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Capítulo 76 – Carol: A primeira puja

Apesar da tradução dos tradutores, conforme vai acontecendo a cerimônia, nos deixa um tanto incomodados porque queríamos entender na íntegra tudo que está acontecendo.

Nesse momento, ficamos tensos porque os tradutores nos anunciam que os Imperadores estão no recinto. Então seguimos os protocolos conforme eles nos conduzem.

Um completo silêncio se pode perceber com a entrada dos Imperadores, e todos conforme o protocolo, cruzam as duas mãos à frente do peito e abaixam a cabeça, aí sim os saudamos.

Ouvimos eles conversarem em hindi, tento olhar para a Tia para saber se ela irá conseguir falar algo, ou dar algum sinal do que está acontecendo, porém ela olha firmemente para o chão. Então ficamos sem entender o que está acontecendo.

Assim que eles acabam de conversar nos é autorizado a nós acomodarmos, e todos se sentam.

Ficamos todos chocados ao perceber que os Imperadores se sentam, no lugar que os pais do Eros deveriam estar.

Sinto um clima de dúvida entre nós crescente no ar. Olho para o Claudio e os rapazes que estão na primeira fila e pelo jeito estão também querendo entender por que os Imperadores estão no mandap.

Nesse momento o sacerdote começa a falar e pergunta para o pai da Weenny por qual motivo ele estava ali.

Samara num tom ou melhor num volume absurdamente alto para um ambiente totalmente silencioso, indaga que como ele não sabe qual o motivo do pai dela estar ali e a Gi acha graça disso e Dani rapidamente pede para elas ficarem caladas.

Seu Ronaldo responde que estão ali para expressar publicamente o interesse na união das duas famílias para o casamento de Eros e Weenny.

Assim como todos nós observando todo o cenário mais estranho do mundo se mudando a nossa frente, Melissa começa um questionamento, pois nesse momento era para a família do Eros estar presente, então porque os Imperadores estão ali de novo, mas Tia não deixou ela terminar o raciocínio falando que os Imperadores são os governantes do país convidados pelos noivos, nada mais propício que os lugares de honra.

Tá mais isso não faz sentindo nenhum, e dessa vez pra mim essa resposta não vai colar não, lugar de honra até entendo, então deveria ter feito dois tronos no lugar central da cerimônia para que eles pudessem se sentar, agora no lugar dos pais do Eros, não, isso não mesmo.

Mas preferimos todas ficar quietas diante da rápida e decorada resposta da Tia e prestar atenção na cerimônia.

Então começa a entrega dos presentes, Eros entre eles ganha uma espada entregue por Vilma que diz o quanto o apreciam, mas Tia nos diz que aquilo também faz parte dos protocolos do shádi.

Mas Samara está horrorizada por ele ter ganho uma espada, Gi está dispersada para saber o que Eros disse e Tia diz que ele recebe o presente com gratidão e se sente muito afortunado por isso. Marília acha lindo e Tia nos diz para sentar como acabou de orientar o sacerdote, e Samara mais uma vez reclama, dizendo que finalmente irá sentar.

Samara hoje está especialmente amarga se assim posso dizer, até agora reclamou de tudo, ou senão, tem um comentário negativo ou ácido, gente tá começando a ficar chato isso. O Guru deveria ter falado que isso também não é auspicioso no casamento, quem sabe assim, ela guardaria seus comentários negativos para si num momento confuso? Sim, mas muito feliz na vida da nossa amiga.

Logo depois o Imperador começa a falar e Tia traduz "louvo a vontade de vocês de fazer um casamento entre Eros e Weenny aqui na Índia, ficamos felizes por terem escolhido nosso país e nossas tradições para firmar a aliança entre as duas famílias".

Iara diz que apesar de ainda ter medo dos Imperadores, ela acha muito legal a forma que eles estão tratando nossos amigos, muito gentil da parte deles.

Agora é a Imperatriz que diz que quer saber se a noiva está presente, segundo Tia nos traduz.

