webnovel

Explodindo Bobina 

Dez horas e meia depois, Eno estava de volta e se comportava como se não houvesse feito nada.

E na verdade ele realmente não havia feito nada, pelo menos não consciente.

Estava cansado lembrava-se apenas que havia saído para trabalhar.

Fazia tempo em que ele não sentia tanta dor em seus braços.

Parecia que havia ficado umas 2 horas dentro de uma academia levantando ferro bem pesado.

E como de costume Belle Reese estava aguardando-o.

Você está com fome perguntou Belle Reese?

_Sim.

Respondeu Eno.

Sem perguntar mais nada, ela preparou sua refeição.

Eno comeu em silêncio, afinal não havia nada para falar, ele não se lembrava de nada.

_Como foi o seu dia hoje?

Perguntou Belle Reese olhando bem para os seus olhos.

_Que eu me lembre não teve nada de especial.

Disse Eno.

_Tem certeza?

Insistiu Belle Reese.

_Sim tenho certeza.

Respondeu Eno sem muita empolgação enquanto mandava uma garfada boca dentro.

Mas dentro dele algo parecia perguntar.

"Será que não aconteceu nada mesmo?"

Então de repente seu óculos-visor começou a mostrar letras aleatoriamente.

Até que finalmente mostrou uma frase que fazia algum sentido.

"Lembra-se de mim Eno?

_Boa sorte!

Gritou Eno e por sorte Belle Reese não o ouviu, pois ela já havia levantado e estava no outro cômodo da casa.

"Tente não chamar atenção Eno.

Avisou Boa sorte.

"Preciso lhe mostrar o que você fez hoje."

O coração de Eno acelerou.

Ele não tinha ideia do que tinha feito, mas tinha certeza de que não era nada bom.

Então, ele fechou os olhos bem forte.

Era como se ele tivesse querendo espantar as imagens que logo iria visualizar.

E lentamente como filme, Boa sorte foi desfilando acontecimento do dia para ele.

Inicialmente ele não estava vendo nada demais.

Do momento que havia saído de casa até o momento que entrou dentro do ônibus, tudo pareceu completamente normal.

O ônibus estava com poucos passageiros e ele havia descido no ponto de ônibus certo.

E esse ponto em particular tinha bastante pessoas e de repente do nada um grupo de assaltantes com armas pesadas em suas mãos anunciaram um assalto.

Também vindo do nada um sujeito grande musculoso com um uniforme azul escuro, veio de encontro aos assaltantes sem se importar com as armas que seriam usadas contra ele.

O herói em questão tinha pernas bem torneadas e um porte físico bem avantajado.

A reação dos assaltantes foi como era de se esperar, com suas perigosas armas à mão, abriram fogo contra esse homem musculoso.

Ele parecia rir na medida em que os tiros o acertavam.

As pessoas no ponto de ônibus corriam se deitavam ou se escondiam.

O homem musculoso parecia não ter pressa, avançando lentamente na direção de cada assaltante.

E assim que alcançava um sujeito, ele arrancava sua arma e a quebrava ao meio.

Quando terminou de acertar as contas com todos os sujeitos que estavam armados, ele foi aplaudido.

As pessoas que estavam no ponto de ônibus eram todos sorrisos.

Então Eno viu que ele também estava na cena e como os demais para não correr o risco de ser alvejado por uma bala perdida, ele também havia se escondido.

Agora feliz por estar a salvo e como forma de agradecimento, pegou a sua maleta e abriu.

Tirou um bonito pacote que continha um estranho lanche que pareceu crescer conforme foi tirado da maleta.

Com um cordial sorriso em seu rosto, avançou para frente ao encontro do homem musculoso e ofertou o lanche como forma de gratidão.

Sem nada desconfiar, o homem musculoso que parecia ser extremamente guloso aceitou.

Logo abriu pacote, tirou o lanche e demonstrando grande satisfação mordeu o lanche tirando um grande naco.

Mas assim que o fez, qual foi a surpresa de todos os presentes ao ouvir

uma explosão abafada, mas tão forte que matou imediatamente o homem musculoso arrancando-lhe a cabeça e ferindo todos as pessoas do ponto de ônibus, exceto o próprio Eno que já não estava mais no local.

_Mas o que foi que aconteceu?

Perguntou Eno bem baixinho ao Boa sorte.

"Quer saber mesmo o que aconteceu?"

_Si...Sim.

Respondeu Eno lhe faltando coragem.

E em letras grandes garrafais Boa sorte respondeu o que ele já sabia, mas tinha medo de acreditar:

"O QUE ACONTECEU? O QUE ACONTECEU FOI VOCÊ MEU CARO ENO. VOCÊ MATOU O HERÓI BOBINA."

Eno sentiu um arrepio na espinha.

Ele não queria acreditar no que seus olhos viam e no que Boa Sorte lhe dizia.

As imagens continuaram a se desenrolar, mostrando em detalhes como ele, sob a influência de Belle Reese, seguiu meticulosamente o plano.

"Isso não pode ser verdade", sussurrou Eno, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

"Infelizmente é verdade. Belle Reese usou você para matar Bobina. A neurotoxina dela controlou sua mente e você agiu sem ter consciência do que estava fazendo."

Eno sentiu o peso esmagador da culpa e do desespero.

A verdade era pior do que ele poderia imaginar.

Ele, que sempre quis ser herói, agora se via como o vilão que tirou a vida de um dos maiores defensores da cidade.

-O que vou fazer agora? —Eno perguntou com a voz trêmula e cheia de angústia.

"Primeiro, você precisa manter a calma e não deixar Belle suspeitar que você sabe de alguma coisa. "Encontraremos uma maneira de desfazer o que ela fez, mas você precisa ser forte."

Eno respirou fundo, tentando acalmar o coração acelerado. Ele sabia que sua vida nunca mais seria a mesma.

Mas também sabia que precisava lutar para corrigir seus erros e, de alguma forma, honrar a memória de Bobina.

Em sua casa , Belle Reese sorriu para si mesma, completamente alheia ao tumulto interno que assolava Eno.

Para ela, tudo estava indo conforme o planejado. Ele mal podia esperar para executar seu próximo passo e eliminar outro herói.

Porém, ele não tinha ideia de que seu peão estava começando a despertar e que a verdadeira batalha estava apenas começando.