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Os três namorados de Giuliana

Giuliana é uma mulher decidida, que mostra confiança em cada uma das suas ações, mas por trás disso carrega um passado marcado por uma pressão extrema para ser nada mais do que perfeita. Logan tem tudo na vida, menos o amor dos pais, tendo uma mãe narcisista e um pai sempre ocupado com o trabalho. Luca tem uma queda por sua aluna, apesar de totalmente legal, ele acha imoral, tentando afastá-la a todo momento, mesmo que para isso precise ser um imbecil com ela. Carson tem seu mundo virado de cabeça para baixo depois de uma noite, mas decide ignorar, até que o acaso coloca a causa de tamanha inquietação em seu consultório. O quanto a vida de alguém pode mudar em 24 horas? Quatro pessoas diferentes, com personalidades distintas...seria loucura o destino tentar uni-las ou deveriam virar as costas para tal coisa? PLÁGIO É CRIME!!!

aline_line · Ciencia y ficción
Sin suficientes valoraciones
28 Chs

Capítulo 6

Nos dias que faltavam até chegar à bendita entrega do trabalho eu sofri como uma condenada. Acho que tudo que podia dar errado, simplesmente resolveu acontecer naqueles dias, foi como um acúmulo de desgraças para serem despejadas juntas.

Assim que acordo na terça, enquanto saia do meu banho para me arrumar para a faculdade, recebo uma ligação de meus pais. Excelente jeito de começar o dia, aliás.

-Buongiorno figlia mia. - disse minha mãe bem calma.

Poucas coisas poderiam ser tão assustadoras quanto minha mãe estando calma, algo estava muito errado, aquele tom só podia significar uma coisa: ela com certeza estava preparando o terreno para colocar suas garras de fora e assim acabar com meu dia, minha querida mãe a quem eu amo muito.

-Buongiorno mamma. Me ligando a essa hora? Algum problema?

-Ah, verdade, aí são 7 A.M, as vezes esqueço o fuso horário de Nova York e confundo, desculpa por isso. - disse bem polida.

Meus pais se mudaram há dois anos em definitivo para Itália, por conta de minha avó paterna que estava doente e queria o filho por perto, para o caso de morrer e não ter tido esse último contato com ele, isso já faz dois anos e ela continua bem viva. Eu amo minha avó paterna, claro, mas essa chantagem emocional com certeza tirou minha mãe do sério, quer dizer, o que ela poderia dizer além de "não se preocupe mia soucera, nos mudaremos logo, o quanto antes", bom eu sei exatamente o que ela pensou e tenho certeza que a maioria eram palavrões. Meu pai, adora a mãe e então tenta amenizar possíveis mal-estar entre mamãe e ela, aparentemente para tudo que minha mãe faz ou diz, ela tem sempre que elogiar alguma ex namorada de papai ou simplesmente fazer uma cara de desgosto, em resumo papai fica entre a cruz e a espada para amenizar esse conflito. Algo a se dizer sobre isso é que com minha avó tão no pé de minha mãe, achei que ela não teria tempo para estar no meu pé, ledo engano, ainda assim mamãe arranja formas de elevar minha pressão sanguínea.

-Então, qual o motivo da ligação? Eu estou me arrumando para ir à universidade. - queria encerrar aquilo o mais rápido possível.

-Universidade. - Debochou ela - não sei o que tem na NYU, que não tem nas universidades da Itália.

Veio na garganta e voltou "vocês", mas engoli aquela resposta e esperei até que ela parasse de resmungar o quanto ela achava que aquela universidade estava fazendo com que ela ficasse longe de sua família, o que foi parte do motivo pelo qual quis vir para ela. Se meus pais não tivessem se mudado para Itália, com certeza ainda estaria morando com eles e só de imaginar isso, ficava enjoada com a possibilidade, mesmo amando meus pais.

Quando ela finalmente cansou de se ouvir falar, finalmente foi até o ponto que queria com aquela ligação inusitada tão cedo.