Acho chique ela estar querendo ver a noiva e falo isso para as meninas e Tia nos avisa que o sacerdote pediu para buscar a Weenny e a tia Vilma pede para que ela entre.

Tati não entende o porquê disso e Tia nos explica que somente os pais dão ordem aos filhos. Nessa hora eu penso a quantidade de vó e Tia no Brasil ia surtar com essa informação.

Maria José pergunta para Tia, como ela é casada, se também passou pelo Sagai.

Tia disse que sim mas, que para eles indianos é algo mais simples, que não passa de uma cerimônia para reunir os noivos em potencial e suas famílias, e ela nos conta isso com um belo sorriso no rosto.

Isso é muito diferente para nós, de certa forma para alguns pode soar um absurdo, mas eu vejo tanta beleza nisso. Sei lá acho que essa importância do casamento, desde o fato dos mais escolherem os melhores para seus filhos (o que as pessoas confundem, infelizmente não podemos descobrir o caráter de alguém que sabe esconder por um tempo.), minha forma de pensar é bem diferente do que as pessoas podem mensurar, muitos acham até um absurdo, mas eu vejo sentido em coisas que normalmente as pessoas não acham.

Nesse momento os tradutores nos diz que a entrada da Weenny é autorizada, e ela vem lindamente coberta com o pallu, me emociono neste momento, mas seguro as lágrimas porque não é auspicioso. Precisos lembrar o tempo todo que aquilo que é normal para nós no Brasil, aqui pode ser uma grande ofensa, e chega a ser um pouco cansativo, mas pela Weenny tudo vale a pena.

Ela quando se aproxima do mandap cumprimenta os sacerdotes que ai sim pode cumprimentar os Imperadores.

Weenny e Eros mantém a distância inclusive da troca de olhares, e nesse momento o Imperador se pronuncia e nossos tradutores nos diz que ele está autorizando que façam o mapa e o estudo astrológico dos dois para prosseguir e finalizar a aliança conforme manda a tradição.

Tia nos continua traduzindo tudo, e agora nos diz que os sacerdotes estão fazendo o que o Imperador ordenou, e nos falar para olharmos para o seu Ronaldo, pois ele está e convidando a todos para a festa, mas antes deveremos participar da puja que o Pandith fará.

Como não a conhecemos, ficamos observando tudo da forma mais silenciosa e respeitosa.

Assim que a puja é concluída, Eros, Weenny, Seu Ronaldo e a dona Vilma, e o irmão da Weenny vão saindo do salão e imaginamos que estão indo para a festa.

Logo depois deles aparecem alguns funcionários nos orientados e a todos os convidados para a festa, seguindo pelo super elegante hall e seguindo até o salão de festas.

Grandes lustres e belíssimos tapetes indianos, e uma decoração muito chique nos tons de bege e dourado nos acompanham durante todo caminho. Ficamos admirando a beleza dos detalhes durante o percurso.

Conforme vamos chegando mais próximos do salão de festas, mais alta a música alegre Indiana fica perceptível, e assim que chegamos vemos a banda em cima do palco.

Amitabh nos mostra outras coisas típicas de festa Indiana, e nos indica uma mesa em um canto mais tranquilo, isolado, é a mesa dos noivos, para comer com mais tranquilidade.

Essa tendência no Brasil já está em alta, e acho isso um máximo, assim os novos conseguem comer um pouco no grande dia deles, porque devido a ansiedade e a correria o que menos pensam é em comer aquilo que pensaram durante meses com tanto carinho. Acho triste você escolher cada detalhe do cardápio, dos doces a mesa de café, e no final não ter aproveitado praticamente nada.

Ele tem nos mostras algumas mesas nas extremidades do salão, onde estão doces, salgados, bebidas e o bolo.

May está muito feliz com tudo e diz que tudo parece um sonho de tão lindo que está.

Vivi nos chama a atenção dizendo que o Weenny e Eros estão indo para mesa deles e que a família da noiva está indo para a mesa deles separadas a metade dos avisos que também temos uma mesa separada enquanto estratégia do salão de festa.

