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Introdução

Nova Iorque, 1983

Em um laboratório químico, de uma universidade muito conhecida da época, quatro amigos cientistas trabalham em um soro que, segundo as suas pesquisas, poderá criar super humanos. Sendo esses cientistas: Peter Thompson, o líder dessa equipe e também descobridor do soro, junto com seu primo Joel e outros dois colegas, Merlim e Daniel.

Há meses eles estão trabalhando neste projeto e depois de longas pesquisas e testes, chegaram a um possível resultado. Porém, para terem total certeza de que funciona ou não, eles terão que usar o soro em uma cobaia real, ou seja, em um humano.

Logo, eles decidiram testar esse soro em um jovem que conheciam, Erick Peterson, um jovem rapaz de 23 anos, que estudava nesta mesma universidade. Erick era filho de Bill Ned Peterson, que foi um cientista muito famoso por sua grande criação: Uma máquina do tempo, a qual ficou como herança para Erick, após falecer. Sua mãe, Anne Mende, irmã da falecida esposa de Peter, também era cientista e infelizmente morreu também, ainda quando Erick era criança.

Sem os pais, Erick teve que ir morar junto do seu parente mais próximo, no caso, Peter Thompson, que anos mais tarde, se tornaria seu professor na universidade. Erick era um garoto muito inteligente e sonhador. Ele sonhava em ser cientista, como seus pais e também pensava em concluir o projeto antigo que seu pai lhe havia deixado, a tal máquina do tempo, que inclusive, foi a responsável pela morte dele.

Erick cresceu junto com seus dois primos, no caso, os únicos filhos de Peter: Noah, o mais velho e Jony, o mais novo. Ambos, Erick e Noah, possuíam a mesma idade e Jony por sua vez, era oito anos mais novo que os dois. Os três sempre foram muito amigos, desde que se conheceram, fazendo com que Erick se sentisse em casa, apesar de perceber que Peter não gostava tanto dele assim.

Peter, como muitos cientistas da época, cobiçava bastante essa tal máquina do tempo, logo, não gostava tanto assim de Erick, pois ele quem ficou com ela. Mesmo sendo sobrinho de sua falecida esposa e seu aluno na universidade, ele não aturava o rapaz e por isso, para Peter e seus colegas, seria uma boa ideia usar Erick como cobaia, pois além de testarem o soro, eles poderiam ficar com a tão sonhada máquina do tempo, caso o projeto falhasse.

Então, Peter e seus amigos, começaram a planejar como iriam convencer Erick a aceitar ser uma cobaia. Eles optaram por usar a gentileza, perguntando diretamente à ele. Se caso o rapaz não concordasse, usariam a força fisica.

--Erick, qual é? Você só vai testar o soro! -- Peter falou com Erick, após ter insistido várias vezes à convence-lô, enquanto estavam no intervalo na universidade. -- O que de ruim pode acontecer?

-- Muita coisa pode acontecer tio! Uma delas é a morte! -- Erick disse, olhando para Peter, que usava o seu habitual óculos laranja e que estava vestido com seu jaleco branco de cientista. Peter tinha quase cinquenta anos, possuía cabelos grisalhos e uma pele pálida como a neve. Em contraste, Erick era um rapaz jovial, alto e pálido como o tio. Também usava óculos e tinha os cabelos escuros e estupiados.

Obiviamente que Erick não concordaria com essa ideia, pois tinha uma grande chance de dar errado, o que forçou Peter e os outros a seguirem com o plano B. Eles esperaram terminar a aula em que Erick estava, no caso, a aula de Peter, que era química avançada e então, Peter deu um jeito de atrasar Erick, enquanto os outros alunos saiam da sala, o deixando sozinho na sala de aula com o rapaz. Instantes depois, Joel e Merlim entraram na sala e derrubaram Erick, o fazendo desmaiar com um tranquilizante. Em seguida, eles o arrastou para o laboratório e logo começaram a trabalhar.

Erick acordou acorrentado e trancado em uma jaula, no centro de uma grande sala escura, iluminada apenas por uma pequena janela que havia em uma das paredes, onde havia um grande espelho escorado entre o chão. Olhando seu reflexo neste espelho, ele pode ver o que havia se tornado:

Sua pele ficou com uma cor toda alaranjada, estava mais alto que o normal e com marcas horríveis no rosto, além dos olhos, que ficaram com uma cor bastante azul. Então, com desespero, ele começou a gritar por ajuda, mas ninguém parecia ouvi-lo, ainda que sua voz estivesse muito grave e alta.

