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Coroa de Brandon - [PT-BR]

Esperando ansiosamente, Brandon pensava em seu amado que havia partido para a guerra. Três longos anos foi o período que não o via. Eles se comunicavam às vezes por cartas, mas não era o mesmo que tê-lo ao lado em seu dia a dia. No entanto, o momento esperado havia chegado. O fim da guerra foi anunciado e era naquele dia que ele chegaria. Toda a mansão estava se arrumando para a chegada dos jovens mestres, e o casal Miller e o jovem James estava em frente a porta, pois foram informados que seu grupo havia chego às terras. Brandon não demonstrava o que realmente estava sentido em seu rosto, porém seu interior estava em um estado de euforia. E como se seus pensamentos felizes e animados fossem poeira ao vento, o que ele teve que ouvir foi chocante e perturbador para ele. O homem que ele amava estava noivo. * Desacreditado no que tinha ouvido da própria boca daquele que um dia amou lindamente, ele não conseguiu pensar além daquelas palavras. Como ele pensava que aceitaria aquilo? Era isso a extensão de sua consideração por ele? No fim, Brandon decidiu-se. Não havia como pensar, esquecer e até superar estando em tal lugar. Ele tinha que mudar. Um lamento cresceu em seu peito ao pensar nas pessoas com quem viveu por longos anos, mas era necessário para si e seu coração. O rapaz só não pensaria que ao se mudar, um lobo de olhos vermelhos eventualmente tomaria seu coração para si. {Boys Love | Fantasia Romântica}

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3.1 - Asther, a capital imperial.

"Brandon! Brandon! Brandon! Irmão!"

Uma voz extremamente animada foi ouvida pelos corredores até chegar à sua porta por Brandon. O dono da voz era um menino em seus doze anos com cabelos roxos e uma expressão que mostrava seu estado de entusiasmo. Brandon não sabia o porquê dele estar daquele jeito, mas devia ser algo bom para ele ter vindo correndo para falar para ele.

"O que foi? Algo bom aconteceu? Aprendeu uma nova magia?"

"Não é isso!" Ele gritou. "Nós vamos para a capital! A capital! Finalmente vou ver como é!"

"A capital?" Brandon inclinou a cabeça, confuso com a declaração repentina. "Quem disse isso?"

"A mamãe! Ela disse que nós vamos em três semanas para lá. Parece que vai ter um baile ou algo assim? Eu não prestei atenção. Mas isso quer dizer que podemos dar uma passada na torre dos magos e depois ir se divertir! Ela também disse que vai ter um festival! E que podemos ir!"

James diz com tanta empolgação que surpreendeu um pouco Brandon, mas tudo o que ele faz é sorrir para a visão jovial e infantil. O ruivo entendia o porquê do arroxeado estar daquele jeito, afinal, fazia alguns anos que eles iam à capital, e James era pequeno para se lembrar com exatidão. Portanto, a notícia de que iriam para o coração do império é realmente uma boa notícia para ele.

Mas não quer dizer que não estranhou a viagem que não estava nem programada há algum tempo. Ele ajudava o conde em seu trabalho e estava apoiando, no momento, Ferion, não entendia como isso não havia chegado nele. Mas não fazia muito tempo que ele havia chegado do orfanato também, então poderia ser recente.

"A senhora? Isso pode ser possível, então. Mas porque nós vamos para lá? Se fosse simplesmente um baile, não seria necessário que você fosse."

"Não sei." James deu de ombros. "Ah, e ela me pediu para te chamar."

"Hm, então eu devo ir. Posso perguntar sobre o porquê de irmos." Ele organiza os itens de sua mesa. "Obrigado por me avisar, James."

"De nada. E isso quer dizer que você não terá que trabalhar quando estivermos lá. Então, você irá me fazer companhia, não é?"

"Eu prometo que vou nos lugares que você quiser ir com você."

"Certo." O garoto balançou a cabeça, aceitando o que foi dito.

Levantando-se de sua cadeira, Brandon deu uma última olhada em sua mesa para ver se havia algo que precisava estar arrumado e caminha em direção a saída de seu quarto. Ele vê que James já havia ido quando se vira e solta um suspiro. Não gostava de deixar a senhora esperando, mesmo que ela pudesse esperar um pouco de tempo, já que deveria ter visto como James ficou animado.