Vamos para as nossas mesas que estão com nossos nomes.

Na minha mesa ficaram meus pais, a May, Enzo e sua família, era para Samara estar conosco, porém sua família por algum motivo se recusou a sentar conosco e exigiu que ela ficasse na mesa deles.

Não entendemos o motivo, e Enzo para evitar grandes "arroubos" da Samara, preferiu ficar com a família dele, mas indo até a mesa da Samara de vez em quando.

Nossa mesa estava animada. Estavam todos encantados com essa primeira cerimônia, explicamos que ainda terá muita coisa.

Todos nós padrinhos nos levantamos um pouco da nossa mesa ao ver que Eros e Weenny estavam falando com todos os convidados, auxiliando os pais da Weenny na tarefa.

Uma coisa que percebemos é que os Imperadores não estão presente na festa. Muito estranho isso.

Fomos até o Amitabh perguntar se também deveríamos falar com os convidados para essa primeira recepção, digamos assim, e ele disse que nesse primeiro momento não. Que já hora certa seremos orientados. Então por hora poderíamos ficar tranquilos.

Cada um volta para sua mesa e a conversa, risada rola solta. Os comentários tanto na nossa mesa, quanto ao redor até onde podemos conseguir ouvir, era que a festa está maravilhosa.

Mas o compromisso nos chama. Fomos procurar os noivos e não encontramos, então vamos até nosso tradutores perguntar sobre o próximo ritual que a puja para Vishnu, que pelo que nos informaram serão em um local diferente. Será. Num templo hindu.

Então temos que voltar ao hotel, e nossos tradutores, se tornando nossos anjos da guarda já, porque eles cuidam tão bem, e são muito preocupados tanto com o nosso bem estar como nosso conforto.

Enquanto nos encaminhamos para a saída, percebemos que alguns convidados também estão de saída, inclusive a nossa família, a maioria dos convidados não quer perder um detalhe desse casamento. Que ficará na memória de todos por gerações.

Amitabh e Tia se aproximam de nós, e nos relembra e ao mesmo tempo explica que as pujas são "orações" voltadas a um Deus hindu, onde os noivos e suas famílias irão fazer pedidos e agradecer.

Como não queremos errar perguntamos qual deveria ser nossa vestimenta. As madrinhas e recomendado sáris de cores claras, sem muitos adornos, nem brilhos e bordados, porque o objetivo é que o deus brilhe mais.

Amitabh nos fala que podemos fazer a puja e levar oferendas ao deus Vishnu, devemos não falar alto, homens e mulheres ficaram no mesmo ambiente porém ela lados opostos

Assim que eles terminam de nos orientar, eles solicitam o micro-ônibus, e não precisaremos andar, precisamos ganhar tempo para nos arrumar e chegar no horário no templo.

Passos as instruções de vestimenta para a minha mãe, ela me dá um ok e diz que os tradutores deles fizeram a mesma orientação e ela me pergunta se vou fazer a puja e digo que não, não é minha religião, mas terei todo respeito do mundo. Tanto pela religião, quanto para as pessoas que ali estão com toda a sua fé.

Ela diz que irá fazer e a encorajo se é isso que ela quer. Nos despedimos e ficamos de nós ver já puja se conseguirmos.

Todos assim que chegamos no hotel, corremos para as nossas suítes, durante o caminho vim pensando no sári, então já tinha escolhido um sári off-white com delicados arranjos de flores rosas pequenas pintado à mão, sem bordado e nem brilho, bem delicado.

Coloco uma sapatilha e nem mexo no cabelo, tiro as joias que estou, só fico com um colar que é um presente especial do meu amor. Deixo a make mais suave e coloco uma sapatilha, e já estou pronta, mando mensagem pro pessoal e metade já está pronto esperando no hall.

Entramos todos ano micro-ônibus e seguimos rumo ao templo porém durante o caminho percebemos que todos saíram ao mesmo tempo, da imprensa aos convidados, as ruas a caminho estavam abarrotadas de carros.