Depois de alguns minutos, a porta do lugar se abriu e um homem alto, vestido com um jaleco branco e um óculos laranja no rosto, entrou na sala. Ele segurava uma seringa em uma das mãos, que possuia um líquido laranja que brilhava bastante. Passou pela porta e fechando-a, se dirigiu a Erick, sem dizer nenhuma palavra. Ele se aproximou da jaula e tentou puxar o braço do rapaz, para aplicar a agulha e neste momento, Erick se afastou para o fundo da jaula, sem nem ao menos saber o que estava acontecendo e continuou a gritar:

-- Peter! O quê está fazendo? Me tira daqui! -- Erick disse gritando e soluçando de choro. -- Socorro! Alguém me ajuda!

-- Sinto muito Erick! Mas você sabe porque estou fazendo isso! -- Peter Thompson falou, rodando em volta da jaula para tentar aplicar a injeção, pois Erick não parava quieto. -- Ninguém vai te ouvir, Erick... Deixa eu te ajudar!

Peter estava com um semblante triste, pois se sentia muito culpado ao ver Erick assim, mesmo que não gostasse muito dele. Ele não esperava que o soro iria agir daquele jeito. Fez de tudo para tentar concertar seu erro, mas não encontrava nada que funcionasse. Já havia passado muitas horas, desde que ele havia levado Erick para o laboratório, que agora estava totalmente destruido e sujo de sangue, o sangue de Joel e Merlim, que tentaram controlar Erick, na hora em que ele se transformou, atacando a todos que estavam na sala, como se fosse uma fera.

Peter conseguiu usar o tranquilizante a tempo, fazendo Erick desmaiar, antes que fosse tarde demais para ele. Depois, trancou Erick em uma jaula que ele tinha comprado anos atrás e que estava no porão de sua casa. Com ajuda de seu filho mais novo, Jony, ele trancou Erick, ainda apagado, naquele lugar frio e escuro. Em seguida, deixou Jony de vigia pelo lado de fora, olhando por uma pequena janela que havia ali no porão e subiu para o pequeno laboratório que ele tinha em casa, onde ficou por um longo tempo, tentando achar uma saída.

-- Me desculpa, Erick! Eu não sabia que isso iria acontecer! -- Peter disse, com lágrimas nos olhos. -- Por favor... Me deixa te ajudar...

Erick não tinha muito o que fazer. Estava preso na jaula e prestes a ser injetado outra vez, por algo que ele nem fazia ideia do que era. Apenas chorava e pedia ajuda, mesmo sabendo que ninguém o ouviria. -- Peter! Para!...Por favor, me tira daqui! -- Gritou Erick mais uma vez, até que...

Uma luz extremamente forte tomou conta da sala, forçando os dois a fecharem os olhos rapidamente. Ao abrir os olhos novamente, Erick viu a silhueta de um homem na porta, vestido com um moletom preto e um capuz sobre os olhos, além de ter uma máscara na boca. Ele se aproximou da jaula, onde Erick estava preso, enquanto Peter apenas o observava assustado, encostado em um canto da sala.

-- Quem é você? -- Perguntou Erick. -- O que vai fazer comigo?

-- Sou alguém que veio te ajudar! -- Disse o homem. Logo em seguida, ele apontou a mão direita para Peter, que caiu no chão rapidamente, se contorcendo de dor.

Jony, que observava a cena toda da pequena janela, se apressou à correr, para ajudar o seu pai. Ao descer as escadas para o porão da casa, viu que aquela luz apareceu novamente, enchendo totamente a sala. Ao entrar, o homem mascarado havia sumido, juntamente com Erick, mesmo que a jaula ainda estivesse trancada. Ele olhou para seu pai, que estava deitado em um canto e logo foi socorrê-lo.

-- Pai! Você está bem? -- Perguntou o garoto, se aproximando de seu pai.

Peter lhe estendeu a mão, na qual estava a seringa com o líquido laranja e disse:

-- Jony, me desculpa! Eu falhei com o seu irmão, e agora... falhei com o Erick também! -- Neste momento, lágrimas escorreram em seu olhos e com a voz muito fraca e rouca, continuou:

-- Leva isto para o hospital e aplica em seu irmão, o Noah... e se cuida, Jony... eu te amo... filho! -- E então, ele fechou os olhos sem dizer mais nada, dando a entender que havia morrido.

Jony ficou por alguns segundos, chorando sobre o seu pai e então, foi cumprir o que ele lhe havia pedido. No caminho, telefonou para a polícia, contando tudo o que havia acontecido.

A visão do Erick voltou a melhorar, pois a claridade quase o havia cegado e então, ele viu o homem misterioso que surgiu naquela luz, sentado em uma cama na sua frente. Parecia ser um joven de 17 anos, usava um capuz e uma máscara na boca e também um colar meio esquisito no pescoço, além de ter a pele muito pálida e os olhos bastante verdes. Ele estava brincando com um pequeno frasco de vidro laranja em uma das mãos e com um pequeno pedaço de papel na outra.

