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Isso dói?

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Ele a encarou, e ela obedientemente pegou a esponja sem dizer uma palavra.

Devolveu a esponja e o sabonete para os seus lugares originais.

Assim que fez isso, ela virou-se para sair, mas, mais uma vez, ele a deteve.

"Sente-se no quarto e espere por mim." Ele instruiu, e ela assentiu antes de sair.

Fechou a porta e caminhou em direção à cama.

Sentou-se nela, e a vontade de gritar de frustração a dominou.

Que tipo de homem era esse?

De todos os pacientes que cuidou, ele era o pior.

O mais irritante, surpreendente e indelicado!

Por alguma razão, agora ela sente que toda sua admiração e paixonite por ele, antes de conhecer, simplesmente desapareceram pela janela.

Ele era uma pessoa completamente diferente do que as redes sociais mostravam.

Quer dizer, ninguém sequer sabe que este homem é cego.

Ela nem sabia, e foi por isso que ficou chocada quando Delarcy mencionou que essa era a condição dele.

Ele era literalmente um deus perfeito aos olhos de todos.

Extremamente atraente, belo e rico então.

Ela balançou a cabeça, sem acreditar que estava pensando naquele homem naquele momento.

Uma risada cética e abafada escapou de sua boca, e ela virou a cabeça quando a porta se abriu.

Seu olhar caiu sobre Valerio, que estava enrolado em um roupão branco e cueca branca, com seu cabelo escuro pingando água no chão branco.

Engoliu em seco e rapidamente levantou-se da cama, sabendo qual era sua próxima tarefa.

Chegou à frente dele e agarrou-o pelo braço.

Guiou-o até a cadeira da mesa e ligou o interruptor mais próximo.

Pegou o secador de cabelo e começou a secar seus cabelos lentamente.

"Seu cabelo é muito macio." ela comentou de repente, mas Valerio, por outro lado, a ignorou com o olhar fixo no espelho.

Ele costumava sentar exatamente nesse lugar, olhando para este espelho. Para si mesmo e para uma mulher atrás dele que sempre tinha um sorriso radiante no rosto enquanto penteava seu cabelo exatamente como Everly estava fazendo.

Mas as pessoas que conhecemos tendem a se transformar em pessoas que não conhecemos.

Pensar que a mesma mulher, uma mulher que ele amava com tudo o que tinha, todo o seu coração, toda a sua existência, iria traí-lo e colocá-lo nessa situação.

É bastante lamentável.

Uma raiva súbita e inesperada se levantou dentro dele, e com raiva, ele afastou as mãos de Everly.

"Chega!!"

Ele rosnou para ela, e Everly, que estava perplexa sobre o porquê ele fez isso, olhou para ele.

"Eu não terminei de pentear o seu cabelo, Sr. Avalanzo..."

"Não se preocupe com isso. Apenas escolha minhas roupas." Ele a interrompeu, e embora quisesse saber por que ele agiu assim de repente, ela decidiu reprimir a curiosidade.

Empurrou a porta do closet e admirou o vasto interior repleto de carreiras de roupas, sapatos e joias.

Era como se fosse uma seção masculina de uma loja de roupas.

"Nossa..." Ela caminhou mais para dentro, e suas mãos agarraram uma camisa branca e calças que viu.

Se não estiver errada, branco era definitivamente a cor favorita de Valério.

Ela podia perceber isso pelo conjunto de roupas brancas dominando os poucos itens coloridos no quarto.

Saiu do quarto e parou quando percebeu que ele havia penteado o próprio cabelo e preso em um coque bagunçado.

"Hmmm... Ele fez quase perfeitamente."

Uma leve expressão de surpresa se formou em seu rosto, e ela caminhou em direção a ele.

"Aqui, toque." Ela entregou as roupas a ele, e Valério as tocou para sentir a textura.

"De que cor é?" Ele perguntou.

"Branco. Achei que branco é a sua cor favorita, então escolhi nesta cor." Ela respondeu com um sorriso caloroso no rosto.

Um pouco chocado, Valério franzio as sobrancelhas, confuso por ela já estar notando detalhes tão insignificantes.

Ele abriu os braços, e Everly tirou seu roupão.

Seus cílios tremularam e uma careta surgiu em seu rosto ao ver a longa cicatriz que se espalhava pelas costas dele.

'Meu Deus.' Ela exclamou em sua mente, sem ter certeza do que poderia ter causado tal cicatriz grande nas costas dele.

Levantou sua mão trêmula para tocá-la, um pouco receosa de que pudesse doer.

"Dói?" Ela perguntou com voz preocupada, e Valerio olhou para ela pelo canto dos olhos.

"O que você acha?" Ele devolveu a pergunta com voz neutra, e Everly retirou a mão.

"Eu acho que deve doer. Desculpa." Ela pediu desculpas com pura sinceridade em sua voz e os olhos de Valério imediatamente brilharam com um lampejo desconhecido.

"Do que você está pedindo desculpas? Você fez isso comigo?" Ele perguntou, muito irritado com o fato dela ser do tipo que pede desculpas desnecessariamente.

Incerta sobre o que dizer em resposta, Everly ficou quieta.

Ela o ajudou a colocar a camisa, depois prosseguiu para ajudá-lo a vestir as calças.

Depois de terminar, ela desceu as escadas para pegar o almoço dele.

O almoço dele era exatamente às 14h e o jantar às 18h.

Retornou com o almoço e colocou na mesa perto do sofá onde Valerio estava sentado.

"Está pronto para comer?" Perguntou, e Valerio desviou o olhar para ela.

"É a minha hora do almoço, não é?" Ele arqueou a sobrancelha para ela como se olhasse para uma pessoa estúpida, e Everly imediatamente fechou os olhos para suprimir seu aborrecimento.

'Caramba! Por que ele não pode simplesmente dizer sim ou não?' Ela amaldiçoou em seu coração, e Valerio estreitou os olhos com veemência para ela.

"Eu disse para tomar cuidado com o que você pensa quando está perto de mim. Isso pode custar sua vida." Ele advertiu abruptamente, e imediatamente se lembrando de que ele podia ler seus pensamentos, a expressão de Everly caiu.

"Desculpe." Ela pediu desculpas rapidamente e se moveu para sentar-se perto dele com a bandeja de comida no colo.

Colheu uma colher cheia de arroz e a levou até a boca dele.

"Ahhhhhhh." Ela fez um som tão bobo para ele e, estarrecido, os olhos de Valerio brilharam confusos.

"O que você acabou de fazer? Para que foi isso? Eu pareço uma criança para você?" Ele perguntou com um óbvio tom de raiva na voz e o coração de Everly disparou na garganta.

Droga!

Os olhos dela piscaram furiosamente, e ela gaguejou, sem conseguir dizer nada.

"Saia!" Ele ordenou com voz fria.

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