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Um Gato Preto

No primeiro andar da torre o ambiente era vasto e amplo, dando oportunidade para acomodar inúmeros assentos, como mesas, cadeiras e sofás.

O chão parecia ser revestido por um carpete simples, porém belo, na cor vermelha.

Algumas bancadas também se faziam presentes pelo ambiente, muito bem iluminado por sinal, onde se mantinham em prontidão alguns funcionários.

De tempos em tempos se era visto alguns moradores se moverem até elas a procura de auxílio com algum problema ou infortúnio próprio.

Os assentos, em sua maioria, eram utilizados pelos próprios funcionários durantes suas pausas e descansos.

Também se era possível notar um

pequeno grupo se movendo para a mesma direção...

Ao que parecia a primeira vista, um elevador público, utilizado na locomoção pelos andares da torre.

Uma grande plataforma levemente elevada onde se mantinham inúmeros pequenos círculos na parede ao lado, cada um com um número respectivo em seu interior.

Após interagirem com esses botões, uma luz dourada relativamente fraca brilhava e a respectiva pessoa desaparecia repentinamente.

O mesmo processo procediu sem interrupções repetidas vezes até que não sobrasse mais ninguém.

Ao seu lado também havia outra plataforma semelhante, contudo, menor.

Mas diferente da outra, essa parecia ser restrita ao uso público, devido a sua insignificância ao olhos alheios, que persistiam em ignorar sua existência e se restringirem a plataforma maior.

Ao que parece, embora a qualidade das duas fossem idênticas, sua permissão de uso não.

Agaya observou seus arredores atentamente, com uma pitada de curiosidade em seus olhos.

A qualidade de tudo aqui se mantinha em um patamar extremamente elevado, brilhando ao menor relance de luz.

Pela primeira vez em algumas horas ela finalmente voltou a ser afetada ativamente pela temperatura do ambiente.

Anteriormente apenas não era afetada pela baixa temperatura, mas não significa que se sentia particularmente quente, estava mais para como se estivesse isenta de qualquer sentimento, fosse ele quente ou frio.

Mas dessa vez se sentia particularmente quente, como se estivesse aconchegada sobre uma coberta de pelos em um dia naturalmente gelado.

Um sentimento realmente aconchegante e agradável de se sentir na sua opinião.

Também a lembrava de sua terra natal durante as noites de verão...

Então com um último relance ao layout do salão do primeiro andar, acompanhou Mary novamente.

Enquanto caminhavam até o suposto elevador privado, Agaya não privou sua curiosidade ao questionar sua acompanhante:

— Pra que serve este local?

Ao que tudo indica, de acordo com o que observou, se assemelhava a um órgão público, talvez um tipo de governo.

"Uma associação de auxílio aos cidadãos?" Agaya deduziu na medida do possível.

— Esta torre também serve como um 'governo' do Distrito. Esse salão em específico é para sanar e redirecionar problemas ou questionamentos e denúncias dos moradores e residentes daqui!

Sua suposição se fez correta, esta realmente era uma organização semelhante a um governo.

As recepcionistas estavam encarregadas de ajudar os residentes do Distrito na medida do possível, dentro de seus próprios conhecimentos e limites.

Enquanto naquilo que não podiam ajudar, redirecionavam-nos aos andares superiores, onde cada andar cuidava respectivamente de um tema em específico, de maneira mais detalhada.

Em outras palavras, servia como um salão de recepção de uma grande empresa ou comércio.

Agaya também não se impressionou muito ao descobrir a existência de um governo, afinal, a própria Mary citou a existência de uma hierarquia no Distrito anteriormente enquanto comiam.

E em uma hierarquia, um associação/organização de controle e resolução de problemas da população se fazia extremamente necessária, independentemente da cultura ou crença local.

Finalmente chegando ao centro da plataforma, Agaya notou a presença de alguns botões na parede, 76 especificamente.

Um compreensão preliminar surgiu em sua mente da existência de outros 76 andares semelhantes a esse.

Ao que parecia, esse arranha-céu possuía uma altitude exageradamente alta, com cada andar tendo uma grande altura.

