O silêncio profundo da noite era quebrado apenas pelo som das ondas batendo suavemente no casco do navio. O céu estava limpo, com a lua cheia iluminando o vasto oceano como um farol de prata no horizonte. Throk, Neptune e Spink estavam a bordo do navio emprestado de Namiros, navegando com cautela pelas águas tranquilas. O trio tinha uma missão: tentar recriar o fenômeno que havia lançado Midoki para o alto durante o acidente marítimo.
Throk permanecia firme no convés, com os olhos fixos no horizonte. O guerreiro, geralmente calmo, estava inquieto.
- Throk: "Precisamos de muita energia, algo extraordinário. Não podemos apenas esperar por um milagre."
Neptune, sempre ponderado e de olhar perspicaz, assentiu.
- Neptune: "Isso é algo que ocorre apenas uma vez por mês." - Explicou. - "É um fenômeno raro, uma convergência das forças da natureza e do oceano. Não será fácil replicá-lo, mesmo com todo o nosso poder. Precisamos encontrar outra forma."
Enquanto discutiam, Spink, a pequena e ágil Pukain coelha que havia se juntado a eles, permanecia em silêncio, sentada em um dos mastros, observando o horizonte e o céu estrelado. Sua mente estava a mil, tentando encontrar uma solução. Era uma tarefa desafiadora, mas ela sabia que poderia ajudar. E enquanto a conversa entre Throk e Neptune se desenrolava, ela se perdeu em seus próprios pensamentos, uma chama de determinação crescendo dentro dela.
Cerca de 45 minutos se passaram. Spink finalmente levantou-se, sua expressão iluminada por uma ideia que parecia crescer como um relâmpago em sua mente.
- Spink: "Eu sei o que fazer." - Ela anunciou com um brilho nos olhos, descendo do mastro com agilidade. - "Se queremos criar um fenômeno semelhante, precisamos mexer com as forças do oceano e da própria terra ao mesmo tempo."
Throk e Neptune voltaram sua atenção para a coelha de forma intrigada, mas curiosos.
- Spink: "Precisamos de um Vórtice de Água e uma grande força submersa que cause impacto suficiente para arremessar o navio para o alto." - Explicou Spink. - "Eu posso usar minha habilidade Speedstorm para criar um vórtice ao redor do navio. Vou correr sobre a superfície da água em alta velocidade até que o mar comece a girar. Isso vai criar a força necessária para formar um feiche. E então... usarei Thundercrash para gerar um impacto no fundo do oceano, como se fosse um terremoto."
Neptune ergueu uma sobrancelha.
- Neptune: "Você tem certeza de que isso pode funcionar? Esse tipo de energia é imensa, mas... nunca vi ninguém manipular as forças do oceano assim."
- Spink: "Confie em mim."- Com um sorriso determinado. - "Se há uma chance de recriar esse fenômeno, eu farei o que for preciso."
Throk assentiu, sua confiança na pequena Pukain renovada. Ele sabia que o poder dela era impressionante, mas a audácia de tentar uma façanha tão colossal o surpreendia a cada momento.
- Throk: "Vamos confiar nela." - Disse, cruzando os braços. - "Não temos outra escolha."
Spink, agora tomada pela determinação, pulou do convés do navio, pousando com graça sobre as águas calmas. Seus pés leves mal tocavam a superfície, e em um piscar de olhos, ela começou a correr, suas pernas movendo-se em velocidade incrível, quase alcançando a Velocidade da Luz. O oceano parecia responder à sua presença, as ondas começando a se agitar e formar redemoinhos e tempestades à medida que ela corria em círculos ao redor do navio.
A água começou a se erguer ao seu comando. Pequenos redemoinhos formavam-se sob seus pés, aumentando gradualmente de intensidade. O mar antes calmo agora começava a girar em torno do navio, criando um vórtice que puxava o ar e a água para dentro de um funil crescente. O som das águas girando com violência ecoava pelos céus.
Neptune segurou-se firme no mastro, seus olhos atentos ao que se desenrolava ao seu redor.
- Neptune: "Ela está realmente fazendo isso." - Murmurou, impressionado com o que via. O poder que emanava de Spink era algo raro, uma mistura de velocidade, precisão e controle absoluto sobre os elementos.
Enquanto o vórtice ganhava força, Spink saltou para o alto, pousando no mastro do navio com um movimento fluido e gracioso. Seu olhar determinado agora se voltava para as profundezas do oceano abaixo deles. Ela sabia que o próximo passo era crucial.
- Spink: "Agora... Thundercrash!" - Exclamou ela, sua voz ecoando sobre as águas. Suas mãos brilharam com uma energia elétrica intensa enquanto ela concentrava todo seu poder. Em um instante, ela desceu do mastro em direção à água com velocidade impressionante, colidindo com a superfície e liberando uma descarga elétrica tão forte que o mar estremeceu em resposta.
A eletricidade correu pelas profundezas, criando uma onda de choque que desceu até o fundo do oceano, gerando um tremor poderoso. A terra abaixo do mar rachou, criando uma cratera enorme, e o impacto reverberou pela água, gerando um tremor sísmico que ecoou de volta à superfície.
Nesse momento, o vórtice que Spink havia criado encontrou o impacto de Thundercrash, e a energia resultante foi colossal. O navio de Namiros, agora envolto no furioso redemoinho, foi subitamente puxado para cima. As águas se ergueram como um gigantesco feiche de água, lançando o navio para os céus em uma ascensão vertiginosa.
Throk e Neptune seguraram-se com força enquanto o barco subia pelas águas, sendo arremessado para o alto. O som da água rugindo ao redor deles era ensurdecedor, mas seus olhares estavam fixos no horizonte, onde esperavam encontrar as respostas que tanto procuravam.
Spink, ofegante, mas com um sorriso de satisfação, observava o resultado de seu plano. Ela havia feito o impossível, recriado o fenômeno que esperavam. O navio agora decolava, envolto pelo poder do mar e da tempestade, em busca de seu destino incerto.
- Spink: "Agora, podemos continuar em frente!"
O navio, envolto pelo brilho da lua e pela energia colossal do vórtice, estava prestes a mergulhar de volta no oceano, rumo à próxima etapa de sua jornada. O destino de Elyra ainda era desconhecido, mas com essa nova esperança, Throk, Neptune e Spink sentiam que estavam mais próximos de desvendar o mistério.
A jornada dos Templários continuava, e o mar, sempre cheio de segredos, não entregaria suas respostas facilmente.