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A Princesa Esquecida Rosa

Anos atrás, quando ela era apenas uma menina, Rosa fugiu com seus dois amigos Alexandre e Matias, exatamente quando estavam prestes a ser marcados como escravos e vendidos para trabalhar em um bordel. A infelicidade se abateu sobre o grupo quando Matias ficou preso e, para salvar seus amigos, Rosa se sacrificou para distrair o filho do dono do bordel, Graham, que os perseguia. Rosa fez seus amigos prometerem que, em troca de seu sacrifício, eles voltariam para libertá-la. Conforme os anos passaram e Rosa se reuniu com seus amigos, ela aprendeu que nem todas as promessas seriam cumpridas. Presas em um bordel com um homem que deseja transformá-la em sua mulher, Rosa inicia um relacionamento inesperado com Zayne Hamilton, um general de outro reino. Zayne oferece-se para comprá-la de Graham e abre caminho para que seu sacrifício não seja esquecido.

Violet_167 · Histoire
Pas assez d’évaluations
335 Chs

Capítulo 9

"Sou um tolo," Matias murmurou, enojado consigo mesmo.

A memória de ter chutado Rosa se repetia em sua cabeça incessantemente. Naquele momento, chutar ela era tudo que Matias conseguia pensar para fazê-la parar de falar.

"Como ela ainda está viva?" Matias se perguntou, roendo as unhas enquanto seu pânico crescia.

Ninguém deveria saber que ele uma vez quase foi marcado como escravo. Matias não tinha preocupações em retornar a esta cidade já que ninguém deveria reconhecê-lo.

Matias lançou um olhar ao espelho na parede. "Como ela me reconheceu? Por que ela está se apegando àquela promessa infantil?"

Ele havia avançado demais ao elevar seu status para estar ouvindo sobre os dias em que estava sendo vendido. Eles eram crianças quando fizeram aquela promessa. Por que Rosa era tão tola a ponto de pensar que ele a manteria?

"Preciso encontrá-la," Matias decidiu.

Antes que Rosa falasse demais, ela precisava ser silenciada. As chances de alguém levar suas palavras a sério eram baixas, mas Matias não queria que nada fosse dito.

"Eu deveria ter trazido ela para cá. Então eu poderia silenciá-la. Preciso encontrá-la antes de Alexandre," Matias maquinou.

Os anos haviam passado mas Matias sabia que uma vez que Alexandre visse Rosa, antigos sentimentos ressurgiriam. Alexandre era mais adequado para estar com uma senhora ao invés de alguém que foi vendido para ser escravo de alguém.

Matias mergulhou as mãos em um balde cheio de água que era destinada aos cavalos para beber e molhou seu rosto com ela. Um dia, Rosa poderia perdoá-lo por ignorá-la. Ela tinha que entender que eles não podiam estragar seus nomes agora.

Como seria se o passado deles fosse revelado e os homens ao redor descobrissem que eles estavam mentindo desde o começo? Eles não precisavam que o fato de terem sido escravos ofuscasse suas conquistas, especialmente quando o rei estava pensando em recompensar Alexandre.

"O que você está fazendo?" Alexandre perguntou ao entrar na tenda designada a Matias. Ele estava confuso ao ver Matias fazendo uso da água destinada a levar até seu cavalo. "Você normalmente é orgulhoso demais para fazer algo assim. É só mandar alguém buscar água para você."

Matias virou-se para encarar Alexandre.

"Ouvi dizer que você teve um pouco de problema no caminho para cá. O que foi?" Alexandre indagou enquanto tirava o casaco.

"Nada com que se preocupar. Apenas algumas pessoas atrapalhando o caminho do meu cavalo. Alexandre," Matias começou, mas hesitou. "Alguns dos homens estão indo para a cidade se divertir. Você vai também?"

"Tivemos uma longa viagem de barco até aqui e tudo que quero é comida e depois descansar. Pode ir sem mim. Não gosto de estar aqui," Alexandre respondeu.

Alexandre se lembrava do que essa cidade era na sua juventude. Estar aqui era desconfortável, então tudo que ele queria era ficar em sua tenda. Beber e aproveitar estar fora de um navio poderia vir depois.

