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Terras Esquecidas de San Valentim

Em um dos complexos mais distantes no Palácio Imperial...

No laboratório alquímico imperial alguns alquimistas se esforçavam repetidas vezes para desvendar o mistério por trás da amostra de sangue entregue por Mary.

Que mesmo após repetidas pesquisas e debates de diferentes pontos de vistas, não conseguiram avançar em muita coisa.

Estagnados na estaca zero, seus ânimos pela pesquisa naturalmente decaíram grandemente, atingindo um patamar de falha absoluta pela primeira vez durante suas vidas.

Em uma terceira reunião organizada pelo líder dos alquimistas imperiais, se era possível notar o desânimo e fracasso em suas expressões.

— Tch, já estamos à 8 dias nisso, até mesmo deixamos de lado as outras pesquisas"

— Não estamos progredindo nem um pouco, parece que quando respondemos uma pergunta, várias outras surgem em seguida!

— Isso sequer é mesmo veneno? Os princípios de origem disto são muito distintos para que seja um.

O líder dos alquimistas imperiais se mantinha focado no relatório em suas mãos que continha todas as informações relevantes que conseguiram.

Conseguiram, felizmente, descobrir através dos princípios básicos de origem contido neste sangue que realmente possuía alguma substância contaminosa nele, mas infelizmente não chegaram a confirmar se realmente era veneno.

Essa substância parecia se alimentar continuamente da energia vital restante no sangue nos últimos dias e exalar uma propriedade Yin extrema.

O chefe alquimista imperial até chegou a pensar na possibilidade de ser energia morta, mas logo em seguida descartou a possibilidade devido as incapacidades de manipulação dessa energia na sociedade mágica atual.

Mesmo assim parecia se assemelhar muito a energia morta, ao mesmo tempo que seus fundamentos básicos se distinguiam dela.

Resumindo, algo muito confuso do qual possuíam poucas informações para trabalhar em cima.

Após todos os alquimistas se expressarem indefinidamente, o homem se pôs a falar:

— Compreendo a frustação de todos, mas essa foi uma ordem direta do Imperador, também temos que dobrar os esforços para podermos retomarmos as outras pesquisas principais o quanto antes.

O homem se voltou a olhar para as duas mulheres ao seu lado e ordenou:

— Lembro que estavam encarregas de uma pesquisa sobre a dissociação da energia espiritual em ambientes de alta concentração... Retomem-na e procurem se informar de alguma transição contaminosa ou prejudicial a usuários de aura em especifico!

As mulheres acenaram em consentimento e sua atenção se voltou para o outro lado.

— Vocês 3 devem buscar por informações da antiga era sobre possíveis energias desconhecidas ou por alterações na base fundamental da energia vital, se necessário, cooperem com as duas em sua pesquisa!

Os mesmos consentiram e dessa vez sua atenção se voltou para 2 dos últimos 3 membros de alquimistas imperiais.

— Vocês devem continuar diligentemente na pesquisa, enquanto se informam continuamente dos avanços relevantes dos outros respectivos grupos... Eu irei em busca de uma nova perspectiva sobre o tema, acompanhado de Ezekiel.

Sinalizando para Ezekiel ao seu lado, o vice-líder dos alquimistas imperiais, dispensou os outros.

Após se levantar, caminhou até a saída acompanhado de Ezekiel as suas costas e comentou:

— Marquei uma reunião com o runólogo de Jiang para debater um segundo ponto de vista vindo de um especialista em runas e montagens de formações, venha comigo!

— Sim, senhor!

Ezekiel aceitou pacificamente e caminhou ao seu lado até a carruagem que os esperava ao lado de fora.

Se acomodando no assento da carruagem, o chefe alquimista ponderou em voz alta:

— Acredito que a uma possibilidade disso não ser um veneno e sim uma formação mágica líquida disfarçada de tal.

Ezekiel em seguida comentou sua dúvida enquanto observava o exterior da carruagem em movimento.