A Condessa Miller estava no jardim do lado de fora, no mesmo lugar onde James e Brandon estavam no dia em que Ferion e Phillip retornaram para a mansão. O gazebo que eles se sentaram no dia estava com lanches e bebidas na mesa, bem como talheres, com o sol não atingindo seu centro, mas ainda iluminando o interior.

Assim que o viu, ela desceu a xícara de chá que estava em suas mãos e um lindo sorriso branco surgiu em direção a ele. Era uma visão familiar para Brandon que sempre a via com uma xícara de chá, e ele logo retribuiu um também. Curvando-se, ele a saudou.

"Olá, senhora. James me disse que a senhora estava me chamando."

"Sim, eu chamei. Soube que você foi ao orfanato hoje com Ferion para o plano que vocês bolaram, quero saber como foi." Ela disse, em um tom gentil, assim como a atmosfera. Uma xícara de chá foi enchida na frente de Brandon para que ele pudesse beber um pouco também.

"Foi tudo ótimo, senhora. O diretor, o responsável pelos crimes, foi preso e não parece que teremos nenhum problema com a investigação, isso é o que Ferion acha. Ele foi informar ao conde sobre os acontecimentos pessoalmente, então não tenho muita ideia do que poderia acontecer, mas ele me garantiu que que eles decidiram fazer um acordo com o pessoal do governo para apoiar diretamente o orfanato, então eu só posso confiar nele."

"Essas são ótimas notícias. Estou orgulhosa de como criei Ferion bem." Ela deu um leve sorriso. "E as crianças? Elas não ficaram muito surpresas com a saída do diretor? Elas estão bem?"

Brandon via ali preocupação. A Condessa Claire era muito gentil, em sua opinião. Ela se preocupava com aqueles à sua volta e os tratava com educação e respeito, mas se revoltava quando alguém os atacava.

"Elas parecem bem. Anderson, o menino que eu ajudei, cooperou comigo ao conversar com as crianças e explicá-las a situação com exatidão. Muitas estavam confusas, embora entendessem quem Ferion era e o porquê do diretor estar sendo preso. As mais velhas foram as primeiras a compreender antes mesmo da prisão ter sido efetuada."

A xícara de chá gelado de frutas foi levada aos lábios durante sua pausa para fala. O gosto doce e refrescante era muito bom. Claire o olhava com atenção, esperando se ele tinha algo mais a falar.

"Só que… Depois que Ferion voltou, depois de pedir que alguém fosse para lá, nós fizemos um tour pelo prédio e vimos com mais detalhes o estilo de vida deles. O quarto onde eles dormiam era limpo, mas era quente e eram muitas para apenas um cômodo. Parece que aquele homem não os deixava usar o segundo andar porque era um local de depósito e onde ficava seu quarto, ele não queria nenhuma criança por lá."

"Algumas também mostraram o que estavam por baixo da camisa que estavam usando e havia ferimentos por baixo delas. Não havia nada que parecesse uma cicatriz. Talvez ele não quisesse deixar marcas duradouras caso algum pai que fosse lá descobrisse o motivo para isso."

"No entanto, mesmo que tenham parecido normais ao mostrar essa situação para a gente, não acho que elas estão mesmo bem. Seu agressor pode ter sido preso, mas não é o suficiente para superar ou curar o trauma que sofreram por anos. Elas provavelmente não queriam demonstrar o quão afetadas estavam com isso, com medo de se tornarem um fardo."

"Eu realmente lamento ter que saber disso." Ela falou, assim que ele terminou. "Com certeza Ivan vai garantir que o orfanato terá alguém decente para cuidar delas. Também teremos que dar uma inspeção nas outras… Bem, creio que ele já esteja investigando também. Meu marido é uma pessoa que vai até o fim quando se importa." Um pequeno sorriso apareceu em seu rosto ao falar de seu amado, mas a natureza dele mudou logo depois. "Quanto ao maldito, a punição pode não ser morte, mas ele ficará a vida toda na cadeia, já que a punição está a cargo do senhor do território, a essa altura."

Um arrepio subiu na coluna de Brandon ao ouvir as palavras da condessa. No rosto de Claire havia um sorriso gentil, mas a aura comparada a quando ela sorria para Brandon era completamente diferente. Era ameaçador e intimidador. Isso fez Brandon ficar um pouco apreensivo, sempre que ele via esse lado da condessa ficava assim. Contudo, ele não discorda da natureza de tais palavras.

"Em todo caso, você e meu filho fizeram um bom trabalho. Tenho que dizer isso para ele também."

