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O Aprendiz das Chamas

Em uma arena situada numa pequena ilha, dois espadachins se enfrentam em um duelo decisivo. Esses espadachins são semelhantes em aparência e habilidade, porém um desses dois carrega uma assustadora confiança em seu rosto.

Esse confiante espadachim faz a lâmina de sua espada brilhar com uma intensa luz azul clara, e então facilmente corta a lâmina da espada de seu rival.

Após ter a lâmina de sua espada cortada, o espadachim derrotado é desarmado e então leva um chute na barriga, fazendo suas costas colidirem com a parede da arena. Uma lendária espada cai do lado do desarmado perdedor, que havia caído sentado no chão.

Com a lâmina da espada de seu inimigo direcionada à sua cabeça, o derrotado desesperadamente empunha a espada lendária e ataca com toda a sua força. Com esse ataque, o misterioso duelo entre espadachins se conclui.

Em paralelo a esse duelo, um garoto de 16 anos passeia pela estrada de uma montanha logo após sair da escola. Esse garoto é Vektor Drenn, um habitante de uma cidade comum. Este é o protagonista desta história, que não é exatamente uma jornada ou uma busca. Se bem que esta parte da história pode ser considerada uma jornada... Vamos chegar nessa parte daqui a pouco. Decidi começar a narrar esta história a partir deste ponto, pois a agitação da vida de Vektor começa de fato aqui. E esta história começa... com um assalto.

"Heh, heheheh! Olha só! Esse é mesmo um baixinho bem idiota, pra ficar passeando por aqui sozinho. Nós dois somos os temidos ladrões da montanha!"

O ladrão que está falando é um homem alto e musculoso, que tem como subordinado um homem magro e apenas um pouco mais alto que Vektor, que por sua vez, fica calado e confuso sem saber o que responder:

"..."

"Agora é a parte em que você dá o seu dinheiro, garoto..."

"A- Ah, me desculpem! É que, bem... É que agora eu ando meio que sem grana, então..."

"Não dá uma de palhaço! Dá pra ver o dinheiro na sua mão!"

"Ah!

(Que droga, me esqueci disso! Logo a grana que eu estava guardando pra comprar um lanche no caminho pra casa...)

Ha, ha haha ha..."

"Kh-! Não zoa com a nossa cara, moleque!"

O ladrão musculoso puxa um canivete e avança contra Vektor, que apenas desvia do ataque. Mesmo que o reflexo de Vektor não esteja em seu ápice devido à sua procrastinação em seu treinamento, ainda é mais que o bastante contra um oponente tão lento.

O primeiro contra-ataque de Vektor é um simples soco na cara do ladrão, que larga o canivete de uma mão, mas tenta dar um soco no garoto com a outra mão. Vektor simplesmente desvia mais uma vez e dá uma cotovelada na barriga do ladrão, seguida de uma rasteira que nocauteia o ladrão musculoso.

O ladrão magro, que estava chocado observando tudo, grita enquanto treme de nervosismo:

"Chefe! S- Seu maldito...!"

O ladrão magro puxa um revólver e tenta apontá-lo na direção de Vektor, porém suas mãos estão trêmulas demais para apontar uma arma direito. Vektor se aproveita disso para rapidamente desarmá-lo com um chute nas mãos, e em seguida o nocauteia com um chute na barriga seguido de um chute nas costas.

Ainda com o seu dinheiro na mão, Vektor mantém um olhar desapontado no rosto enquanto vê seus oponentes nocauteados na estrada:

"Pra temidos ladrões, esses dois não foram grande coisa... Bem, isso não importa. Eu venci, não venci? Enfim, vou sair logo daqui antes que os dois se levantem. Vou gastar logo meu dinheiro com algo pra comer. Tenho que parar de andar com dinheiro na mão em lugares que eu não conheço..."

Enquanto Vektor continua sua caminhada, sua mãe está realizando um experimento mágico em casa. A mãe de Vektor Drenn trabalha como artesã, vendendo seus trabalhos pela internet. Porém, desde sua juventude, seu hobby é feitiçaria.

No experimento em questão, ela segura um tipo de cristal mágico em sua mão, o quebra com sua própria força, e então derrama o seu pó em algum objeto, neste caso, uma casca de banana. Enquanto tenta imaginar algo, ela vê o espaço se distorcer no local onde o pó caiu. Depois de alguns segundos, a casca de banana já desapareceu, e em seu lugar está um delicioso chocolate.

"Certo, até aqui o teste foi um sucesso. Agora vamos analisar quanto tempo leva até o efeito do cristal se esgotar."