— Então imagina ter sido proposital este possível disfarce para que a demanda dessa pesquisa viesse para nós e não para os runólogos como forma de atrasar nosso avanços?

— Correto, porém, também suspeito da hipótese de uma possível combinação dos esforços de alquimistas e runólogos para a criação dessa substância corrompida.

Ezekiel passou a esfregar os olhos em sinal de exaustão mental, para expressar sua opinião em seguida.

— Acredito que deveríamos consultar também um botânico especializado em plantas exóticas com propriedades Yin.

— Ainda teima em acreditar ser um fator causado pela energia da morte?

O chefe alquimista demonstrou abertamente seu desgosto em relação a teimosia de Ezekiel, mas que porém, foi recebido com uma resposta calma e inexpressiva.

— Seria um erro não levarmos em conta a possibilidade apenas pela nossa falta de conhecimento sobre o manuseio da energia da morte, mas ainda assim tenho um pressentimento de que deveríamos focar nas propriedades Yin extremas demonstradas pela substância MB-012 nos últimos dias.

Substância da qual nomeada desta maneira devido às iniciais do termo 'Substância Desconhecida' no antigo dialeto, seguido pelo número de descobrimento, sendo a décima segunda substância que ainda se mantém desconhecida a sociedade mágica.

O chefe alquimista pareceu levar em conta a opinião de Ezekiel ao reconsiderar seus planos.

— Então façamos dessa maneira, deixo contigo está parte!

Em seguida ele bateu de leve na carruagem e comunicou o chocheiro da alteração de percurso.

— Faça uma pausa no distrito comercial da zona externa!

Não houve uma resposta do cocheiro, mas se foi perceptível uma leve alteração na direção da qual seguiam.

Enquanto isso Ezequiel continuou debatendo com o chefe alquimista sobre a substância MB-012.

— Poderia haver uma mutação de algum outro veneno envolvido? Perguntou Ezekiel.

— Não, tratei de confirmar isso pessoalmente, mas ainda assim notei a presença substancial de alguns outros elementos.

— Combinações de elementos específicos poderiam realmente gerar uma substância contaminosa, mas parece ser algo mais específico!

Há uma diferença fundamental entre os termos semelhantes, corromper e consumir, que muitas vezes são tratados como a mesma coisa ao se descrever uma substância contaminosa.

Quando se consumi algo, está absorvendo aquilo e fortalecendo a si mesmo, dessa maneira fortalecendo cada vez mais seus domínios.

Enquanto já o corrompimento se trata de aumentar seus próprios domínios em vez de fortalece-los.

Sendo os dois considerados tipos de substâncias contaminosas...

MB-012 em específico, a primeira vista, parecia uma substância contaminosa do tipo que consumia ativamente a energia vital, mas após algumas pesquisas se foi possível notar que seus domínios pareciam se expandir pouco a pouco, dando a entender que na verdade era uma substância contaminosa do tipo que corrompia.

Ezequiel pensava em consultar um botânico com a finalidade de encontrar uma planta que pudesse gerar propriedades Yin, para confirmar a impossibilidade de ser apenas uma mistura de outros fatores a existência da propriedade Yin extrema exalada de MB-012.

Enquanto o chefe alquimista imperial cogitava a possibilidade de haver a existência de uma matriz de uma formação mágica com a funcionalidade de corromper ativamente a energia vital.

Se essas duas hipóteses no final se provassem como negativas, poderia se dizer que realmente está fosse uma substância criada através da alquimia com indícios de influência da energia da morte nela.

Embora a pesquisa sobre dissociação da energia espiritual em regiões de grande concentração poderia muito bem contrariar essa fato dependendo de seus resultados.

Afinal, poderia ser a própria energia vital passando por uma dissociação, que em outras palavras, seria uma perda de sua identidade e fundamentos básicos, levando-a a se tornar uma substância que corrompe a aura.

Nisso também já se engloba a possibilidade vinda do estudo das informações do passado sobre outras maneiras de se alterar os fundamentos básicos da energia vital.