-Bom, queria dizer que no feriado de 19 de março passaremos aí já que o dia dos pais só é comemorado em junho aí. - disse ela depois de tanto resmungar.

-Eu poderia ir para aí, o feriado cai num sábado esse ano e eu...

-Não tem problema, Giu, nós vamos para aí.

-Tudo bem, mas vocês ficarem no avião por quase...

-Já disse vamos para aí Giuliana. - Ela me interrompeu, de novo.

-Pelo seu tom de voz isso significava dizer "não continue indo por esse caminho".

-Nonna, também vem?

-É o dia dos pais Giuliana, não o dia de Todos os Santos. - Ela me lembrou. O que só significava dizer que era uma blasfêmia, mas, que ela se considerava uma santa por ter que aturar a sogra.

Uau, ela devia estar querendo férias de minha avó mesmo.

Nesse momento, uma batida soou na minha porta e a voz de Isabel se fez presente.

-Giu, precisa tomar café para irmos para universidade.

-Bom, essa é minha deixa, já disse o que tinha para dizer. Bons estudos, figlia.

À medida que conversava com minha mãe, para não me atrasar ainda mais, resolvi me arrumar. Para tanto, escolhi uma calça moletom, uma camiseta sem mangas, um sobretudo que ia até os joelhos tudo na cor cinza claro, um tênis branco, como maquiagem apenas um liptint, rímel, e os cabelos, penteei com os dedos apenas e já estava pronto, como acessórios, escolhi não ir de brincos, porém escolhi um colar que ia até o início dos seios com o desenho de uma bateria na cor dourado, e um relógio também dourado. Uma mochila pequena na cor preta onde colocaria meu netbook, pois não combinaria levar uma mochila maior para colocar os cadernos, então eu tinha materiais de estudos nos dois lugares, se não estivesse em um, estaria no outro.

Assim que desci as escadas, Isabel estava servindo o café da manhã, enquanto Anne estava colocando os seus materiais na mochila.

-Achei que não ia descer e então perderíamos a nossa motorista. - disse Isabel.

-Foi mal, minha mãe me ligou logo de manhã.

-Vish, logo pela manhã. Você sabe que sou supersticiosa, e embora não haja uma superstição para isso, não acho que receber uma ligação ruim e ainda mais sendo de sua mãe, torne seu dia mais fácil. - disse Annelise.

Por ser alemã, ela tinha muitas superstições que para mim eram loucas, mas para ela era tranquilo, completamente normal. Uma delas era, que se alguém brinda com água está, literalmente, desejando a morte da pessoa com quem brindou. Ela poderia ter dito isso antes de quebrar um copo de um bar que fomos quando Isabel, sem saber, tentou brindar com água. Teria sido menos desconfortável encarar as pessoas que tinham aquele olhar de "gringos" estampado em seu rosto.

-E eu não sei? Olha só o que estou vestindo? - disse a elas, enquanto nos sentávamos para tomar café que dessa vez continha, brioche, frutas secas churros om chocolate e claro, panquecas.

-Você está fabulosa. Parece que está indo a um dia de trabalho no mundo da moda, é perfeitamente injusto isso, enquanto nós duas – Anne apontou entre si e Isabel – parecemos duas universitárias.

Annelise estava com uma calça jeans um pouco rasgada nos joelhos, uma camiseta branca que deixava a mostra dois dedos de sua barriga e um sobretudo de couro que vai até um dedo antes do joelho com uma bota preta pra combinar, deixou duas mechas de cabelo solto e o resto prendeu em um rabo de cavalo baixo, sua maquiagem estava bem natural apenas com um gloss e rímel e brincos médios estilo argola. Já Isabel, estava usando uma saia de camurça que ia até antes do joelho, uma meia calça preta, uma camisa de mangas curta que dizia "I SEE HUMANS, BUT NOT HUMANITY" e um sobretudo xadrez na cor cinza, e um salto bico fino, maquiagem também natural, apenas um liptint e rímel como eu, e cabelo partido ao meio, porém preso em uma orelha, cuja essa ela tinha furado a um tempo, de acessórios brincos pequenos e uma argola na orelha furada ligando o brinco da mesma orelha por uma corrente.