A mãe de Vektor começa a preparar o almoço. Vektor mora apenas com sua mãe, já que seu pai desapareceu há mais de 10 anos. Vektor, por sua vez, simplesmente nunca se questionou sobre isso, já que ele era muito novo naquela época para se lembrar. Tudo que ele sabe é que seu pai desapareceu durante uma visita à Ilha de Netern.

A Ilha de Netern é uma ilha que não pode ser localizada por métodos convencionais, como radares ou satélites. Vektor, quando criança, já visitou essa ilha. Grande parte da população dessa ilha é constituída por humanos com poderes que os fazem ser denominados como Etykirans ou Únicos.

Etykirans são descendentes das 5 linhagens de guerreiros elementais. Vektor é um Etykiran, apesar de ainda não saber como controlar seu poder, herdado de seu pai. Únicos são humanos que misteriosamente nascem com poderes individuais e aleatórios. Um exemplo de Único é a mãe de Vektor, que possui o poder de ter visões do futuro.

Apesar de possuir um grande poder latente dentro de si, Vektor não vive uma rotina tão diferente de uma pessoa normal. Porém, até pouco tempo atrás, ele costumava treinar artes marciais com sua mãe ao mesmo tempo que tentava aprender a controlar seu poder, mas sua incapacidade de aprender isso na prática o desmotivou, e sua preguiça o fez parar desde então.

Se formos relevar o assalto de mais cedo, este dia não começou muito diferente do normal. Se bem que é meio contraditório alguém preguiçoso como Vektor sair pra caminhar depois da escola, mas uma quebra de rotina não é algo tão estranho assim, certo?

Enquanto sua mãe está terminando de fazer o almoço, Vektor chega em casa:

"Mãe, cheguei!"

"O almoço já está quase pronto. Vai guardar sua mochila e vem logo almoçar."

"Ok!"

Após tirar seus sapatos, Vektor segue para o seu quarto para guardar sua mochila. No caminho para o quarto, ele encontra um chocolate em cima da mesa da sala-de-estar.

"(Se isso está aqui na sala, acho que não tem problema comer um pedacinho antes do almoço...)"

Possuído pelo desejo de comer algo doce, Vektor decide pegar o chocolate, porém no momento em que sua mão toca o doce, o mesmo começa a brilhar com uma intensa luz.

"...!"

Por reflexo, Vektor instantaneamente fecha seus olhos. Após alguns segundos, o garoto abre seus olhos apenas para encontrar uma casca de banana no lugar onde estava o chocolate.

"Ah... Droga... Era só uma ilusão...?"

A mãe de Vektor então aparece e o repreende:

"Ei! Não toque no meu experimento mágico!"

"Ah, desculpe, mãe. É que eu não sabia que era um experimento..."

"Agora tenho que preparar tudo de novo..."

"De qualquer forma, que tipo de experimento é esse em que você transforma as coisas em chocolate que não dá pra tocar nem comer?"

"Esse era um teste de amostra de um Cristal de Disfarce, um cristal mágico capaz de criar uma forma ilusória a um objeto."

"Como você conseguiu um desses?"

"Eu mesma fiz. Foi por isso que eu decidi testar uma amostra, pra ver por quanto tempo o efeito do cristal duraria."

"Não é meio perigoso criar itens mágicos manualmente?"

"Não é tão difícil quanto parece. Feiticeiros conhecem a receita legítima desse item mágico, então não é como se fosse algo arriscado ou algo assim. Quer que eu te ensine mais tarde?"

"Não precisa, obrigado. Não me interesso nessas coisas.

(Se eu realmente pudesse transformar coisas em chocolate, aí a história seria outra...)"

Depois dessa conversa, Vektor guarda sua mochila em seu quarto e segue para almoçar com sua mãe. Durante o almoço, sua mãe o pergunta:

"Você chegou tarde hoje por quê?"

"Hm? Ah, é que eu decidi fazer uma caminhada antes de vir pra casa, desculpa por isso..."

"Eu não me importo com isso, só tome cuidado. Sair andando por aí sozinho pela rua é perigoso, nunca se sabe quando pode aparecer um ladrão ou algo do tipo."

"P- Pois é..."

"Eu só perguntei isso porque achei que você fosse visitar o Sych depois do almoço, então achei que chegaria mais cedo hoje."

"A- Ah...!

(É mesmo, me esqueci! Eu tinha marcado de passar no apartamento dele durante a tarde!)

Ei, mãe! Ainda dá tempo de eu ir pra lá?"

"Desde que você volte antes do anoitecer, não vejo problema. Só termine o almoço primeiro."