Ryan
E lá estava eu, com meu terno posto e pronto para casar com uma mulher que não conheço. Estava nervoso. Dividido entre duas coisas, a razão e o coração.
Paola, a mulher que mais amo em toda a minha vida, a mulher que me conquistou e que me amarrou nela, era com essa mulher que eu quero me casar.
Ela é a única que realmente quero como minha esposa. Porém, agora, estou subindo ao altar para viver ao lado de uma desconhecida, até que a morte nos separe.
Nem sempre o que queremos, podemos alcançar.
– Ryan, meu filho, já está pronto? – disse meu pai, do outro lado da porta.
– Estou terminando de ajeitar a minha gravata.
Finjo estar enganando nela, pois sabia exatamente que ele iria entrar para verificar se realmente eu estava fazendo aquilo. O que, por sinal, aconteceu da maneira que eu pensei.
– A cerimônia começa em 15 minutos, você precisa ir para o seu lugar no altar. – falou o meu velho, entrando e fechando a porta atrás de si.
– Ok, mas depois disso quero de volta os meus bens. Não se esqueça, senhor Philip Volkov.
– E terá, sabe que honrará os meus acordos.
– Assim espero.
– A única coisa que precisa fazer é pisar naquele altar Ryan, assim que fazer isso automaticamente já terá tudo o que lhe pertence de volta.
– Sim senhor.
Dou uma olhada novamente no espelho e depois vou saindo da minha sala de preparação, seguida de meu pai.
E foi assim que meu plano começou a entrar em ação, só precisava saber quando eu recuperaria tudo novamente.
Pisei o pé no tapete vermelho para ir ao altar e caminhei até o meu lugar, fiquei 5 minutos ali e então vi meu pai confundindo em seu celular.
Peguei o meu aparelho telefônico e vi a notificação do meu mais fiel escudeiro e amigo, Oscar, meus pessoais foram liberados e ele conseguiu pegar meu carro e deixá-lo atrás da igreja que estávamos, o que eu necessariamente fiz era ir até lá.
Para minha sorte, havia uma garrafinha de água ao lado do vaso de decoração. Peguei e comecei a beber como se eu não quisesse nada com nada.
5 minutos para começar o casamento, as pessoas estavam se sentando e agora era a minha deixa.
Desci do altar e meu pai rapidamente veio até mim.
– O que você está fazendo? Você está louco?
– Bebi muita água, estou com a bexiga cheia meu velho. Preciso me aliviar. Não vai seu filho mijando nas calças na frente de todos do conselho, não é mesmo?
– Vá Ryan, você tem dois minutos para voltar.
– Posso deixar.
Arrumei meu terno e fui andando pelo tapete vermelho, em estilo grandíssimo. Rumo ao "banheiro".
Entrei na minha sala de preparação e a primeira coisa que fiz foi trancar a porta e abrir a janela. Estávamos no segundo andar, mas por sorte Oscar havia deixado uma escada bem ali do lado.
Subi na janela e me segurei nela, descendo o mais rápido que consegui.
Assim que pus meus pés no chão, um de nossos homens apareceu, provavelmente deveria estar patrulhando a área caso alguém tentasse atrapalhar a cerimônia.
Me escondi atrás da coluna que havia ali e o esperei passar, quando isso aconteceu, ele dei um mata leão, colocoui a minha mão em sua boca para evitar barulhos e fiquei o apertando até ele ficar inconsciente.
Quando desmaiou, o colocoui em um cantinho e corri até meu carro, onde entrei e no mesmo instante Oscar começou a dirigir.
– Ótimo, você me salva cara.
Ele me estende a mão fechada e eu dou um soquinho nela.
– Casar com aquela garota...meu pai acha mesmo que conseguiria ser feito?
– Você nem ao menos a conhece seu molenga.
– Mesmo assim. O meu interesse só está em Paola, e em mais ninguém.
– Se gosta dela, não tem o que eu possa fazer.
–Bom mesmo.
– E então, onde vamos garanhão?
– No apartamento da Paola, nós dois vamos fugir.
– Sabe que seu pai vai ficar na cola, certo?
– Lógica que sei, mas eu a amo e é a única mulher que quero na minha vida.
– Se você diz.
Paramos de conversar e logo chegamos ao prédio em que ela mora. Desci correndo do carro, o porteiro já me conhecia então, apenas segui.
Meu coração estava acelerado, explodindo de tanta felicidade por ter aquela mulher nos meus braços e sem ninguém para entrar no nosso meio. Seria apenas eu e ela, longe de tudo e de todos.
Nessa hora papai deve estar completamente enfurecido, tentando abrir a porta da sala onde eu me preparo. Mas, o que um homem não faz por amor?
Assim que cheguei à porta do apartamento, peguei as chaves dentro do vaso de plantas, lugar que ela sempre deixa. Abri a porta e entrei, mas logo vi um segundo par de calçados, que por sinal eram masculinos.
Desconfiado, continuei andando, procurando por ela e a visita que estava ali. Aos poucos vou escutando gemidos vindos do quarto.
Acho que previ isso, porém mesmo assim, prefiro ver com meus próprios olhos para provar a traição que ela cometeu.
Iria doer, muito aliás. Só que eu ainda queria provar a mim mesmo que ela não valia um mero tostão.
Entrei no quarto, e lá estava Paola. Estirada na cama enquanto outro estava comendo fervorosamente. Ela, assim que me viu arregalou seus olhos.
– Querido, eu posso te explicar! – disse empurrando o homem que estava ali em cima dela e vindo quase que correndo até mim.