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capítulo 2 A cidade

Marcelo chega no centro da cidade, ainda meio

tonto, ele não percebe direito que está longe da

escola. Marcelo treme, fica olhando envolta para

ter certeza de que não é um sonho

– onde est…

– OLHA POR ONDE ANDA FILHO DA MÃE!

Um caminhão aparece de repente e o motorista

xinga Marcelo.

– desculpa! – diz Marcelo

Marcelo corre para uma quitanda que estava ao

lado, e começa a pensar no que tinha acontecido,

ele não estava na escola, ele estava em um lugar

desconhecido, pra ele, o portal ainda era algo

meio aleatório, ele ainda não sabia o controlar, ele

nem sabia aonde queria ir, só queria ir, e foi isso

que aconteceu.

– deu certo – pensou Marcelo ansioso – deu certo.

DEU CERTO! Eu criei um teletransportador,

agora eu tenho possibilidades infinitas, eu posso

finalmente fazer o que eu quiser… mas o que eu

faço agora? Bem, preciso voltar para a escola

antes que eles descobrem o elixir.

Marcelo tenta se lembrar de quando ia com sua

mãe no centro para comprar algo para ver se ele

lembra o caminho de casa, para depois se lembrar

do caminho da escola, mas ele começa a sentir

fome.

– Droga, tô sem dinheiro para comer, mas, por

outro lado, a escola tá meio longe, eu … não sei

o que faço. – desabafa Marcelo enquanto senta na

calçada.

Depois de um tempo, um morador se aproxima de

Marcelo e começa a falar:

– Você é novo por aqui, meu jovem? – pergunta o

senhor.

Marcelo se afasta de susto e depois olha na cara

do morador de rua sem falar nada

– Calma que eu não mordo – diz o mendigo

enquanto dá uma risada como se fizesse uma

piada a respeito de sua sobra para o seu amigo em

um bar enquanto assistem a um jogo do

Flamengo

Marcelo senta na calçada lentamente de novo

ainda meio desconfortável.

– Qual é o seu nome? – pergunta o morador de

rua.

– Marcelo – diz o dono desse mesmo nome – e o

seu?

– bah, nem sei se eu nasci com nome hahahahaha

– ri o morador de rua – mas pode me chamar

de … cavaleiro negro hahahahahaha.

– hahaha – ri forçadamente Marcelo.

– Então … – começa cavaleiro negro – como

você veio parar aqui?

– Como assim aqui?

– ora … aqui uái! – cavaleiro negro mostra o

chão.

– Ah tá, não, eu não sou morador de rua, sou

estou passando por aqui?

– por que não tá na escola? Que é onde criança

deve está. – responde cavaleiro negro com raiva.

– estou perdido, e preciso voltar para casa, mas

não sei se tenho força para isso…

– aqui… toma – oferece cavaleiro negro, um pão

duro meio mofado – estava guardando para

amanhã, mas acho que você precisa mais do que

eu.

– não precisa – recusa Marcelo.

– olha aqui – responde cavaleiro negro – você é

jovem, tem vida boa, já eu estou no meu limite,

aproveita enquanto pode por que se você se

dificulta sua vida, a vida vai te responder, eu tive

o azar de nascer carregando as respostas dos

meus pais, eles tiveram a mim quando eram

muito novos, não tiveram condições de me

criarem, e como eram imaturos, brigavam

sempre, até uma vez que meu pai tacou uma

garrafa na cabeça da minha mãe e … ela morreu,

meu pai foi preso e eu fui mandado para um

orfanato, lá eu comecei a desenvolver já

adolescente um vício com álcool, quando me

descobrira pegando garrafas escondido, me

expulsaram de lá, tentei arrumar um emprego,

mas eu não conseguia me manter por causa das

bebedeiras, então acabei ficando por aqui.

– n nossa…

– bem, meu filho, tem vezes que a gente escolhe

o seu destino, as vezes o destino escolhe o que

você vai ser, depende do que você escolher, por

isso tem que ficar esperto, por isso, toma, não

deixe que seu orgulho ser sua queda, faça ele ser

seu foguete.

Marcelo come o pão, o gosto era horrível, mas era

a última coisa que lhe pensava.

– obrigado – agradece Marcelo

– agora vai, o futuro lhe aguarda! – diz cavaleiro

negro.

Marcelo corre para voltar para a escola para

impedir que ele vejam a máquina.

