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Capítulo 27 de 13 — Como fui ingênuo

Castiel e sua equipe avançaram em direção à porta do quartel, com um senso urgente de propósito impulsionando seus passos. No entanto, ao se aproximarem, uma visão terrível os recebeu. Corpos carbonizados jaziam no chão, testemunhos sombrios de um evento devastador que havia ocorrido ali.

— Oh! Qual é a identidade destes indivíduos, Nana?

— Vou conferir, senhor Castiel.

Nana, movendo-se com cautela, dirigiu-se aos corpos inconscientes espalhados pelo chão. Sua expressão refletia uma mistura de preocupação e foco, enquanto ela se aproximava de cada pessoa caída. Com mãos habilidosas, ela verificou seus sinais vitais e avaliou suas condições, buscando entender a extensão dos danos que haviam sofrido.

— Relatando. São ao todo onze corpos, sendo quatro homens e sete mulheres. Nove deles estão sem vida, e os únicos sobreviventes são um casal. Pelas características de seus corpos, é evidente que pertencem ao clã Zura, e as queimaduras indicam que foram vítimas de membros do próprio clã.

— Nem estou surpreso com os métodos daquela velha. Nita, sua vez.

— Sim, mestre.

Nita se aproximou de um dos homens caídos. Com um gesto, ela começou a invocar suas chamas curativas, um fogo que carregava um poder regenerativo. As chamas dançavam em suas mãos, emitindo um calor reconfortante e uma luz dourada.

Enquanto canalizava suas habilidades, o homem inconsciente começou a mostrar sinais de recuperação. Seus olhos lentamente se abriram, a confusão dando lugar ao reconhecimento conforme ele voltava à consciência. Seu corpo parecia responder ao toque curativo das chamas, uma transformação gradual ocorrendo diante dos olhos de todos.

— Quem…

Enquanto realizava sua tarefa com foco, a abordagem do homem não a surpreendeu. Sua falta de reação ao ser abordada por ele poderia transmitir uma extrema concentração. Ela estava totalmente imersa em seu papel de curadora, concentrando-se inteiramente em ajudar o homem a se recuperar.

— Mestre, o homem acordou.

— Entendo. Pergunte o que aconteceu.

— Sim, mestre. Fale o que aconteceu.

— As gêmeas nos atacaram. 

— Gêmeas? — perguntou Castiel.

— Sim, mestre. Eu nunca as vi, mas são a elite do clã Zura.

— Entendo. Nita, cure o outro e prosseguimos.

— Sim, mestre.

Com a habilidade de cura, ela foi capaz de trazer alívio e recuperação para outra pessoa caída, demonstrando mais uma vez seu papel vital na equipe. Após esse momento de cuidado, todos entraram no quartel, onde uma cena angustiante se desenrolava diante deles. 

Corpos inertes jaziam no chão, alguns sem vida e outros feridos e inconscientes. A visão era uma lembrança sombria das lutas que haviam ocorrido e das vidas afetadas pela violência.

À medida que Castiel e seus companheiros prosseguiam, os sons distantes da batalha ecoavam ao redor deles. O som do conflito, misturado com o silêncio pesado e tenso, criava uma atmosfera carregada de expectativa e antecipação. Era como se estivessem seguindo o rastro da guerra, caminhando em direção ao seu clímax.

— Pare Miguel!

A chegada de Castiel e sua equipe pegou Miguel de surpresa, causando um misto de surpresa e medo que se refletiam claramente em sua expressão. 

A presença inesperada dele no campo de batalha era uma reviravolta que ele não havia antecipado, e essa revelação desencadeou uma série de emoções tumultuadas dentro dele.

No entanto, à medida que eles aproximavam, Miguel começou a perceber a razão por trás da presença deles. Um breve momento de compreensão passou por seus olhos, e ele começou a ligar os pontos entre a situação atual e os motivos pelos quais Castiel estava ali.

— Miguel. Quem são essas?

— Ah! Uh!. Líder. Essa aqui se chama Nena e a outra lá, no fundo, se chama Nina e disseram serem irmãs.

— Entendo. Então foram essas aí. Nita, cure-as.

— Mas mestre, elas são minhas inimigas — disse hesitando.

— Nita, não me faça repetir — olhando seriamente para Nita, disse Castiel.

— Espera! Elas são minhas presas. Mesmo sendo o Líder, não posso permitir. 

— Tem certeza?

— Sim.

— Você não entendeu. Tem certeza, Miguel!

Quando o nome dele ecoou em seus ouvidos, uma sensação de peso imediato se abateu sobre ele, como se um alerta interno estivesse soando alto em sua mente. 

