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Capítulo 76 de 10 – O jogo virou!

Karma, atingido por um dos golpes de chamas, começou a gritar desesperadamente na tentativa de apagar o fogo. No entanto, por mais que se esforçasse, as chamas persistiam, reacendendo a cada tentativa de contê-las.

— Que porra é essa?! Por que não apaga?!

Ele não compreendia o que estava acontecendo. Sua habilidade de manipular a escuridão sempre lhe permitira apagar qualquer fogo, mas as chamas daquela mulher agora resistiam. 

Antes, quando ela atacava, sua escuridão absorvia o fogo facilmente. No entanto, desta vez, a dimensão de escuridão que ele controlava estava sendo consumida por um mar de chamas.

— Apaga!!!

Ele gritava desesperadamente, elevando a escuridão ao redor de seu próprio corpo, mas só conseguia reduzir as chamas por breves instantes. Enquanto isso, Carmine ardia em uma aura de fogo, com chamas intensas que dançava ao seu redor. Com as espadas apoiadas no ombro, ela se aproximou do demônio e, com um olhar determinado, disse:

— Não adianta. Enquanto eu estiver aqui. As minhas chamas nunca apagaram.

— Droga!!! Se não fosse o orgulho...

— Novamente com esse papo? Bem, tanto faz. Foi um prazer lutar contra você, mas é hora de morrer.

Não, não posso morrer aqui, não para um descendente do orgulho, não...

Ela se aproximou ainda mais do inimigo, e a intensidade das chamas ao redor dela fez com que ele começasse a queimar com ainda mais ferocidade. Incapaz de suportar a dor, ele caiu ao chão. 

Carmine sem hesitar, posicionou sua espada sob o pescoço dele e, com um movimento firme, o ergueu do chão, mantendo-o suspenso.

— Adeus!

Não, não, não, não, não!!!

Com suas últimas forças, levantou a mão trêmula na direção de Carmine e, com a voz fraca e entrecortada, disse:

— Desapareça!!!

No entanto, era tarde demais. A ex comandante já havia desferido seu ataque, a lâmina cortando o ar e atravessando a cabeça dele. Estranhamente, ele não morreu e algo misterioso impediu que a vida o abandonasse naquele instante.

— Hahahaha! Funcionou. Realmente funcionou com ela!

Ui, Zefis e os dois últimos soldados restantes observaram a cena em choque. A perplexidade tomava conta de seus rostos enquanto tentavam compreender o que exatamente havia ocorrido. O ataque dela, que deveria ter sido fatal, deixara todos confusos, sem saber como explicar o que acabavam de presenciar.

As chamas naquele local escuro e sombrio começou a enfraquecer cada vez mais até o ponto de se tornar inexistente.

— O que foi isso? — perguntou Ui incrédula.

— Não sei, mas estamos com sérios problemas — respondeu Zefis.

Karma, que havia parado de rir subitamente, voltou seu olhar sombrio na direção dos outros alvos. Sem dizer uma palavra, ele ergueu a mão e apontou para eles, deixando claro que sua atenção agora estava voltada para os próximos a sofrerem sua ira.

— Vocês serão os próximos!

Sentiram-se apreensivos, mas sabiam que não tinham escolha a não ser lutar. Todos os demônios inferiores estavam mortos, restando apenas eles naquele lugar desolado. 

Carmine, que antes estava ali, havia simplesmente desaparecido, e ninguém sabia onde ela estava. Se estava morta ou viva, era um mistério que deixava os outros ainda mais em panico.

— Vamos...

Zefis começou a falar, mas, de repente, caiu no chão, incapacitado de continuar. A surpresa e a confusão tomaram conta dos outros,

— O que aconteceu? Isso foi um ataque? — Ui perguntou em dúvida.

— Comandante? — perguntou um dos soldados.

— O que aconteceu? Um de vocês simplesmente tombou sozinho, mas não adianta fingir de morto. Todos vão morrer aqui.

Não foi ele, então quem foi? pensou Ui

— Não se preocupem, estou bem.

— O que aconteceu?

— Acho... que minha irmã está lutando também, mas não se preocupem comigo. Vamos concentrar no inimigo a frente.

Todos os outros concordaram e se posicionaram novamente, preparados para o que estava por vir. No entanto, Zefis caiu no chão mais uma vez, e a preocupação tomou conta de todos.

— Comediantes.

Ele se aproximou rapidamente e atacou Ui, mas ela conseguiu se esquivar com agilidade.