Durante o trajeto vemos um palanquim passar por nós e Dani se questiona de pode ser que ela está pensando e Tia confirma que sim, era a Weenny passando por nós.

Descemos a uma certa distância do templo e seguimos o caminho andando junto com a multidão.

Pela estrada que seguimos depois de uma pequena curva já é possível ver q gigantesca estátua de Vishnu, não demora muito e ja conseguimos ver o templo, que está completamente decorado, do topo a escadaria tudo adornado com flores.

Vemos que as portas do templo já está aberta e assim que chegamos somos orientados pelos sacerdotes para o interior do templo, e fico impressionada com a beleza do local, imaginava um local totalmente diferente do que se apresenta, imaginava um lugar escuro, apertado, meio sufocante, devido a algumas fotos que vi quando fiz a pesquisa na época que estudávamos com o Guru. E chegando aqui me deparo com um local aberto, bem arborizado, bem organizado e colorido.

A sala de orações onde o sacerdote está fazendo as devidas orações é uma beleza a parte, e logo vemos a Weenny entrando na sala de orações com uma bandeja nas mãos e as seis carrapatos atrás dela também com bandejas nas mãos.

Ao ver essa cena meu coração se aperta, sinto que não vou ter escapatória e terei que fazer as oferendas, não me sinto bem com isso, porém faz parte do casamento. Não quero estragar nada.

E de repente vemos Eros também, fazendo a mesma coisa que a Weenny diante da estátua de Vishnu.

Mih vendo o desenrolar da cerimônia pergunta bem baixinho se não deveríamos ter trazidos as oferendas e Ricardo diz que não trouxemos nada.

Amitabh e Tia riem da situação e nos mostra onde tem as oferendas para que possamos participar da puja.

Então olho pro Claudio procurando socorro e quando o vejo ele já está com a sua oferenda na mão a caminho da estátua, sinto uma mão em meu ombro e quando olho é May, com seu olhar consolador dizendo sem palavras que entendia o meu dilema.

Então em minha mente comecei a conversar com Deus e decidi fazer aquela oferenda como se fosse para Deus Pai. Isso deixou meu coração mais tranquilo.

A Família da Dulhana e indianos presentes começaram também a fazer as suas oferendas.

Assim que cada um faz sua parte, vamos nos acomodando para que a puja comece.

Mulheres de um lado e homens do outro. O silêncio e o respeitam reinam esse lugar.

Vemos o sacerdote pegar o microfone e começar a cerimônia e entrega algo na mão do Eros, que está junto com todos os homens do lado direito.

De repente ele sai e volta com outra roupa, uma calça larva e algo que tampa parte do seu peito. Gente, amo o Claudio, mas o Eros aparecer dessa forma pela primeira vez posso dizer que me tirou o fôlego. Ele está belíssimo, olho para as meninas e pela pequena agitação, elas estão pensando o mesmo.

Volto a prestar atenção em tudo que está acontecendo

 Tia nos traduz tudo que está sendo dito pelo sacerdote, assim que essa primeira parte acaba Tia nos avisa que o sacerdote convoca Weenny e Eros para cantar um mantra, e todos os homens e mulheres indianos cantam junto com eles.

E tudo em uma só voz fica de arrepiar de tão lindo e impactante, assim que termina o mantra, Pandith entrega uma espécie de arma para a Weenny que toca e passa para o Eros, que faz o mesmo e passa o pai da Weenny, que entrega para os padrinhos, depois para nós madrinhas e assim por diante até todos terem tocado no objeto em questão.

Logo depois que Weenny toca no objeto ela segue até a estátua, faz uma espécie de pedido e lança um pó vermelho, e em seguida a família dela faz o mesmo, depois é a nossa vez e assim por diante.

Devido a quantidade de pessoas essa parte demora um tempo considerável e a cerimônia acaba e é terminada com mais uma puja curta feita pelos Brâmanes e o Pandith.

Quando finalmente acaba olhamos e não encontramos mais nem Weenny e nem Eros.

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