POV: Baldur.
Nidavellir, Próximo à Entrada da Cidade dos Anões.
Quatro Horas Depois da Chegada de Baldur.
2018.
"Eu preciso de reforços no lado esquerdo!"
"O lado direito está caindo!"
"Não vamos conseguir segurar por muito tempo!"
"Curandeiro!"
A situação ficou ruim muito rápido, depois de apenas algumas horas de guerra, nossas defesas estão nesse estado lastimável.
A culpa não é de Eitri, seu comando foi perfeito, o problema, é que nos lembramos de lidar com o fator dos Draugrs poderem se regenerar, e esquecemos que eles não são tropas vivas, então não agem como uma, eles estão atacando descontroladamente sem preocupação com suas vidas, um exército composto de suicidas seria a melhor forma de o descrever.
Foi sorte eu ter cavado as trincheiras antes dele chegarem, foi o que deu algum espaço para nós respiramos, mas claro que elas são inúteis agora, já que foram cheias com os corpos destroçados dos Draugrs.
"Vamos ter que recuar se continuar assim." Avisou o Rei Eitri do meu lado, nos dois estamos no ponto mais distante, quase na entrada da caverna.
Estamos acompanhando a batalha por um holograma que está sendo transmitido de cima de uma mesa de madeira, a visão do campo de batalha de cima, facilitando e muito o modo em que vemos e como podemos mover nossos homens.
"Devo me mover?" Pergunto para ele, já tinha revelado a localização das minhas tropas.
"Não, suas tropas vão ser uteis quando as minhas ficarem cansadas ou para cobrir uma retirada."
Ele está certo, outra coisa que não considerei.
"Senhor, o inimigo tem drakkars!" Avisou um dos soldados próximo a nos.
No holograma, vários pontos vermelhos surgiram acima do solo, voando em nossa direção em alta velocidade.
"Isso é ruim, não tivemos tempo de preparar as defesas antiaéreas, já que não julgamos necessário." Contou Eitri.
"As deixe comigo então, se concentre apenas no solo."
"Tem certeza? Esses caras ainda estão se escondendo, não vejo nenhum figurão no meio deles."
"Isso pode ser uma forma de os atrair também, a espera está me matando." Ri para ele, e voo na direção dos drakkars.
Os drakkars podem ser usados como jatos ou naves estelares, podendo cruzar um sistema solar facilmente, mas na atmosfera de um planeta, eles podem chegar na velocidade máxima de algumas vezes mais o som. Isso as torna armas realmente impressionantes, ao ponto que Asgard e os outros reinos quase não os usam, já que não é uma tarefa fácil construir algo assim.
Hela parece não se importar em usar tal arma tão cedo, ou pode ser que ela enviou apenas os drakkars já quase fora de serviço, já que os que estão na minha frente estão caindo aos pedaços de tão velhos.
Eles podem estar velhos, mas ainda funcionam.
Em cima dos drakkar, um Draugr apontou com sua espada para mim, e na frente dele, aonde fica o dragão esculpido, dentro da sua boca, um feixe de energia é disparado, o mesmo acontece com todos os outros drakkars voando em formação "V".
Não tenho dificuldade em desviar dos disparos movendo meu corpo para esquerda e direita em alta velocidade, e assim que vejo uma chance, disparo com meus olhos cortando o primeiro drakkar a frente ao meio. Os outros drakkars foram mais expertos, quebrando a formação para depois começar a voar ao meu redor disparando quanto tem a chance.
Logo, os céus de Nidavellir ficaram bastante agitados, e por conta da proximidade com o campo de batalha, não tenho como explodir todos eles de uma vez, só posso fazer isso da forma antiga, lentamente, um por um.
Não é um trabalho muito difícil, apenas demorado, os pilotos têm muita habilidade, conseguindo até mesmo me acertar algumas vezes, infelizmente para eles, esse nível de equipamento não pode me machucar muito.
Após cortar o último drakkar com minha lança, olho ao redor procurando algo, ou alguém.
"Então, não se mostrou." Digo em voz alta.
Estava esperando algum peso pesado aparecer para lidar comigo, já que estou sozinho, no ar e separado dos meus aliados, essa seria uma boa chance para acabar comigo, pelo menos vendo do ponto de vista de um inimigo.
(Hela, vai jogar o longo jogo.)
