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Casada com o Príncipe Ilegítimo do Reino Inimigo

No ano 299 do Sistema Lunar, uma misteriosa faixa vermelha caiu na Terra, pousando em território não reclamado entre os reinos de Eldoria e Selvarys. A descoberta de pedras vermelhas mágicas desencadeou uma guerra de uma década entre as duas nações. Para acabar com o derramamento de sangue, os reis de Eldoria e Selvarys arranjaram um casamento entre a Princesa Cynthia, cuja reputação na alta sociedade foi manchada por escândalos, e o Príncipe Lucian, o filho ilegítimo do rei de Selvarys. A Princesa Cynthia, conhecida como uma vilã e causadora de problemas, havia enfrentado recentemente um noivado desfeito. Apesar de sua notoriedade, ela concordou com o casamento para parar a guerra e salvar seu povo. O Príncipe Lucian, que retornou recentemente do campo de batalha, detestava a ideia de se casar com uma princesa inimiga. No entanto, como um príncipe ilegítimo, obedecer ao comando do rei era sua única maneira de sobreviver às conspirações do palácio. Em um casamento marcado pelo desdém e desconfiança mútuos, eles podem deixar de lado seu ódio e aprender a viver juntos? Ou a hostilidade que os rodeia no reino inimigo será grande demais para superar?

Aphrodiitewritess · Historia
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111 Chs

4 — Pedido de Casamento

"O que estou ouvindo, Princesa Cynthia?" o rei exigiu, travando olhos com a irmã.

Em vez de parecer nervosa, Cynthia encontrou o olhar de seu irmão e respondeu de maneira despreocupada, "Duque Dorian e eu não estamos mais noivos."

Essa declaração por si só provocou murmúrios entre a multidão. Seus olhares tornaram-se agudos, como se pudessem despedaçá-la.

Cynthia permaneceu indiferente, parada e calma como lhe fora ensinado desde tenra idade—um nobre jamais deve perder a compostura, não importam as circunstâncias. Além disso, ela já estava acostumada com tais olhares.

Rei Alistair respirou fundo, controlando a sua ira. O que sua irmã estava tramando agora?

Um ano atrás, ela lhe tinha enviado uma carta pedindo que ele encontrasse um pretendente para ela. Ele não podia casá-la com alguém de status inferior, então ele arranjou um casamento com Duque Dorian, um dos nobres mais altamente classificados. Agora ela havia rompido o noivado.

Mas por quê?

Apenas Princesa Cynthia poderia responder a essa pergunta.

"Eu sou o que rompeu o noivado," declarou Duque Dorian orgulhosamente, caminhando pela multidão.

O olhar de todos se deslocou para o jovem enquanto ele se juntava a Lady Valentine, deslizando seu braço ao redor dela e aproximando-a.

Seus olhos caíram sobre Cynthia, esperando ver um sinal de inveja pela primeira vez, mas foi em vão. A expressão de Cynthia continuou a usual, indiferente e composta.

"Duque Dorian," a voz austera do rei fez Dorian estremecer, retirando sua mão de sua amada e prontamente baixando a cabeça em saudação.

"Você não me cumprimentou, a princesa, Duque," Cynthia comentou, olhando-o de soslaio com um sorriso maldoso em seus lábios.

O homem de cabelo castanho mordeu a língua para manter sua compostura diante dos outros nobres e saudou a princesa.

"Por que você rompeu seu noivado com minha irmã?" o rei perguntou, cerrando o maxilar e encarando o homem.

"Majestade, eu peço desculpas, mas sua irmã não está apta a ser uma esposa. Ela nem mesmo é uma mulher adequada! Ela tem causado confusão em todas as festas a que compareceu! No outro dia, ela agarrou a minha espada! Que mulher se comportaria dessa maneira? Nenhum homem a desposaria!" Dorian repreendeu a princesa, desesperadamente tentando fazer o rei entender seu ponto de vista, esperando que ele tomasse seu lado em vez do de sua irmã.

Oh Senhor!

Eu sabia que ela era uma mulher problemática… mas manejando uma espada!

Ele está certo; nenhum homem estará disposto a casar com ela agora.

Talvez a princesa fique solteira para sempre.

E eu nem sinto pena dela!

Ouvindo os sussurros fracos a seu favor, a expressão preocupada de Dorian mudou para uma de alívio.

"Isso é verdade?" A intensa expressão de Alistair se deslocou para Cynthia, que assentiu sem tentar refutar as acusações.

"Certo," Alistair assentiu. "E por que você estava abraçando esta dama agora mesmo?" ele exigiu, olhando para baixo para o jovem homem, que mal chegava ao seu queixo.

