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Capítulo 3.1 — Olá, meu primeiro Boss

Desde pequeno, eu sempre me questionava.

Por que ele era tão odiado? Por que todos o olhavam de forma diferente? Por que ele continuava sorrindo alegremente? Por quê? 

Eu não entendia o motivo. Ao meu redor, todos me olhavam com amor, como alguém importante, totalmente diferente dele.

Certo dia, um homem me jogou para outra muralha, a Circolândia, que há muito tempo havia sido invadida pelos demônios. Isso forçou os humanos restantes a habitarem a muralha Mangolândia.

Eu não entendia o motivo pelo qual ele fez isso comigo. 

Eu não era amado por todos?

 No mesmo local, encontrei aquele garoto, mas ele estava completamente diferente. Aconteceu algo? Eu estava tremendo de medo, mas aquele garoto não demonstrava pânico. Seu rosto parecia o próprio diabo, tão cheio de raiva que ele estava.

— Vou sobreviver e matar todos vocês!

"Todos? Eu estou incluído?"

Essa dúvida me fazia tremer ainda mais. Ele olhou na minha direção e começou a correr com raiva e por instinto fechei os olhos.

"Vou morrer?"

Soc! Pow! Sock! Zump! Bum!

Ouvi alguns barulhos e, após alguns segundos, minhas bochechas ardiam intensamente. Abri os olhos por instinto e vi o rosto dele bem próximo, me encarando com extrema raiva. Senti medo e, em seguida, suas mãos se afastaram das minhas bochechas. Ele virou as costas e disse:

— Se não quer morrer, mantenha os olhos abertos.

— Si-sim.

A cada batalha que eu observava, era como se estivesse assistindo à luta de duas bestas enjauladas. Ele parecia uma fera, rasgando o corpo dos demônios, chutando, golpeando, mordendo e até comendo. 

Qualquer pessoa que visse essa cena provavelmente sentiria um profundo medo. Enquanto eu estava aterrorizado com os demônios, ele me inspirava esperança.

Decidi levantar-me e lutar ao seu lado, mas eu era muito fraco. A cada momento, precisava ser salvo, e me sentia inútil. Queria ser útil pelo menos uma vez, mas não consegui.

Não sabia quanto tempo havia passado, uma hora, duas horas ou mais, mas meu pai apareceu, e senti uma grande alegria. Ele correu em minha direção desesperado e me abraçou.

— Que bom que estás vivo — chorando, meu pai falou. — Estás bem? Não tem nenhum machucado?

— Eu tenho alguns, mas graças a ele, estou vivo pai.

— Ele? Não tem ninguém aqui.

"Como assim? Ele estava aqui agora a pouco."

Olhei ao redor e não o vi, pensei que estava enlouquecendo.

— Mas ele estava aqui, ele me salvou pai!

— Serio?

— Sim, pai. Tens que acreditar em mim pai!

— Ok, vamos fazer uma busca por ele.

— Obrigado pai!

Eu não podia fazer nada além de aceitar. Com essa sensação, dediquei-me ainda mais nos treinos, na esperança de que um dia pudesse cuidar das suas costas. Embora meu pai tenha dito que era apenas uma ideia da minha cabeça, eu não acreditei.

Não importa o que dissessem, eu continuaria treinando e me tornaria forte o suficiente para protegê-lo um dia.

Cinco anos se passaram, e então apareceu uma pessoa que todos estavam comentando, e eu mal podia acreditar quando o vi.

— A partir de hoje, viverás aqui.

Fiquei extremamente feliz ao saber que a pessoa que eu admirava tanto iria morar na mesma casa que eu. Não consegui me conter e perguntei:

— Oi! Izumi, Lembra de mim? Sou eu?

— Quem é você?

— Ah!

— Não perca seu tempo, as suas memórias está uma bagunça.

Continuei insistindo, mas ele não se lembrava de mim, mesmo estando em um estado melhor. Passou um ano, e ele ainda não se recordava, mas eu continuei treinando para que um dia pudesse ajudá-lo.