De acordo com suas expectativas, esse arranha-céu poderia muito bem facilmente atravessar as nuvens.

Isso a preocupava levemente, devido o ar rarefeito que se fazia presente em altitudes extremamente elevadas.

"A propósito, isso não ocorreu anteriormente mesmo que eu estivesse sobre as nuvens durante o trajeto até aqui"

Uma dúvida de que isso também fosse obra de Mary brotou em seu interior.

A preocupação anteriormente esquecida sobre as capacidades misteriosas de combate de Mary ressurgiram instantemente.

"Capaz de manusear a energia espiritual e suas propriedades de maneira volátil a função de proteger-me do clima, voar em grandes velocidades e altitudes, filtrar o ar rarefeito e um possível histórico em capacidades de assassinato. Embora eu não saiba se isso a faz um indivíduo forte ou não por não ter a quem comparar, imagino que é prudente ter um pouco mais de cautela, afinal, sou apenas uma escrava" Ruminou Agaya discretamente.

Alheia aos pensamentos dela, Mary se moveu lentamente com o intuito de pressionar um dos botões.

Infelizmente não se foi possível determinar a qual andar estariam indo devido a visão limitada de Agaya nesse aspecto detalhado.

No momento a seguir sentiu uma misteriosa energia adentrar seu corpo e torná-lo a deriva, incapaz de raciocinar qualquer coisa durante o processo.

O sentimento foi breve e logo mais sentiu como se sua alma finalmente tivesse retornado a seu corpo ao se ver em outro ambiente.

Mas antes que pudesse repetir o processo de observação de seus arredores, uma violência reação negativa tomou conta de seu corpo.

Sentindo que ia vomitar, rapidamente trouxe sua mão até a boca e passou a observar o teto na tentativa de suprimir a ânsia.

Sua outra mão agarrou bruscamente a roupa de Mary, se apoiando totalmente em seus braços.

Mary moveu sua mão livre até próximo a seu coração e em um veloz movimento, espetou seu corpo em diferentes pontos.

Do ponto de vista de Agaya parecia ter sido espetada por várias agulhas finas, que trouxeram consigo uma dor e desconforto temporário, mas que em seguida alivou sua ânsia e mal estar.

Durante o processo de recuperação, após o movimento de Mary, sentiu um estranho sentimento de perda e notou grandes quantidades de energia espiritual vazarem de seu corpo.

Com a voz fraca e dolorida, se esforçou em demonstrar sua dúvida:

— O-o que foi isso?

— Efeitos colaterais do teletransporte!

Receber uma resposta tão vaga a deixou decepcionada, mas também confirmou que realmente existem efeitos colaterais quando um indivíduo comum entre em contato com a magia.

Também ajudou a formar uma conjectura baseada na premissa que seu corpo anteriormente continha demasiada energia espiritual em seu interior.

Para um indivíduo comum existe uma quantidade padrão de energia espiritual em seu corpo e se excedido essa quantidade, sofrerá um consequente revés.

A magia de teletransporte pertence a categoria de magias superiores, a mais alta categoria onde se deve manusear grandes quantidades de mana para conjura-la.

Uma quantidade muito superior a que um indivíduo comum suportaria transmitir ou receber em seu próprio corpo.

Os efeitos colaterais variam, dependo da distância percorrida pelo teletransporte e a resistência do corpo de cada indivíduo, tal como da mentalidade.

Agaya percorreu uma distância relativamente pequena ao se mover entre os andares da torre e também considerando a resistência anormal de seu corpo pertenecente ao clã dos vampiros, tal como de sua mentalidade já mais amadurecida do que os mesmo de sua idade, o revés que recebeu foi aceitável.

"Ugh... Que merda! Se mesmo eu sofri tanto, como seriam os moradores daqui que precisam passar por isso repetidas vezes? Há alguma maneira de evitar esse revés com o uso repetitivo?" Xingou silenciosamente Agaya se sentindo injustiçada.

Há também, é claro, a ajuda misteriosa que Mary forneceu a Agaya, que ao que parece auxiliou a expelir a energia espiritual excessiva de seu corpo mais rapidamente.