-Correção. Eu pareço uma universitária. - disse Annelise.

-Cala a boca vai Annelise, você diz isso todos os dias e todos os dias as pessoas ficam babando na loira fatal que você é e esse sotaque alemão. - disse para ela.

-O que me faz lembrar do meu amigo, Pablo, com quem você namorou no ensino médio, ele não sabia que você era alemã e me disse que ficou com medo, pois durante o sexo você falou em alemão e eu tipo "ta e aí? Não é convencional, mas que que tem?" e ele disse que sua voz estava rouca por conta do orgasmo e você gemeu e falou algo em alemão e o seu sotaque ficou bem forte e carregado, ele achou que era hora de pegar um crucifixo. - disse Isabel rindo.

-HAHAHA!!! Muito engraçadinho vocês dois. - Anne revirou os olhos, mas podia ver uma pitada de diversão neles.

-Sem brincadeiras agora, Giu está certa, você está um arraso, muito gostosa cara.

Anne fez aquela cara de "eu sei, mas gosto quando me dizem isso", fazendo com que Isabel e eu revirássemos os olhos.

O caminho para universidade foi mais uma vez caótico, sério aquilo era uma bagunça e muito agitado, sorte que nossas aulas naquele dia eram as 9 A.M, mas pelo ritmo do trânsito talvez só conseguisse chegar as 9 P.M.

A aula foi tranquila, sem problemas aparente, na verdade foi bem interessante, pois além de ter nos liberado dez minutos mais cedo, a professora decidiu que passaria um trabalho extra para todos interessados em aumentar a nota, e apesar de estar indo bem na matéria, decidi fazer o trabalho, na saída da aula cruzei com Isabel e fomos ao banheiro.

-Por que você vai fazer o trabalho se está indo muito bem na disciplina?

-Ah, você sabe, para aumentar a tensão que carrego nas costas.

Ela riu do meu sarcasmo, mas de fato ela tinha um ponto. Eu não precisava fazer o trabalho para ficar com a nota mais alta, mas meu lado "aluna perfeita" as vezes vinha à tona.

Teríamos ido para o carro esperar Anne, mas Isabel lembrou que tinha que ir falar com algum professor sobre a prova dele, de modo que fui em direção ao carro, entretanto, no meio do caminho encontrei George.

-Hey, Giu. Eu acabei de encontrar com professor Leroy e ele disse que tinha algumas observações sobre o trabalho. - disse ele me amostrando as anotações de Satã.

-Mas, isso é quase o trabalho todo riscado. - disse indignada.

-Eu sei, ele disse que estava bom, mas queria algo mais interessante.

Nem esperei ele terminar de falar e fui em direção ao carro cheia de raiva do que ele me disse, afinal de contas, demoramos duas semanas para colocar tudo perfeito como ele pediu, mas aparentemente aquilo não era bom o bastante para ele. Grande choque.

Mas mudei o percurso quando passei por uma sala e o vi guardando seu material. Deixando de lado toda a prudência que gritava em minha mente, decidi ir atrás dele.

-Algo mais interessante? - bradei.

O infeliz tomou um susto dado o meu rompante em abrir a porta de vez.

-Posso ajudar em algo senhorita Bernardi? - disse ele depois que se recuperou do susto.

-Como assim o meu trabalho está bom, mas não é algo interessante? Apresentamos o tema e tanto Rudolph quanto você aprovaram. - disse cruzando os braços.

-Veja bem, o tema é excelente. Mas os dois transformaram em algum banal. Falta algo que faça as pessoas quererem ler e não cometer suicídio.

-Suicídio? Saiba que demoramos duas semanas para fazer esse trabalho.

-O que torna tudo ainda mais deprimente.

-Só me diz o que falta. - disse tentando controlar minha vontade de socar ele.

-Você.

-O que?

