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Kakureru - parte 2

Nós estávamos correndo pela cidade, quando eu sinto o cheiro do homem que tinha roubado o anel de Kakureru, então vamos atras dele.

-Kakureru, vamos por aqui. - ela me encara um pouco confusa.

-huh, você sentiu o seu cheiro?

-sim, vamos. - eu agarro a mão direita dela. E com uma grande velocidade nós vamos onde o cheiro daquele homem esta.

-ei...você não acha que isso foi demais? - ela esta um pouco ofegante.

-o que?

-seu idiota. Ter me agarrado sem me falar nada. - ela esta um pouco irritada.

-ah, desculpe, mas olha, chegamos.

-huh, você tem certeza que onde aquele homem esta é aqui?

-sim, eu consigo sentir o cheiro do sangue dele.

-huh, esta bem. Olha como você consegue fazer isso?

-do que você esta falando?

-sentir o cheiro dele de uma longa distancia. Isso com certeza não é normal.

-huh, serio? Eu acho que é normal sim.

-por que esta falando isso? Com certeza isso não é normal, isso não é algo que qualquer um possa fazer. Você também é um usuário de magia? - "huh, também?"

-você disse 'também'? Você consegue usar magia? - ela desvia o olhar.

-er, consigo sim.

-então por que não usou contra aquele homem?

-eu não poderia fazer isso. - Kakureru disse isso me encarando.

-huh, por que não?

-bom, se eu usasse minha magia contra ele, estaria em desvantagem.

-ahm? Que tipo de magia é essa? Se sua magia for assim ela não se torna inútil?

-bom, sim por isso que eu não a usei, mas parece que você ainda não entendeu o que quis dizer. - eu fico um pouco confuso. "O que ela quis dizer com isso então?"

-ahr... - ela solta um suspiro e coloca sua mão em sua cabeça. "Huh, eu ainda não entendi. Isso esta me fazendo parecer um idiota, eu realmente não entendi." - ...serio isso? Bom, eu acho que você não é um comandante de alguma tropa, eu esta errada.

-huh, por que você fala isso?

-suas habilidades de sentir o cheiro do sangue de uma pessoa a uma longa distância de onde ela esta. Com isso eu pensei que você era algum cavaleiro, mas acho que não.

-huh, que? Eu causei uma grande quebra de expectativa, não foi? Não pensei que alguém poderia achar isso de mim.

-bom, eu só pensei nisso por causa de sua habilidade, porque você não tem, nenhuma características de cavaleiro.

-huh, agora essa quebra de expectativa que você teve me deixou um pouco triste. Mas você esta certa, eu não sou nenhum cavaleiro.

-é, deu para perceber, você não tem a atitude de um.

-huh, e qual seria a atitude de um cavaleiro?

-ele seria do tipo orgulhoso, que demonstra uma grande autoridade. Bom, isso serviria para um cavaleiro de alto nível, mas como você não é um cavaleiro nem nada isso não se aplicaria em você.

-que esta dizendo que para ser um cavaleiro precisa ter orgulho?

-sim, mas eu falo do orgulho de proteger seu rei e sua cidade. Claro, o orgulho de ter um grande poder pode entrar também.

-isso me lembra alguém...

-huh, você esta dizendo que conheceu um cavaleiro?

-sim, na verdade não foi só um, mas sim, quatro.

-impressionante, você ter conhecido quatro cavaleiros. - ela disse com um tom de voz sarcástica. "Ela realmente acha que eu não conheci alguns cavaleiros? Bom, eles não são exatamente cavaleiros, mas acho que posso considera-los como um."

-eu senti que isso foi uma maneira bem sutil de dizer, "incrível, alguém com roupas e a atitude parecida com as suas, ser amigo de cavaleiros."

-parece que você tem mais de uma habilidade, não é? - ela disse com um sorriso sarcástico

-huh, você esta me subestimando?! - eu fiquei um pouco irritado.

-falando em habilidades... - Kakureru tinha feito uma expressão seria. - ...como que sua barriga se curou tão rápido? - ela esta me encarando. Eu tento desvia o olhar, mas acho que ela percebe meu nervosismo.

-aquilo me deixou muito intrigada, realmente me fez pensar muito, aquilo foi incrível, realmente incrível. Então vai me dizer?

-acho que você ficaria muito surpresa com a revelação.

-não se preocupe, eu gosto de me sentir surpresa.

-bom, eu acho que não é uma boa hora de falar sobre isso. - eu desvio o olhar.

-você tem razão, mas você depois me dirá como sua barriga se curou tão rápido. - "ela parece querer mesmo saber sobre isso. Mas eu não posso contar a ela que sou um vampiro."

-esta bem, eu prometo.

-certo, agora onde estávamos...?

-nós estávamos falando sobre... - naquele momento nós sentimos um grande desconforto. Bom, eu senti, mas também parecia que Kakureru tinha sentido a mesma coisa. Nós ficamos conversando por um tempo que nem percebemos que o que estava na nossa frente, a estrutura que estava a nossa frente era...um bar.

