O ruído dos pneus derrapando ecoou na entrada do motel, seguido pelo som de portas de carros se abrindo e passos rápidos na gravilha. Vicente Montenegro e Aurora Bittencourt correram para o quarto onde Ernesto vigiava Rodrigo, enquanto Maria Augusta, trêmula, permanecia no corredor, tentando manter a calma.
— Eles estão aqui — disse Aurora, com a voz firme, mas baixa. — Ernesto, precisamos sair agora.
Ernesto extraiu os olhos para Aurora, o semblante fechado. Ele mantinha a arma apontada para Rodrigo, que continuava com seu sorriso desdenhoso, como se soubesse algo que os outros ainda não tinham percebido.
— Se sairmos agora, eles vão nos procurar. Temos que pensar rápido — respondeu Ernesto.
Rodrigo riu baixo.
— Não importa o que faça. Você já perdeu. A 'Aliança da Sombra' não erra o alvo.
Vicente deu um passo à frente, segurando Rodrigo pela camisa.
— Então talvez seja a hora de você errar os dois. Diga, Rodrigo, o que você está esperando?
Rodrigo apenas pediu silêncio, mantendo-se em silêncio. Ernesto deu um leve golpe na cadeira, fazendo-a balançar perigosamente.
— Vicente, ele não vai falar. precisamos agir. Aurora, há alguma saída pelos fundos?
Aurora concorda.
— Sim, mas eles provavelmente já cobriram todas as saídas. Vamos ter que improvisar.
Maria Augusta, que observava tudo da porta, interrompeu:
— Esperem. Talvez possamos usar o Rodrigo como distração.
Ernesto arqueou uma sobrancelha.
— Você está querendo usá-lo como isca?
— Não. Estou querendo dizer que eles não esperam que o levemos conosco. Se nos dividirmos, podemos desprezá-los e seguir para Nova York.
— Isso é muito arriscado — disse Vicente, balançando a cabeça. — Não podemos nos dividir agora.
Antes que o grupo pudesse decidir, o som de passos ecológicos ou mais altos. Luzes conseguiu a invasão do quarto pelas frestas das janelas, acompanhadas por vozes em tom de comando.
— Saíam com as mãos para cima! Você está cercado! — falar uma voz masculina do lado de fora.
Aurora trocou um olhar rápido com Ernesto e Vicente.
— É agora ou nunca.
Ernesto mudou-se de Rodrigo, puxando-o para ficar de pé.
— Se tentarem atirar, acertar ele primeiro — murmurou Ernesto. — Vamos usá-lo como escudo temporário até chegar ao carro.
— Eles não vão se importar em mim sacrificar — zombou Rodrigo.
Ernesto levantou-o pelo braço.
— Então vamos descobrir.
Uma Fuga
Com Aurora liderando o grupo e Vicente cobrindo a retaguarda, todos avançaram pelo corredor estreito, com Rodrigo sendo empurrado por Ernesto. Maria Augusta segue logo atrás, segurando uma pequena bolsa com os documentos, seus dedos tremendos.
Chegando à porta dos fundos, Aurora parou para observar o exterior pela fresta. Três homens vieram, suas armas prontas.
— Tem três. Mas parece que ainda estão posicionando mais pessoas ao redor — disse Aurora, voltando-se para o grupo.
Vicente respirou fundo.
— Vamos atrair a atenção deles para o outro lado. Vou sair pela porta da frente e criar uma distração.
Maria Augusta segurou o braço dele.
— Não, Vicente! Isso é loucura!
— Mãe, não temos outra escolha. Vocês têm que chegar ao carro e sair daqui.
Aurora colocou a mão no ombro de Vicente.
— Eu vou com você. Você não pode fazer isso sozinho.
Ernesto olhou para os dois e, por um momento, hesitou, mas acabou concordando.
– Certo. Vicente e Aurora criam uma distração. Eu levo Rodrigo e Maria Augusta até o carro. Vamos encontrar o ponto de encontro que discutimos mais cedo.
Vicente concordou, o coração pesado. Ele sabia que estava se arriscando, mas não havia outra opção.
Confronto na Frente
Aurora e Vicente saíram pela porta da frente, suas armas em mãos. Assim que pisaram na área iluminada pelos holofotes dos carros, gritaram:
— Aqui estamos! Se quiser algo, venham buscar!
Os homens armados imediatamente viraram-se para eles, levantando suas armas. Vicente atirou primeiro, acertando o capô de um dos veículos, enquanto Aurora cobria o lado esquerdo, disparando para manter os inimigos sob pressão.
Os tiros ecoavam no estacionamento, enquanto Ernesto aproveitava o momento para sair pela porta dos fundos com Maria Augusta e Rodrigo.
— Vamos! Para o carro! — tentou Ernesto, mantendo-se alerta.
Maria Augusta corria ao lado dele, ofegante, enquanto Rodrigo era praticamente arrastado. Ao chegarem ao veículo, Ernesto colocou Rodrigo no banco de trás e fez sinal para Maria Augusta entrar no lado do passageiro.
— Fique abaixada — disse ele, antes de entrar e ligar o motor.
A Retomada
Enquanto Ernesto acelerava para sair, Vicente e Aurora continuavam enfrentando os homens armados. Um deles tentou flanquear Aurora, mas ela, ágil, conseguiu desarmá-lo com um tiro preciso no ombro.
— Vamos, Vicente! — conferiu ela.
Vicente recuou, disparando contra outro homem que tentava se aproximar. Quando finalmente chegaram à estrada, os dois correram para o segundo carro que havia estacionado mais cedo, escondido atrás de uma fileira de árvores.
Aurora entrou no banco do motorista enquanto Vicente tomava o assento do passageiro.
— Ernesto conseguiu sair? — perguntou Vicente, olhando para trás enquanto Aurora ligava o motor.
— Ele é esperto. Vai nos encontrar no ponto combinado — respondeu Aurora, pisando no acelerador.
A Nova Ameaça
Conforme os dois carros seguiam por estradas diferentes, Aurora e Vicente conseguiram relaxar. Mas a rádio de comunicação, deixada por Ernesto, chiou, trazendo uma mensagem urgente.
— estamos nos seguindo. Dois carros atrás de mim. Não vou conseguir despistá-los por muito tempo.
Vicente trocou um olhar preocupado com Aurora.
— Temos que ajudá-los.
Aurora concordou, virando o carro bruscamente para uma estrada secundária.
— Então vamos fazer isso juntos.
O confronto estava longe de terminar. E a força da 'Aliança da Sombra' mostrou que era apenas o começo.