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Capitulo 56 - Uma conversa nada esclarecedora

Dante se aproximou lentamente, mantendo sua expressão neutra. Ele sabia que Dumbledore o observaria atentamente, tentando ler cada nuance de seu comportamento. "Achei que tivessem esquecido dessa conversa, diretor," respondeu Dante, sem se comprometer demais com as palavras.

"Não, jamais esqueceria de você, Dante. Na verdade, estou ciente de sua determinação e... independência. Algo que, de certa forma, admiro bastante." Dumbledore fez um gesto para que ele se sentasse, e Dante o fez com cautela, seus olhos atentos a cada movimento do diretor.

"Porém sua imprudência em se aventurar na floresta, não é algo a ser admirado oque você estava fazendo na floresta?" falou Dumbledore.

Dante manteve a expressão neutra, mas por dentro estava em alerta, avaliando cada palavra de Dumbledore com cautela. O diretor, como sempre, parecia enxergar além do óbvio, como se soubesse mais do que estava dizendo. Porém, Dante sabia que precisava manter sua versão dos fatos.

"Explorando," respondeu ele de forma simples, sem revelar muito. "Eu estava explorando a floresta, tentando entender mais sobre o que há ali. Não achei que seria um problema, desde que estivesse... atento."

Dumbledore inclinou-se levemente para frente, seus olhos azuis brilhando com uma curiosidade silenciosa. Ele era o tipo de homem que raramente confrontava alguém diretamente, preferindo cercar suas presas com palavras e perguntas cuidadosas. "A floresta é perigosa, Dante. E, por mais atento que tenha sido, você se colocou em uma situação arriscada. Não podemos esquecer que há forças à espreita, perigos que não devem ser subestimados."

Dante sabia que Dumbledore não acreditava em sua explicação superficial, mas não havia como o diretor provar o contrário. Ele havia sido cuidadoso, sempre cobrindo seus rastros, tanto durante o treinamento quanto em suas visitas à floresta. Dumbledore continuava com sua postura tranquila, mas Dante percebeu que havia mais por trás de suas palavras. Algo o incomodava.

Dumbledore manteve o olhar firme em Dante, seu semblante tranquilo, mas suas palavras carregavam um peso subjacente. "Você teve um encontro inesperado durante sua última incursão na floresta, não é mesmo? Um encontro com algo... ou alguém, que estava muito além do que um aluno deveria lidar."

Dante franziu a testa levemente, mantendo a postura calma. Ele sabia que Dumbledore estava se referindo ao bruxo das trevas que ele enfrentara. Claro que o diretor sabia. Nada passava despercebido por ele.

"Eu ouvi relatos," Dumbledore continuou, "de que um bruxo das trevas foi avistado nas proximidades da floresta. E ao que tudo indica, você o encontrou. Isso, Dante, não é o tipo de risco que você deveria estar correndo. Não apenas por você, mas por tudo que está acontecendo."

"Porém então Harry, Hermione, Ron e Malfoy eles tem que correr esse tipo de risco?" perguntou Dante com sua voz agora parecendo questionaroda

Dumbledore franziu a testa, mas manteve a calma diante da pergunta de Dante. O ar na sala parecia ficar mais denso por um momento, como se ambos estivessem pesando suas palavras com cuidado. O diretor se inclinou levemente para frente, os dedos cruzados em cima da mesa, e seu olhar, geralmente gentil, ficou um pouco mais sério.

"Harry, Hermione, Rony e Malfoy estavam, de fato, em detenção," disse Dumbledore em um tom ponderado. "E, sob a supervisão de Hagrid, eles não estavam expostos ao mesmo tipo de perigo que você enfrentou. Sua detenção foi apenas uma punição, não uma missão. Eu confio em Hagrid para mantê-los seguros, e eles estavam onde deveriam estar."

Dante, entretanto, não parecia convencido. Em sua mente, algo não se encaixava. Hagrid? Cuidando da segurança de quatro alunos do primeiro ano em uma floresta cheia de criaturas mágicas perigosas e, mais recentemente, um bruxo das trevas? Não fazia sentido. Ele cruzou os braços e desviou o olhar brevemente, fingindo aceitar a explicação, mas sua mente já estava em outro lugar. Sabia que Dumbledore estava protegendo algo — ou alguém — e que essa explicação não era completa.

"Então, estavam seguros por estarem com Hagrid," murmurou Dante, olhando de volta para o diretor. "Entendi."