Por incrível que pareça, ninguém parecia se

importar pelo que tinha acontecido, já que, além

do ocorrido ter sido muito rápido, não fazia

diferença se tinha ocorrido ou não, acabou, não

iam gastar tempo ou dinheiro por algo que já

tinha ocorrido.

Depois de alguns minutos, Marcelo já estava

perto da escola, quase perto do portão.

Até que se deparou com alguém familiar.

– POR QUE NÃO ESTÁ NA ESCOLA!?

Fernanda Ogiehlag se depara com Marcelo muito

irritada, depois de falar, ela permanece em

silêncio até Marcelo começar a falar:

– por que você tá aqui? – pergunta Marcelo com

medo.

– exatamente por isso, Aretuza me falou que você

não está na aula. – explica Fernanda ainda brava.

– quando chegar em casa, vamos ter uma

conversa muito longa!

O portão se abre e eles vão até a sala da Aretuza.

No caminho, Marcelo percebe a sala aonde está o

elixir, então, pensando, pede à сущность uma

coisa:

– abasteça umas cem bolas, coloque-as no meu

armário do quarto e se livre do resto – diz

Marcelo para сущность.

Na sala, Aretuza começa a falar com Fernanda

sobre Marcelo.

– ele tem chegado atrasado todo dia, sempre some

no recreio, vive cansado, não está convivendo

com ninguém durante a aula, fica se arranhando,

você sabe por que isso acontece?

– não sei, Marcelo sempre foi um menino tão

esforçado, eu não sei o que tá acontecendo, ele

nunca fala nada pra mim e isso me preocupa um

pouco. E essa faze é meio difícil já que eles estão

começando a ser independentes, ele já quer ir

sozinho mas como eu não tenho confiança deles

eu vou deixar eles irem pra qualquer lugar?

Marcelo espera alguma notícia de сущность,

enquanto ele escuta as duas conversando.

– Marcelo, por que você faz isso? – pergunta

Aretuza de forma séria.

– Tipo… eu não sei como explicar… – diz

Marcelo sei saber o que fazer – é… que não tem

muito o qu…

– MARCELO, FALA LOGO! EU TENHO

REUNIÃO DAQUI A POUCO! – grita Fernanda

brava.

– EU NÃO SEI! EU NÃO CONSIGO

CONTROLAR O MEU CORPO, DESCULPA! –

implora Marcelo.

– OLHA AQUI, SE FICAR COM ESSA

PALHAÇA VOCÊ VAI FICAR SEM CELULAR

E SEI IR PRO SEU PAI! – retruca Fernanda –

PORQUE EU TRABALHO TODO DIA PRA

MANTER A CASA EM PÉ, FAÇO DE TUDO

PARA TE DAR UMA EDUCAÇÃO DE

QUALIDADE E EU NÃO FICO NEM UM

POUCO FELIZ SABENDO QUE VOCÊ NÃO

ESTÁ CUMPRINDO COM OS

COMBINADOS!

O relógio do celular de Fernanda apita

– Vou ter que voltar a trabalhar – diz Fernanda –

quando voltar pra casa, vamos falar melhor sobre

isso, Aretuza muito obrigado por tudo, tá?

Fernanda sai da sala, só deixando Aretuza e

Marcelo.

– pode sair – diz Aretuza.

Marcelo sai da sala e vai direto à sala onde estava

o elixir, que não está lá.

– Сущность, onde você deixou? – perguntou

Marcelo à сущность.

– joguei no mar – diz сущность.

– Por que no mar?

– ah, lá vai afundar, ninguém vai o encontrar.

– ah, que seja – diz Marcelo antes de mudar o

assunto – vamo para a aula antes que a minha

situação piore.

Marcelo vai em direção à sala de aula pela

primeira vez no dia, mesmo já quase acabando a

aula.

– Pelo menos tudo acabou bem – Marcelo sorri

satisfeito.

– mas sua mãe vai brigar com você – responde

сущность.

– eu sei, mas pensar negativo não vai mudar nada.

– mas ela pode te dar uma bronca daquelas.

– minha mãe não é dessas, ela é uma pessoa legal,

e só fica realmente brava na hora que acontece o

feito, mas quando ela coloca um tempo para falar

ela fica tranquila.

– vai continuar a inventar coisas?

Marcelo sorri

– é claro que sim