhares nervosos e começaram a dar passos cautelosos em direção a ele. Seus passos eram hesitantes, como se estivessem testando a água antes de se lançarem em ação. 

E então, como se tivessem sido disparados de uma mola, as irmãs começaram a correr. Seus pés batiam no chão com um ritmo rápido e irregular, as saias rodando enquanto se aproximavam. O coração de Miguel disparou com a surpresa, enquanto ele lutava para acompanhar o repentino ímpeto das irmãs.

— Me dê seu pau!

— Pau! Pau!

Miguel, ao perceber a situação que se desenrolava diante dele, deu vários passos para trás.

— Prisão de sangue.

De repente, como um pesadelo se materializando diante de seus olhos, uma prisão de sangue surgiu do chão, envolvendo as irmãs. O grito agudo delas ecoou pelo ar enquanto se debatiam freneticamente, como aves encurraladas em uma armadilha. 

Os músculos tensos e as expressões de terror em seus rostos refletiam a desesperada luta por liberdade.

— Se eu não fosse casado, talvez, não, era um fato que eu poderia ter feito algo, mas vocês não tiveram sorte.

Miguel, deslizou as mãos nos bolsos enquanto seus olhos permaneciam fixos nas irmãs aprisionadas. Com cuidado, criou uma cadeira que emergiu do próprio sangue e sentou.

— Será que vou ajudar o líder? Acho que não. Aquele homem parece capaz. Bem, duvido.

Miguel sentia a dúvida corroendo sua mente. Castiel, no entanto, estava à mercê dos golpes de Vez, enquanto Raza o segurava.

— É tão prazeroso te bater.

— Lá ele. Sou hétero.

— Diga o que quiser.

— Isso é tudo? Isso era esperado com a sua aparência feminina.

— Continue, o único que está sofrendo aqui é você.

— O que foi? Está chateado porque critiquei o seu cabelo estilo rabo de cavalo?

— Vez, ignore-o.

Vez permanecia estoico, sem esboçar muita reação, mas sua expressão rígida começava a trair seu crescente descontentamento com os comentários cortantes. Seus olhos, que antes mantinham uma frieza, agora faiscavam com uma ira contida. 

O apertar das mãos, que seguravam com firmeza a fonte de sua frustração, revelava as tensões internas à medida que continuava a provocação.

— Como sempre digo, se não tem cabelo preto, não é totalmente hétero. E Raza, para de se esfregar em mim. Vou começar a pensar que você joga no time do Vez. Argh!!

— Acabou? — Vez, com a voz carregada de tensão, perguntou.

— Não, mas estava pensando. Esse rabo de cavalo é para o Raza te puxar enquanto te come de quatro?

Enquanto Castiel continuava a falar, ele não diminuía o ritmo das agressões. Cada palavra era interrompida pelo som surdo dos golpes, uma sinfonia de dor que ecoava no ambiente. 

A cada impacto, a respiração do líder se tornava mais entrecortada, mas ele não cessava suas palavras, determinado a fazer seu ponto de vista ser ouvido, mesmo que fosse à custa de sua própria integridade

— Vou ficar tão vermelho quanto você. Será que seu cu sangrou quando essa chapa quente efetuou algo com extrema intensidade em você?

— Cala boca! Eu só amo uma mulher.

— Serio? Não me diga que é a velha.

— Ah!

— Hahahahaha! Acertei neh? Hilario.

Vez, por um instante, interrompeu sua série de golpes e direcionou um olhar significativo em direção a Reda. Os olhos deles se encontraram em um silencioso entendimento, uma troca de olhares que transmitia uma mensagem não dita. 

Reda não precisou de palavras para entender o que era esperado dele. Ela encarou-o de volta, indicando que a ordem estava clara: "continue esmagando Castiel".

— Não abaixe a guarda!— Reda, soltou um grito estridente que cortou o ar.

Líder, com paciência, aguardava o momento em que ele se distrairia por um breve instante. Com seus olhos fixos em seu agressor, ele sabia que sua única chance de escapar dependia de um movimento preciso.

— Tarde demais.

— Quê?

E então, quando Vez parecia momentaneamente distraído, ele agiu com rapidez. Concentrando sua energia, ele convocou uma explosão poderosa sob seus próprios pés. O estampido ensurdecedor e a onda de choque o lançaram para o ar, como um pássaro em fuga. 