Mas a indiferença na voz de Dante era óbvia. Ele não acreditava nisso, pelo menos não por completo. "E o que exatamente eu encontrei na floresta, diretor? Você sabe de quem ou o que estamos falando?"

Dumbledore ficou em silêncio por um momento, os olhos azuis profundos fixos em Dante, como se estivesse tentando avaliar até que ponto deveria compartilhar. "O que você enfrentou, Dante," começou ele, escolhendo as palavras com cuidado, "é algo antigo. Uma força que não deveria estar aqui... e, no entanto, está. Infelizmente, não posso lhe dar todos os detalhes agora. Mas confie em mim quando digo que esse tipo de perigo é maior do que qualquer coisa que você já enfrentou até hoje."

Dante deu um sorriso irônico. "Confie em você?" pensou, mas não disse. "Eu já confiei demais nas pessoas, e veja onde isso me levou." Ele endireitou-se na cadeira, olhando fixamente para o diretor. "Bem, eu não esperava encontrar algo assim. Mas se houver uma próxima vez, eu estarei melhor preparado."

Dumbledore manteve o olhar firme, como se ponderasse as palavras de Dante. "Espero que não haja uma próxima vez, Dante," disse ele suavemente, mas com uma gravidade perceptível. "Essas forças não devem ser subestimadas. Se algo mais acontecer, quero que você nos avise imediatamente. Não tente lidar com isso sozinho."

Dante inclinou a cabeça ligeiramente, mas não fez promessa alguma. Ele já estava formulando seu próprio plano. Se Dumbledore não lhe daria as respostas, ele teria que descobrir por conta própria. A pedra filosofal, o bruxo das trevas, e agora até Harry Potter e seus amigos estavam envolvidos de alguma maneira. Dante não acreditava em coincidências, e algo lhe dizia que todos esses eventos estavam interligados.

"Claro, diretor," disse Dante, mantendo a fachada de respeito. "Se algo mais acontecer, eu avisarei."

Dumbledore assentiu, mas os dois sabiam que a resposta de Dante não era completamente verdadeira. Depois de um momento de silêncio, o diretor pareceu aceitar que a conversa estava chegando ao fim.

"Bem, você pode ir agora, Dante," disse Dumbledore, voltando ao tom mais leve. "Só peço que seja cauteloso. E lembre-se de que não está sozinho, mesmo que às vezes possa parecer assim."

Dante se levantou, pronto para sair, mas seus pensamentos já estavam longe dali. Ele precisava continuar seus treinos, fortalecer suas defesas e, acima de tudo, descobrir o que realmente estava acontecendo em Hogwarts, porem ao se levantar Dumbledore fez um gesto para ele se sentar novamente oque Dante fez.

"Dante eu soube oque aconteceu no seu orfanato e realmente sinto muito pelo ocorrido, não consigo imaginar pelo que você esteja passando agora, mas peço a você que supere isso" falou Dumbledore.

Dante hesitou por um momento antes de se sentar novamente. O nome do orfanato, aquele lugar sombrio e cheio de lembranças dolorosas, fez seu coração acelerar por um instante. O gesto de Dumbledore parecia gentil, mas havia algo nas palavras que ele não conseguia aceitar completamente. "Superar isso?" pensou ele. Era fácil dizer, mas impossível de fazer. O peso do passado nunca desaparecia.

"Eu soube o que aconteceu no seu orfanato e realmente sinto muito pelo ocorrido," repetiu Dumbledore, sua voz calma, como se estivesse tentando encontrar algum terreno comum. "Não consigo imaginar pelo que você está passando agora, mas peço a você que supere isso."

Dante apertou as mãos no colo, as unhas quase cravando nas palmas enquanto tentava manter a compostura. Ele respirou fundo, controlando a raiva que crescia dentro dele. "Superar?" pensou novamente. "Como alguém poderia superar algo assim?" Ele não sabia o que Dumbledore realmente sabia sobre o que aconteceu no orfanato, mas o simples fato de que o diretor mencionava isso o fazia se sentir vulnerável. E Dante odiava se sentir vulnerável.

"Eu entendo sua intenção, professor," começou Dante, escolhendo suas palavras com cuidado, mantendo a voz neutra. "Mas acho que não é algo tão simples. Algumas coisas... simplesmente não podem ser superadas."

Dumbledore o observava atentamente, como se estivesse tentando medir a profundidade do que Dante estava dizendo. "O que aconteceu foi terrível," continuou o diretor, "mas isso não deve definir quem você é. Você ainda tem controle sobre o que pode se tornar."