"Obrigado, senhora. E Ferion gostaria de ouvir isso."

"Sim." Ela acenou.

O clima estava bom. Brandon estava ali, sentado em uma cadeira na sombra, vendo Claire Miller tomando seu chá e sente uma leve brisa que o atinge. Seus pensamentos voaram por um segundo, aproveitando aquele vento que veio e se afastou. Depois, voltou seu olhar para a condessa que o observava, com a xícara na sua frente.

"Beba seu chá também, antes que esfrie." Apontou o líquido intocado desde a primeira e última vez que ele o bebeu.

"Sim." Ele bebeu, sentindo o gosto doce em sua língua. "Senhora, nós vamos para a capital?" Ele pergunta.

"Você deve ter ouvido do James." Ela disse, sabendo quem foi que lhe contou. Assim como ela imaginou, aconteceu. Foi dentro de suas expectativas quando ela havia lhe contado sobre seu futuro destino. "Sim, nós vamos."

"Posso perguntar o porquê? Eu não fui informado disso. Foi repentino."

"Por causa da Celebração da Vitória, uma festa que será dada no palácio real para a nobreza e para aqueles que se destacaram na guerra. Também terá um onde eles darão a recompensa para aqueles que tiveram conquistas. É um evento onde a família daqueles que tiveram alguma realização devem comparecer e prestar homenagem e respeito na hora das recompensas."

Com as palavras, Brandon entendeu. Tanto Ferion quanto Phillip tiveram participação na guerra, mas o primeiro era um representante e teve suas conquistas, enquanto o segundo era um cavaleiro, mas sem tanto mérito. Era presumível achar que Ferion havia sido convocado para tal celebração, embora os mais notáveis que apareceram nos jornais tenham sido o 'Duque das Sombras', o segundo príncipe e o mercenário, cujo foi definido como uma revelação fortíssima no final, como os principais finalizadores da guerra.

Se fosse por tal motivo, era compreensível o fato deles irem. Também o fato de ter sido um pouco repentino, embora seja óbvio que isso aconteceria. O palácio imperial deveria estar se preparando para a cerimônia desde que os preparativos para o ataque à Glarus, que marcou o fim da guerra. Só foi algo que ele não previra.

"Entendo."

"Brandon, aproveite que vamos lá e visite um pouco a cidade. Diferente daqui, se divirta um pouco. O festival na capital irá durar o mesmo tempo que a cerimônia da Celebração de Vitória e está sendo patrocinado pela família real, então deve haver muita segurança. E leve James, ele vai gostar de ver a torre dos magos, mesmo que seja de longe, já que não se pode entrar sem ser membro."

Um sorriso surgiu na cara de Brandon. Os lábios vermelhos arquearam para ambos os lados. A senhora disse o que James queria ver também, ela conseguia presumir o que ele queria e conhecia muito bem o seu filho para saber o quão alegre ele ficaria apenas com a sensação de estar próximo ao símbolo dos magos no império Yulard. Se ele era tão feliz por aprender uma magia nova, quanto ele ficaria por ver uma construção de mais de quarenta andares e que era extremamente alta?

Bem, afinal, ela era a mãe dele. Ela se importava com ele com sinceridade. Não era surpresa ela saber disso.

"É claro que irei. Ele me fez até prometer."

"Isso é muito ele." Ela disse, rindo um pouco. "A mais alguma coisa que queira saber?"

"Não." Brandon negou. "E a senhora? Há algo a dizer para mim?"

"Oh, sim." Ela afirmou. Um sorriso semelhante, porém diferente, ao de antes foi colocado ao seu rosto. "Nós vamos novamente sair para comprar vestidos."

Brandon pisca inclinando a cabeça. Não fazia muito tempo que eles haviam saído, inclusive, até foram com James e ele conseguiu uma raposa de pelúcia. Ele se lembrava da condessa ter comprado uns também.

"Mas… Não faz muito tempo que nós fomos. Não seria melhor pedir que venham aqui ao invés de sair?" Ele indaga.

O costume da nobreza em relação às compras era convidar mercadores e comerciantes de renome, ou que possuem popularidade na cidade que ficam, para suas mansões e pedir-lhes um catálogo com os itens à venda e seu preço. E, claro, os comerciantes iam. Os nobres tinham grande influência e riqueza, e geralmente compravam grandes quantias, enchendo os bolsos dos vendedores de ouro. Até mesmo uma visita que não resulte em nenhuma compra é um benefício, pois pode ser que seja criado uma conexão com eles.

