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100 dias para morrer

Uma vida insignificante e uma morte fantástica. Muitas vezes as coisas não acontecem como o esperado, mas Lary Flores nunca desistiu por causa disso, e sofreu até o dia de sua maravilhosa morte.

M4rques · Acción
Sin suficientes valoraciones
16 Chs

Hermes

"Provavelmente não"-Respondeu Jhonny sem sequer olhar para trás. Seguimos correndo para o carro e saímos de lá, ninguém nos seguiu ou tentou nos parar. Eu achei que eles se esforçariam muito mais para nos para, mas eles não fizeram nada sobre.-"Eles não estam nos seguindo Jhonny."-"Esse carro provavelmente tem um localizador. Vou deixar ele em algum lugar e pegar outro."-"Como assim localizador? Esse é o meu carro, ninguém nunca mexeu nele."-"Eu que coloquei o localizador logo antes de te sequestrar naquele dia."-"Vocês estavam fazendo tudo isso por trás das minhas costas?"-"Por favor Lary. Não seja estúpido. Você nunca foi um deles, ainda não pelo menos. Eles não confiavam em você. Só estavam te usando para impedir o mundo de saber sobre a existência deles. Como você não conhece ninguém não tinha por que te matar. Você não tem apego algum a vida, seria um ótimo agente pra eles."-Naquele momento eu entendi que eu não significava nada naquele lugar, só mais um número, mais um agente que eles mandariam morrer em algum tipo de missão suicida. 

Paramos em um estacionamento não muito longe de lá. Quando paramos eu comecei a me perguntar outra coisa.-"O que você tá fazendo Jhonny? Você trabalha pra eles, por que me ajudar? E que merda é a Hermes?"-Jhonny saiu do carro sem responder a minha pergunta e seguiu em direção a um carro estacionada na rua. Eu segui ele obviamente, não tinha outra opção.-"O que você tá fazendo?"-"Cala a boca e me segue. Eu vou responder suas perguntas mas eu preciso pensar agora."-Ele foi até o carro velho, não estava caindo aos pedaços, mas tinha amassados e a tinta já estava desbotada. Esse carro não havia se mexido faz um bom tempo. Jhonny puxou sua pistola e quebrou o vidro do motorista sem pensar duas vezes.-"Que porra Jhonny?! Você vai roubar o carro?!"-"Vou caralho agora entra aí antes que eu desista de você"-Ele abriu as portas da frente do carro e sentou pronto para dirigir, eu sentei no banco do passageiro sem questionar.-"A Hermes é uma organização criminosa que eu faço parte. Eu estava trabalhando como um espião lá dentro e agora joguei fora todo trabalho que tive para entrar pela estúpida sensação que você seria importante mais a frente. O Carlos vai me matar quando ele souber."

O resto da viagem foi silenciosa. Não falei nenhuma palavra o caminho todo. Eu conseguia sentir meu estômago se revirando e minha mente ficando branca, meu coração estava acelerado, meu corpo todo estava me dizendo que algo estava errado. Assim que paramos e saímos do carro minhas pernas cederam e eu caí de joelhos, eu estava me sentindo extremamente tonto.-"Levanta, Chegamos."-Quando eu olhei para cima pude ver... nada. Absolutamente nada. Estávamos em um terreno vazio no meio do nada.-"Chegamos?"-Perguntei enquanto começava a recuperar meus sentidos e me levantar. Quando levantei notei que estava certo, era apenas um terreno vazio, sem nada ou ninguém para ver. Um terreno arenoso, areia vermelha, com troncos de árvores cortadas e cercado por uma densa mata. Não tinha estrada para chegar aqui, estávamos fora da cidade,-"Esse é o mais perto que podemos chegar. Vamos caminhar agora."-Não questionei, apenas segui-o. 

Todas aquelas pessoas na CAAS poderiam ter vivido uma vida de verdade, poderiam ter sido bem sucedidas, poderiam ter tido uma vida definitivamente melhor que a minha. Não posso perdoá-los por tirar delas a chance de uma vida e simplesmente escraviza-las de tal forma, fazendo elas de brinquedo, nada além de um número no campo de batalha, número que desce tão rápido quanto sobe, por isso sendo insignificante. Eles poderiam ter sido pessoas, mas invés disso viraram cachorros sem vontade própria que não podem sequer beber água sem a permissão de seu dono. Não sei se o que a Hermes quer e nem qual o envolvimento deles com esses experimentos, mas eu vou impedir que eles continuem com eles mesmo que isso custe a minha vida.

"Agora chegamos"-Ainda não entendia o que ele estava dizendo. Estávamos no meio do terreno, ainda sem nada por perto. Jhonny bateu sua perna no chão 2 vezes, não com muita força, mas com força o suficiente para o impacto levantar um pouco da poeira que estava no chão. Ele então pegou um cigarro e algum lugar que não consegui ver ao certo, colocou-o na boca e acendeu. Ele tragou o seu cigarro enquanto olhava para o nada, aparentemente perdido em seus pensamentos. Eu estava aguardando alguma coisa acontecer. Esperando que um elevador saísse do chão e nos levasse para um QG futurístico onde teriam centenas de pessoas "trabalhando" e planejando futuros roubos e assassinatos, mas nada disso aconteceu. Um carro veio até nós e abriu a porta dos fundos, um Jeep verde, Jhonny entrou sem pensar duas vezes, e eu entrei um pouco depois, não antes de primeiro soltar um suspiro de decepção por esperar algo mais emocionante e futurístico. O Jeep partiu em direção a densa mata assim que fechei a porta.-"Você vai entender tudo logo Lary."

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Dia 18:

(Na CAAS):

"Alguma atualização na localização deles?"-"Não Diretora. Eles não são vistos por nenhuma câmera desde o dia em que eles saíram da cidade."-Respondeu Bruno.-"Não se preocupe diretora, tenha certeza que não deixarei o Jhonny nem o Lary fazerem o que eles bem entendem. Ninguém que sabe da existencia da CAAS pode viver livremente. Eu e o Bruno cuidaremos disso, tenha certeza"-"Tenho certeza que sim Clara, afinal, isso tudo é culpa principalmente de vocês dois, e uma das nossas regras aqui é bem clara correto?"-"O culpado deve se responsabilizar pelos seus erros e resolver o problema causado!!"-Responderam os 2 agentes em uníssono.-"Perfeitamente. Disponibilizarei o que vocês precisarem, mas tratem de resolver isso de alguma forma. Estão liberados."-Os dois agentes saem da sala apressados, com uma clara preocupação e seus olhares. Os cabelos pretos de Bruno estavam dando sinais de estresse, perdendo sua cor e caindo. Bruno e Clara agora estavam trabalhando juntos para resolver esse problema grave, não apenas a traição de Jhonny, mas a influencia que ele teve sobre Lary e as informações que eles levaram que eram confidenciais. Caso eles conseguissem algum tipo de prova e vazassem essa informação a situação poderia ficar seria rapidamente. E até mesmo sem provas, o começo de boatos também é uma arma muito poderosa que gera dúvida, medo e curiosidade na população, algo nada bom para uma agência secreta. Esse foi o começo de uma guerra por informação e influência sobre a nação. Nem uma das pessoas envolvidas nesse incidentes poderia imaginar as proporções que isso iria tomar, e ninguém, NINGUÉM poderia imaginar o que iria acontecer daquele momento para frente. Que Deus os perdoe, pois eles não sabiam o que estavam fazendo.