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08 - Lua

Após aquelas notícias se espalharem como fogo em madeira, uma certa pessoa distante do sertão, ficou sabendo.

-Eu saúdo a Lua celestial, o céu acima do céu. Trago notícias sobre o Sol Celestial.

-Levante sua cabeça!

Quando a criada olhou para cima, viu um trono de aço negro, cravejado de rubis e diamantes, que brilhava com uma luz sinistra, contrastando com as paredes escuras e os quadros de antigos governantes. Um grande tapete azul se estendia pelo salão, que estava silencioso, exceto pelo som dos passos da criada e da respiração da Lua. Nenhum outro servo ou guarda ousava entrar naquele lugar. A criada sentiu o cheiro do metal frio, o gosto do medo na boca, o toque do tapete macio sob os pés. Ela tentou olhar para o rosto da Lua, mas só conseguiu ver seus olhos azuis, que demonstravam uma frieza que gelava sua espinha. A Lua se levantou do trono com um movimento gracioso e autoritário, e falou com uma voz firme e cortante:

-Agora me diga, o que você sabe sobre o Sol?

-O Sol fugiu da prisão, com isso o plano não é mais necessário. Ele foi resgatado por Lampião. Ele se encontra no pequeno mundo sertão, que o mundo não foi rompido ainda.

-Lampião, já escutei sobre ele. Certas pessoas dizem ser um herói, outras dizem ser um terrível bandido. Então me diga, em qual rank ele está?

-Julgo que deve estar no Fulgor inicial superior. Se não me engano, as pessoas mais fortes desse pequeno mundo está no Eco Distante superior. Sendo um deles o próprio Lampião, e o outro sendo o João Bezerra, conhecido como Coronel. Todos o conhecem por sua ganância e seus planos junto com os corruptos da igreja, que expulsaram o Sol e nomearam os marcados como demônios.

A Lua olhou para a criada com um olhar preocupado, como se quisesse dizer algo. Porém ela sabia que o Sol não tinha despertado e sabia que o Sol se escondia junto a Lampião para fugir da igreja e do Coronel. Ela franziu a testa e apertou os lábios, e perguntou:

-Então me diga, o que você fez com a minha serva? Espião da igreja! - Ela aumentou o tom de voz.

-Não sei, Lua, do que está dizendo. - A criada gaguejou, sentindo o suor escorrer pela testa.

A Lua se aproximou da criada, e a pegou pelo queixo, levantando seu rosto. Ela olhou nos seus olhos, e viu o medo e a mentira. Ela sorriu, mas não era um sorriso de alegria, e sim de ironia. Ela disse:

-Você não sabe? Então eu vou te contar. Você é um espião da igreja, que veio até aqui para me enganar e me trair. Você não é a minha serva, e sim a serva do papa, que quer me destruir. Você não é nada, e sim um verme, que rasteja pelo chão. Você não merece a minha piedade, e sim a minha ira. Você não vai sair daqui vivo, e sim morta. Você entendeu?

A criada não conseguiu responder, pois sentiu uma dor aguda no peito. Ela olhou para baixo, e viu uma lâmina afiada, que atravessava o seu coração. Era a Lua, que a esfaqueava com uma adaga, que reluzia com o sangue. A criada caiu no chão, sem vida, e a Lua e chutou para longe. Ela limpou a adaga na roupa da criada, e voltou para o seu trono. Ela olhou para o teto, e disse:

-Eu sou a Lua, a estrela gelada, que ilumina mas não aquece. Eu sou a Lua, a lâmina afiada, que corta quem se aproxima. Eu sou a Lua, a rainha solitária, que espera pelo seu ####. Eu sou a Lua, e eu vou encontrar o Sol. - Ela suspirou, e fechou os olhos.