Como também existe a chance de haver uma influência vinda de uma energia desconhecida que não possuísse ligações com a aura, mas que ao mesmo tempo fosse prejudicial a ela, corrompendo-a.

O escopo de pesquisa embora enorme atualmente, diminuiria drasticamente após o resultado de todas essas informações juntas.

O único problema é que a pesquisa sobre a dissociação da energia espiritual em regiões de grande concentração se fez cheia de obstáculos devido a baixa variedade de regiões desse tipo.

Os avanços nelas já eram poucos desde muito atrás e agora a demanda exagerada por resultados em um curto período de tempo poderia prejudicar ainda mais seus avanços.

— Diria que nossas chances de conseguir resultados relevantes para a pesquisa em um curto período de tempo são baixíssimas, infelizmente! Comentou Ezequiel de maneira realista a atual realidade deles.

Enquanto o chefe alquimista teve que concordar a contragosto.

A carruagem finalmente parou de se mover e se fez possível ouvir os vários indícios de movimento elevado do lado exterior.

O cocheiro se moveu até a porta e abriu-a calmamente e Ezequiel se moveu para fora enquanto lembrava o outro homem.

— Lembre-se de nunca deixar de duvidar sobre o que se faz absoluto, Biergan... De tudo que sabemos hoje, nada é absoluto.

Com este último aviso a Biergan, o chefe alquimista imperial, Ezequiel observou a partida da carruagem em silêncio.

Seus arredores eram muito bem movimentados pela sua maioria por plebeus, o que dificultou seu deslocamento até seu objetivo.

***

Após 1 semana ter se passado Agaya finalmente se recuperou ao ponto de poderem retornar ao território de Mary.

Por sorte resultou em ser um bom dia, ensolarado com o céu limpo e bons ventos, mas um pouco desnecessariamente quente.

Mary se moveu pela mansão até o jardim parecendo de mau-humor.

Durante o trajeto acabou resmungando para si mesmo:

— Malditas divindades que adoram apenas o sol, o que há de tão errado com a chuva?

Mary com já dito anteriormente acreditava sim na existência de seres superiores aos desse mundo, mas achava um exagero tratá-los como deuses onipotentes.

Um dos motivos é pela imensa diversidade de religiões espalhadas pelo continente como o Budismo, Taoísmo, Xintoísmo e até mesmo o Hinduísmo.

Contudo, obviamente, a mais famosa é a religião transmitida pela 'Kyokai', igreja no antigo dialeto.

A Kyokai representa um dos três grandes pilares do Império da Grã-Bretannia, transmitindo uma ideologia religiosa de um Deus único e onipotente existente em um plano superior denominado Celestia ou apenas Céu.

O cristianismo dominava o mundo religioso e espiritual já a muitos séculos e seguia-se firme até hoje com o apoio de Vossa Santidade, o Santo Papa.

E uma das coisas da qual era retratada constantemente nessas religiões era a importância e veneração pelo sol, principalmente no budismo.

Mary por outro lado era uma fanática pela chuva e o nevoeiro, um completo oposto do sol, como se pode perceber.

Por sorte em seu território essas mesmas características eram as predominantemente.

Finalmente chegando ao jardim se encontrou com uma Agaya se abanando com as mãos.

Mary se aproximou lentamente e perguntou:

— Estás com calor?

Agaya se virou para observar incredulamente Mary que se aproximava dela.

Vestindo um cacharréu preto com uma camisa de gola e botões branca e um sobretudo de pelos pretos sobre os ombros, Mary parecia que iria derreter no sol a qualquer momento.

Com a voz trêmula Agaya perguntou incrédula:

— Imagino ser eu quem deveria estar perguntando!

Mary sorriu enquanto balançava a mão em sinal negativo.

— Não há necessidade, mas obrigado!

Agaya ainda assim se manteve cética e resmungou duvidosamente:

— Ainda me questiono de como os nobres suportam o calor apesar da extravagância de roupas quentes que vestem.

