O principal veículo que nós, os caçadores, utilizamos é o trem. Esse trem que usamos atravessa todo o país, de uma ponta a outra. Esse trem não seria construído se não fosse pela ajuda do governo e a proteção mais do que necessária dos caçadores.
Também temos outros meios de transporte.
Exemplos: carros; cavalos; aviões pequenos e motocicletas. No entanto, é muito difícil usa-los, requer muita discussão de horas e ter que enfrentar uma fila de outros caçadores que também querem utilizá-los, sem contar que precisamos de um bom motivo para que possamos usar esses meios de transportes considerados "premium" hoje em dia. Outro bom motivo para que usemos, é em caso de extrema urgência. Porém, no nosso caso, só precisamos escoltar um caçador de estado para outro, então vamos de trem.
O tempo de viagem do sul ao norte é de algumas longas e cansativas horas presas na cadeira do trem.
Levamos cerca de 2 dias e meio para atravessar o país, e nesse tempo em que ficamos enfurnadas dentro daquele avião, coisas doidas aconteceram, por exemplo:
[Rika: Sanae, por favor, saia do banheiro. Tem gente aqui fora querendo entrar!]
[Sanae: NÃO VAI DÁ!… Huuum…!!]
[Emilia: Ela ainda está neste banheiro? Eu te avisei para não comer demais…]
[Sanae: Cale a boca! Argh! Se você estivesse no meu- lugar, você não diria isso!]
[Emilia: Pelo amor da lua, por acaso estamos num livro
Shōnen para garotos idiotas ou infantil?]
[Sanae: Emilia, quantas vezes eu te disse para não quebrar a quarta parede? -Hummmm..!!]
Quase fomos expulsas do trem duas vezes por causa das idiotices de Sanae em insistir que os garçons do vagão-bar eram extraterrestres. Sanae gosta de chamar atenção, se deve ao fato do que aconteceu com ela na infância. Não a culpo, mas, às vezes, ela se parece com uma criança, é adorável e insuportável.
No meio de tanta confusão, houve uma conversa intrigante entre mim e a Rika.
[Rika: Diga-me, Eh… Você é amiga dessa garota chamada "Eleanore", não é?]
[Emilia: O que? Como você sabe??]
[Rika: Foi bem quando o senhor Soris citoi o nome "Eleanore", logo sua expressão mudou para algo como se quisesse que ele falasse aquilo... Você parecia feliz e esperançosa. Você deve estar querendo muito falar com ela... Né?]
[Emilia: Eh… hum…]
Eu estava com medo. Não sabia o que dizer.
Não.poderia simplesmente falar a ela que algo ou, mais.preciso, alguém vive dentro de mim. Esse "alguém" praticamente me deu forças do além, enquanto eu já parecia estar no estado quase morta na minha última batalha.
E se eu contasse? Como ela reagiria? No momento, eu só passo contar com a Eleanore. Apesar dessas duas garotas serem minhas camaradas, ainda é um pouco perigoso. Somente Eleanore vai saber o.que fazer, afinal, ela é uma gênio.
[Rika: Eu não sei muito sobre você, emilia. Desconheço seus objetivos e ideais, as vezes até mesmo parece que você esta escondendo algo, principalmente nesses últimos dias, você tem estado meio estranho desde então.]
[Emilia: Eh- Esta tudo bem, é que… Uma coisa aconteceu... Que eu não sei se posso explicar, pelo menos não agora, e a única pessoa que viu aquilo acontecer em outra ocasião foi a Eleanore, só ela pode me ajudar no momento.
[Rika: Hum... Você está tentando falar sobre aquele dia que você misteriosamente matou aquele demônio enorme e Belor sozinha, sem ajuda de ninguém? Eu também estava me perguntando como você fez isso e como você sobreviveu sem quase nenhum arranhão. Aquilo foi e ainda é muito suspeito.]
Passo a mão na área do corpo onde o demônio me mordeu, o que quase me partiu em duas. (Na área do estômago)
[Emilia: Sim... Eleanore foi a única que me viu naquele estado em uma outra vez, preciso ter certeza do que estou fazendo, então, por enquanto ficarei calada.]