Isso baseando-se desde o começo na premissa de que seu corpo sofreu todo esse revés devido ao contato com uma quantidade de energia espiritual excessiva.

Caso contrário, sua conjectura estará incorreta...

Mary não se preocupou em se explicar, impossibilitando assim Agaya de confirmar sua conjectura.

As duas caminharam lado a lado com Agaya se envolvendo levemente no braço de Mary.

No corredor silencioso ressoava os passos das duas até chegarem em um salão aberto com uma grande árvore Sakura ao centro.

Aos lados subiam duas escadas para um andar superior, ainda dentro do mesmo andar da torre.

Contornando a árvore até a escada, chegando ao andar superior, caminharam por outro corredor idêntico por mais alguns minutos até chegarem a um quarto com as portas abertas.

Mary se prontificou em apresentar o recinto de maneira relaxada.

— Este será seu quarto durante sua estádia aqui, espero que esteja de acordo com seu gosto...!

Agaya observou descontraídamente o interior do quarto. Uma mistura de um quarto com uma sala, com sacada e banheiro, tal como um closet. Tudo devidamente limpo e organizado.

— Modifique-o como desejar!

Agaya que nunca saiu de casa se impressinou facilmente com tudo que viu na última semana e naturalmente não possui queixas sobre o tratamento que recebeu.

Na verdade, era um tratamento demasiadamente gentil para com uma escrava que não possuía direitos e se encontrava abaixo até mesmo dos mendigos em status social.

Essa questão atormentou-a repetidamente nos últimos dias, mas não teve coragem de perguntar com medo de que não deve-se.

Pelo pouco que conhecia, os nobres e ricos sempre possuíram hobbys estranhos, então essa poderia ser apenas uma preferência dessa mulher. Fornecer um resquício de esperança e logo depois destruí-lo.

Mesmo assim se sentiu no direito de questiona-la, apesar do medo, porque era sua vida que estava em jogo.

— Qual o motivo do tratamento tão gentil comigo, Lady Mary?

Sua voz levemente trêmula misturada aos pequenos resquícios de coragem interior a fez parecer adorável.

Sua 'dona' franziu o cenho em descontentamento, fazendo Agaya se arrepender de ter perguntado.

"Ugh, eu e minha boca grande" Criticou a si mesmo interiormente.

— Parece que houve um pequeno mal-entendido aqui... Não é minha escrava, mas sim convidada!

— Sempre esteve livre para ir, comprá-la foi apenas um capricho da minha parte, a estádia que ofereço também é apenas temporária.

As palavras alcançaram tardiamente Agaya, deixando-a atordoada.

Um capricho no valor de 1 milhão de moedas? Quão rico alguém tem que ser para tomar tal ação?

Agaya obviamente desacreditou totalmente nas palavras da mulher, imaginando que ela não desejava dizer a verdade.

"Tch, poderia ao menos ter se esforçado na mentira" Pingarreou silenciosamente.

— Eu vejo, agradeço pela hospedagem!

Mary se despediu modestamente e se retirou pelos inúmeros corredores.

Agaya entrou no quarto e caminhou até a cama, checando sua qualidade com alguns toques leves de sua mão.

Após se sentar, suspirou pesadamente ao relembrar de sua situação deplorável.

Saindo de uma prisão para outra. Ao menos está parecia ser mais confortável.

Deixando seu corpo pender para trás, se deitou na cama e teve sua visão invertida.

Olhando para a janela a sua frente, ou melhor, as suas costas... Um gato preto se lambia tranquilamente!

Seus olhos lilas fitaram Agaya arrogantemente e em seguida passaram da borda da janela para o chão.

Descendo calmamente, miou ressentidamente...

— Miau~!

Caminhando em direção a porta ele novamente observou Agaya que agora havia se indireitado para observá-lo de volta e ignorando seu olhar curioso, foi embora.

Agaya achou deveras curioso a existência de um gato nesse local deserto e impressionante alto, então decididamente decidiu segui-lo.

Os corredores poderiam ser considerados idênticos caso não fossem as decorações únicas que cada um continha.

