Após um longo percurso cortando os céus, Malenia, movida pela curiosidade que lhe ardia no peito, perguntou a Sekiro sobre os mistérios da invocação.
"Senhor-Sekiro, como se dá esse chamado? Quando o General requisita sua presença?"
Sekiro, com um olhar distante, ponderou antes de responder. "O Sol Divino, em sua graça, me concede o poder de ser convocado duas vezes, mesmo que eu esteja nos confins mais remotos. Mas agora, atenha-se, pois irei aumentar nossa velocidade."
Com essas palavras, Sekiro acelerou, transformando-se em um borrão para qualquer observador casual. Malenia, agarrada firmemente a ele, sentiu o mundo ao redor se estender e distorcer com a velocidade sobrenatural. Quando finalmente chegaram ao destino, foram recebidos pela visão de uma bandeira imaculada, adornada com uma espada dourada - o estandarte do império sagrado.
Eles haviam alcançado a fronteira, uma linha tênue entre o sertão selvagem e o império civilizado. Sekiro, então, imbuir sua voz com a energia que lhe era característica e proclamou aos céus, "Eu sou Sekiro, servo do Sol Divino, do culto do Sol e da Lua." Sua voz ressoou como um trovão, capturando a atenção de todos os soldados que ali estavam.
Entre a multidão, emergiu uma figura imponente - um Alto-Paladino. Sua armadura branca era marcada por cruzes douradas, e sua espada, em forma de cruz, brilhava com rubis vermelhos incrustados. O manto azul que carregava nas costas trazia inscrições sagradas, e seus cabelos negros contrastavam com seus olhos dourados, que pareciam refletir a própria essência sagrada. Sua aura, tão poderosa quanto a de Sekiro, era palpável.
Desdobrando um par de asas feitas de pura energia sagrada, o Alto-Paladino se colocou diante de Sekiro. "Eu sou Apollo Light, Príncipe do império sagrado Light. Declare suas intenções, Senhor Sekiro," exigiu ele, com a mão repousando sobre a bainha de sua espada.
Sekiro, sem hesitar, questionou, "Por que se aproximam tanto das terras do sertão? Estão em busca de algo?"
Apollo, com um semblante pensativo, revelou: "Buscamos o culto de Santirama, e dentre seus oito, a Sacerdotisa, Queen. É minha irmã, que fugiu para estas terras em busca de um lar."
Sekiro então perguntou: "Qual é o nome da sua irmã?"
Apollo então respondeu sério: "Maria Gomes D. Light. Se eu fosse mais forte quando novo, ela não precisaria ter essa marca no nome."
Sekiro então pensou e lembrou sobre o que Astracar lhe contou e falou:
"Maria Gomes D. Light, conhecida entre nós como Maria Bonita, foi uma chama que ardia intensamente no coração do sertão. Sua morte, embora trágica, não apagou o fogo que ela acendeu em nossas almas. Ela viveu com a ferocidade de um leão e a graça de uma flor do campo, desafiando as convenções e escolhendo seu próprio destino ao lado de Lampião. A notícia de sua partida ecoou pelas terras áridas como um grito de guerra que se perde no vento. Mas mesmo na ausência de sua presença física, seu espírito permanece indomável, inspirando aqueles que buscam liberdade e justiça."
Apollo, com um misto de surpresa, admiração e tristeza, refletiu sobre as palavras de Sekiro. "Então ela realmente encontrou seu lugar..."
O silêncio caiu sobre o grupo como um véu pesado quando Apollo absorveu a notícia da morte de sua irmã. Sekiro, com uma expressão grave, falou: "Apollo, Maria e Lampião podem ter partido deste mundo, mas seu legado vive em Astracar. Ele é o elo entre o passado e o presente, o portador dos ensinamentos e da força que eles representavam."
Apollo, com os olhos baixos, refletiu sobre as palavras de Sekiro. "Então, mesmo na morte, minha irmã continua a influenciar o mundo... Astracar, o discípulo de dois dos maiores nomes do sertão, deve ser um homem de grande sabedoria e poder."
Malenia, buscando confortar Apollo, acrescentou: "A morte não é o fim, mas uma transformação. Maria e Lampião viverão enquanto aqueles que os seguiram continuam a carregar suas chamas."
Sekiro assentiu, "Astracar é mais do que meu Soberano para mim, ele é um guia que me mostrou um caminho novo. Aprendi não apenas a lutar, mas também a compreender a importância da liberdade e da justiça."
Apollo, agora com uma nova determinação brilhando em seus olhos, declarou, "Então vamos até Astracar. Se ele é o guardião do legado de minha irmã, desejo conhecê-lo."