De volta a taverna

O taverneiro trouxe outra bebida. Ele estava vindo após arrumar algumas garrafas que estavam no armário do porão. Era um lugar úmido no qual eram colocadas as garrafas de maior padrão que se encontravam no estabelecimento. A que ele trouxe era uma bebida que estava logo em cima da prateleira com cor meio arroxeada em uma garrafa sem rotulo. A bebida chegou meio quente, porque as pessoas estavam mais prestando atenção na minha historia do que em qualquer outra coisa. Bebi devagar após a chegada da mesma. Cada gole que dava, parecia que estava tudo diferente.

- Vocês querem mais alguma coisa?

- Não. Obrigado.

Todos os mercenários estavam prestando atenção naquela história. A maior parte eram bandidos que batiam cargas e roubavam na estrada. Outros eram aventureiros que procuravam tesouros ou faziam serviços escondidos para nobres. E poucos eram pessoas envolvidas em coisas obscuras. Alguns até chegaram mais perto das mesas que estavam vazias para que pudessem ouvir melhor. Existia uma outra foram de entretenimento naquele mundo do que contar historias? Eu estava tentando formular como eu contaria a outra parte, ou outras partes da historia. Tinha muita coisa que havia acontecido e nao sabia se precisaria contar tudo para eles. Talvez pulasse alguma parte. Mas eu precisava contar direto ao ponto para que eles pudessem entender toda a situação na qual eu havia me metido. O grandalhão e o cavaleiro estavam parados ao meu lado. Eles realmente estavam tentando entender tudo aquilo. Como tinham muitos termos e coisas diferentes no meu mundo, eles estavam em duvida sobre muita coisa. Eles praticamente não sabiam de nada. Não sabiam o que era uma vida escolar ou o que era trem.

- Você veio de outro mundo então?

- Sim.

O cavaleiro tomou um gole da cerveja e deu um suspiro. O sorriso que ele havia dado anteriormente quando parou a briga entre mim e o grandalhão meio que caiu, pois ainda não estava satisfeito ao entender que eu era um herói do reino.

- Algumas coisas eu não entendi desse seu mundo. Talvez depois você possa me explicar com mais calma. Mas você disse que uma das coisas que você tinha que fazer era não contar para ninguém que você veio de outro mundo. Mas ao contar essa história, você acabou contando. Isso não acabaria com o contato com a deusa.

- Sim, isso acabaria. Mas isso foi na primeira vez que vim para esse mundo.

- Como assim a primeira vez?

- Como eu disse antes, eu fui mandado com um herói para esse mundo. Mas, mesmo sem falar para ninguém, alguém descobriu isso e me matou. A deusa da invocação me chamou novamente. Essa aqui seria uma terceira vida para mim. Fui chamado para cumprir o outro desejo dela. Não há mais motivos para me esconder porque se eu morrer, serei invocado de novo. Tudo o que preciso saber é quem me matou e por qual motivo. Tudo o que sei é que é alguém que deve estar nessa cidade.

- Entendi. Eu tenho uma notícia sobre isso para você.

O que ele poderia estar escondendo?