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Capítulo 12: Entrando no Vale da Morte

Dois jovens saíram dos arbustos. Eles tinham quase a mesma altura que eu, por volta de 1,75m. Um empunhava uma pistola, ela em si não era incomum, mas a munição dela era. Percebi que mana emanava delas, eram balas especiais. O outro, estava com uma espada em mãos, ela definitivamente não era uma espada comum, meus braços arrepiaram ao sentir a aura daquela espada.

─ B-Bresk, o que é isso?

O Jovem loiro perguntou, ele era o que empunhava a espada. Pude sentir que ele tinha uma certa experiência. Sua roupa era diferente da que o homem ao seu lado vestia, ela era mais fina, digamos assim.

─ Eu não sei, parece ser um monstro.

Me mantive parado, encarando os dois, mesmo que não pudessem ver meus olhos. O jovem chamado Bresk tinha uma alma mais brilhante que a do rapaz ao seu lado, ele era forte.

─ N-não é melhor tentarmos conversar? Ele não nos atacou.

─ Há rumores de que um monstro desconhecido matou um Caçador. Olhe os ferimentos dos javalis, é quase idêntico ao que fomos informados.

─ Ele parece ser forte…

Mesmo que eu possua minha forma mortal agora, não sei se conseguiria derrotá-los. O que empunha a pistola, se for habilidoso, vai ser uma pedra no meu sapato. Uma briga corpo a corpo será desvantagem pois não sei quais são os atributos daquela espada.

─ Eu não sou um monstro. Eu vivo aqui.

Pude ver os ombros do loiro se relaxarem, enquanto o outro ainda estava com a mão no coldre, pronto para sacar e atirar diretamente na minha cabeça.

─ O que estão procurando aqui?

─ Somos caçadores de recompensas. Viemos atrás do monstro que matou o Caçador.

Acenei com a cabeça. Provavelmente estão atrás de mim. Obviamente eu não iria me entregar, então pensei em algo para sair dessa situação.

─ Bem, não tenho informações sobre isso, boa sorte na missão de vocês.

Bresk não pareceu comprar essa desculpa. Pelo visto, somente um sairá de pé aqui. Utilizei um pouco da mana do meu armazenamento para deixar o <Toque Mortal> de prontidão. Bresk parecia estar acostumado a essa vida de caçador de recompensa, mas não posso dizer o mesmo do cara ao seu lado.

Não consigo dizer quais eram as afinidades daqueles dois em minha frente, mas ambos usam armas. Posso afirmar com certeza que o loirinho é amplificador mas também sei que aquele com a arma de fogo é o mais perigoso.

Com um plano em mente, retirei a sombra que cobria meus olhos, revelando minha íris e pupila totalmente esbranquiçadas. Enquanto ficaram levemente confusos por esse acontecimento, liberei uma grande quantidade da mana que eu ainda havia estocado para causar uma explosão de velocidade.

A distância entre nós não era maior que 10 metros. Eu praticamente voei do lugar em que meus pés estavam em uma velocidade assustadora. Bresk retirou a arma do coldre, mas não conseguiu mirar, tudo que ele conseguiu fazer foi levantar os dois braços em guarda.

'Que pena, menos um.'

Meu soco atingiu Bresk nos antebraços. Os ossos no local foram quebrados e rachados quase completamente, seu úmero direito também foi afetado. Juntamente com isso, meu soco também liberou energia mortal em seu sistema nervoso, ele iria começar a morrer por seu braço direito.

***

Assisti ao segurança que minha família contratou ser lançado para trás com somente um soco. Mais impressionante que isso, foi a velocidade que aquela aberração chegou até ele.

'Será que consigo lutar contra isso?'

Pensamentos pessimistas começaram a tomar conta de mim e me esforcei para não ceder à fraqueza das minhas pernas.

'Puta que pariu, o Bresk tá gritando de dor. Ele não vai conseguir fazer nada.'

O medo está me dominando. Estou com dificuldade em não ceder a meus instintos. Aquela coisa bizarra caminhou até Bresk, pegou sua pistola e os três pentes que continham as munições. Após isso, virou-se para mim. Senti um suor frio escorrendo pelas minhas costas.

─ Escuta aqui, florzinha. Diga-me o que quero saber, e você volta para casa hoje.