Ela não está com presa para nos destruir, ela tem tempo, ela não é a mesma Hela descontrolada do filme, não, ela está jogando da melhor forma que pode, usando seus soldados dispensáveis para minar nossas forças, e o pior disso, é que vai dar certo, por que diferente dela, nossos homens se cansam eventualmente.
(Só posso rezar para que ela não tenha um número ilimitado de Draugrs.) Penso enquanto volto voando para a batalha.
Antes de voltar para o centro de comando, desço mergulhando rápido como um raio envolvido por minha energia atravessando uma grande parte do exército inimigo como uma locomotiva sem controle atropelando e destruindo tudo. Só consegui fazer isso uma vez, já que a muitos anões misturados em combate direto contra os Draugrs, e não quero fazer fogo amigo.
"Tudo feito?" Perguntou Eitri, quando pousei na frente dele, que está muito concentrado no holograma do campo de batalha.
"Sim, aqui parece que não mudou muita coisa." Digo, após olhar para o holograma.
"Isso não é necessariamente algo bom."
Eitri está certo, mudança é nossa aliada, mas no momento, ainda continuamos sendo atacados, e empurrados lentamente para trás.
"Talvez seja a hora de eu me juntar." Proponho.
Com minha resistência física, posso lidar com uma luta prolongada, e com meu poder, mesmo que reduzido para não machucar nenhum aliado, posso me livrar desse exército de zumbis em algumas horas.
"Já falamos sobre isso, as peças chaves não entram no campo antes do inimigo revelar as suas."
"É seu comando, faça o que quiser."
Então as horas se passaram, e depois dias, até que no segundo dia seguido de batalha sem descanso, tive que entrar no campo de batalha pessoalmente. Com minha ajuda, os anões tiveram tempo de recuar, cuidar dos feridos e reorganizar suas defesas.
O problema, é que no momento que comecei a destruir as legiões de mortos, Hela começou a mandar Draugrs, e o excedente daqueles que eu não podia lidar, sobraram para os anões, aumentando o verdadeiro inimigo, o cansaço.
No quarto dia, Eitri recuou mais ainda sua linha defensiva, os anões estavam cansados e feridos, mesmo revessando suas legiões no campo de batalha.
Então aqui estamos, quinto dia.
A legião de Draugrs marcha na minha direção sem medo, a lâmina da minha lança se ascende e com um giro dela, uma onda de chamas cobre todos os Draugrs. Não tenho tempo para ver meu belo trabalho, no alto, um esquadrão de drakkars que acabou de chegar no reino se aproxima, aproveitando que estou ocupado na linha frente, eles trouxeram mais.
De trás, na última linha defensiva, várias catapultas lançaram pedras vermelhas brilhantes no ar, a maioria delas caio na minha frente, explodindo numa grande explosão de luz, foram poucas que acertaram os drakkar os destruindo.
(As defesas antiaéreas estão funcionando pelo menos.)
Os drakkars que sobreviveram a primeira onda de ataques aumentam a velocidade, e com o exército atrás de mim sobre sua mira, eles abaixaram a parte da frente do seu navio e dispararam abaixo.
"BLOMMMMMMMMMMM!""BLOMMMMMMMMMMM!""BLOMMMMMMMMMMM!""BLOMMMMMMMMMMM!""BLOMMMMMMMMMMM!"
Não se importando com seus aliados Draugrs lutando de perto contra os anões, os disparos incendeiam e abrem crateras no chão.
Olho para cima, disparando com meus olhos e cortando dois drakkars ao meio, enquanto as catapultas fazem o resto do seu trabalho.
"Em nome de Odin!" Não posso deixar de exclamar em voz alta.
Nunca imaginei que lutar contra os Draugrs seria tão difícil.
"Heimdall, como está a situação nos outros reinos, alguma chance de termos reforços?" Pergunto, enquanto me lançava contra outra legião de Draugrs, que acabou de chegar próximo ao campo de batalha.
Os reforços de Asgard deveriam ter chegado a dias, mas as coisas nos outros reinos estão piores que aqui.
{Muito ruim meu príncipe, as linhas defensivas continuam sendo empurradas, o senhor é quem está recebendo o maior número de inimigos, mas os outros reinos têm mais dificuldade numa batalha defensiva diferente dos anões, infelizmente, ainda não vejo como mandar reforços.}
Isso não é nossa culpa ou dos outros reinos, como os anões estão concentrados num local, eles podem se defender melhor que os outros reinos, que tem seu povo espalhado por toda à terra.
"Continue me informando se algo mudou."
{Como queira.}
"VRUMMMMMM!"
