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Capítulo 11.2 — Estás bem? Meu príncipe encantado.

No momento em que falei, Ziro saiu do bolso de Ui. Tudo se esclareceu de imediato. Dado que Ziro tinha a habilidade de voar, aquilo tornava a situação possível, mas a questão que me ocorreu foi se elas não seriam pesadas demais para ele.

— Como você conseguiu?

— Então foi assim, inseto…

Ziro me contou toda a história. Enquanto seguimos em direção ao próximo andar, ele revelou que nos seguia e acabou caindo sob o domínio de Saymon. Ele testemunhou Ui caindo e conseguiu salvá-la a tempo. Quanto a Idalme, ela utilizou um miniparaquedas que possuía para se salvar. Eu nunca tinha visto um desses antes, mas se ela disse que o tinha, era plausível.

— Entendo. Então foi isso que aconteceu.

— O que vamos fazer com Mito? — Ui perguntou, com um olhar cheio de preocupação.

— Eu meio que explodi a sua cabeça. Foi mal Ui.

— Relaxa, não tinhas outra escolha.

Ziro aproximou-se do corpo e disse:

— Esse inseto continua vivo.

— Serio? — Ui perguntou, com alegria evidente em seu tom de voz.

— Sim.

A sensação era de que a sua cabeça estava à beira de explodir devido ao contato direto com o meu sangue. Ficou claro que ele havia direcionado toda a sua energia para a cabeça, provavelmente como uma medida desesperada para evitar a morte.

— Max, será que dá para fazer aquilo? — disse Ui.

A situação parecia propícia, dado que ele estava completamente imóvel. Contudo…

— Sim, mas primeiro vamos o amarrar.

— Ok.

Pedi a Idalme que providenciasse uma corda resistente, e juntos amarramos Saymon de forma segura, deixando apenas sua cabeça livre. Idalme aplicou sua habilidade de cura, deixando-me surpreso com a capacidade de restaurar uma cabeça tão desfigurada.

Aproximei-me e, com o dedo indicador, toquei a cabeça de Saymon. Como era mesmo o nome daquela operação? Ah, lembrei.

— Operação, cérebro explosivo começará.

— Ok

— Sim.

— Insetos.

Concentrei minha explosão no menor tamanho possível e percebi que meu controle estava melhor do que antes. Será que ultrapassar os limites do meu corpo tinha resultado nisso? Parecia que eu realmente havia ficado mais forte.

"Izumi, estou mais perto de ti."

Minha concentração foi rápida, não demorando mais que um minuto, o que era uma melhoria considerável em relação ao passado, quando levaria cerca de cinco minutos. Finalmente, liberei a explosão diretamente na cabeça de Saymon.

Com esse ataque, eu acreditava ter exterminado completamente qualquer energia demoníaca que controlava a mente de Saymon. Contudo, não podia ter certeza absoluta, e talvez fosse necessário repetir o processo mais uma vez.

— Terminado.

— Mas ele ainda não acordou — disse Ui.

— Isso vai demorar um tempo, mas enquanto isso, sigamos em frente. Izumi provavelmente está precisando da nossa ajuda.

— Ok.

— O inseto é forte. Ele não vai perder.

— Sim. Aquele monstro é forte.

— Idalme.

— Desculpa.

Fazer com que Idalme o chamasse pelo nome seria uma tarefa desafiadora, mas eu estava determinado a fazer o possível para que isso acontecesse.

— Vamos.

Todos nós compartilhamos um acordo silencioso e continuamos, deixando Saymon para trás. À medida que avançávamos, os sons de estrondos começaram a preencher o ar. Era evidente que uma batalha intensa estava ocorrendo, e a possibilidade de Izumi estar enfrentando o destemido era cada vez mais real.

— Vamos correr.

— Sim.

 — Ok.

Corremos em direção a uma porta colossal, com cerca de 10 metros de altura e 5 metros de largura. Era difícil não pensar que o destemido pudesse ser um gigante, mesmo que da primeira vez que o tínhamos visto, ele aparentasse ser um humano comum, de meia-idade.

A história dizia que os destemidos eram humanos, mas, diante dos experimentos horrendos que ele conduzia com outros humanos, não parecia absurdo considerar a possibilidade de que ele tivesse modificado seu próprio corpo de forma demoníaca. 

Continuamos avançando e notamos diversos destroços espalhados, com o teto completamente destruído, permitindo que a luz do sol banhasse o andar, criando um cenário de destruição.

— O que aconteceu aqui? — perguntou Idalme.

— Não sei, mas vamos saber em breve.

— Pessoal, venham ver — Ui, que estava à frente, disse.

Aproximamo-nos do buraco gigante no piso, que nos permitiu vislumbrar o andar de baixo. Comecei a analisar a sala minuciosamente e, à primeira vista, nada se destacava de forma extraordinária em comparação aos outros andares. A única diferença notável era a presença de um relógio pendurado acima de um trono vazio.

O relógio mostrava um horário irregular. Considerando a intensidade do sol que queimava do lado de fora, eu estimava que estávamos no meio da tarde. No entanto, o relógio marcava rigorosamente as 12 horas.

Na minha cidade natal, eu nunca tinha visto um relógio, mas tinha lido sobre eles em livros. A tecnologia de produção de relógios era desconhecida para nós, o que tornava aquele objeto ainda mais intrigante.

— Arrrrgggghhhhh!!!!!!

Aquela voz parecia ecoar de cima, e, pelo tom de agonia, parecia ser a de Izumi. Não podia ter certeza, pois nunca o tinha visto gritar de dor, mas era a única conclusão possível.

— Izumi!!!

Antes mesmo de eu olhar para o céu, Ui já estava correndo e gritando com intensidade. Inicialmente, não percebi nada de notável no céu, exceto por algumas nuvens que gradualmente obscureciam o sol. Não conseguia compreender o motivo pelo qual ela estava tão agitada e olhando naquela direção.

No entanto, logo percebi algo rompendo as nuvens. A princípio, não consegui identificar a figura, mas não podia ser outra pessoa senão Izumi.

— Izumi!!! — gritei.

Iniciei uma corrida desesperada para salvá-lo, mas estava muito distante. Cada segundo que passava aumentava a certeza de que ele cairia no chão e perderia a vida. Não podia permitir que isso acontecesse.

Corri desesperadamente em sua direção, gritando o seu nome com todas as minhas forças. No entanto, minhas mãos ainda pareciam inalcançáveis diante da distância que nos separava.

"Não Izumi, não me deixe sozinho."

Um profundo sentimento de tristeza tomou conta de mim, e eu lutava para conter sua intensidade. A impotência diante da impossibilidade de alcançar Izumi me consumia. Foi então que me lembrei de que Ui já estava correndo em sua direção.

— Por favor, Ui. Salve Izumi!!

— Não precisa dizer!

Continuei a correr na direção deles, enquanto via Izumi se aproximando perigosamente do chão, torcendo fervorosamente para que Ui conseguisse salvá-lo. E então, testemunhei um salto tão incrível que o chão se rompeu e Ui agarrou Izumi no ar.

Quando finalmente desabaram no chão, observei Izumi brilhando, uma manifestação de suas habilidades Iz. Olhando atentamente, notei um sorriso em seus olhos, embora naquele momento não tenha questionado. Izumi então olhou surpresa para Ui. Com alegria, Ui perguntou:

— Estás bem? Meu príncipe encantado.