Embora em voz baixa, com os sentidos hipersensíveis de Mary se fez possível ouvir.

Apontando o dedo para Agaya, Mary comentou:

— Boa pergunta... A algumas gerações no passado eu também já admirei essa compostura deles de se manterem inexpressivos apesar do sol escaldante.

— Apenas no passado?

Mary sorriu de maneira hilária...

— E porque deveria atualmente? Diferente do passado, atualmente a magia já está enraizada na sociedade, sendo possível até mesmo para a classe média-baixa adquirir um artefato de resfriamento corporal.

Sempre quando se tocava no assunto de magia a expressão de Agaya se iluminava e dessa vez não foi diferente.

— Então Lady Mary possuí este artefato?

Mary bocejou preguiçosamente ao dizer:

— Aham, porém, não há utilidade para mim pois a minha temperatura corporal já é naturalmente baixa e mesmo que não fosse, poderia eu mesmo conjurar uma magia de resfriamento.

Agaya compreendeu rapidamente o que Mary quis dizer ao se lembrar de quando entrou em contato anteriormente com a pele gélida dela a alguns dias.

— Enfim, temos três maneiras de fazer essa viagem, indo da mais duradoura a menos duradoura, qual vai querer?

— Deixe-me ouvi-las primeiramente, por favor! Respondeu Agaya curiosamente.

— Claro... A primeira envolve um artefato mágico de teletransporte, mas não o recomendo para o seu caso já que pode trazer sequelas permanentes caso o usuário não seja forte o bastante.

Mary passou a olhar para o céu e apontando diretamente para as nuvens comentou:

— A segunda seria voarmos até lá, também a que mais recomendo já que poderia alterar a velocidade de voou dependendo de seu estado físico e mental, garantido que não passasse mal!

Agaya já parecia ter descartado totalmente a primeira opção por não lhe dar nenhuma chance nem de conhecer o caminho até o território de Mary e muito menos de fugir.

A segunda embora relativamente semelhante as condições da primeira, envolvia voar, algo do qual Agaya sempre sonhou em poder fazer.

Mas resolveu esperar pela terceira opção que possivelmente seria a viagem mais duradoura, uma viagem de...

— E a terceira é uma viagem de carruagem, a que menos recomendo devido a ser realmente longa e diversa, podendo piorar sua situação através dos diferentes climas e características dos diferentes ambientes por qual passaremos!

— Escolho a segunda!

Agaya apesar de ter descartado a primeira opção pelos mesmos motivos negativos apresentados na segunda, se manteve firme nessa escolha não apenas por seu desejo de voar, isso poderia esperar até que ela mesmo amadurecesse e possuísse asas, mas também por preocupação a sua própria saúde.

Ela chegou a cogitar a possibilidade de Mary ter mentido para ela sobre suas recomendações apenas para que escolhesse a segunda, mas ainda assim suas preocupações eram bem fundamentadas.

Não haveria sentido em conseguir fugir se não possuísse nenhum plano, ou pior ainda, se acabasse em uma situação onde sua própria saúde estivesse precária.

Então decidiu adiar um pouco mais seus planos de fuga até que pudesse realmente se estabelecer em algum local após sua fuga sem que prejudicasse sua saúde.

— Pois bem, vou garantir que essa seja a viagem mais divertida da sua vida!

Então sem aviso prévio em seguida um ruído soou nos ouvidos de Agaya a fazendo presenciar uma cena magnífica até mesmo através de sua 'visão especial'.

Um par de asas surgiu derrepente nas costas de Mary cobrindo temporariamente alguns raios solares que caiam em Agaya.

Suas asas eram de pura penugem, semelhante a retirar as penas de um pássaro e junta-las uma sobre as outras até que formassem um estrutura sólida.

Sua penugem inteiramente negra, tão escura quanto ou até mais que a escuridão da noite, poderia se imaginar estar se afundando em um abismo infinito ao observá-la por muito tempo.

Na visão de Agaya suas asas também eram pretas e até mesmo as penas que caiam tristemente até o chão ao se desprenderem do resto da asa.