-- Onde estou? -- Perguntou Erick.

-- Não está reconhecendo? -- Disse o homem. -- Estamos em seu quarto, na universidade.

Erick olhou em sua volta, ainda deitado na sua cama e viu que realmente estava em seu quarto.

-- Como assim você veio me ajudar? Acaso você vai me transformar em humano de novo? -- Disse Erick, fazendo um grande esforço para se levantar da cama. Ao ficar de pé, sua cabeça quase bateu no teto, fazendo ele se sentar na cama, para não ficar com o pescoço doendo.

-- Em relação a isso, eu não posso te ajudar, Erick! -- Disse o homem mascarado. -- Mas, tem um jeito de fazer com que tudo isso tenha algum próposito.

-- Do que você está falando? -- Perguntou Erick.

-- Estou falando dos seus poderes! -- O homem mascarado disse, no mesmo instante em que atirou um feixe de luz laranja, que saiu de suas mãos, na direção de Erick.

Quase que por instinto, Erick fez um movimento bastante estranho com as mãos, criando um tipo de escudo invisível, que o protegeu da luz.

-- Eu não entendo! Eu tenho super poderes...

-- Isso mesmo Erick! Você tem super poderes! Interrompeu o homem.

-- Mas como isso é possivel? -- Perguntou Erick.

O homem mascarado então, entregou o frasco que estava em sua mão para Erick e disse:

-- Foi isto, Erick. E não te deu apenas esse escudo, mas também outros poderes, como a super força e a capacidade de voar.

-- Mas, porquê eu? -- Perguntou Erick, com um tom triste na voz.

-- Erick, o destino escolhe os mais fortes e os de bom coração para salvar o mundo! -- Disse o homem.

-- Salvar o mundo? Olha para mim! Eu sou um monstro!

-- Eu prefiro pensar de outra forma!

-- De que forma? -- Perguntou Erick.

O homem mascarado entregou o papel velho, que estava em sua mão, para Erick.

-- Dessa forma!

-- Pra quê isso? Perguntou Erick, fazendo uma expressão de dúvida no rosto.

-- Uma lista de algumas pessoas para você, digamos... Transformar em super herois!

Erick olhou para a lista que estava escrita no papel, na qual o primeiro nome indicava Jony Thompson, o filho mais novo de Peter.

-- E por qual motivo eu faria isso? -- Perguntou Erick.

-- Uma guerra esta por vir e os humanos precisam de proteção! -- Respondeu o homem mascarado. -- O laboratório na casa de Peter tem vários frascos destes e também, o projeto do soro, ou seja, a pequena rocha alaranjada. Pegue tudo e cumpra a lista.

-- Mas e depois? O que é que eu vou fazer? -- Perguntou Erick.

-- Não se preocupe Erick, quando terminar a lista, eu voltarei para te ajudar novamente. -- Disse o homem mascarado, se levantando da cama.

-- Posso pelo menos saber quem é você? E como usarei os outros poderes?

-- Pode-se dizer que, eu seja uma espécie de anjo guardião! -- Respondeu o homem -- E para usar seus poderes, basta se concentrar bem!

O homem mascarado então, se afastou de Erick e de repente, houve outra luz muito forte e ele sumiu entre ela. Dessa vez, Erick não teve problemas com a claridade, pois usou o seu escudo invísivel para se proteger.

Segundos depois, ele decidiu seguir o plano daquele homem misterioso, pois era só o que lhe restava por enquanto. O primeiro nome da lista ele já sabia onde encontrar, pois era o filho de seu tio, Peter Thompson, o cientista responsável pelo soro. Além do mais, ele teria que buscar os frascos e o prejeto também, que inclusive, estavam no laborátorio de Peter, na casa dele. Seria uma viagem só para Erick, porém...

Ao sair pela porta do quarto, Erick foi surpreendido por uma grande quantidade de policiais, que estavam apontando suas armas para ele. Erick apenas levantou as mãos, nas quais estavam o frasco laranja e sua mochila, que continha apenas umas fotos de familia e a pequena máquina do tempo, que seu pai lhe havia deixado.

Neste instante, Erick se lembrou do que o homem mascarado lhe havia dito, sobre seus poderes e, com um impulso nos joelhos, ele voou.

Rapidamente ele conseguiu controlar esse super poder e logo plainava sobre o ar, como se fosse um pássaro. A brisa do vento em seu rosto e a bela vista da cidade do alto, lhe proporcionaram uma sensação de liberdade, como não havia sentido há muito tempo. Erick voava seguro, às vezes até dava cambalhotas no ar, para se divertir um pouco.