[Rika: Entendo... ]
Ela pega sua xícara de café em cima da mesa a qual estávamos assentadas uma de frente para a outra. Ela bebeu um gole do seu chá de hortelã e começou a encarar as paisagens de floresta verde interminável através da janela.
[Emilia: O pior é que não me lembro de quase nada... Eleanore foi a única que me viu fazendo algo fora do normal, eu a derrotei em menos de um dia. Eleanore nunca falou comigo sobre isso, quem me falou sobre isso foi o meu amigo Stephen, mas ele não estava lá também, por isso preciso falar com a Eleanore. Algo esta acontecendo comigo, e só ela pode me dizer o que é…]
[Rika: Eu ia perguntar quem é esse Stephen, mas acho que já sei. Ele era seu mestre, certo?]
[Emilia: Sm… Ah! E quanto a você, o que era toda aquela conversa com o Belor naquela noite?]
[Rika: Hum! Eu te conto, eu te conto!]
Rika começou a contar.
Depois que eu cai, Belor acertou em cheio uma forte magia do estilo raios no peito da Rika, aquele poder foi o suficiente para arremessa-la para longe.
Ela se levantou e começou a se arrastar pela floresta, Rika chegou num penhasco, nesse penhasco havia uma enorme queda-d'agua que descia e se conectava com um pequeno e transparente rio.
Ela olhou para trás e, o que ela viu foi Belor pronto para dar outro ataque.
[Rika: Eu… Não vou deixar… Você tocar nelas!!…]
Suas pernas estavam trêmulas, sua garganta engolia o seco, a mesma estava ligeiramente com medo de morrer, mas sua determinação para proteger suas companheiras falava mais alto.
[Belor: <<Hakai hankei!!>>]
Um raio roxo saiu da varinha indo em direção á Rika, ela avança no raio roxo para cortar o ataque dele usando a sua espada na sua cintura, mas era tão forte que assim que o raio entrou em contacto com a sua espada, o mesmo a jogou do alto do penhasco.
Ela viu a morte passar diante dos seus olhos naquele momento.
Ela caiu e afundou no rio.
Ela ouviu vozes, vozes como a de Emília e Sanae, nossas vozes clamando por ajuda.
Ela imediatamente abriu os olhos e se encontrou nas margens do rio, como se alguém a tivesse a arrastado até lá, pois haviam traços na areia que mostravam bem isso.
[Rika: Eu não vou abandonar minha maninha, nem minha amiga…!]
Naquele momento algo grande, uma força genuína havia despertado em seu coração.
[Rika: Aumento de força nível 2!]
O corpo de Rika não era forte como o de Colossus, mas sua força aumentou bastante. Até então seu corpo tinha suporte apenas para a habilidade de força nível 1, algo mudou naquele fundo do rio, o que fez ela despertar a força nível 2.
E quando a mesma lutou contra Belor novamente, ela quase alcançou o suporte ao nível 3, ela foi incrível naquela luta.
De volta ao mundo real, Sanae aparece interrompendo a conversa.
[Sanae: Do que vocês estão falando?]
[Emilia: Não é nada demais. E você, o que estava fazendo esse tempo todo?]
[Sanae: Fui no vagão-restaurante, então eu estava pensando: vocês tem medo de morrer?]
[Emilia: Eh- Que pergunta é essa? Sério que você pensou nisso enquanto comia?]
[Sanae: Só pra você saber, eu pensei nisso enquanto o cozinheiro fazia a comida. Ele quase deixou a comida cair num grupo de passageiros. Ehehehe!]
[Emilia: Ok! E respondendo a.sua.pergunta: Claro que não, sou a protagonista dessa obra. Protagonistas não morrem, bobinha.
[Rika: Eu também não. As pessoas me admiram, ninguém tem coragem de matar pessoas que todos notam e que é consideravelmente fofa.]
Emília: Oi, onde você é fofa?
[Rika: Hã?!]
[Sanae: Os peitos! Os peitos dela são tão pequenos que chega a ser fofo! Tábua!! Hahaha!]