"B-Bem… Eu a amo," Dorian gaguejou nervosamente. O rei nunca o tinha olhado com tal expressão até aquela noite.

Alistair assentiu e retornou ao seu trono. Ele calmamente se sentou, observando os rostos confusos dos nobres.

Cynthia inclinou a cabeça, imaginando o que seu irmão estava pensando.

"Duque Dorian, você disse que minha irmã nunca vai se casar?"

O duque assentiu, embora confuso.

O homem de cabelo loiro no trono sorriu e entreabriu os lábios.

"Bem, existe alguém."

Ouvindo a declaração do rei, a multidão caiu no silêncio.

"Quem, Vossa Majestade?" um homem idoso no grupo reuniu a coragem para perguntar.

"Príncipe Lucian."

Cynthia fez uma careta. O nome lhe parecia familiar, mas ela não conseguia se lembrar onde o tinha ouvido.

"Príncipe Lucian de Selvarys."

"Majestade!" Cynthia gritou, fazendo com que todos virassem sua atenção para ela.

Alistair levantou a mão para impedir sua irmã de falar mais.

"Havia mais um anúncio esta noite. Acho que é hora de revelar a verdade," o rei suspirou.

Cynthia olhou para o irmão, sua expressão preocupada implorando por respostas a suas estranhas declarações.

"O rei de Selvarys, Valeria Von Gwyndor, solicitou um tratado de paz entre Selvarys e Eldoria. Ele deseja uma aliança matrimonial entre a Princesa Cynthia de Eldoria e o Príncipe Lucian de Selvarys."

Algumas jovens na frente de Cynthia riram debochadamente.

"Deve ser bom ser uma princesa," uma delas sussurrou.

Embora Cynthia tenha ouvido sua zombaria, ela permaneceu composta.

"Vamos continuar o banquete," Alistair sorriu brilhantemente, batendo palmas e sinalizando para os músicos retomarem sua melodia, que havia parado devido à comoção que Lady Valentine havia causado.

***

Rei Alistair estava sentado em sua cadeira, vestindo uma camisola escura de noite amarrada frouxamente com um cinto, ligeiramente expondo seu peito. Através de seus óculos, ele revisava papéis que haviam se acumulado durante sua ausência.

Ele tinha instruído o mordomo para enviar os documentos mais importantes para alguém no campo de batalha, mas o trabalho de um rei nunca diminui verdadeiramente.

"Posso entrar?" uma voz suave e familiar perguntou.

O homem de cabelos loiros sorriu e olhou para cima para ver sua pequena irmã espiando pela porta assim como ela costumava fazer quando era mais nova.

Ela já estava vestida numa camisola leve de cor violeta, com um grande casaco escuro envolto em volta de sua figura esbelta.

"Não precisa pedir," Alistair deu uma risada, gesticulando para ela sentar na cadeira diante dele.

Cynthia entrou na sala de estudos de seu irmão. Estava arrumada e limpa à primeira vista, mas a escrivaninha estava abarrotada de papéis quase escorregando da borda.

"O que te traz aqui?" Alistair perguntou assim que Cynthia se sentou.

"Irmão, aquela proposta. Por que não soube dela até agora?"

"Você está chateada por eu não ter te dito?"

Cynthia bufou.

"Eu não deveria estar?"

O rei riu, confundindo Cynthia.

"Por que você está rindo?"

"Minha querida irmãzinha, não precisa agir tão adulta."

Cynthia virou os olhos.

"Irmão, eu já tenho vinte anos. Não sou mais pequena," ela disse em tom firme.

"E eu tenho trinta. Você sempre será uma criança para mim, Princesa Cynthia," Alistair disse, ajustando seus óculos que haviam deslizado pelo seu nariz. "Mas… você não tem que casar se não quiser. Eu vou falar com o rei e garantir que o tratado de paz aconteça, mesmo sem a aliança matrimonial."

O quarto caiu no silêncio. Cynthia não respondeu por um momento, então uma risada suave escapou de seus lábios.

Alistair franziu a testa, confuso pela reação de sua irmã.

"Por que você está rindo?"

"Eu nunca recusei."

Alistair olhou para sua irmã atônito. Sua expressão não era de uma jovem mulher temendo o casamento ou querendo escapar dele; ao invés disso, era o olhar determinado de alguém pronto para aceitar a proposta.

"Mas… é o reino inimigo! Eu não posso… deixar você ir lá sozinha…" O coração de Alistair doeu com a ideia de enviar sua irmã ao território inimigo para garantir a paz e acabar com a guerra.

"Muitas pessoas morreram," Cynthia disse suavemente, quase inaudível. "Muitas," ela repetiu, enfatizando seu ponto.