Hyakki Yakō (1/4).

Shinjuku, é simplesmente enorme, digna de ser tecnicamente a capital do Japão, já que Tóquio, deixou de ser uma cidade há mais de cinquenta anos. Já visitei várias vezes essa cidade, é aqui que venho para comprar comida ou roupas, tudo é fácil de ser encontrado, já que toda cidade é um centro comercial, ou seja, não há um momento que esse lugar esteja vazio, bem, agora está.

Todas as pessoas e a maioria dos carros foram removidos, uma das maiores cidade do país se tornou uma cidade-fantasma, esse sentimento fica mais poderoso graças ao ambiente silencioso, mesmo sendo dia, estamos na escuridão da noite, uma Cortina imensa foi lançada cobrindo toda a cidade, e não era uma cortina comum, essa era mais escura e poderosa, criada em conjunto e não por apenas um Feiticeiro.

Não estamos no escuro, é claro, a iluminação pública está funcionando, assim como os telões mostrando inúmeras propagadas e luzes dos prédios vazios ao nosso redor.

E aqui estamos, um grupo bem variado de vinte Feiticeiros bem no centro da cidade, bem no meio de uma estrada que leva a várias outras rotas com prédios enormes ao nosso redor mostrando propagandas nos seus telões.

Faz uma hora que chegamos na cidade, e sei que as coisas finalmente vão acontecer. A poucos momentos atrás, a cidade-fantasma começou a ficar cada vez mais animada com a Energia Amaldiçoada ecoando pelo ar, acho que o Geto, deixou as Maldições já prontas, só esperando seu sinal que foi dado a pouco tempo, dá para sentir isso também, as Maldições estão se movendo lentamente vindas de cada canto da cidade, como não havia alvos próximos, elas estão se juntando no único lugar que tem pessoas.

"Mantenham a destruição de prédios e infraestrutura no mínimo!" Começou a dizer Yaga-san, passando as instruções finais.

No final das ruas ao nosso redor, uma nuvem de Maldições começou a ficar visível, e não pude deixar de ficar animado.

"Pode ser que alguns civis ainda não tenham evacuado, se acharem alguém, tentem ajudar." Continuou Yaga-san.

Eles fizeram um trabalho incrível esvaziando a cidade, tanto no ar quanto no solo, mas nenhum trabalho é perfeito, ainda deve haver algumas pessoas que escaparam da busca final e da evacuação, isso é quase uma certeza.

"Ei, vocês estão me ouvindo, Satoru e Fujiwara!?" Yaga-san, gritou com nos que não estamos olhando para ele, e sim para o telhado a nossa esquerda num ponto longe demais para minha visão perceber algo, mas meus sentidos são melhores que minha visão, alguém forte está lá.

"Um desses parece que vai dar trabalho…" Murmurou Gojo-sensei, e concordo com ele, quem quer que seja, é bem forte.

Ainda olhando para o prédio, consegui ver que nosso problema não está apenas no chão, a onda de Maldições também está no ar, voando lentamente na nossa direção. Mil Maldições, acho que esse número começou a fazer sentido agora que ele pode ser visto.

"Gojo-san, trago notícias!" Gritou Ijichi-san, se aproximando correndo.

Não querendo ser intrometido, coloquei minha mão nos bolsos e dei alguns passos para frente ficando de frente para onda se aproximando de todos os lados, Ijichi-san, se aproximou do Gojo-sensei, e falou algumas palavras no seu ouvido que o deixaram um pouco alarmado, o que me deixou também alarmado, porque até agora, não havia uma gota de nervosismo nele, nem diante a visão de um exército de Mil Maldições se aproximando, o que fez todo mundo aqui também muito confiante e seguros de si, essa simples postura do Mais Forte, levantou a nossa confiança, e isso é uma vantagem tremenda para nós.

"Panda, Toge!" Gritou Gojo-sensei, ele avançou sobre meus outros dois colegas que até a pouco estavam olhando para onda assim como eu agarrando os dois pelo pescoço e os arrastando até onde eu estava, no centro da estrada.

"O que aconteceu?" Perguntou Panda, Gojo-sensei, estava apressado demais.

"Vou mandar vocês para escola agora!"

"Há?" Gritou Panda, confuso.

Gojo-sensei, largou os dois próximos de mim e se afastou abaixando seu corpo logo em seguida, e assim, com dois dedos sem nada neles, ele começou a desenhar alguma linguagem que não entendo no chão ao nosso redor.

"O que está acontecendo?" Dessa vez, quem perguntou fui eu.