-Se tivesse visto minhas anotações o que tenho certeza de que não viu. - disse levantando a sobrancelha – veria que as partes que não gostei eram as do seu colega.

-Ah claro. Tinha que ser do meu trabalho. - Debochei.

-O que quer dizer?

-Você me odeia. E tirou as partes dele do trabalho. Perfetto allora.

Comecei a me virar e ir em direção a porta para sair, mas fui interceptada pela mão dele em meu pulso que me virou em direção ao seu rosto estando bem próxima a ele, aquilo me enviou um choque pelo corpo, nunca tínhamos estado tão próximos e definitivamente, nunca houve contado físico, a mão dele era áspera, mas ao mesmo tempo tão macia, seu toque era gentil, mas também demonstrava controle.

-Seu tema é relacionado a genética. E presumo que você tenha ficado com a parte lógica, os cálculos, estavam muito bem feitos, aliás. - Ele me elogiou. - mas você é filha de dois imigrantes. Você poderia abranger o assunto de forma melhor que seu colega. Você poderia abranger até a questão de outras disciplinas no seu trabalho e teria ficado excelente, mas quando ele me apresentou aquilo foi totalmente desmotivador. Eu queria me matar enquanto lia, minhas expectativas foram muito frustradas e eu sei que só faltam menos de quarenta e oito horas para vocês entregarem o trabalho, mas ainda há tempo para consertar e esse ser o melhor trabalho que já li. Você tem potencial. Use-o.

-Eu não tinha pensado por esse lado, apenas...

-Presumiu que eu queria ferrar com vocês.

-Vocês soa muito presunçoso da sua parte. Pensei que quisesse ferrar a mim.

-Desculpa por ter lhe passado essa impressão. - disse ao largar meu pulso que ele ainda estava segurando.

-Por que não gosta de mim? - decidi ser ousada e perguntei o que tanto me consumia.

Dessa vez foi meu momento para pegar no pulso dele e se antes aquilo tinha me enviado um choque pelo corpo todo, segurá-lo dessa forma fez com que meu corpo se incendiasse. Sua pele era tão quente e convidativa e eu só segurava o seu pulso, imaginei como seria se fosse além disso e engoli em seco.

-Eu não sei do que está falando, eu não odeio você. - disse tentando se afastar, mas não abri brecha e me aproximei dele ainda mais de modo que estávamos quase nariz com nariz.

-Você não me suporta e eu só queria saber o porquê?

-Senhorita Bernardi...

-Giuliana, agora você não é meu professor assim como agora não sou sua aluna. Giuliana, é o meu nome. - Interrompi ele.

-Giuliana – ele lambeu os lábios de forma suave quase imperceptível, mas ainda assim eu vi e aquilo me deixou hipnotizada, pela forma como seus lábios pronunciavam meu nome.

-Luca – eu disse com um fio de voz ainda olhando para seus lábios.

Algo que não passou despercebido por ele que estava bem atento aos meus movimentos e eu também estava em relação a ele, de modo que vi seu pomo de Adão subiu e desceu, o que com certeza significava que ele tinha engolido em seco, envolvido em algum conflito moral interno.

-Isso é imoral, Giulia. Eu ainda sou seu professor e você, minha aluna.

-Perfeitamente legal. - Rebati.

-Ainda imoral.

-Eu quero, você quer. Eu quero. - Reforcei.

Nesse momento seu autocontrole evaporou, pois foi só o tempo dele rosnar algo inaudível e levantar as mãos em direção a minha cabeça e prender ele entre seus dedos na posição que me queria e eu estava mole em seus braços, apenas esperando o momento que desceria seus lábios nos meus, como a boa submissa que era quando estava com um cara que preenchia todo ambiente. Um dominador. Um macho alfa.

