Mundo Estranho

"Aqui está."

"Volte sempre," eu sorri para ele, não contei o dinheiro que foi dado, já que ele é um cliente frequente e eu confiava nele.

Ele parou e virou olhando para mim. Vi ele sorrindo e disse:

"Voltarei." Ele sorriu para mim e saiu. Eu não disse nada e apenas observei ele saindo. Como ele geralmente é o último que vem, fui mudar a placa para fechado e limpar a cama que ficava suja. Troco os lençóis toda vez que termino com um cliente. Como sou a única, faço a limpeza quando termina meu horário.

Escolhi essa profissão porque quis. Eu era inteligente, já tinha decidido o que queria, mas depois de ter feito aquilo, acabei mudando o que eu queria.

Logo que fechei a loja, saí. Termina na madrugada, então quando saio está vazio. Enquanto caminhava, escutei a voz de um homem.

"Blah, fracote." Encontrei dois homens brigando. Eu queria pará-los, mas os dois que estavam brigando chegaram cada vez mais perto de onde eu estava, e eu disse:

"Por favor, se acalmem."

"Quem é você, vadia?" Rapidamente, vi algo vindo em mim. Não pude ver direito, e a única coisa que vi depois foi escuridão e apenas escutei uma voz que logo sumiu.

"Merda, e agora?" Depois de escutar isso, nenhuma voz veio, e pensei:

"Morri?"

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Encontrando-se em uma sala desconhecida, Yukina sentou no sofá que estava. Ela olhou ao redor e não conseguia se lembrar de que lugar era esse. Sentiu algo na mão e percebeu que era um medicamento aberto.

"O que é isso? Onde eu estou?"

Yukina então colocou a mão na testa, devido a uma dor em sua cabeça que surgiu.

"Ah, então foi isso que aconteceu", Yukina aceitou seu destino calmamente. Ela não ficou triste nem feliz, embora seu desfecho fosse considerado triste. 

"Parece que aquele rapaz gostava de mim...", Yukina lembrou e sentiu pena do jovem. Claro, ela recusaria se aquele jovem confessasse para ela. Apesar de seu trabalho ser visto como pecaminoso e nojento, ela gostava. Se ela namorasse, talvez eles quisessem que ela parasse com seu trabalho.

"Agora, eu tenho que descobrir como vim parar aqui...", Yukina não sabia como chegou ali, já que ela tinha morrido, e pensou: 'Estou no mesmo mundo ainda?' Como os objetos eram idênticos, ela achou que ainda estava.

Ela queria sair do sofá, mas sentiu seu corpo bastante fraco, então só podia olhar para os arredores.

"Esta casa é bastante bonita", Yukina disse sem se preocupar se tem alguém em casa.

 Infelizmente, ela não conseguiu encontrar um celular e só podia esperar. Com o passar do tempo, começou a sentir coisas familiares e logo percebeu que eram as memórias deste corpo.

Ela não conseguiu ver um espelho para ver o rosto, mas olhando para este corpo, ela achou que é uma pessoa jovem. Além disso, os seios dessa moça eram bem grandes, começando a desconfortá-la, mas achou que iria se acostumar e pensou: 'Como os meus eram menores, não podia fazer aquele serviço...'

E logo, algumas cenas começaram a aparecer repentinamente em sua mente. Duraram algumas horas até que as cenas desaparecessem, junto com as informações.

As cenas que surgiram eram da vida deste corpo e, juntamente com isso, as coisas que ela sabia também.

"Mesmo nome e sobrenome, hein...", Yukina não achou que foi coincidência, mas não sabia como comprovar isso.

No começo, ela achou tranquilo e comum. A vida da infância que apareceu tinha três anos, e ela estava brincando, em grande parte, com sua mãe. No entanto, depois surgiram algumas informações que ela não podia acreditar.

"Isso... eu realmente estou em um mundo diferente..." Nas memórias, ela descobriu que havia sofrido bastante bullying por ser considerada 'anormal'.

A parte anormal é que ela é a única mulher que tem vagina neste mundo, o que achou estranho. Por ter essa característica, ela foi isolada, e seu pai a abandonou. Sua mãe foi a única pessoa ao seu lado, e ela havia aceitado essa parte dela.

"Então é por isso que ela está com isso...", Yukina olhou para o medicamento. Ela tinha pensado sobre isso, mas podia não ser verdade e sentiu pena da jovem.

Yukina continuou lendo as memórias para saber mais deste mundo e descobriu agora que os homens carregam o bebê, enquanto as mulheres engravidam. Apesar de não haver nenhuma mudança fisiológica, as mulheres ainda têm seios.

Os homens se tornaram mentalmente mais fracos e tímidos devido a um acidente que ocorreu no passado. Com isso, eles se tornaram mais privilegiados, embora a diferença entre homens e mulheres não seja tão absurda, mas ainda era pequena, sendo de 1 para 5 entre homens e mulheres.