Após muito andar chegaram a uma salão enorme onde algumas pessoas iam e vinham apressadamente.

Agaya se sentiu estranha sem motivo aparente apenas por ter encontrado outras pesssoas.

Isso parecia particularmente problemático, como poderia explicar sua presença ou mesmo identidade?

"Olá~ Eu sou Agaya Miyagi, a mais nova escrava de Lady Mary! Seja quem ela for"

Antes que pudesse reagir, ao recuar dois passos se chocou com algo em suas costas.

Um homem impressionantemente alto, ainda mais do que a própria Mary, olhou-a atentamente.

Seus cabelos e olhos pretos lhe davam uma aparência relativamente opressora, somando ao par de olheiras sob os olhos e a falta de expressividada, ele seria um perfeito exemplo de um zumbi.

Não que Agaya conseguisse determinar a cor de seus cabelos e olhos...

— Porque estás parada? Vá trabalhar!

Consequentemente, seja quem ele for, parecia ter a confundido com uma servente ou funcionária daqui!

— Mova as mesas para aquele local igual as outras!

Apontando na direção de um grupo de serventes que moviam em grupos algumas mesas, passou por Agaya de maneira a ignorá-la rudemente.

Agaya olhou incredulamente para suas costas, chocada com a falta de sequer uma oportunidade para se apresentar!

Ao menos isso deve temporariamente elevar seus status de escrava para servente... Uma servente ao menos possuí direitos, certo?

Se aproximando das mesas, agarrou firmemente uma delas enquanto acompanhava os outros grupos.

Que por sinal, olhavam chocadamente em sua direção, provavelmente devido a sua grande força que a permitia carregar uma mesa sozinha.

Várias mesas foram espalhadas pelo salão com o intuito de realizar um banquete.

Outras empregadas vinham e enfeitavam detalhadamente as mesas, preparavam os talheres, os pratos e algumas outras coisas.

Não muito depois outros funcionários vieram e espalharam diferentes especiarias sobre as diversas mesas.

Agaya durante todo o processo esteve auxiliando aqui e ali, pouco a pouco se misturando e se tornando uma eficiente funcionária.

O mesmo homem de antes a observava sem expressão já á algum tempo e sem que ela percebesse sinalizou para outro  servente abordá-la.

— Poderia me acompanhar? Por favor!

Agaya olhou-o atentamente, parecia uma pessoa comum, nada realmente marcante nele, nenhum aspecto ou característica que o fizesse único.

Embora não soubesse o motivo por trás de seu chamado, determinou que ele não representava nenhum perigo, então se dispôs a cooperar.

O mesmo a levou até a mesma sala anterior em que lhe foi designada a residir e permaneceu ao lado de fora hesitantemente.

Duas empregadas já esperavam pacientemente por ela em seu inteiror, onde uma delas se apresentou modestamente.

— Fui designada a ajudá-la a se preparar para o banquete!

"Banquete? Porque minha presença seria bem-vinda em um?"

Antes que pudesse expressar sua opinião, as duas a moveram para a banheira enquanto limpavam-na em silêncio.

Um vestido azul celeste acompanhado de alguns pares de joias de cor semelhante já jaziam ao lado de fora do banheiro por Agaya.

Agaya decidiu permanecer quieta, não é como se meras empregadas pudessem saber de muita coisa!

De qualquer maneira ela descobriria em breve...

Enquanto terminava de vestir as joias que acompanhavam o vestido, o mesmo miado resignado soou em seus ouvidos.

— Miaaau~!

Olhando da direção do miado se era possível ver um gato sentado sobre a cabeça de um homem que esperava pacientemente do lado de fora do quarto.

Coincidentemente, o mesmo homem que parecia um zumbi ambulante, ele que não parecia se importar com a existência do gato, sustentou seu olhar.

Terminando completamente de se vestir, se moveu para o lado do homem e perguntou:

— Não lhe incomoda?

O homem olhou silenciosamente para o gato sobre sua cabeça e depois se voltou novamente para Agaya.

— Sim!