─ E-E-Eu? E ele?

Percebi as veias no braço de Bresk escurecendo, e do jeito que avançavam, provavelmente ele iria morrer. Nunca vi algo assim antes.

─ Ele vai morrer, é claro.

Seja lá o que quer que seja aquilo, ele correu até mim, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ele arrancou a espada da minha mão e me deu uma rasteira.

─ Como se chama?

─ So-Sollac Solaris.

Ele não disse nada por um tempo. Apenas me encarou com aqueles olhos sem vida. Não muito tempo depois, retornamos ao interrogatório. Não contei, mas acredito que tenhamos passado mais ou menos 15 minutos conversando sobre minha vida, meu reino e a minha família.

─ E-então… Posso ir embora?

─ Trato é trato.

Sorri fracamente, me levantei do chão e limpei a parte da roupa que havia sido suja com terra.

─ E a minha espada?

─ Espólio de guerra.

─ Entendo… Se não se incomodar, poderia me dar o seu nome?

Ele se manteve calado por um tempo, então um sorriu com o canto da sua boca.

─ Lunan.

'Lu? Lua? Será que… Não. Não é possível. Tenho que informar isso o mais rápido que eu puder.'

Me virei e comecei a andar, gradualmente aumentando os passos. Quando estava a mais ou menos 5 metros daquela coisa, ouvi ele gritar.

─ Tente avisá-los.

─ A-Avisar? Sobre o que?

***

Um buraco enorme apareceu na cabeça de Sollac e seu corpo caiu sem vida no chão. Fumaça estava saindo do revólver que roubei de Bresk.

─ Avise-os que Lunan está vivo.

Com a < Visão da Morte > novamente sobre meus olhos, pude ver que esferas etéricas estavam sob os corpos que eu havia matado. E um portal roxo do nada apareceu e dele saiu Crzeck.

─ Você se saiu bem.

─ Obrigado. Eu acho.

─ Não pensei que encontraríamos cobaias tão facilmente. Irei te ensinar a ressurreição.

─ Ressurrei… O QUE!?

─ Sim.

Observei Crzeck liberar energia mortal em direção aos corpos dos javalis. Suas carcaças sem vida se levantaram, e enquanto andavam até ele, suas peles e seus músculos derreteram e descolaram do seu corpo, deixando um rastro.

─ Você quer que eu reviva aqueles dois?

─ Correto. Acredito que você esteja pronto. Primeiramente, deixe-me contar como isso vai funcionar. Você utiliza energia mortal para levantar os mortos, quanto mais forte for o cadáver, mais energia irá ser utilizada. Quando ele for seu subordinado, somente um décimo da energia será usada para manter ele em movimento. E outra coisa, você não pode reviver alguém mais forte que você, a alma dele se recusará a obedecer.

─ Ok, isso é fácil de entender. Uma pergunta, vou ter que ficar com eles ao meu lado a todo momento?

─ Não. Você pode dispensá-los. Eles serão enviados para sabe Deus onde. Porém, você pode convocá-los por um portal ou então fazê-los saírem do chão, e obviamente, eles somente irão cavar terrenos como terra, areia e etc… E se sua mana acabar, serão enviados de volta ao nada.

─ E como eles morrem?

─ Destruindo a alma ou o necromante.

─ Espera, não tem como matar um esqueleto?

─ Ter, tem. Só que é difícil. Você tem que literalmente apagar a matéria dele ou incapacitá-lo. Por exemplo, se alguém usar uma magia de fogo tão forte que evapore os ossos ou então quebrar as duas pernas e os dois braços, suas invocações não vão poder fazer nada.

─ Você também pode equipar os esqueletos e evolui-los. Por exemplo, você matou um mago humano. Deixe-o ser um morto vivo consciente e entregue os itens que ele usava, ele será uma existência independente, mas que obedece você. Então ele ainda conseguirá usar mana e magias que ele já tinha conhecimento, além de ter a capacidade de aprender a utilizar energia mortal.

Escutei Crzeck com meus olhos brilhando. Eu posso fazer um exército praticamente imortal e ainda ter parceiros mortos vivos ao meu lado, existe vida melhor do que essa?

─ Tudo bem, irei tentar.