Enquanto corria pelas ruas de Metrópolis, Miguel sentia um misto de medo e desespero. Ele não entendia completamente o que estava acontecendo consigo mesmo, mas sabia que precisava se afastar antes que machucasse alguém com seus novos poderes. As lágrimas borbulhavam em seus olhos, obscurecendo sua visão enquanto corria sem rumo.
De repente, Miguel se chocou com alguém, caindo no chão. Ele olhou para cima, aterrorizado, prontamente pedindo desculpas sem parar. Quando sua visão se clareou, ele viu uma mulher de cabelos prateados e olhos gentis olhando para ele com preocupação.
"Desculpe, desculpe mesmo," Miguel balbuciou, lutando contra as lágrimas.
Marta Kent, a mãe adotiva de Superman, estava junto com seu marido Jonathan, fazendo compras no centro da cidade. Ela viu a aflição nos olhos do jovem à sua frente e, ao invés de repreendê-lo pelo esbarrão, sentiu um aperto no coração ao ver tanta dor em um rosto tão jovem.
Ela se ajoelhou ao lado de Miguel e colocou suavemente a mão em seu cabelo. "Está tudo bem, querido. Você está seguro agora," disse com uma voz calma e reconfortante.
Miguel levantou a cabeça lentamente, encontrando o olhar acolhedor de Marta. Por um instante, viu a imagem de sua própria mãe em seus olhos gentis, e isso fez com que as lágrimas corressem ainda mais livremente por seu rosto.
"Eu... eu sinto tanto... sinto tanta falta dela," Miguel soluçou, sentindo-se vulnerável diante da compaixão de Marta.
Marta, sem hesitar, abraçou o jovem, envolvendo-o em seus braços com gentileza. Miguel, hesitante no início, cedeu ao conforto do abraço maternal. Ele sentiu-se seguro pela primeira vez desde que chegara a este novo mundo estranho.
Jonathan Kent se aproximou, colocando uma mão reconfortante no ombro de Marta, enquanto observava o jovem chorar em seus braços. "Está tudo bem, filho. Você está seguro agora," disse ele com uma voz suave, reforçando as palavras de sua esposa.
Miguel continuou a chorar, desabafando todo o peso emocional que carregava desde a destruição de seu planeta. Ele se agarrou ao abraço de Marta como se fosse um porto seguro em meio à tempestade que sua vida havia se tornado.
Depois de um tempo que pareceu uma eternidade para Miguel, as lágrimas finalmente começaram a diminuir. Ele se afastou do abraço de Marta, envergonhado pela demonstração emocional.
"Desculpe... eu... eu não queria..." Miguel começou, mas Marta interrompeu suavemente.
"Não há nada do que se desculpar, querido. Às vezes, precisamos deixar as emoções saírem," disse Marta com um sorriso gentil.
Miguel assentiu, sentindo-se um pouco mais calmo e seguro. "Obrigado... obrigado por não me julgar," ele murmurou sinceramente.
Marta sorriu e se levantou, ajudando Miguel a se erguer também. "Você não precisa agradecer. Estamos aqui para ajudar."
Jonathan se aproximou e colocou a mão no ombro de Miguel. "Venha conosco. Vamos encontrar um lugar tranquilo para conversar."
Miguel, ainda emocionalmente frágil, concordou. Ele acompanhou Marta e Jonathan enquanto eles caminhavam juntos, deixando para trás o tumulto das ruas movimentadas. Ele se sentia grato por ter encontrado pessoas tão bondosas e compreensivas em meio ao caos que agora era sua vida.
Enquanto seguiam pelo caminho, Miguel sentiu um leve calor em seu peito. Ele não sabia o que o futuro reservava, mas por enquanto, estar perto de Marta e Jonathan Kent era o suficiente para lhe dar esperança de que talvez, um dia, ele pudesse encontrar um lugar para chamar de lar novamente.