Mary se aproximou derrepente durante o transe de Agaya e a agarrou pela cintura, juntando seus corpos.

Tocando levemente sua orelha com seus lábios, Mary sussurrou para Agaya.

— Não se preocupe, estar comigo é estar com Deus, hahahaha!

Agaya apenas teve tempo de corar e antes que pudesse ter chance de responder, sentiu seu corpo perder as forças.

Com um único impulso nas pernas, um único salto, já alcançaram altitudes extremamente elevadas.

Se o assassino que os visitou a alguns dias pudesse voltar a vida e presenciar está cena, o orgulho que tinha sobre sua própria força física e controle de energia espiritual possibilitando alcançar uma altitude de 4 andares com um único pulo desapareceria instantaneamente.

Mary apenas com força física, sem auxílio de nenhuma força externa, atingiu um patamar que dobrou o alcançado por aquele assassino.

E em poucos segundo já ultrapassaram as nuvens e se depararam com uma paisagem completamente diferente e pacífica.

O céu rosado que se moldava calmamente no horizonte era lindo de se presenciar e até mesmo as nuvens tanto abaixo como acima delas.

Agaya por outro lado, infelizmente não conseguiu presenciar o espetáculo dessa cena ao seu todo devido a sua maneira única de enxergar o mundo.

Mas mesmo assim, de uma maneira impossível de explicar com palavras, aproveitou a sua maneira.

Mary observou de maneira hilária como a garota esqueceu de temer o desconhecido apesar de sua idade jovem.

— Irei aumentar um pouco a velocidade, tudo bem por você?

— Sim! Respondeu animadamente Agaya.

A viagem durou por mais algumas horas, atingindo quase 7 horas completas, porém Agaya não adormeceu nem adoeceu durante esse período.

Muito pelo contrário, sua animação só aumentou exponencialmente apesar da paisagem que se desenrolava ser quase a mesma que a do começo da viagem.

Mary que se mantinha com os olhos fechados enquanto descansava na medida do possível, finalmente retornou a observar seus arredores.

"Hm... Estamos quase lá" Pensou Mary.

Quase não conseguiu segurar o riso ao presenciar uma Agaya em êxtase apesar das várias horas que se passaram.

Mary até mesmo chegou a pensar consigo mesmo se era assim mesmo que uma pessoa normal que nunca voou reagiria pela primeira vez.

— Pequena, vejo que está se divertindo!

Agaya reagiu lentamente devido ao extremo silêncio do qual se fez a viagem toda, já que Mary em momento algum tomou a iniciativa de falar com ela e ela mesmo esteve ocupada demais aproveitando a vista.

— Oh, mas é claro! Está realmente é uma experiência única da qual irei guardar por toda vida!

— Ótimo, agora deixe-me torná-la ainda mais marcante, farei você se lembrar dela por toda a eternidade.

Agaya sentiu os arredores escurecem levemente e questionou Mary:

— Já chegamos?

— Estamos quase lá... Recomendo fortemente que segure firme a partir de agora, as coisas começaram a ficar um pouco mais agitadas!

Agaya não conseguiu entender completamente o que Mary abordou como agitadas, mas mesmo assim seguiu seu conselho e se agarrou mais firmemente em Mary.

Este foi mais um aviso figurativo do que realmente necessário, até porque Mary também tratou de agarrar Agaya mais firmemente, seria inaceitável deixá-la escapar nem que seja por um único segundo.

Derrepente a pressão das correntes de vento se elevaram exponencialmente e suas altitudes começaram a cair rapidamente.

Qualquer outra pessoa imaginaria que estariam em queda livre devido a algum 'problema técnico', por assim dizer, mas Agaya apenas confiou em Mary e se manteve com os olhos abertos atentamente.

Se esse realmente fosse seu último momento de vida, queria poder presencia-lo.

Um estrondo ensurdecedor atravessou seus tímpanos, a pegando desprevenida.