Bom, o que um bar pode ter de errado? você se pergunta. A resposta é nada, não havia nada de errado com o bar, mas sim o que estava dentro dele. Sendo mais especifico, não tinha nada de errado com a estrutura chamada de bar, mas sim com algo que tinha dentro dela.

Ao sentir isso, nós ficamos extremamente desconfortáveis. Eu já tinha sentido essa sensação antes, e me lembrei do motivo por qual eu tinha vindo a essa cidade. Mas também junto a ele, me lembrei que aquela sensação que estávamos sentido, era a de um demônio.

-e...ei, Toni, você esta sentindo a mesma coisa que eu? - ela estava tremendo. Eu também estava.

-sim. Ei, Kakureru, nós temos que sair daqui...

-huh, por que...por que devemos fazer isso? O meu anel não esta ai?

-sim, mas tenho certeza que não devemos entrar nesse bar agora. Não devemos entrar nesse bar no momento atual.

-certo, tudo bem. Acho que podemos nos afastar um pouco. - nós dois estávamos amedrontados com aquilo. Então lentamente demos as costas a aquele bar, quando nós íamos andar, a porta do bar se abre. Eu tenta virar meu rosto pra ver quem é que a abriu, mas Kakureru me interrompe colocando seu braço em meu ombro.

-Toni... - ela falou meu nome muito nervosa. Eu a encaro também um pouco nervoso, afinal, eu já sabia do que aquilo tudo se tratava, mas tentei ficar calmo para manter Kakureru em segurança. O homem que tinha aberto a porta se aproxima de nós. Eu não conseguia ver o seu rosto.

-ei, vocês dois. O que estão fazendo parados aqui na frente? Estão me atrapalhando.

-nós...nós já estávamos saindo, me desculpe. - eu falei um pouco nervoso.

-huh, por que estão parados, não há motivos para isso ou há?

-huh, claro que não. Por que haveria motivo para nós estamos parado aqui, na frente do bar.

-sim, é isso que eu estou perguntando. Então por que não saem da frente?

-claro, vamos andando. Venha, Kakureru. - quando eu chamei por Kakureru ele fala:

-ei garota, quem é você? - eu olhei para Kakureru e a vi tremendo.

-eu? Por que esta perguntando isso? Não há nada em mim que possa interessar alguém a ponto de perguntar quem eu sou, serio, eu só sou...uma acompanhante dele.

-huh, você esta falando a verdade?

-claro, não há por que mentir para você. - depois que Kakureru disse isso ele ficou em silencio por um tempo.

-bom, então esta bem. Ah, ei garotinha, quem quer que seja que a lhe ensinou a falar a verdade para um estranho, é melhor parar com isso. Não diga seu nome para estranhos.

-c...certo, obrigada por me ensinar algo.

-não precisa agradecer. - então ele andou, e passou por nós dois. Por um breve momento nós nos sentimos aliviados, mas só por um momento, ele tinha parado um pouco a nossa frente.

-olha só, a garotinha parece interessante, mas você, garoto, é de quebrar as expectativas. - agora que ele estava na nossa frente, deu para ver sua aparência. Seu cabelo era longo e preto, seu olhos pareciam nunca terem fechados, ele estava usando uma roupa completamente preta.

-huh, por que diz isso? Como ela, eu não tenho nada de interessante para ser dito.

-por que fala isso?

-porque eu tenho certeza de quem eu sou.

-você tem certeza de quem é? Então me fale, quem é você. - "o que eu falo?"

-eu sou...um humano comum, como nós três. - ele começa a sorrir.

-hahaha, olha, eu não sou um humano. Desculpe quebrar suas expectativas.

-huh, você não é um humano, então o que você seria?

-você quer mesmo saber? Pode ser algo muito grande para um simples humano como você.

-não se preocupe...eu consigo aguentar. - Kakureru estava me encarando muito nervosa.

-então esta bem, mas a garota não ira aguentar. Mas não se preocupe eu resolvo isso. - ele estendeu sua mão, e de repente apareceu um cajado de madeira em sua mão. Quando eu vi aquilo, eu tive certeza que ele era um adorado do demônio, e que aquilo era uma relíquia do demônio.

Eu estava muito atento olhando para ele, eu estava tão atento que não vi ele balançar o seu cajado e bater com ele na cabeça de Kakureru, fazendo com que ela virasse pó, literalmente, ela desapareceu. Eu vi aquilo e fiquei muito irritado com ele, eu já estava pronto para lutar, mas algo inesperado aconteceu. O anel, o mesmo anel que Kakureru tinha perdido, aquele homem me entregou. Ele estendeu sua mão e disse:

-olha aqui, pode pegar. De a ela...e sim, eu sou um demônio. - depois que eu peguei o anel, ele simplesmente havia desparecido.

-huh...Kakureru!!! - "o que é isso?" - Kakureru... - "como isso foi acontecer?" - ei, Kakureru! - "que era ele e por que ele fez isso?"

Essas eram as perguntas que eu fazia, mas não tinha resposta. Eu tinha perdido Kakureru, minha unica chance de ter trazer a humanidade de Kohoka de volta. Eu pensava nisso e me sentia egoísta, por esse ser o único motivo que eu ajudei Kakureru.