webnovel

23 - Ecos V

Atravessando o portão de mármore e obsidiana, Astracar e seus companheiros adentraram a dungeon, um labirinto de corredores sombrios que se estendia sob a terra como as raízes de uma árvore antiga. As paredes eram de pedra bruta, cobertas de musgo e líquens que brilhavam com uma luz fraca e espectral, iluminando o caminho à frente. O ar era úmido e frio, carregado com o cheiro de terra molhada e o eco distante de gotas de água caindo em poças invisíveis.

Eles seguiram por um corredor largo, cujo teto arqueado estava adornado com intrincadas esculturas de criaturas míticas, cada uma contando uma história de batalhas e magia. As tochas fixadas nas paredes lançavam uma luz dançante, projetando sombras que pareciam se mover independentemente de suas fontes. O chão era irregular, com pedras soltas que rangiam sob seus pés, e a cada passo, uma sensação de inquietação crescia dentro deles.

De repente, o caminho se abriu para uma vasta câmara central. Colunas maciças, esculpidas com figuras de demônios e anjos em batalha, sustentavam o teto que desaparecia na escuridão acima. No centro da câmara, havia um altar de pedra negra, sobre o qual repousava um artefato brilhante, envolto em chamas azuis que não emitem calor. Era o Coração da Dungeon, a fonte de seu poder e maldição.

Astracar aproximou-se do altar com cautela, enquanto Layra e Orion examinavam as inscrições nas colunas, tentando decifrar os segredos ali gravados. Mas antes que pudessem tocar no artefato, uma voz ressoou pela câmara, profunda e ameaçadora. "Intrusos... Por que perturbam o sono eterno deste lugar?" A voz parecia vir de todas as direções, e o trio se preparou para o confronto que estava por vir.

Orion, o mago, ergueu suas mãos e começou a entoar palavras de poder. A energia mágica se acumulava ao seu redor, formando esferas de luz que flutuavam como estrelas. Com um gesto, ele lançou as esferas contra o Golem de Pedra, que explodiram em uma chuva de faíscas mágicas, rachando a superfície rochosa da criatura.

Layra, a guerreira, empunhava sua espada com uma destreza impressionante. Seu grito de guerra ressoou pela câmara enquanto ela avançava contra as Serpentes Sombrias. Cada golpe era um relâmpago, cada movimento uma tempestade, e as serpentes caíam uma a uma sob sua lâmina implacável.

Astracar, o Heroi de Batalha, segurava seu cajado sagrado, que brilhava com uma luz divina. Ele proferiu palavras sagradas, e um escudo de luz se formou ao redor deles, protegendo-os dos ataques dos Aracnídeos de Obsidiana. Então, com um comando divino, ele convocou uma coluna de luz celestial que desceu sobre o Dragão Espectral, banindo a escuridão que o envolvia.

Juntos, eles formavam uma força imparável. O mago com sua sabedoria arcana, a guerreira com sua força indomável, e o Heroi com sua fé inabalável. Unidos, eles enfrentaram os monstros da dungeon, cada um complementando o outro, até que a última das criaturas caiu, e o silêncio voltou a reinar na câmara antiga.

A traição que se desenrolou nas profundezas da dungeon foi mais do que uma simples emboscada; foi um golpe calculado contra a fé e a fraternidade. Astracar, o Heroi-Santo, sentiu o peso da lâmina perfurante como um julgamento cruel, uma sentença pronunciada não por um inimigo, mas por um amigo que ele considerava irmão.

Orion, o mago, mantinha-se imóvel, com o cajado ainda vibrando com o eco de sua magia traiçoeira. Seus olhos, outrora cheios de sabedoria e compaixão, agora refletiam apenas as profundezas sombrias de uma ambição desmedida. Ao seu lado, Layra, a guerreira que lutara em tantas batalhas ao lado de Astracar, parecia uma sombra de si mesma, seus olhos vazios e distantes, como se sua essência tivesse sido roubada.

"A... por quê?" A voz de Astracar era um sussurro rouco, uma mistura de dor e incredulidade. A resposta de Orion veio como um sopro gelado, cortante como o vento que uiva entre as fendas das montanhas mais inóspitas.

"O rei demônio estava certo. Você é muito ingênuo, Astracar. A profecia... era Falsa." As palavras de Orion eram como veneno, cada sílaba uma traição à confiança que havia entre eles.

Layra permanecia em silêncio, mas um tremor sutil em suas mãos traía a luta interna que enfrentava, uma batalha entre sua vontade e o feitiço que a aprisionava.

Astracar, agora de joelhos, sentia a força abandoná-lo, mas não sua fé. Ela ardia dentro dele, uma chama inextinguível que se recusava a ceder diante da escuridão. Com um grito de desafio, ele invocou o poder de sua divindade, uma luz purificadora que buscava banir a corrupção que se enraizaram no coração de seus amigos.

A energia negra emanava das mãos de Orion, formando um contraste sombrio com a luz sagrada de Astracar. Era uma batalha de forças antagônicas, uma luta que transcendia o físico e adentrava o reino do espiritual.

Layra avançou, guiada pela vontade de Orion, mas ainda havia vestígios de sua antiga glória como guerreira. "Layra, lute contra isso!" Astracar implorou, mas suas palavras pareciam incapazes de alcançar a guerreira perdida nas sombras de sua própria mente.

A batalha foi épica, uma tempestade de luz e escuridão que ecoou pelas paredes ancestrais da dungeon. Astracar lutava com a ferocidade de um leão ferido, não apenas pela sua vida, mas pela alma de seus companheiros, agora prisioneiros das garras de Sentirama.

Exausto e sozinho, Astracar se viu diante do altar do Coração da Dungeon, Graças a batalha

O chão sob seus pés começou a tremer, e antes que pudesse reagir, o piso de pedra se desintegrou, engolindo-o em um abismo escuro. Ele caiu, um guerreiro em queda livre, até que a escuridão o envolveu completamente.

Aterrissando no andar mais profundo da torre, a exaustão tomou conta de Astracar. Ele havia dado tudo de si, sua energia sagrada consumida até a última centelha. E assim, envolto na escuridão e na solidão, Astracar adormeceu, seu corpo e espírito clamando por descanso,

Em sua breve consciência ele se lembra de um Nome Charlotte, e assim sua visão se apaga completamente e se esquecendo de quando foi traído, Então quando abre seus olhos de novo ele está…