"Geto, está na escola agora, tenho certeza, pelo menos eu acho!" Explicou Gojo-sensei, ainda abaixado após completar um círculo ao nosso redor com escritos negros no chão.

"Acha ou tem certeza!?" Gritou Panda, um pouco assustado.

"Se minha intuição estiver certa, Yuta e a Maki, podem morrer!"

Essas palavras caíram sobre todos pesadamente.

Os dois ficaram como reforço, mas agora estão sendo atacados, que tipo de situação idiota é essa?

"Eu vou para lá assim que der um jeito no estrangeiro, protejam os dois, me desculpem, mas protejam os dois com suas vidas!" Gojo-sensei, se levantou e falou olhando para todos nós, em seguida ele fez um sinal de mão, entrelaçando seus dedos deixando as palmas separadas no seu centro.

"Beleza!" "Salmão!"

Nem precisei gritar como meus amigos, apenas acenei para Gojo-sensei, mas antes dele completar seja lá o que esteja fazendo, senti dois, não, três picos enormes de energia Amaldiçoada na cidade, o que fez Gojo-sensei, também parar seu movimento olhar para esquerda.

"Eles não facilitaram para nós." Comentou nosso professor, nesse ponto, também entende o problema.

"O que está acontecendo?" Perguntou Panda.

"Três Maldições de Grau Especial, vou ter que lidar com elas também antes de ajudar vocês."

"Não, não vai." Falei saindo do círculo no chão deixando apenas Panda e Toge-san, sem entender ainda.

"Tem certeza?" Perguntou Gojo-sensei.

"Temos escolha?" Perguntei em vez de responder.

Lidar com um só Feiticeiro Estrangeiro vai demorar pouco para ele, Gojo-sensei, com certeza, vai se apressar para ir ajudar Yuta e Maki-san, mas lidar com um Feiticeiro Estrangeiro e Três Maldições de Grau Especial, vai aumentar esse tempo, e apenas alguns minutos a mais podem ser fatais para quem estiver na escola.

Estamos sem opções, já que o Gojo-sensei, está aqui, grande parte da nossa força de Feiticeiros foi posta na outra cidade, e mesmo tendo alguns Feiticeiros de alto Grau, eles também vão estar ocupados.

A resposta para o problema é simples, alguém tem que lidar com as Maldições, alguém que não seja o Gojo-sensei.

Gojo-sensei, acenou para mim e voltou sua atenção para meus amigos mais uma vez, e ainda com o sinal pronto, ele bateu suas palmas.

"Clap!" "BLOMMMM!"

O chão ao redor do círculo se quebrou e rachou assim que o sinal foi completado, meus amigos desapareceram, um teleporte a longa distância.

Tudo que posso fazer agora é confiar que meus amigos vão ficar vivos até nosso professor ir os ajudar, tenho confiança nas habilidades deles, mas estamos falando aqui de um Feiticeiro de Grau Especial. Não importa, tenho que acabar com algumas Maldições antes de ir os ajudar, Gojo-sensei, com certeza, vai conseguir chegar antes do que eu, mas tenho que ter certeza, por mim mesmo.

Não temos tempo para brincar aqui, por isso mesmo, Gojo-sensei, removeu metade de sua venda e olhou para aquele quem ele chamou de estrangeiro, bem longe da minha de visão, já eu, dei alguns passos na direção das outras três Maldições indo de frente para onda se aproximando cada vez mais.

"Droga! O que você está fazendo!?" Ouvi Yaga-san gritar, mas não tenho tempo para explicar, comecei a correr na direção da onda.

Maldições falam, é tudo coisa sem sentido e distorcida, mas elas falam, e muito, agora juntando dezenas delas num só lugar e mil somando ao todo, o barulho das suas palavras sem sentido é difícil de ignorar como normalmente faço, vai demorar um pouco para eu ganhar algum costume.

A primeira Maldição que matei era um bípede de pele verde, atingi seu nariz explodindo a cabeça junto de partes do seu tronco, nem parei um segundo. Pulei passando por cima da onda caindo no seu centro, as Maldições foram rápidas e tentaram me matar, mas fui mais rápido dando uma rasteira na minha frente e uma série de socos no corpo ou cabeça os matando num só golpe, mas passar pela onda dessa forma vai levar tempo.

Foi quando os outros Feiticeiros se envolveram finalmente com um grito de guerra, a maioria deles usando Armas Amaldiçoadas, tinha até mesmo um estranho com o rosto todo coberto por um saco de lixo, mas não dei muita importância, saltei mais uma vez atravessando à distância de dez metros antes de cair de frente para uma Maldição parecida com uma cobra que tentou me envolver, só para ter seu corpo cortado ao meio por um golpe de caratê simples vindo de cima, logo em seguida, um dos Feiticeiros sem nome me deu assistência atravessando a cabeça da Maldição na minha esquerda com sua Katana.

