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Capítulo 12.1 — Explosão galante!

— Thirk! Cala boca. Você não precisava fazer isso — Ele falou ao sair dos braços de Ui.

— Eu sei, mas quis fazer.

Ela disse aquilo, mas eu sabia que, no fundo, seu pensamento era outro. A forma como correu desesperadamente em direção a Izumi não parecia condizer com alguém que estava consciente disso. No entanto, fiquei surpreso por ela ter avistado Izumi de tão longe; ela deveria possuir uma visão especial.

No entanto, enxergar através das nuvens não era algo que uma pessoa comum pudesse fazer. Além disso, a cor de seus cabelos era idêntica à de Izumi. Seria ela uma mestiça? Eu não tinha base para fazer tal suposição, visto que Izumi era o único mestiço que eu conhecia, mas decidi manter essa informação em mente.

Izumi estava coberto de sangue, mas gradualmente o sangue desaparecia e seus ferimentos começaram a melhorar. Desconhecia essa habilidade, já que nunca o tinha visto ferido antes.

— Uma pena que não morreu.

Idalme se aproximou. Ela provavelmente veio correndo, mas não parecia preocupada. Como de costume, ela estava provocando Izumi.

— Estás falando dos seus peitos?

— Seu! — Com raiva, Idalme respondeu. — Pergunta para o único que teve a chance de os ver nu — Ela falou com um pequeno sorriso, lançando um olhar discreto na minha direção.

— Você quis dizer únicos neerrr? 

— Diga o que quiser, monstro.

— Idalme!

No momento em que falei, Idalme parou abruptamente, e Izumi olhou para mim e, em seguida, para ela, sorrindo.

— É realmente uma vaca. Se o pastor decidir, a vaca obedece.

— Seu filho da puta! — Com raiva, Idalme gritou.

Uma intensa intenção assassina pareceu envolver todo o local, fazendo minha pele formigar intensamente. Provavelmente, todos nós sentimos o mesmo arrepio na espinha. O rosto de Izumi assumiu uma expressão extremamente séria. 

Eu já tinha sentido essa intenção antes, mas dessa vez era diferente. Normalmente, ela era direcionada a um único alvo, mas agora parecia ter se generalizado.

Nesse tenso momento, Izumi começou a sacar suas espadas lentamente, sua expressão demonstrando total concentração. Enquanto isso, Idalme estava paralisada pelo medo, seu rosto denunciando o pavor que sentia. Percebi que, se não tomasse uma atitude imediatamente, ela corria um sério risco de perder a vida. Decidi, então, agir sem hesitar.

— Eu vou te matar!

— Izumi, pare, vamos conversar — Ui disse, aproximando-se dele. Aproveitei a oportunidade para posicionar-me à frente de Idalme, protegendo-a.

— Proteja sua vaca, pastor. Ela vai sugar seu leite em agradecimento, mas isso será no inferno.

— Izumi. Acalme-se. Temos um inimigo para derrotar — falei.

— Sim, Izumi. Vamos deixar isso para depois.

— Calam a boca! Max, Você protege demais essa leiteira. Vejo que já bebeu do leite venenoso. Vocês não têm salvação. Speed I...

— Não!!!— Ui pulou no Izumi.

— Me solte, vadia.

— Não vou soltar.

Fiquei surpreso com a cena. Ui conseguiu agarrar a cintura de Izumi sem encontrar resistência, algo que normalmente seria impossível devido à sua velocidade de reação. No entanto, com Ui, ele não conseguiu reagir eficazmente.

— Eu vou te matar!

— Você não consegue me matar, não é?

— Quê?!

Algo deve ter acontecido entre esses dois no segundo andar para que Ui dissesse isso. Eu não sabia exatamente o que se passou, mas percebi que teríamos que depender de Ui para nos ajudar, caso contrário, todos estaríamos em perigo.

— Não leve em consideração o que a vaca falou. Sua mãe é realmente incrível, e tenho certeza de que seu filho é igualmente notável. Conheço você bem o suficiente para saber que é uma pessoa genuinamente boa. Vamos simplesmente deixar isso de lado, Izumi, e seguir em frente juntos. 