Várias partículas minúsculas de energia espiritual cruzavam seu campo de visão e logo mais o deixavam.

Agora elas estavam abaixo do nível das nuvens novamente, influenciados pelas temperatura e ambiente local.

— Onde estamos?

Perguntou Agaya preocupadamente devido a estranha visão que se desenrolava a sua frente e os estrondos contínuos.

A resposta retornou em forma de um grito alto, mas que porém foi abafado pelo ruídos e estrondos do ambiente, chegando até Agaya um pouco baixa demais, mas ainda entendível.

—;Em alto mar, mais especificamente no olho de uma tempestade, hahahaha!

A voz de Agaya também era quase inaudível, contudo Mary ainda conseguiu compreender utilizando ao extremo seus sentidos.

— Que?! Agaya exclamou chocadamente.

A risada de Mary era relativamente distinguível para Agaya, mas dificilmente calmante nessa situação.

— Vamos lá, apenas aproveite!

Mas mesmo nessa situação Mary foi atenciosa o suficiente para tentar tranquilizar Agaya.

Algo que felizmente parece ter funcionado...

A mesma dobrou suas asas em volta delas e permitiu que caíssem em queda livre em direção as águas do mar.

No entanto, um pouco antes de tocarem a água, Mary inverteu parcialmente a gravidade e a distribuição de peso delas no ar, ficando de costa para o mar, com as asas quase tocando as águas.

Mary aproveitou para estender uma de suas mãos e tocar a água, ação da qual seria extremamente prejudicial para um humano comum ao se considerar a velocidade da qual estavam, causando uma grande resistência da água na pele durante o contato, como também a temperatura não só do ambiente, como da água e por fim a estabilidade de voou delas.

Durante esse trajeto, a partir do momento que Agaya começou a aproveitar um pouco mais despreocupadamente o clima adverso, notou curiosamente que apesar da intensa tempestade, não sentiu em momento algum nenhuma gota d'água tocá-la.

A velocidade de Mary também aumentou relativamente, fazendo-os enxergar uma ilha no horizonte logo a frente apesar da tempestade que se desenrolava acima delas.

Terra firme da qual não demorou muito para alcançarem.

Mary diminuiu a velocidade em sinal de que chegaram e calmamente pousou em terra firme.

As coisas se acalmaram um pouco após saírem do olho da tempestade, embora ainda estivesse chovendo.

Agaya se sentiu meio zonza após finalmente poder exercer alguma força em seu próprio corpo depois de várias horas voando.

Mary a auxiliou pacientemente como sempre com o braço arcado em forma de V e na outra mão surgiu um guarda-chuva muito semelhante a sua bainha em detalhes.

Totalmente preto com várias flores Higanbanas espalhadas nele.

Mary observou Agaya que atentamente observava seus arredores e a apresentou a seu território.

— Bem-vinda as terras esquecidas de San Valentim, o local mais distante possível a se alcançar do continente.

— Eh? U-uma ilha?

Agaya que descobriu tardiamente que o território de Mary se localizava em uma ilha, notou sua má sorte agindo contra ela novamente.

"Como é que vou fugir estando em uma ilha?" Se perguntou desesperadamente Agaya.

Alheio ou não as preocupações de Agaya, Mary terminou sua simples introdução ao seu território com o seguinte lembrete.

— Seja Deus ou Demônio, Buda ou Shiva e até mesmo Lao Tzu, qualquer um deles terão que seguir minhas regras ao pisarem nessas terras... Então não se preocupe, estará segura aqui!

Se o conteúdo dessa frase fosse realmente verídico, seria quase impossível para Agaya fugir com sucesso daqui.

"Isso não me tranquiliza nem um pouco... Meu santo deus, onde é que eu fui me meter???" Pensou Agaya prestes a desmaiar de choque.

— Seja Deus ou Demônio, Buda ou Shiva e até mesmo Lao Tzu, qualquer um deles terão que seguir minhas regras ao pisarem nessas terras... Então não se preocupe, estará segura aqui.

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