Como se sentisse ofendido com sua sinceridade o gato foi rápido em descontar seu descontentamento com um tapa em sua cabeça.

O homem apenas fechou os olhos resignadamente e logo mais suspirou!

Agaya se esforçou para conter o riso, porém, ela parecia ser a única, já que os outros pareciam alheios a essa cena cômica...

O homem continuou indiferente a suas reações, usando a oportunidade para se apresentar:

— Sou Hysimar Pierotti, o braço direito de Vossa Graça, o Arquiduque! A seu pedido estarei levando-a até salão de banquetes.

Pierotti era um sobrenome famoso no Império por sua resistência à corrupção política...

Hysimar Pierotti em especial possuía alguns rumores na alta sociedade um pouco contraditórios, mas é claro, Agaya estava alheia a tudo isso, permanecendo levemente surpresa apenas pelo fato de que ele fosse o braço direito de Mary.

Mary parecia ser alguém importante, então naturalmente seu braço direito também seria alguém importante!

Ele sim seria alguém que poderia saber de algo...

— Esse banquete... Qual seu objetivo?

— Uma confraternização!

Confraternização tem como objetivo realizar uma festa com colaboradores, investidores e acionistas dentro de uma organização para comemorarem alguma recém conquista positiva.

Seguindo esse princípio, não faria o menor sentido Agaya estar presente neste banquete, mas o que ela poderia dizer, ela é uma escrava afinal. A lógica por trás de suas ações não lhe diz respeito.

Por outro lado, Mary poderia querer usar esta oportunidade para apresentá-la aos seus conhecidos? Mas ex a questão, porque? Mesmo se considerarmos a raridade de ser uma mestiça, seu valor atual deixa a desejar...

E dúvida que ela poderia apresentar detalhadamente sobre seu enorme talento na magia, já que isso apenas atrairia atenção indesejada.

Sem muito a dizer e ainda menos a fazer, decidiu astutamente que poderia usar este banquete como oportunidade para conhecer um pouco outras cadeias de poder do continente.

Essa seria uma rara chance para isso, já que ao que parece estará presa nesta ilha por um bom tempo!

Enquanto ponderava seriamente sobre o assunto, se chocou com as costas largas de Hysimar que havia parado de caminhar sem que percebesse.

"Ugh, até parece que me choquei com uma rocha" resmungou ressentidamente para si mesma.

Esse também é um dos fatores curiosos, que apesar de sua forte constituição derivada dos vampiros, recentemente vem encontrando diversos indivíduos fisicamente mais aptos que ela!

— Estamos aqui!

Sem tempo pra se preparar, as portas se abriram, transformando o silêncio anterior em um ruído insuportável.

Sons de risada e conversas se espalharam pelo corredor, quebrando totalmente a barreira acústica aprova de som.

Agaya demorou a normalizar sua expressão angustiada, seus tímpanos pareciam latejar até finalmente se acostumarem levemente com o ambiente.

Quando se deu por si, Hysimar já havia se retirado juntamente com o gato a deixando completamente sozinha.

Um dos servos na porta disse tão baixo quanto um sussurro:

— Vossa Alteza lhe aguarda na mesa central!

Agaya respirou fundo e adentrou o salão com passos leves e rápidos a procura de Mary.

Por mais incrível que pareça não foi difícil encontrá-la, primeiramente porque estava sentada em uma mesa claramente maior do que as outras.

E segundamente porque mesmo em meio a tantos indivíduos provavelmente bastante influentes, parecia se destacar naturalmente não só por sua beleza, mas por sua aura natural que a rodeava.

Mary também a notou em seguida, convidado-a a sentar na cadeira coincidentemente livre ao seu lado.

Sem saber porque se sentiu extremamente desconfortável quando se aproximou do assento.

Mary intencionalmente cruzou com o olhar de todos e sorriu silenciosamente e sem que Agaya notasse qualquer anormalia nos convidados, a sensação anterior de desconforto desapareceu repentinamente.

Aliviada com isso, se sentiu inevitavelmente mais relaxada, deixando sua visão divagar pelo salão, gravando o rosto dos convidados em busca de algum conhecido.