— Obrigado Ziro.

— Não há de quê, Inseta.

Como Ziro estava no bolso de Ui, ele se moveu com alta velocidade e ajustou a posição dela. Em seguida, saiu do bolso e fixou o olhar nos olhos de Karma, que o observou intensamente em retorno.

— Um demônio junto com uma humana? 

— E daí, inseto. Nunca viu?

— De novo... de novo, de novo isso me acontece. Seria isso um Karma?! — gritou em raiva.

— Hum?

— Tanto faz... Vou matar esse casal também..

— Não somos um casal!!! — declarou Ui com raiva.

Antes que pudesse se mover, um ataque de espada o atingiu em cheio e cortou-o ao meio. Seu corpo começou a queimar instantaneamente, e a dimensão ao seu redor simplesmente desapareceu em meio às chamas.

— Funcionou...

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Três minutos atrás.

— Aqui? É o quartel. Demônio desgraçado, ele me tirou de lá.

Carmine começou a andar pelo local e percebeu que o demônio ainda estava parado no mesmo lugar. Com determinação, ela balançou sua espada na direção dele.

— Assim não funciona?

Parou por um momento para refletir, sem saber como reentrar na dimensão ou destruí-la. Sem alternativas claras, decidiu testar várias abordagens. Primeiro, tentou intensificar suas chamas e cortar, mas sem sucesso. 

Em seguida, lançou um ataque de chamas de longa distância, que também não teve efeito. Por fim, concentrou mais chamas em sua espada e tentou cortar novamente, mas, mais uma vez, não obteve resultados.

— Espera, eu senti algo diferente. Era como se eu tivesse cortado alguma coisa.

Ela concentrou suas chamas na espada com ainda mais intensidade e a brandiu mais uma vez. Desta vez, sentiu que a lâmina cortou algo, como se houvesse finalmente penetrado uma resistência invisível.

— Ainda não é o suficiente.

 Concentrou as chamas na espada com cada vez mais intensidade. À medida que as chamas se fundiam com a lâmina, pareciam desaparecer, como se ela estivesse se tornando uma com a espada. 

O esforço era tão grande que Carmine rangia os dentes e lutava contra a sensação de esforço extremo, quase como se estivesse lidando com uma força interna.

Finalmente, quando sentiu que havia alcançado o máximo, balançou a espada com toda a sua força e atingiu Karma na outra dimensão.

— Funcionou... — Com pouco fôlego, disse.

Os outros presentes ficaram surpresos, pois não haviam visto o ataque de espada. O demônio foi despedaçado repentinamente, como se tivesse sido atingido por uma lâmina invisível.

— Comandante... — disse Zefis enquanto se levantava. — Me desculpe, mas eu tenho que ir rápido.

Zefis começou a correr do local sem fornecer qualquer explicação e deixou todos com dúvidas e perguntas sem resposta sobre o motivo de sua fuga repentina.

— Arrrgghh!

Enquanto isso, o inimigo agonizava de dor no chão, tentando aproximar as partes de seu corpo para se regenerar. Carmine, ao perceber o esforço de Karma para se recompor, se aproximou.

— Não adianta, o seu fim chegou.

Ela levantou a espada para desferir o golpe final, mas cambaleou para trás e caiu de joelhos.

Isso foi um custo para o meu corpo? Mas tenho que finalizar...

Ela se levantou novamente, se aproximando do demônio.

— Afaste... não aproxime... não... afaste... Não aproxime de mim! Seu demônio!!! — Gritava enquanto lágrimas escorria em seus olhos.

Naquele momento, Karma não via seu inimigo natural; ele via outra entidade, um demônio que representava o Orgulho, a coisa que mais lhe causava medo. 

Carmine, repentinamente, parou, largou a espada e começou a se agarrar à cabeça. 

Algo inédito estava acontecendo com ela: memórias há muito esquecidas, dos momentos em que havia sido controlada, começaram a inundar sua mente. A dor das lembranças a fez gritar intensamente e surpreendeu a todos que observavam. No entanto, de repente, ela cessou o grito, mas seus braços perderam a força e ela caiu no chão.

Enquanto todos estavam chocados com a cena, o demônio começou a se regenerar. Após recompor suas partes, levantou-se e começou a rir alto. Todos voltaram sua atenção para ele, percebendo que a situação havia se agravado consideravelmente. 

Com um sorriso estampado no rosto e o semblante marcado pelas lágrimas, disse:

— O jogo virou!