Junto a confusão, devo ter matado vinte Maldição nos últimos dois minutos e continuou avançando sem parar até perceber que as Maldições aéreas, voando acima de nós, começaram seu ataque arrancando a cabeça de um Feiticeiro distraído que não deve ser muito mais velho do que eu. Para piorar, a maior Maldição tem a forma de uma arraia voadora bem larga, e das suas costas, mais inimigos começaram a saltar ao nosso redor ferindo e matando.

Após arrancar a cabeça dos ombros de uma Maldição com um chute, girei meu corpo o abaixando para em seguida tocar o chão com uma mão e fazer um selo com a outro.

"Monokurorapusu: Haiiro no rōgoku!" {Lapso Monocromático: Prisão Cinza!}

Em linha reta, o chão começou a perder sua cor indo em frente criando uma estrada cinza de vinte metros dentro da onda. Antes de conseguir completar a minha ideia, fui atacado por uma fusão de um macaco e um leão que estava na minha esquerda, tive que passar por de baixo do seu corpo e o atingir nas costelas o fazendo gritar de dor, mas seu grito não durou, segurei sua juba azul o puxando na direção do meu outro punho que explodiu sua cabeça.

Assim que o corpo da Maldição caio no chão, torci o meu na direção do início da estrada cinza abaixado tocando com meus dedos de forma rápida o asfalto o rasgando e o jogando para frente.

"ZUMUMUNUNUNUNUNUANUANU!"

Todo o asfalto na minha frente recebeu uma explosão em linha reta jogando pedra para cima e destroçando qualquer Maldição no seu caminho, foi como ver uma linha de poeira explodir para o alto criando um pico de vinte metros, e no seu interior, sangue e partes de corpos, foi assim que limpei meu caminho.

Atravessei a onda e deixei os outros Feiticeiros cuidarem do resto, junto deles agora a muitos bichos de pelúcia estranhos do Yaga-san, Cadáveres Amaldiçoados, eles vão igualar os números aqui. Está na hora de avançar, mas antes de ir embora, acho que deve os ajudar um pouco mais, por isso pulei numa construção a minha esquerda atravessando a janela do primeiro andar, mas não fiquei muito tempo, dei meia volta e pulei de novo chegando na altura o bastante para cair em cima da Maldição arraia gigante, bem no fim das suas costas com uma infinidade de outros inimigos aguardando para saltar abaixo na minha frente.

Avancei furiosamente matando até chegar na cabeça da arraia.

"Monokurorapusu: Haiiro no rōgoku!" {Lapso Monocromático: Prisão Cinza!}

"BLAWWW!

A cabeça explodiu fazendo chover sangue azul nas Maldições e Feiticeiros abaixo, ela ainda voou mais um metro a frente até começar a cair de lado. Antes de conseguir pular para fora, algo veio voando da minha esquerda rápido, antes do choque, consegui colocar minha palma na frente do meu corpo ativando minha Técnica Inata.

"BLAWWWWWWWWWWWWWWWW!"

Fui jogado para esquerda e cai na horizontal atravessando duas construções até ser parado pela porta de um carro que se torceu ficando amassada e afundada. Levantei bem a tempo de ver a arraia gigante sem cabeça cair ainda com um enorme grupo de Maldição acima dela.

"TUTNUTNUTNUNRUNRUN!"

A Maldição gigante acabou atingido um prédio à esquerda da batalha, fazendo dois andares vir abaixo espalhando entulhos e sangue para todo lado, acho que lá se vai a recomendação do Yaga-san, sobre os danos as construções ao nosso redor.

Em pé num lugar relativamente calmo, limpei o sangue da Maldição que me atingiu a pouco, ela conseguiu me jogar longe e forte, mas também explodiu no processo, molhando meu braço, ombro e partes do tronco de sangue e pequenas partes do que sobrou do seu corpo.

"Deuses!"

Não consegui evitar, e acabei dando uma última no campo de batalha, estava ruim, as ruas estão banhadas em sangue e fedendo da mesma forma, a Energia Amaldiçoada dos dois lados deixaram o clima intenso e sinistro no ar, se não fosse pela Cortina, garanto que qualquer Maldição no país, seria atraída para esse lugar, esse é o maior perigo do Hyakki Yakō, e só faz alguns minutos que a batalha começou.

