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O LADO NEGRO DA PSICANÁLISE- A história de uma louca coerente

Historia
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Resumen

Como paciente de Saúde Mental, completamente desassistido até pelo fato de não mais acreditar na mesma, narrarei em primeira pessoa todos os traumas pelos quais passei... E passo... Pois a Psicanálise passou a manejar minha personalidade e tragédias maiores do que eu havia vivido começaram a acontecer em minha vida. Dedico a escrita a Bruno Rafael Costa Carneiro, em nome das expectativas geradas, dos eventos não idos, dos vinhos não bebidos...

Chapter 1INTRODUÇÃO

Eu nasci no final da década de 60. Precisamente em 1969, quando assim era tratada a Saúde Mental... Os que tinham ansiedade, "sofriam dos nervos"... Os que tinham transtornos, depressão, esquizofrenia, bipolaridade... Eram loucos e eram levados aos manicômios para serem "tratados".

Não poucas vezes na minha infância eu ouvi gritos de uma vizinha que era "levada para o asilo porque estava doida". Meses depois retornava... Queimada por pontas de cigarro, arranhada... Calma, tranquila... SOB CONTROLE...

Nasci a fórceps , com a cabeça amassada, deformada e certamente Freud teria recriminado minha mãe, se a conhecesse e pudesse ter ouvido ela dizer que quando eu nasci não parecia com gente e sim com uma trouxa de carne sobre uma bandeja. Não chorei ao nascer... E daí já me deram o decreto da não sobrevivência... Aos 52 anos, continuo tentando...

Aos seis meses tive a minha primeira crise.. Não sei o diagnóstico... Apenas me contaram, quando eu comecei a ter discernimento das coisas, que me levaram "virada para trás", em forma de arco para o hospital, com a cabeça quase encostando nos pés... E o médico de plantão, único na cidade, disse que "o sofrimento mental dessa criança é tão grande, que prejudica todo o seu organismo... E receitou um remédio com retenção de receita...

Começava ali minha saga pelas salas de serviços de Saúde Mental, a qual narrarei com discurso coesivo e coerente, provando que não sou um paciente delirante, como certa vez fui nomeada por um desses profissionais...

Durante a infância, as crises eram frequentes. Mediante qualquer contratempo, eu desmaiava...

Na adolescência, essas crises foram acrescidas de choros, gritos e risos... Anos depois, eu recebi um dos diagnósticos do CID10... F60.4, Transtorno de Personalidade Histriônica. Com ele, outros também, totalizando quatro diagnósticos de Saúde Mental... Sim! Porém estudo tanto os mesmos, aprendi a conviver com eles, que só viro bicho quando pensam que eu sou do grupo dos F70, os retardos...

Tenho Transtorno de Personalidade Borderline, Transtorno de Personalidade Histriônica, Transtorno Depressivo Recorrente(esse, eu até discordo do psiquiatra que fez o diagnóstico... Penso que eram as primeiras manifestações de Border) e a pior delas... A Síndrome do Pânico.

O psiquiatra não explica ao paciente ou a sua família, o que é o caso dele... E ele segue dopado pela vida... O psicólogo, uma grande maioria deles, apenas o ouve, e a cada quinze minutos de monólogo do paciente, diz que "... É normal!" qualquer que seja o devaneio que ele tenha ouvido... O psicanalista busca a raiz da questão... E buscando essas raízes, eu iniciei minha saga de erros e traumas, com alguns dolorosos acertos pelo meio... Isso porquê eu fui, e sou, vítima de uma transferência que não foi corretamente manejada.

Aqui farei o que não foi feito por mim...Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, e por isso me expus e ainda me exponho, às mais diversas situações ridículas...

Vou citar algumas características dos meus diagnósticos, assim, se algum profissional da Saúde Mental ler esse meu escrito, quem sabe, possa me ajudar... É que hoje, como Quíron, o centauro ferido, com todas as minhas dores, eu tenho formação em Psicanálise, Constelação Familiar, Hipnose Clínica, Reiki, Florais, escrevi um livro em três dias, 32 obras em um ano, sei que parei na Fase Oral de Freud, que tenho Complexo de Édipo segundo Freud, de Electra segundo Jung, que perdi um filho por suicídio porque busquei tanto conhecimento pelo mundo, que esqueci minha casa... E nela, meu filho que, em seu Complexo de Édipo, mais me amava, se matou...

Percebem a sabedoria do Ciclope que eu tenho?

Hoje, eu preferia não saber nada...

Então, de maneira nua e crua narrarei os perigos de certas condutas profissionais que podem inclusive, levar um paciente ao suicídio, se o mesmo não tiver, além da ideação, a noção que adquiri ao longo dos anos, com dores e traumas...

Assim, creio ter adquirido a sabedoria do ciclope... Conta a lenda que ele deu um olho em troca da sabedoria... E o único conhecimento que lhe foi dado, foi o de saber o dia de sua morte.

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