Era como se uma voz invisível estivesse sussurrando para ele, um aviso silencioso para não se envolver com esse homem. Essa pressão sutil, quase como uma intuição, despertou um instinto de cautela profundo dentro dele.

Esse sinal de alerta era familiar, uma voz interior que ele tinha aprendido a respeitar no passado. Era um reflexo de sua própria intuição afiada, um aviso que ele não deveria ignorar. 

— Entendi. Faça o que quiser.

— Hahahaha! É isso aí.

Nita concentrou sua energia e habilidades curativas em Nena.

— Por favor, cure primeiro a minha irmã — murmurou Nena.

— Faça o que ela disse, mas não as cure completamente. Deixe-as incapacitadas.

— Sim.

Enquanto continuava sua missão de cura, seus passos a guiaram em direção a outra pessoa necessitada.

Enquanto isso, Miguel ficou imerso em seus próprios pensamentos, sua mente vagando por um labirinto de reflexões e emoções. Sua distração era evidente em sua postura e expressão.

Por que tenho que continuar rebaixando para esse homem? Agora estou mais forte, aquela pressão que sentia perante ele, se foi. Sinto que posso vencer.

Imerso em seus próprios pensamentos tumultuados, sentiu uma centelha de impulsividade surgir dentro dele. 

A ideia de atacar Castiel por trás tomou forma em sua mente, alimentada por suas emoções e pela complexa teia de conflitos que o cercavam. Ele podia sentir a tentação do elemento surpresa e a possibilidade de ganhar uma vantagem momentânea. Mas…

— Miguel

— Hum!

— Se eu entrar nesse combate. — O olhar de Castiel se voltou em direção a Miguel, um encontro de olhos que parecia transmitir uma série de mensagens não ditas. — Eu explodo você!

— Quê?

As explosões começaram a ganhar vida nas mãos, um espetáculo de energia e poder que iluminava o ambiente ao seu redor. Seu gesto levantando as mãos era uma exibição dominante, um comando que ecoava com autoridade. As explosões pareciam dançar em suas palmas, faíscas ardentes que ecoavam sua presença imponente.

— 🎵Explodo o seu braço e faço ele perecer!🎵 — Enquanto a energia se acumulava em suas mãos, Castiel elevou sua voz, suas palavras ecoando pelo ar tenso e carregado.

Sua declaração era uma promessa e um aviso, carregados de significado e intenção.

A percepção caiu como um peso sobre Miguel, uma revelação que ecoou profundamente em sua consciência. Ele compreendeu o erro que havia cometido, enfrentando alguém de um nível de poder muito superior ao seu próprio. Uma sensação de humildade invadiu sua mente, enquanto ele reconhecia a diferença entre sua autoconfiança anterior e a realidade diante dele.

— Me desculpe. Esse novo poder me deixou confiante demais — falou com uma voz cheia de humildade e reflexão.

Sua postura prostrada refletia seu reconhecimento da situação e sua disposição de aceitar as consequências de suas ações.

— Espero que sim.

Enquanto permanecia prostrado, Miguel permitiu que sua mente vagasse pelos recantos de suas reflexões. Ele começou a contemplar as pessoas que poderiam superar sua própria força e habilidades. 

As imagens das figuras mais poderosas e formidáveis surgiram diante de seus olhos, uma galeria de possíveis adversários que rivalizavam com seu próprio potencial.

Como pude ser tão ingênuo? Além do líder, temos a antiga e o atual comandante, que provavelmente são muito mais poderosos do que eu. Como fui tão tolo, permitindo que o poder subisse à minha cabeça. Como pude acreditar que era o mais forte de todos quando há gênios como Max e verdadeiros monstros como Izumi.

Esses pensamentos eram como um exercício de autodescoberta e análise crítica. Ele reconheceu que o mundo estava cheio de indivíduos excepcionais, cada um com suas próprias capacidades e talentos extraordinários. 

Ele compreendeu que seu próprio caminho de crescimento envolvia o reconhecimento dessas pessoas e a busca por melhorar a si mesmo.

Miguel começou a reformular sua abordagem e sua visão de si mesmo. Ele estava determinado a se tornar um novo ser, alguém que pudesse incorporar a confiança sem cair na armadilha da arrogância. 

Seus pensamentos eram como argila sendo moldada, enquanto ele esculpia uma nova mentalidade, mais equilibrada e consciente.

Ele se viu diante de um processo de autotransformação, uma jornada para desenvolver uma confiança saudável e uma compreensão clara de suas próprias limitações.

Como fui ingênuo. Com um sorriso de satisfação curvando seus lábios, permitiu que seus pensamentos fluíssem. 

Seu sorriso refletia uma sensação de realização, um sinal de que ele estava no caminho certo em sua jornada de autodescoberta e transformação.