Depois de alguns poucos minutos, Erick avistou a casa de Peter. Reconheceu ela do alto porque ficava em um terreno aberto, onde tinha uma pequena casa de dois andares e um telescópio no quintal, quase maior que a própria casa. Era impossível não ter visto.

Porém, sem tempo para reação, Erick viu algo muito veloz vindo em sua direção, parecido com um homem, que certamente sabia voar também. Erick levou um soco bastante forte no rosto e logo foi empurrado pelo peito em direção ao chão. O homem que o arrastava para baixo era alguém conhecido, Noah Thompson, o filho mais velho de Peter. Erick sabia que Noah tinha poderes e que com certeza estava querendo vingar a morte de seu pai, pois a essa altura, o mundo inteiro estaria sabendo que um monstro assustador e fugitivo, teria acabado de matar o grande cientista Peter Thompson. No caso o monstro seria ele, Erick Peterson. Tão rapidamente como Erick o reconheceu, foi o suficiente para suas costas baterem em algo firme no chão.

O telhado da casa de peter desabou, quando Erick caiu nele, com Noah agarrado a seu pescoço. Os dois caíram no chão da sala e continuaram a lutar, nem dando importância a enorme queda que acabaran de sofrer. Primeiro, Erick se levantou e se afastou rapidamente de Noah que estava deitado próximo à ele.

-- Noah! Você está bem? -- Perguntou Erick, com um olhar bastante assustado.

-- Você matou o meu pai! Seu monstro! -- Noah disse, se levantando e surpreedendo Erick com mais um soco no rosto.

Erick caiu para trás, derrubando uma pequena mesa que havia ali na sala. O sangue que escorria em seu rosto tinha um aspecto azulado e pingava por toda a sua roupa branca de universitário, que já estava toda rasgada. Noah não parou. Veio com toda vontade para cima de Erick, para lhe presentiar com mais um golpe mas, era a vez de Erick revidar. Ele apenas esticou a mão, com o punho cerrado e Noah bateu com o rosto fortemente, caindo no chão em seguida.

-- Pare, Noah, deixa eu explicar o que aconteceu! -- Erick disse, indo em direção as escadas.

-- Explicar o quê? -- Disse Noah. -- Explicar como que matou ele?

-- Calma Noah, é sério! Sou eu, o Erick! Não está me reconhecendo? -- Disse Erick, subindo alguns degraus da escada com cautela, olhando para Noah, que vinha andando lentamente em sua direção. Noah também sangrava e segurava o cotovelo direito com uma das mãos, também suja de vermelho.

-- Eu sei quem é você! -- Disse Noah apontando a mão esquerda para Erick. -- Mas isso não muda nada! Você matou o meu pai, agora vai dormir junto dele, aberração! -- Em seguida, uma bola de fogo saiu de sua mão, indo rapidamente em direção à Erick.

Erik fez o mesmo movimento que havia feito em seu quarto na universidade, com a sua mão esquerda, pois a outra ainda segurava a sua mochila com a máquina do tempo dentro. E então, o escudo invisível o ajudou novamente, fazendo com que a bola de fogo retornasse em direção à Noah, que caiu rapidamente no chão.

Erick subiu as escadas a longos passos e entrou no laboratório de Peter, que ficava escondido por uma passagem secreta. Erick entrou no lugar, pegou alguns frascos laranjas e os colocou na mochila e em seguida, quebrou a caixa de vidro que protegia a rocha laranja e a pegou rapidamente entre os cacos. Erick ouviu os passos de Noah subindo as escadas e logo viu que estava encurralado, pois as paredes do laboratório eram muito reforçadas, impossíveis de atravessar, mesmo com sua força. Percebeu isso ao tentar quebrá-las.

Sua única saída seria pela porta, na qual a qualquer instante, Noah entraria e, como era muito mais forte que ele, o destruiria facilmente. Erick então, sem saber o que fazer ao certo, usou o que estava em suas mãos, dentro da mochila preta que ele segurava. Tirou a pequena máquina do tempo, a colocou sobre uma mesa e no instante em que iria clicar em um botão específico nela, Noah apareceu na porta, atirando outra bola de fogo em sua direção.

Erick desapareceu, levando a máquina do tempo, o projeto do soro e a mochila com os frascos. Noah, no entanto, ficou parado por alguns segundos, apenas contemplando a marca de fogo formada na parede à sua frente e então, saiu voando da casa de seu pai, com muita tristeza e ódio no coração. Jurou que vingaria a morte de seu pai, pois sabia que Erick voltaria um dia.

E ele acertou, pois naquela trágica noite de Setembro...