Por isso, Brandon perguntou e meio que sugeriu isso para a condessa. Ela também tinha o costume de convidá-los e ler o catálogo, então não era incomum ocorrer isso.

"Claro que não. Isso tiraria toda a graça de fazer compras." Ela balança a cabeça. "Brandon, querido, quando você chegar na minha idade, vai querer sair direto de casa e gastar o dinheiro que ganhou com algo divertido. E para mim é fazer compras nas lojas."

"Tudo bem. Devo informar James?"

"Não há necessidade, ele não irá conosco dessa vez. Nós apenas vamos procurar um vestido para a noiva de Phillip. Ela tem que ter algo para usar quando formos para o evento. Não pode ser na capital porque todas as boutiques já devem estar cheias de pedidos e com os trabalhos lotados, então não haverá tempo para arranjar um na hora."

Brandon para quando percebe a quem a Condessa Miller está se referindo. Na verdade, o nome "Phillip" foi o que realmente o fez parar de pensar. Ele não havia pensado nele e em Johannes nos últimos dias. O lance com o orfanato estava em sua cabeça e ele não ouviu ou viu eles em lugar nenhum. Até havia se esquecido que estava os evitando com a preocupação com as crianças.

Agora, no entanto, seu cérebro pareceu que levou um choque e foi reiniciado. O fato dele estar evitando Phillip e Johannes, além da tristeza que estava escondida em seu coração até um momento atrás, voltaram a fazer parte de seus pensamentos. A última vez que ouviu falar deles foi quando foi visitar Nott e eles tinham saído, por isso naquela época ele estava relaxado e andando sem se preocupar em esbarrar com ele, ou Phillip no caso.

Seu eu interior lutou contra a vontade de franzir a testa em frente a condessa e ficar com uma cara feia. O profissionalismo era algo impresso em seu ser e ele não poderia deixar seus sentimentos pessoais afetar seu trabalho. Tanto que ele pegou um pouco do chá para ver se acalmava seus pensamentos.

No entanto, uma pergunta surgia: quão focado no trabalho anterior para ele esquecer algo importante assim? Embora, ele tinha que admitir, estava mais relaxado do que antes. Um tempo era definitivamente algo que ele precisava, mesmo que fosse um pouco curto.

"Entendido."

"Oh, fico feliz por isso. A escolha será rápida com você lá. Embora eu tenha bons olhos quando se trata de moda, você tem um senso bom também."

Brandon não responde nada, apenas dá um sorriso amarelo para ela.

No final, quando o chá havia acabado e dos lanches só sobraram migalhas, Brandon se despede cordialmente, caminhando de volta ao seu quarto com um rosto que não expressava nada, em comparação com seu cérebro que estava o fazendo suspirar a cada alguns minutos.

Brandon os estava evitando a todo custo, não querendo o mínimo de contato com eles, principalmente o ex-amante Phillip, pois sabia que isso somente lhe machucaria e lhe causaria dor. E agora, por ordem da senhora, ele tem que sair com a noiva do cara que ele amava para escolher um vestido. Ele deveria estar grato por não ter que ficar sozinho com ela, mas também com a condessa que estaria os acompanhando como a ponte que conecta os dois lados.

Mais um suspiro escapa da sua boca e ele respira fundo. Ele tinha duas escolhas, se incomodar com isso ou tratar como apenas um trabalho cotidiano. Era só ele pensar que estava servindo aquela que entrará na família através de seu Segundo Jovem Mestre. Só que isso não conseguia apagar o nervosismo que estava sentindo ao pensar que estaria junto com ela.

Ele a viu no dia que chegou e no dia da festa do chá que a Condessa Claire havia feito. No entanto, era somente disso que ele sabia. A senhorita Attwater não saia do quarto e, quando saía, era com Phillip, então não havia como eles se encontrarem, ainda mais quando ele tinha a guarda alta para não querer se encontrar com nenhum dos dois.

Ele não a conhecia, nem queria, e ainda tinha medo de conhecê-la. Medo não por causa do que ela faria com ele caso descobrisse que era um ex-namorado, mas porque se ela fosse uma pessoa realmente boa, que merecesse alguém que a fizesse feliz, ele se sentiria um tanto culpado por ter desejado que a situação deles fosse uma total mentira, enquanto eles estavam apaixonados.

No fim… Tudo o que ele poderia fazer era ter que enfrentar de frente, mesmo que não quisesse.