Dante estreitou os olhos ligeiramente. Era típico de Dumbledore tentar transformar algo em uma lição de vida, mas para ele, aquilo parecia superficial. Dumbledore podia falar de escolhas e superação, mas ele não tinha passado pelo que Dante passou. O diretor não entendia a dor, a solidão, e o desejo de vingança que crescia dentro dele a cada dia.

"Eu aprecio suas palavras, professor," disse Dante, tentando encerrar o assunto. "Mas há coisas que são difíceis de deixar para trás."

Dumbledore assentiu, mas não recuou. "Eu não espero que você esqueça," disse ele, com um tom mais suave. "Mas espero que você encontre uma maneira de não deixar isso consumir você. A vingança e a raiva podem parecer forças poderosas, mas no final, elas sempre tomam mais do que dão."

As palavras de Dumbledore ecoaram na mente de Dante. Ele sabia que o diretor estava certo, pelo menos em parte. A raiva o impulsionava, mas também o destruía por dentro. No entanto, o desejo de descobrir a verdade e se fortalecer para o que estava por vir era maior que qualquer outra coisa. Ele não estava buscando vingança, ou pelo menos, não ainda. Ele queria sobreviver e, acima de tudo, queria estar preparado.

"Talvez," disse Dante, sem realmente se comprometer. "Mas eu também acredito que precisamos estar prontos para o que vier. Eu não posso simplesmente ignorar o que aconteceu e seguir em frente."

Dumbledore observou-o por um momento, antes de falar novamente, desta vez com uma gentileza que Dante não esperava. "Não estou pedindo que ignore o que aconteceu. Apenas que encontre uma maneira de seguir em frente sem ser consumido por isso."

Dante ficou em silêncio, sem saber exatamente como responder. Ele não queria discutir mais sobre o orfanato, nem sobre as cicatrizes que isso havia deixado nele. Ele tinha uma missão clara agora, algo que o mantinha focado: a Pedra Filosofal, o bruxo das trevas que estava à espreita, e sua necessidade de estar preparado.

"Dumbledore não entende," pensou Dante. "Ele acha que isso pode ser resolvido com palavras e conselhos. Mas ele não sabe o que é estar no meio de tudo isso."

Levantando-se novamente, Dante fez um gesto de assentimento para o diretor. "Obrigado, professor," disse, tentando encerrar a conversa. "Eu vou refletir sobre o que você disse."

Dumbledore sorriu, mas seu olhar ainda parecia preocupado. "Lembre-se, Dante, não precisa enfrentar isso sozinho. Há mais pessoas ao seu redor dispostas a ajudar do que você imagina."

Dante, no entanto, sabia que estava sozinho nessa. Ele tinha seus próprios planos, seus próprios métodos, e não confiaria em ninguém para ajudá-lo. Quando saiu do escritório, a mente de Dante voltou a se concentrar no que realmente importava.

Enquanto caminhava pelos corredores de Hogwarts, sua mente já estava formulando os próximos passos. Ele voltaria à floresta, sim, mas desta vez com mais runas, mais controle sobre as pistolas flutuantes, e mais certezas sobre o que estava por vir. As palavras de Dumbledore não mudavam nada para ele sua missão ainda estava clara.

Dante caminhou pelos terrenos de Hogwarts com passos firmes e uma determinação fria estampada no rosto. Seu destino, como nas últimas semanas, era a floresta proibida, onde sua força e habilidades haviam sido refinadas dia após dia. A cada treino, ele sentia o peso da responsabilidade e do perigo que se aproximava, mas também a crescente confiança em suas próprias capacidades.

Ao chegar à borda da floresta, Dante se embrenhou por entre as árvores, os sons da escola se afastando à medida que ele adentrava a escuridão e o silêncio misterioso daquele lugar. A floresta proibida, temida por muitos, agora era o campo de batalha particular de Dante, um espaço onde ele podia testar seus limites sem distrações ou julgamentos.

Durante dias, seus treinos haviam se intensificado. O controle sobre as pistolas flutuantes tornava-se cada vez mais fluido, como se elas fossem uma extensão natural de sua magia. Ele já não precisava se concentrar tanto para fazer as armas levitarem ou dispararem em movimentos sincronizados com seus feitiços. Era como se a combinação de tecnologia e magia estivesse se fundindo perfeitamente em suas mãos.

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