Por causa dos privilégios, Yukina sentiu-se culpada por ter dificultado a vida de sua mãe. Como ela já era meia-idade, era mais difícil para ela conseguir arranjar um homem. Isso se devia ao fato de que a chance de um pênis permanecer pequeno para as mulheres era baixa. E por um tempo, os corpos dos homens começaram a preferir os menores.

Algumas mulheres tinham inseguranças e dificuldade em manter relacionamentos com homens por causa disso. Ela aprendeu isso na escola e com sua mãe, já que o governo tornou isso uma parte importante do ensino para não prejudicar os homens.

"Terei que mudar para mulheres?" Seu primeiro pensamento foi esse. Ela descobriu que as mulheres, pelo que aprendeu anteriormente, tinham os mesmos problemas que em seu mundo, o que a fez suspirar de alívio.

"Pelo menos não precisarei parar com isso." Yukina já aceitou essa nova vida e decidiu continuar com sua paixão, com a única diferença de que agora ela ajudaria mulheres.

"Apesar de ter tido apenas três mulheres e uma que frequentava bastante." Yukina pensou nessas três mulheres que pagaram por seus serviços.

Seu corpo começou a recuperar força, e depois de alguns minutos, ela pôde se levantar. Pelas memórias, ela estava na sala de estar e foi para o quarto dela, procurando por algo.

Ao entrar no quarto, viu que era bem comum e não tinha nada, apenas uma cama e uma escrivaninha com um computador.

"Com tudo isso, era óbvio que ela não teria desejo. É surpreendente que ela tenha continuado viva até hoje."

Como havia um espelho no quarto, ela foi verificar a aparência. Mesmo que tivesse visto nas memórias, achou melhor ver por si mesma. Olhando para si mesma, Yukina viu uma aparência completamente diferente da dela.

Seus cabelos eram curtos e pretos, com uma ahoge, seus olhos eram pretos, e ela tinha uma figura magra, parecendo ter 1,70m.

"Tenho que começar a praticar exercício." Vendo sua nova figura fraca, decidiu isso, já que precisaria de resistência na cama.

Depois de olhar para seu corpo, deitou-se na cama e começou a refletir sobre o que faltava. Ela não se importou com a mudança completa de sua vida e não sentiu nenhuma emoção em relação aos seus pais. Ela havia falado sobre o que queria, mas sabia o que aconteceria e foi expulsa de casa. Entendeu que o que ela queria era estranho, e que eles queriam o melhor para ela, tirando a parte em que foi expulsa.

Ela percebeu que seria difícil continuar com sua profissão nesse mundo. As pessoas viam como nojo, e ela viu que apenas sua mãe e aquela garota de sua classe poderiam ser consideradas. Ela não era sua amiga, mas a garota também não a odiava.

Yukina notou algo estranho enquanto olhava para as memórias dela. Uma das coisas é que nunca houve prostituição, o que achou esquisito. Ela pensou em como poderia fazer isso, então pegou o celular que estava na mesa e foi procurar por informações.

Depois de um tempo lendo, suspirou aliviada ao ver que não havia nenhum crime relacionado a isso. Voltou para outra coisa estranha, que era seu próprio corpo.

Nas memórias de Yukina, quando ela masturbava e colocava seu dedo ou algum objeto em sua vagina, ela adaptava-se de acordo com o tamanho que estava dentro e encaixava perfeitamente. Isso era perfeito para seu trabalho, levando-a a suspirar de inveja.

"Não terei certos problemas", pensou Yukina.

Nas memórias dela, a Yukina anterior achou que era algo natural, mas ela nunca pesquisou sobre isso devido ao medo e nojo de si mesma.

Quando Yukina processou tudo o que tinha aprendido, começou a pensar no que faria.

"Amanhã terei aulas. Fazia tempo que terminei a minha, hein... E pelas memórias dela, a única mudança foi na parte histórica. Hmm, vou agir quietamente como ela fazia e ver o que pode acontecer." Como eles sentem repulsa dela, não adiantaria tentar fazer amizade com eles, e também não agiria de forma diferente para não chamar atenção, embora eles não saibam nada sobre ela.

"Yuki? Você está bem?" Yukina ouviu uma voz e viu uma pessoa familiar nas memórias que ela leu. Sua mãe, chamada Haruka, era bastante parecida, como se estivesse vendo ela mesma, mudando apenas que seu cabelo era longo, e com seu ahoge, que foi passado para ela. Seus seios, que foram comparados com os dela, e um corpo maduro e desenvolvido. Yukina não olhou muito para não ser notada e perguntou:

"Voltou do trabalho, mãe?"

"Ah... sim, hoje foi um dia cansativo," ela suspirou de cansaço.

"Entendo, vou preparar o banho para você mãe", como que sua mãe foi a unica a apoia-la, ela tinha desenvolvido afeto amoroso por ela, mas ela escondeu para sí mesmo com medo de sua mãe odiasse. Yukina que viu essa reação do seu corpo pensou em realizar o desejo dela por pena, mas ela não sabia como.