Rika agarrou Sanae pelo cabelo e a levantou da cadeira.
[Rika: Repita o que você disse.]
Sanae: Arhg! Apesar de sermos gêmeas, eu pelo menos tenho um pouco de volume, diferente de você!
Ela bate na cara da Sanae com um tapa.
[Rika: Repita. Eu não ouvi direito, me faça esse favor e repita o que você falou do meu corpo!
[Sanae: Eu não gosto de mentir, você sabe disso. Portanto… Existem apenas 2 coisas mais planas do que seus peitos, elas são A teoria da terra plana e o fundo de um prato, apesar de eu achar que você consegue até mesmo ser tão plana se comparada a esses dois exemplos!]
Rika cravou as unhas na cabeça da Sanae, e acerta uma joelhada na testa dela, o que fez a mesma, Sanae, desmaiar alí mesmo.
[Emília: Você não acha que isso foi de mais?]
Ela não falou nada e se sentou, após a mesma se sentar, imediatamente Sanae levanta do chão e se esgueira pra cadeira ao lado da minha.
[Sanae: Continuando… Eu também não tenho, sou o alívio cômico do grupo, sem mim este livro seria muito sem graça.]
[Emilia: Você não acha que devemos parar de quebrar a quarta parede?]
[Sanae: A parede de quem?]
[Emília: Esquece…]
Japão, ao longo dos anos tem parecido cada vez mais que a batalha contra as criaturas mágicas nunca vai chegar no seu fim.
Depois que ganhamos nossa primeira guerra desde a vinda dos caçadores, o governo decidiu criar 4 grandes forças no país.
Essas forças são conhecidas como as 4 organizações dos caçadores. As quatro bases são localizadas nas 4 regiões principais do país: Norte; Sul, Leste e Oeste.
O norte é a região mais habitável e, por ter a muralha que se expande mais e mais com o passar dos anos isso faz da muralha norte a região com a maior população. Diferente do norte, o Sul tem o dever de proteger uma cidade pequena e algumas regiões habitáveis fora dos muros.
Tem também as bases Leste e Oeste, dizem até que elas são maiores que a base norte.
E, diferente da base sul, a base norte é conhecida por ser de todas a menor e mais fraca.
Apesar disso, o muro que protege a cidade é o maior de todos os muros, com armamentos sofisticados e de última geração. Em cima dos muros fica os soldados do exército do governo, eles conseguem conter qualquer ataque contra a muralha, mas, infelizmente, morrem de medo de descerem e baterem de frente com os monstros.
Para entrar na cidade principal é preciso fazer um teste de sangue, fazer um furo e botar uma gota de sangue em um papel que vão nos entregar na entrada.
Nosso sangue é completamente diferente do sangue das criaturas.
Esse procedimento é feito por existirem criaturas que podem replicar a aparência externa de qualquer ser vivo, por exemplo: Demônios, Vampiros, Lobisomens e outros seres metamorfos.
[Sanae: Eu fico me perguntando... As armas de fogo que o governo fornece ao exercito afetam os monstros?]
[Rika: Boba, é claro que sim. No entanto, existem muitos monstros que são imunes aos ataques.]
[Emília: Na cidade existem duas forças de proteção, elas são o exercito e a polícia. A polícia, no caso, cuida de casos pequenos, nem se compara com as missões que são passadas para nós, caçadores.]
[Rika: Eu fiquei sabendo que a polícia as vezes cuida de casos de extrema importância. Há um boato de que a polícia local já conseguiu derrotar um demônio de porte médio.
[Sanae: Ah! Já ouvi falar sobre isso, dizem até que não eram exatamente da polícia, e sim Detetives.]
[Emília: Detetives? Sério?]
[Sanae: Eu não sei se é verdade, é um boato que rondava na cidade do leste.]
É verdade. Sanae e Rika nasceram e foram criadas na grande muralha do leste. (Pra ser mais específica: em Tokyo)
[Rika: Eles devem ser bons mesmo, porque a polícia não é tão eficiente em batalhas.]