Por alguns momentos, Izumi permaneceu imóvel, como se estivesse em um impasse. Então, de maneira surpreendente, ele abaixou lentamente suas espadas. Gradualmente, a intensa intenção assassina desapareceu, e seu rosto retomou uma expressão mais calma e controlada, como se ele tivesse superado um momento de fúria.

— Ui, me larga. Já entendi.

— Não vou te soltar até eu sentir que estás bem.

— Faça o que quiser — Izumi sorriu levemente enquanto falava.

Eu não estava entendendo. Era este o Izumi que eu conhecia? Agora fazia sentido o que o meu pai disse.

Uma mulher pode mudar um homem.

— Idalme, eu te disse antes. Cuidado com o que falas. Idalme? — Olhei para trás e ela estava inconsciente, de pé.

— Essa vaca mereceu — Izumi falou.

Bati nas suas bochechas algumas vezes.

— Quê! Quê? Onde estou?

— Você Morreu por uns instantes.

— Quê? — olhou ao seu redor e viu Izumi. — Kyaaaaaa! — tombou no chão.

— Lhiahahahahahaha!

— Idalme. Dessa vez tiveste sorte, mas cuidado com a sua língua na próxima vez.

— Quê? Sim. — Ela ainda estava confusa.

Podíamos continuar a conversa, mas não tínhamos tempo para isso.

— Izumi. Sobre o destemido.

— Que foi Max? Não deixarei você roubar a minha presa.

— Então a sua presa está lá no céu?

— Quem sabe.

— Izumi. Deves saber bem que tu não sabes voar.

— E daí. Vou resolver do meu jeito.

— Tenho um plano.

— Dá última vez que ouvi isso. Você matou a minha presa.

— Vamos fazer uma aposta.

— Aposta?

A única maneira de fazer com que Izumi trabalhasse conosco era testar o seu orgulho, e eu estava muito familiarizado com a estratégia a ser usada.

— Vamos criar plano A e B. No plano A, matas o destemido, mas se não conseguires no plano A, usaremos o plano B.

— Thirk! Você sabe mesmo como me irritar, mas eu aceito. Nunca vai ter um plano B.

— Sim Izumi. Vou te ajudar bastante com o plano A — Ui disse empolgada.

— Não precisa.

— Inseto, como sei voar. Vais precisar da ajuda dela — Ziro disse enquanto saía do bolso do calção de Ui.

— Ainda estás aqui, inseto.

— Eu sei que sabias que eu estava aqui.

— Bem. Escutem o meu plano.

O plano era simples. Ziro levaria o Izumi até o destemido e eu ia junto. Com a minha ajuda, executaríamos o plano A, mas se falhar. Eu seria o plano B. Elaborar um plano complexo com várias etapas não seria aceito por Izumi, pois ele tem aversão a seguir ordens.

— Inseto! Eu posso ser veloz, mas carregando alguém muito mais pesado que eu, vou ser uma lesma.

— Entendo.

— Inseto, queres ferrar com o meu plano?

— Não inseto, mas eu não ia ser veloz te carregando.

— Izumi, eu posso te chutar até o destemido e vais lá e o mate — Ui disse empolgada.

— Não seja idiota. Eu não ia nem chegar perto das nuvens.

— Desculpa.

— Tenho uma ideia — Idalme falou nervosa.

— Qual? — perguntei.

— Podíamos usar as minhas flechas como impulso.

— Como assim?

— Estou dizendo que vou com vocês — continuou. — Montaria nas costas do Max, subindo até o topo do Destemido e, em seguida, usaria meu paraquedas para dar suporte aos meus ataques com flecha. — Ela olhou para mim discretamente e deu um sorriso bobo.

— E?

— E o mon… Poderia usar minhas flechas como impulso para atacar — disse com uma voz suave.

Eu estava incerto sobre se ela pretendia melhorar o plano ou se aproveitar da situação, mas eu entendi o que ela queria. Poderíamos usá-la como atacadora à distância. No entanto, o plano original era apenas Izumi e eu, com ele abraçado às minhas costas. Infelizmente, tudo foi arruinado. Eu poderia ter ajustado a ideia de Ziro, mas com Idalme, a situação se tornaria mais complicada, uma vez que ela era notavelmente inteligente.

— Combinado então.