O sinal faz toda à terra vibrar, vindo diretamente da entrada da montanha, no comando.
Já acostumados, os soldados anões fazem o máximo para afastar os Draugrs e recuar, também tenho meu próprio papel, voo sobre o campo de batalha.
"BAMMM!" "BAMMM!""BAMMM!""BAMMM!""BAMMM!""BAMMM!""BAMMM!"
Os atiradores, segurando algo parecido com mosquetes antigos, cobrem a retirada dos anões, quando vejo que a maioria dos anões passou uma linha invisível os separando dos Draugrs, giro Sigel criando uma linha de chamas que divide todo o lugar.
Depois disso feito, não paro, e olho para cada canto do campo de batalha, procurando os feridos que ficaram para trás. Os Draugrs são impetuosos, e quase nunca deixam feridos, eles preferem matar o alvo no chão que se defender do inimigo a sua frente, mas as vezes um ou dois escapam de sua visão, hoje só encontro dois deles, os cubro com meu poder e os levito do chão, os levando para o acampamento médico.
"Malditos monstros incansáveis!" Exclamou sua raiva o Rei Eitri, olhando para o holograma da batalha em tempo real, aonde vejo os Draugrs estão se jogando contra minha parede fogo.
Por que não manter a parede de chamas assim e matar todos facilmente?
Por que manter as chamas também me cansa, vai demorar, mais com o que parece ser o número infinito de Draugrs, vai acontecer, e quando isso acontecer, Hela ou outro pode aparecer e me dar muitos problemas, por isso, guardar meu poder é tão importante.
A armadura de Eitri, estava amassada em alguns pontos, e sua arma jogada a sua esquerda. Até o rei se envolveu na batalha.
"Recuando a linha de novo?" Pergunto, já sabendo a resposta.
Ele acena concordando.
Estamos na segunda linha defensiva de quatro, depois disso, vamos recuar para os túneis, como os túneis são incrivelmente largos, chegando ao tamanho de um campo de futebol em alguns casos, não vai ser problema lutar neles, o problema, é como estaremos num ambiente fechado, não podemos usar algumas de nossas armas, e todo o combate vai ser realizado de forma próxima.
"Rei Eitri, me permita mover meus homens, já está na hora."
Com a situação indo na mesma direção esses dias, move meus homens para dentro da caverna por meio de uma entrada secreta que Eitri nos informou, depois disso, em conjunto com os anões, começamos a criar armadilhas entre outras supressas para os Draugrs.
"Sim, precisamos de ajuda, estamos perdendo muito rápido." Concordou Eitri.
Mas antes de tocar meu comunicador para passar minha ordem.
"TRUMMMM!"
O chão treme.
Olho para o campo de batalha, na frente da minha parede de chamas, com o exército dos anões um pouco a frente com seus escudos já levantados, erupções acontecem simultaneamente.
"TRUMMMMMMMMMMMMM!""TRUMMMMMMMMMMMMM!""TRUMMMMMMMMMMMMM!""TRUMMMMMMMMMMMMM!""TRUMMMMMMMMMMMMM!"
As erupções jogam lava para o alto como vulcões, o chão se deforma explodido de dentro para fora, a lava escorre pelos buracos feitos, e começam a se alastrar, quando a lava para de jorrar para cima, mãos vermelhas de fogo começam a se levantar dos buracos, até ficarem em pé, sem demostrar medo nenhum para o exército anão a frente.
"As crias de Muspelheim!" Gritou Eitri, de choque e medo.
"Recuem para entrada, agora!" Grito com Eitri, e depois voo e pouso na frente do novo inimigo, entre os anões e os demônios de fogo, que continuam saindo do chão.
Não estamos preparados para lutar contra eles, todos nossos planos e armadilhas forma feitas para lidar com humanoides, ou quase isso, não seres elementais de fogo,
"VRUMMMMMM!"
Mais uma vez o sinal de retirada soa, e os anões, bem treinados, dão meia volta dando as costas para seu inimigo mais mortal, e marcham na direção da entrada.
"Alice, avise todos, quero todo mundo pronto para lutar e defender esse lugar." Ordeno, enquanto preparo minha lança.
{Sim senhor.}
"BLOMMMMMMMMMMM!"
Outra explosão, dessa vez negra, não muito distante de mim, e da energia negra, uma mulher vestindo uma armadura preta e verde surgi olhando diretamente para meus olhos.
"Olá, irmãozinho!" Cumprimenta-me, Hela.