[Sanae: E como você sabe?]
[Rika: Eu vi... Quando eu era ainda uma criança, eu vi um policial atirando contra um Ogro invasor, ele quase foi morto, se não fosse por um caçador que estava andando por ali ele teria morrido.]
[Emilia: Pois é... Somos nós que fazemos o trabalho sujo.]
[Rika: E na maioria das vezes nós não recebemos crédito algum por nossas ações, geralmente são os policiais ou os políticos que recebem esse crédito.
[Sanae: Mas e a base dos caçadores do norte?]
[Emilia: Eu já a vi de longe. É uma base consideravelmente grande, porém, ainda era minúscula se comparada com a base sul, mas tem umas pessoas boas lá…]
O trem para na estação e nós descemos.
[Sanae: E- e essa "eleanore"…]
[Emília: O que tem ela?]
[Sanae: Ela… É sua melhor amiga?]
Naquele momento eu percebi o rosto de Sanae ficar um pouco vermelho de vergonha. Ao notar isso, eu fiquei um pouco feliz.
[Emília: Acho que não… Eleanore pra mim é como uma segunda mãe, uma grande amiga e companheira. Hehe]
Suas bochechas ficam rosadas ao ouvir essas palavras saírem da minha boca.
[Sanae: Eh- ah, que bom! Digo… Nossa!]
Pensei numa coisa para deixar ela mais feliz.
[Emília: Que pergunta estranha essa a sua. Sério que você ainda notou que você é a minha melhor amiga?]
A mesma ficou imóvel encarando o chão enquanto eu seguia andando.
[Emília: Eh… Sanae?]
Com um olhar confuso de relance eu olhei para trás.
[Sanae: Idiota!]
Ela chegou por trás e deu um soco na minha costela.
[Emília: Gah!!]
[Sanae: Idiota, não falei isso em voz alta, não na frente da Rika.]
[Rika: Hã? Eu??? Eu sinceramente não me importo, e você gostou disso. E… Emília.]
[Sanae: Eh?!]
[Emília: Sim?]
[Rika: Netorare!]
[Emília: O quê…?]
[Rika: Safada! Destruidora de lares! Ladra de irmãzinhas!]
Ela disse tudo isso sem quase expressar uma reação sequer, como se ela estivesse se forçando a dizer aquelas coisas para ver sua irmã sorrir. (Ela estava mesmo feliz em ver sua irmã demonstrar "ciúmes")
[Emília: Mas… Eu não fiz nada!]
A base norte ficava dentro dos muros (diferente da base sul), e não ficava muito distante da estação de trem, o que nos facilitou chegar mais rápido ao local onde acreditávamos ficar a base norte.
Assim que chegamos, tomei um susto.
Ao longe, nós três víamos a base cercada por máquinas de destruição.
[Emilia: Não… Eles vão quebrar a base!]
Corremos em direção até base e vemos Eleanore e outros caçadores assistindo a base ser destruída. Alguns pareciam até estar aos prantos, lamentando o que iria ocorrer com a base.
[Emilia: Eleanore!!]
Ela me notou chegando nela por trás.
[Eleanore: Emília.. O que você ta fazendo aqui?]
[Emilia: O que está acontecendo? Você não vê que eles estão querendo destruir a base?!]
[Eleanore: Eu sei. A base não estava mais se sustentando, o governo não nos reconhecia mais, então o chefe do norte e eu decidimos reunir todo o pessoal para que pudéssemos obter nosso devido reconhecimento e, se eles, o pessoal do governo não quisesse nos ajudar, ameaçamos desfazer a base norte.]
[Emilia: Espere, então você…]
[Eleanore: Exatamente, a partir de hoje a base norte não existe mais.]
[Emilia: Mas... E quanto as pessoas?]
[Eleanore: Quando todos eles perceberem que somos nós que fazemos o país continuar de pé, voltaremos a ação com muito prazer. Até lá, a base norte não existe mais.]
"A base norte não existe mais." essa frase ressoou sobre meu coração várias e várias vezes, então senti um forte aperto no peito, como se fosse explodir.
Continua…