Penso um pouco se devo voltar e ajudar, mas senti as três Maldições de Grau Especial de novo, elas estão se movendo juntas, tenho que as parar antes delas chegarem a essa confusão e joguem mais gasolina no fogo.

Virei para o carro que acabei de destruir, a maioria deles foi retirada para evitar danos, mas alguns escaparam da busca, esse não deu sorte de escapar da destruição. Facilmente, arranco parte de uma porta que parece ter sido transformada num dente de metal torcido, envolve esse metal com minha energia Amaldiçoada e usei minha Técnica Inata a fazendo perder a cor, em seguida, girei meu corpo duas vezes e soltei o pedaço de metal na horizontal, sem a resistência do ar mais a minha força anormal, o metal foi mais rápido que o normal cortando com facilidade dez Maldições ao meio antes de se prender no corpo da décima primeira quase a cortando por inteira.

Avencei passando por cima de corpos dando misericórdia a décima primeira com um soco rápido na cabeça a explodindo.

Me afastei um pouco mais do centro da cidade, mas ainda tive tempo de salvar uma Feiticeira jovem que quase foi partida ao meio pelos dentes de um cachorro gigante, consegui furar a cabeça da fera que a soltou no chão, a menina estava em choque, toda cortada e chorando, ao seu redor, corpos de mais Feiticeiros e Maldições, só ela deu sorte nesse grupo, e ela está claramente fora de combate.

Eu não tinha tempo de a proteger ou ajudar com seu estado emocional agora, tudo que fiz então foi agarrar a parte de trás da sua camisa e a jogar no primeiro andar de uma pequena loja a nossa esquerda a fazendo desaparecer dentro do vidro escuro.

Espero que ela sobreviva até os gerentes a encontrem, eles não estão só sendo responsáveis apenas por manter a Cortina ativa, seu segundo trabalho é transportar os feridos até uma zona segura dentro da cidade onde a Shoko-san, estão os curando, e só por ter ela aqui, nosso número de mortes não vai ser tão alto.

Nem todos os Feiticeiros eram fracos, a minha esquerda, um homem usando um saco escuro na cabeça acabou de explodir uma Maldição de cinco metros de altura sem muita dificuldade, a sua esquerda, o Feiticeiro de Grau Um, Atsuya Kusakabe-san, estava cortando inimigos facilmente com sua Katana, mas pela sua expressão, posso dizer com certeza, que ele está pegando leve e trabalhando pouco de propósito.

Até penso em pedir ajuda dele para lidar com os Grau Especiais, mas pelo pouco de convívio que tivemos, sei que ele vai fazer corpo mole até o último segundo perdendo meu tempo, fora também que ele está fingindo, posso ver que as Maldições que ele corta, mesmo sendo poucas, são as mais poderosas próximas dos outros Feiticeiros, sem ele aqui fazendo exatamente isso, o número de mortos vai aumentar, melhor deixar assim.

Continuei avançando, esquerda, esquerda, direita, entrando e saindo pelas ruas e becos ajudando onde dava e matando inúmeras Maldições pelo caminho, a maioria de Grau Dois ou Três, que são fácies de cuidar com o apenas alguns golpes bem dados.

"TUMMMMMM!"

Outra maldição gigante, essa parecida com um monstro peludo medindo quatro metros de altura que acabou de agarrar uma construção a sua esquerda quebrando alguns vidros, antes dela pisar no Feiticeiro que estava lutando, agarrei um pequeno pedaço de asfalto quebrado no chão o joguei na cabeça dele como se fosse uma bola, a Maldição sangrou muito, mas continuou vivo, e o Feiticeiro aproveitou para enfiar uma lança no seu peito o matando.

Continuei indo, até finalmente parar numa rua bem ampla e vazia, com apenas alguns carros abandonados e muitos prédios comerciais e de escritório ao meu redor.

Quarenta metros, não, menos que isso.

Dos becos na minha frente, a Energia Amaldiçoada ficou mais e mais intensa se aproximando lentamente. Está claro que Geto, mandou as Maldições de Grau Especial agirem dessa forma estranha em vez de as jogar no meio do campo de batalha, isso tudo é para chamar atenção do Gojo-sensei, e o atrasar.

"Fujiwara-san!"

Para minha surpresa, não sou o único aqui, a Gerente Akari Nitta, uma mulher vestida com um terno feminino preto de cabelos loiros, correu na minha direção ofegante saindo deu um beco a minha direita.

"O que aconteceu?" Perguntei ainda olhando para rua na frente, eles não estão longe.