Dois anos se passaram, e o torneio estava se aproximando. Eu tinha que ganhar, pois, segundo meu pai, era a única forma de me aventurar com ele. 

As pessoas da cidade sempre demonstravam rancor, mas ele mantinha uma postura firme e não se importava com o que os outros pensavam, o que era incrível de se ver.

"Tão admirável!"

Perdi a luta, no entanto, não estava triste, pois desde o início era inevitável a minha derrota. No entanto, o fato de saber que não poderia me aventurar com ele deixou-me bastante triste. Sentia uma mistura de felicidade e tristeza ao mesmo tempo, mas minha admiração por ele só crescia.

"Você é o melhor Izumi!"

No auditório, quando meu pai anunciou que eu iria com Izumi, fiquei extremamente feliz. Afinal, seríamos os melhores combatentes de Mangolândia. Estava entusiasmado até que essa garota apareceu e insultou Izumi. Não gostei dela desde então.

Durante a jornada para derrotar os destemidos, Izumi quase matou Idalme, mas eu interferi, apesar de não gostar dela, reconhecia sua utilidade para nos tornarmos melhores. 

A repreendi, mas não demorou muito para ela abrir a boca novamente e falar besteira. Essa mulher estragou o romance que estava acontecendo com Izumi.

Todos começaram a olhar para nós de forma diferente, e achei que teríamos que partir daquela vila. No entanto, quando Izumi bateu nas minhas bochechas, fiquei muito feliz.

"Ele lembra!"

Izumi confiou isso a mim, então eu tinha que cumprir a promessa. Dada a situação difícil, foi um desafio, mas não desisti. 

"Derrotarei o demônio e mostrarei Izumi a minha força!"

Embora Izumi tenha afirmado ser o único demônio, os aldeões ainda estavam desconfiados de nós. Não podíamos culpá-los, afinal, a palavra "demônio" era a mais temida, e todo cuidado era pouco.

— É mesmo verdade que Izumi é um demônio? — Ui perguntou com dúvida.

Essa garota provavelmente foi a primeira mulher que se interessou por ele, e eu não podia deixar isso passar.

— Não totalmente, Izumi é um mestiço.

— Mestiço?

Todos ficaram com dúvidas sobre isso, mas não era de estranhar. O conceito de mestiçagem nunca deveria ter acontecido na história, pelo menos era o que eu achava.

— Mestiços são seres, com origem de metade humano e metade demônio, mas não a partir da demonificação. Eles nasceram no corpo de uma mulher que se relacionou com um demônio.

— Entendo, então ele não é um demônio — Ui falou aliviada.

— Não importa, enquanto o sangue demônio correr em suas veias, ele será um perigo — falou o velho calmamente, eu senti que ele sabia de algo que não sabíamos. — Eu já vi seres como eles. Essa raça não importam com ninguém, são egoístas que só se concernem consigo mesmo, e eu vos digo. Eles tendem a ser piores que os demônios.

— Vejo que entende do assunto.

— Ainda és muito jovem, um dia vais arrepender de andar com aquele ser em carne humana.

— Vou me lembrar disso.

Não gostei desse velho, tudo o que ele falava me irritava. Ele ousava dizer que Izumi era mais perigoso que os demônios? Se não fosse pela missão, eu teria golpeado ele bem na cara.

— Bem, vou vos ajudar com o demônio, mas não pense que faço isso por vocês.

— Entendido. Ui acompanhe-os até seus respetivos quartos.

— Peço que nos coloquem no mesmo quarto.

— Ehh! — Idalme falou surpresa.

— Algum problema? 

— Não, não, não. Seria um prazer — respondeu segurando o cabelo e desviando o olhar.

"Tão óbvia. A causa de todos esses problemas é você, não pense que tens chances comigo. Quem causa problemas para o Izumi é meu inimigo."