Castiel voou na direção de sua liberdade, determinado a escapar do alcance do seu agressor, cujas expressões de surpresa se transformaram em indignação quando perceberam o que estava acontecendo.

— Droga!! — O grito rasgou o ar, um som de pura angústia e desespero. Seu rosto contorceu-se em uma expressão de choque e pânico quando ele percebeu que o prisioneiro estava prestes a escapar de sua custódia.

— O que vais fazer moleque?

— Não vou te largar.

— Jogas mesmo no outro time, mas eu…

Ele continuou a ascender pelos céus, voando cada vez mais alto até desaparecer nas nuvens.

Com determinação ardente, Castiel deu uma cabeçada certeira em Raza, que estava se recuperando da surpresa do ataque anterior. O impacto foi poderoso, fazendo com que ele perdesse o controle e começasse a cair em queda livre. 

A sensação de liberdade que experimentou ao se soltar do alcance de seus captores era indescritível, enquanto ele via seu inimigo desaparecer rapidamente no abismo abaixo.

— Não curto homens!

— Desgraçado!!

— Ainda não terminou, jovem. Mas que nome darei a esta técnica? Bem, tanto faz.

Castiel mergulhou em direção ao seu alvo enquanto ele caía, capturando-o por trás no meio do ar. Seus dedos se fecharam com firmeza em torno do Raza, e o impacto da captura enviou um tremor através de seus corpos.

— Quê?

— Não se engane. Não te peguei por trás porque sou, mas era necessário.

— Cala a boca! Eu não sou gay!

— Lamentável, ainda não se descobriu.

— Me larga desgraçado!

— Largo não.

Lá embaixo, Vez, Reda e Kena olhavam para o céu com expressões de choque e descrença. A cena no alto dos céus era uma visão surreal, com o líder voando a uma velocidade vertiginosa enquanto segurava Raza com firmeza. 

Ele cantava sua música com uma voz poderosa, suas palavras ecoando pelo ar, enquanto seu alvo gritava em desespero, sua voz misturando-se com a melodia em um contraste agonizante.

— 🎵Nenenene! neneneneeeee! Exploda com a minha explosão! Nenenene! neneneneeeee! Te deixo em estado de combustão! Nenenene! neneneneeeee!🎵

— Para!!!!

— 🎵Raza é menos um na minha mão!🎵

— Haaaaaa!!!!

— Voo Explosivo! 

Com essa técnica, Castiel desapareceu dos céus e, em um piscar de olhos, reapareceu próximo ao solo. Ele lançou-o com uma força devastadora, e o estrondo resultante sacudiu o solo com uma força tremenda. 

— Caixão de detonação!!!

O solo se partiu sob o impacto, engolindo Raza em um túmulo improvisado de terra e detritos.

Os inimigos no chão assistiram à cena, atônitos com a força avassaladora. O terreno estava agora marcado por uma cratera onde o alvo fora enterrado vivo.

O líder desceu até o chão e, uma vez lá, irrompeu em uma risada triunfante que ecoou pelo local. Sua expressão irradiava uma mistura de exultação e desafio, enquanto ele encarava todos os outros com olhos brilhantes de determinação.

Porém, as caras dos outros não refletiam celebração. Seus rostos, contorcidos de fúria e incredulidade, encaravam Castiel com olhares carregados de ódio. A cena havia deixado uma divisão irremediável entre eles, uma brecha que se alargava a cada segundo que passava.

— Pare de rir cuzão! Eu vou te tostar todo agora!

Do chão, surgiu mais uma figura, e a visão era assustadora. Sua cabeça não estava apenas pegando fogo; sua cabeça era o próprio fogo. Uma chama ardente e feroz crepitava em torno de seu rosto, lançando sombras dançantes sobre seu corpo.

Os outros no local ficaram paralisados de choque diante da aparição deste ser flamejante, seus olhos arregalados de espanto e medo. Era como se um ser das profundezas do inferno tivesse emergido para se juntar à cena, e a atmosfera estava eletricamente carregada de incerteza e terror.

Castiel, sua voz vibrando com indignação e surpresa diante da figura flamejante, falou com determinação:

— O que diabos é você?!

Sua pergunta ecoou pelo local, mas o ser de fogo não respondeu. Em vez disso, uma risada sinistra se ergueu das chamas que compunham sua cabeça, um som que enviou arrepios pela espinha de todos os presentes.