Nitta-san, respirou algumas vezes para recuperar seu folego do meu lado antes de me responder.

"Alguns Gerentes, eles começaram a desaparecer e não respondem às chamadas, você os viu?" Ela perguntou.

"Não, não vi nenhum Gerente ferido ou morto."

Os Gerentes não estão lutando, mesmo sendo Feiticeiros que já se formaram, mesmo assim, seu papel é grande nessa guerra, se eles estão sendo mirados pelo inimigo, isso significa que muitos Feiticeiros lutando vão acabar morrendo, e isso não é o pior, se a Cortina gigante nos cobrindo cair, nosso problema vai ficar mil vezes mais complicado, mil Maldições não vão ser nada comparado ao que vai se juntar nessa cidade.

Será que eles foram mortos pelas Maldições de Grau Especial?

Faz sentido, elas vierem de longe, quase da ponta de onde foi posta a Cortina, e como ela é grande demais e nenhum dos Gerentes é um mestre em barreiras, eles não podem a manter em pé apenas do lado de fora, como normalmente acontece, por isso a dois grupos, um dentro e outro fora da Cortina, a também o grupo responsável por trazer os feridos para "enfermaria".

"E a Cortina? Ela vai cair?" Perguntei após dar uma olhada rápida para o céu escuro.

"Vai ficar tudo bem, a um Voto poderoso a mantendo, mas tivemos que tirar alguns Gerentes do socorro dos feridos para a manter em pé, se mais desaparecerem….." Ela não acabou a frase, não precisava.

Estamos ferrados, é isso que ela quer dizer, e concordo.

De qualquer forma, se eles foram mortos pelas Maldições de Grau Especial, isso não vai acontecer mais, então estamos seguros, mas se for outra coisa, estamos com problemas, e não posso fazer nada sobre isso.

"Fujiwara-san, será que você pode me ajudar a procurar? Com sua velocidade, vamos achar o problema rápido!" Preguntou Nitta-san.

Olhei para ela meio que chocado, não pelo pedido, e sim pela falta de sensibilidade, aí me lembrei que nem todos têm um sentido para Energia Amaldiçoada tão avançado quanto o meu, por isso, ela ainda não entendeu o que estou fazendo aqui, ela ainda não sentiu, mas isso vai mudar daqui a pouco, as Maldições estão andando lentamente, mas já estão quase aqui.

"Nitta-san, é melhor você procurar em outro lugar, as coisas aqui vão ficar, intensas."

Não olhei para ela, minha visão contínua focada na minha frente, onde já posso ver algumas sombras próximas, mesmo sem olhar para Nitta-san, sinto seu olhar de dúvida, ela ficou parada sem entender, mas poucos segundos depois, ela finalmente conseguiu sentir a Energia Amaldiçoada das três Maldições a quarenta metros de distância já visíveis.

Eles estão andando lado a lado lentamente, a do meio, é a que mais chama atenção, medindo seis metros de altura com uma cabeça de elefante e quatro braços, sua pele é clara e suas orelhas longas pontudas se parecem com chifres apontados para trás, a algo parecido com uma coroa dourada no topo de sua cabeça, olhos oblíquos com íris vermelhas, escleras escuras e para acabar, uma bela barriga. Outra coisa estranha nele, é que a Maldição, que se parece um deus hindu, está vestido com um colete, jaqueta dourada com manchas e calças pretas, também havia pulseras de oração ao redor dos seus braços.

O segundo, na esquerda, tem quatro olhos, três chifres na cabeça e nariz escuro. Tinha também o que parecia ser um cabelo longo e despenteado e um bigode espesso sob o nariz armado com um machado de lâmina única simples de aço com o corpo coberto inteiro por uma capa branca, e mesmo seu tamanho sendo um pouco menor que o Elefante, ele tem pelo menos três metros.

O terceiro que está caminhando na direita é o que tem o tamanho mais normal, um pouco mais alto do que eu de aparência humanoide, fora seus braços, um pouco mais longos e as unhas que se parecem com armas grandes e finas, sua pele é azul e doentia, vestido com peles de animais cobrindo apenas sua nudez e uma máscara de Oni azul com chifres cobrindo seu rosto.

Três Maldições de Grau Especial caminhando juntas, nem consigo descrever como sua Energia contamina o ar e o ambiente a nossa volta, frio e sem emoção, a natureza da Energia Amaldiçoada.

Não estou com medo, diferente da mulher do meu lado chocada olhando para os monstros, não, não estou com medo, em vez disso, abro um sorriso enorme e sinto meu coração pular de alegria.