"Certo. Também é um pouco desconfortável para mim por causa da história. Devemos manter isso entre nós. Você sabe-"

"Você deseja esconder o que quase nos tornamos. Eu sei," Alexandre respondeu. Eles haviam trabalhado duro para se livrarem de seu passado. Por sorte, ninguém jamais questionou a história que inventaram.

Sabendo melhor agora sobre os homens ao seu redor, Alexandre não achava que alguém se importaria que eles quase foram transformados em escravos, mas eles já haviam contado a mentira. Havia alguns inimigos entre os homens do rei que fariam troça de seu passado e tentariam falar mal deles, embora eles tivessem se esforçado para subir na vida.

Matias ficou satisfeito que Alexandre estivesse na mesma página que ele. Era um bom começo para confiar que, caso Rosa se aproximasse de Alexandre como fez com ele, Alexandre teria cuidado com os olhos que os observavam.

Se ele pudesse encontrar Rosa antes dela encontrar com Alexandre, Matias sabia que poderia desvia-la de se aproximar de Alexandre. Rosa deveria querer o melhor para eles agora e não manchar o nome deles com o passado.

Alexandre olhou para Matias, percebendo que ele estava incomodado com algo. "O que te preocupa? Você está nervoso com a chegada do comandante? Aquele velho pederasta só vai beber e apagar junto às mulheres. Depois vai nos pedir para não falar sobre isso com a esposa dele. Você pode relaxar."

"Certo, certo. Devo me arrumar para sair com os homens que ainda estão de partida. Você pode descansar aqui," Matias ofereceu.

Se Rosa tivesse a audácia de vir até aqui onde todos os soldados descansam, Alexandre estaria na tenda errada.

"Minha tenda está confortável," Alexandre respondeu, recusando a oferta.

Matias se virou para tirar sua camisa.

"Você acha que Rosa ainda está aqui?" Alexandre perguntou.

Isso cruzou sua mente desde o momento em que lhe disseram que eles viajariam para cá. Esta era a mesma cidade que eles haviam deixado Rosa para trás. Enquanto ele queria esquecer os horrores de ser uma criança que seria vendida, ele não podia esquecer Rosa.

"Faz oito anos desde então, Alexandre. Você sabe tanto quanto eu o quanto eles estavam obcecados por ela. Ela se foi," Matias respondeu, continuando de costas para Alexandre para que seu rosto não revelasse o que sua boca não dizia. "Não vá procurar no passado. Você não vai gostar do que vai encontrar."

Claro, Rosa ainda estava na mente de Alexandre. Matias se considerava tolo por acreditar que Alexandre teria esquecido quando tinha sido óbvio no passado que Alexandre se importava mais com Rosa do que como uma amiga.

Alexandre ainda não entenderia isso, então Matias tinha que ser um bom amigo para protegê-lo. Havia outras mulheres dignas do tempo deles fazendo fila para chamar sua atenção. Uma mulher na corte do palácio tinha seus olhos em Alexandre, então Matias não permitiria que o passado atrapalhasse.

"Suponho que sim, mas deveríamos pelo menos tentar procurá-la. Para saber o que aconteceu com ela. Nós demos nossa palavra que poderíamos voltar por ela. Você não se esqueceu, esqueceu?" Alexandre perguntou, esperando que Matias não se esquecesse.

Alguns dias, Alexandre não conseguia superar como Matias havia empurrado Rosa para o lado e passado pela parede antes dela, apenas para ficar preso. O que poderia ter acontecido se Rosa tivesse conseguido sair com ele em vez de Matias? Ele ainda teria essa vida ou teria encontrado algo melhor?

"Eu não me esqueci. É graças a ela ter desviado aqueles homens que conseguimos escapar. Eu só acho que, oito anos depois, não vamos encontrar nada sobre ela e, se cavarmos demais, podemos expor nossos passados. Não quero ser conhecido como o garoto que foi vendido então, por favor, não vá procurar por alguém que não existe mais," Matias implorou a Alexandre.

Apenas um tolo olharia para o passado que não tem nada a oferecer e não para o futuro que tem status ou riqueza esperando por eles.

Alexandre não pôde dar uma resposta a Matias agora. Se houvesse alguma pista de que Rosa estivesse viva enquanto ele estivesse na cidade, ele tinha que manter sua promessa.

Matias conhecia Alexandre há tempo suficiente para saber o que o silêncio significava. "Descanse. Eu tenho que ir agora."