Ele ficou ali me olhando com seus olhos azuis intensos, gostando de me ver tão dominada por ele. Mas, o melhor foi quando ele me beijou. Houve uma explosão de cores, talvez porque estávamos a tanto tempo em um cabo de guerra, que aquilo simplesmente quando se rompeu foi como uma corda arrebentando o controle que ainda restava. Eu segurava em seus braços fortes, e caramba, ele deveria passar um tempo de qualidade na academia. Ele me dominava com aquela boca, parecia uma briga que ambos sabíamos que sairíamos vitoriosos, mas aquilo não nos impedia de lutar, e eu que não ia reclamar de lutar essa batalha, pois aquilo era muito bom.

Mas da mesma forma que começou, terminou, pois, ouvimos um barulho no corredor e nos afastamos imediatamente e ambos estávamos ofegantes com aquele beijo, mas também não parecíamos infelizes com isso. Quando o barulho, ao invés da pessoa que causava o barulho entrar na sala, ela simplesmente foi em outra direção, nos deixando sozinhos de novo.

Antes que ele pudesse estragar tudo, me antecipei.

-Eu gostei, você gostou. As coisas não precisam ficar estranhas. Verdade, na aula você é meu professor e eu sua aluna, mas isso não quer dizer que seja errado. Estamos na faculdade, bom eu estou como aluna, mas isso não torna as coisas erradas por isso. Sim, eu gostaria de repetir e até avançarmos mais, mas só se você quiser e de preferência, não vier com algum papo descartando o que rolou logo em seguida. Não estou dizendo que sou do tipo que quero flores, ou algo que diga que foi memorável o que rolou, mas também não gosto de que ajam como se o que rolou, fosse descartável.

Ele ficou em choque, mas ao se recuperar disse algo que nunca pensei que ouviria de sua boca.

-Teremos que conversar mais sobre isso, mas saiba que esse não foi apenas mais um beijo para mim. Com a entrega dos trabalhos, as coisas estão agitadas, mas logo após...conversaremos. - disse ele enquanto acariciava minha bochecha com a mão e o polegar fez o contorno de meus lábios, os quais ele olhava com desejo.

-Espero que faça um pouco mais do que só falar. - Aticei ele.

-Atrevida. Você merece umas palmadas para deixar de ter a língua tão afiada.

-Estou aceitando currículos para aplicar castigos. Deseja se inscrever? - usei o meu sarcasmo de forma inocente.

Antes que pudesse formular uma frase ou uma forma de sair da sala, ele agarrou meu pescoço e me fez dar dois passos para trás e dessa forma fiquei encostada na parede. Ele não chegava a me enforcar, apenas fazia uma leve pressão ali, o que me fez desejar que ele fosse além.

-Garoota..não me provoque, se não puder lidar com isso. - Aplicou um pouco mais de pressão no final da frase.

-Estou doidinha para te mostrar até que ponto posso lidar com isso.

Ele grunhiu com minha petulância, mas me beijou novamente de uma forma bem mais dominante, se é que isso é possível, mas tudo começou e terminou muito rápido.

-Melhor ir embora. - Ele chegou perto do meu ouvido e me imprensando na parede sussurrou. - Ansioso pela nossa...conversa. - Ele mordeu de leve o lóbulo de minha orelha me fazendo gemer suavemente, algo que ele parecia gostar.

Então ele me soltou. E eu com as pernas bambas segui em direção a porta, mas antes de abrir a porta, ainda com a mão na maçaneta, arrisquei um olhar para trás e o vi ajustando o pau nas calças, o que me deixou com água na boca.

No caminho para o carro a única coisa que vinha na minha cabeça era "o que eu fui fazer?", me arrependi? Não, mas como que a pessoa vai de ir confrontar seu professor e depois beijar ele com tanto tesão reprimido e meu Deus, eu não sabia o quanto eu precisava disso até fazer.

Quando cheguei lá, as meninas já estavam e também com lanches para o caminho de volta que seria longo, dado o tráfego.

-Vamos desembucha Giuliana. - disse Anne enquanto bebia seu suco de uva.

-Oi?

-Nem adianta fazer a sonsa Giu, desde que chegou aqui você tem estado bem no mundo da lua, o que pode não ser algo bom para quem está com nossas vidas em mãos dirigindo. - disse Isabel.

