— Se quiser levar esses doces, coloca na sua mochila. — Emeraude sussurrou para Funaki, mas Ema acabou escutando.
— Emeraude, não dá ideia, não. — A de olhos verdes riu com a fala de Ema, que revirou os olhos. — Essa aí já não tem juízo.
— Vou fazer o mesmo que você e comer tudo que puder aqui. — Funaki provocou.
— É, faça. — A outra polinésia retrucou, com ironia pura na voz.
— Olha a roupa dela agora... Uau! — Funaki em um segundo estava prestando atenção e no outro não, Ema conhecia bem a irmã. — Desse jeito vou ter que me gabar que ela já quis me beijar.
— Ela estava drogada, só para constar. — A Griffin mais velha falou, virando-se para olhar Audrey no ensaio, ficando de costas para sua irmã.
— Ela arrasou nesse conjunto! Olha a pele dela, parece chocolate... — Emeraude comentou, orgulhosa pela beleza da amiga.
— É, parece, dá vontade de lamber... — Ema falou, parecendo entrar em transe mas logo voltando a realidade: — Quer dizer... Parece chocolate, só por isso dá vontade de lamber, só por isso... É...
— Hã?!
— Emeraude, o que você faz aqui? Mesmo não sendo da minha conta. — Funaki puxou assunto só para fingir que não tinha escutado o que a irmã tinha falado.
— Eu vim fazer umas fotos também. — Emeraude respondeu. —Você deve saber, Audrey é modelo, mas eu só faço algumas campanhas para umas lojas, nada demais.
— Nada demais, sei.
— Sério. — Emeraude sorriu para Funaki.
— E a Ayla? Não quis vir? — Ema perguntou, ao se virar, na cadeira, ficando de frente para sua irmã.
— Ela não pôde, mas não me falou o que iria fazer também. — Emeraude deu de ombros.
— E você levou isso numa boa?
— Uê, por que não levaria, Ema?
— Ayla sempre diz que você sente ciúmes dela e coisas do tipo...
— Não tem porque ter ciúmes dela quando não vejo ameaças por perto. — Emeraude comentou começando a sentir um frio no estômago em nervosismo.
— O que os olhos não veem a cabeça não sente. — Funaki falou, se fingindo de séria.
— É o coração não sente. — Ema corrigiu. — E não fica pilhando-a.
— Não está. — Emeraude retrucou. — E eu não sou ciumenta como Laa diz, ela e eu somos iguais nisso, sabem?
— Aham. — Funaki balançou a cabeça, fingindo concordar.
— Eu vou... Er... Fazer uma ligação importante ali. — Emeraude apontou para qualquer lado, apenas para sair de perto e ir ligar para Ayla. — Já volto, meninas.
— Ah, tudo bem, vai lá. — Funaki acenou e logo depois Emeraude pegou o celular no bolso da calça, saindo de perto delas.
— Você não devia ter pilhado ela assim. — Ema repreendeu.
— Não venha me falar nada, você não é totalmente inocente nisso.
*****
— Eu não sei que merda eu tinha na cabeça quando resolvi te esperar para ir embora. — Funaki resmungou.
Aquele ensaio parecia interminável para as irmãs, entre uma troca de roupa e outra Audrey falava algo com elas.
— Eu falei que iria demorar e olha que nem sabia dessa sessão de fotos. — Ema retrucou rapidamente.
— Oi! — Isa acenou para as duas Griffin.
— Olá. — Ambas acenaram.
— Será que Audrey ainda vai demorar muito?
— Acho que não. — Ema respondeu. — Nós estamos aqui a um tempo já.
— Põe tempo nisso, o que salva são só os doces.
— Verdade, são ótimos. — Isa concordou, sorridente.
— Isa? O que faz aqui? — Audrey perguntou, próxima a mesa onde Ema e Funaki estavam com suas mochilas e livros, também algumas variedades de comidas que lhes foram servidas.
— Eu vim te buscar, sua mãe não te ligou?
— Não que eu saiba, e mandei mensagem falando que iria embora com a Ema e a irmã dela.
— Ela não deve ter visto. — Isa falou já sabendo que a mulher a sua frente não ficaria nada satisfeita.
— Quando ela vê, não é?! — Audrey ficou emburrada.
— Ela só está...
— Muito ocupada e blá blá blá. — Audrey completou a frase de Isa.
— Sim. — A baixinha deu de ombros. Ela sabia que a falta da presença da mãe afetava a Hamilton mais nova de forma brusca.
— Então você, hmm, já pode ir para casa se quiser... Suponho que mamãe já havia te liberado, mas lhe pediu para que me levasse se não fosse pedir muito.
— Sim. — Isa concordou, mas olhou Audrey com um pouco de pena por não ter a mãe presente. — Eu posso ficar na sua casa se quiser, não me importo.
E realmente ela não se importava, Isa era dona de uma generosidade tremenda. Mesmo que Audrey fosse estressante às vezes, gostava dela.
— Não precisa, Ema vai lá para casa agora e não vou dormir tarde hoje, quem sabe amanhã?!
— Tudo bem então. — Isa sorriu, aproximando-se de Audrey, ficou na ponta dos pés para lhe beijar a testa. — Até amanhã.
— Até, Isa, boa noite. — Audrey desejou.
— Boa noite para todas. — Isa acenou, não demorando a ir embora.
— Pensei que não se dessem bem. — Ema quase voou na irmã, que sempre era tão intrometida.
— Ela é um pouco chata, mas nos amamos.
Audrey sorriu, sendo observada pelas irmãs. A negra se aproximou das Griffin, colocando a mão esquerda no ombro direito de Ema e a mão direita no ombro esquerdo de Funaki.
— Eu só vou trocar de roupa e venho para irmos embora, Ok?
— Ok. — Ema respondeu.
Funaki estreitou os olhos observando como Ema olhava para Audrey.
— Trouxa.
— O quê? — Audrey e Ema perguntaram.
— Nada não. — Funaki soltou um sorrisinho para ambas.