-Melhor esperar para quando chegar em casa.

-Nem pensar, mais tarde aquele seu amigo Gerond vai para lá para vocês terminarem o trabalho de vocês. - disse Annelise.

-Primeiro, é George. Não sei como você consegue confundir. - disse ao revirar os olhos. - Segundo, sua culpa.

-Tanto faz, agora conta. Até chegarmos em casa vai demorar muito com o trânsito.

-Sem julgamentos, ok? - olhei pelo retrovisor na direção de Isabel – Ok?

-Estou tentando não ficar ofendida aqui, mas ok. - disse Isabel.

Então contei para elas o que aconteceu para me deixar tão desorientada e elas se chocaram com isso.

-E como foi o beijo? - quis saber Annelise.

-O homem fez com que eu tivesse uma amnésia sobre outras bocas me beijando, com exceção de uma.

-Quem? - quis saber Anne.

-O homem da balada. - Confessei.

-Eu sabia que você tinha que ter pego o número dele, eu sabia. - disse Isabel.

-Irrelevante, mas o beijo foi tão gostoso, que não sei, o meu corpo todo se ascendeu. Infelizmente, para colocar os pingos nos is, precisamos esperar até depois do trabalho que eu tenho que refazer, aliás.

-Ele tem pegada? - quis saber Isabel.

-O homem sabe como usar as mãos, amiga.

O resto do caminho foi todo recheado por comentários sórdidos sobre minha vida pessoal estar indo de vento em polpa.

Quando chegamos em casa, era apenas 1:30 P.M, nem estava tarde, mas como George iria chegar daqui meia hora tinha que me apressar. Resolvi vestir algo casual, um short jeans, uma regata azul e ficar descalça mesmo, como acessórios, decidi por prender com uma xuxa no topo da cabeça e mantive o colar de pela manhã.

As meninas resolveram curtir a hidro já que tínhamos viajado no domingo e na segunda tinham aula, o que restou a terça a tarde para relaxarem um pouco. Às 2 P.M em ponto, ele bateu à porta.

-Hey, seja bem-vindo. Fique à vontade.

George estava vestido com uma calça jeans azul, uma camisa gola polo também azul evidenciando seus músculos. Ele estava lindo, mas ainda assim não conseguia tirar da cabeça aqueles dois homens, mas decidida a focar no trabalho, deixei para lá toda a fantasia que circundava minha mente.

-Então, falei com professor Leroy e ele me deu umas ideias de como poderia ficar melhor o trabalho. - disse enquanto me sentava na mesa de jantar, de jeito nenhum que o levaria para o meu quarto.

-Você não deveria ter ido falar com ele naquele estado Giu.

-Mas eu fui e agora podemos consertar as coisas e tomar a nota máxima, ou pelo menos o suficiente para não bombar.

Sei que fui muito grossa com ele, mas não estava afim de prolongar aquele assunto e de fato tínhamos menos de quarenta e oito horas para entregar o trabalho, então acabamos ficando ali por muito tempo, até que percebi já passava das 7 P.M.

-Nossa, o tempo voou. - disse impressionada.

-Verdade, mas pelo menos terminamos todo o trabalho. Acho que não há mais nada para ajustar. Está perfeito. - disse ele.

-A pizza chegou; - gritou Isabel.

-Bom, já vou indo. - disse ele.

-Não, imagina. Que tipo de anfitriãs seríamos se fizesse você trabalhar assim tantas horas seguidas. Nada disso, vai jantar com a gente. - disse Isabel.

-Belita está certa, Gerond. - disse Anne indo pegar os pratos e colocar na sala de estar enquanto nós dois recolhíamos nossas coisas.

-É George. - disse ele.

-Ah, ok. - disse ela nada envergonhada.

A noite não foi divertida, mas teve um clima legal, uma conversa entre colegas, e Anne toda hora confundindo o nome dele, mas ainda assim não consegui desligar minha mente do beijo do meu professor.