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O Recomeço em um mundo de RPG

Sofrer por causa do erro de outras pessoas, isso resume bem a vida de um jovem garoto, mas mesmo com tudo e todos conspirando contra ele conseguiu sobreviver. Quem iria imaginar que alguém que sobreviveu a praticamente tudo morreria de um jeito tão normal, um dia quando estava em mais uma de suas fugas foi atropelado, morte instantânea, mas algo ainda tinha sido reservado para ele, isso era... uma segunda chance. Ele acorda em uma sala, com o auto intitulado deus estagiário, ele tem a escolha de recomeçar em um novo mundo, cheio de magia e coisas maravilhosas, mas que também irá trazer grandes perigos. Essa é uma história inspirada nos isekais japoneses, nosso protagonista viverá em um mundo de magia e monstros perigosos, conseguirá ele sobreviver nesse mundo assim como fazia em sua antiga vida? (Se bem que ele morreu). Isekai de acordo com a Wikipédia: Isekai (異世界 lit."mundo diferente") é um subgênero de light novels, mangás, animes e jogos eletrônicos de fantasia caracterizado por um protagonista normal (geralmente um habitante contemporâneo da Terra) sendo transportado ou preso em um universo paralelo.

RenCmps · Fantasie
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Capítulo 48 - Mooi

~Dois dias depois~

~Pov Alícia~

Graças a batalha demorou um dia a mais do que o programado para atravessar a floresta. Tínhamos que andar mais devagar e fazer algumas pausas, por causa dos machucados dos aventureiros. Seth e Ioan acordaram e ainda estavam recuperando-se da luta.

— Acho que agora já posso andar. — Ioan diz tentando levantar-se da carroça.

— Não, Alícia não deixa. Ioan deve ficar aqui até que esteja melhor — diz Alícia que estava ao seu lado.

— Mas, como eu disse, já estou... — Sua fala é parada por uma dor súbita que sentiu.

Alícia dá um tapa, bem fraco, no local onde a espada o tinha perfurado, ele senta-se novamente enquanto solta um gemido de dor.

— Como Alícia havia falado, vai ficar na carroça até que esteja melhor.

Uma risada veio de trás, quando Alícia olha consegue ver Bianca, que estava se aproximando deles enquanto rir bastante.

— Nunca fico entediada com vocês dois.

~Pov Bianca~

— Pòdemons ver a saída da floresta — David grita para o grupo.

Após Seth ficar impossibilitado ele assumiu a liderança da missão. Embora seus companheiros sejam parecidos com Sally, David parecia ser o completo contrário, mostrou para todos que era confiável e responsável, além de conseguir se dar bem com quase todos.

— David é estranhamente confiável, né? — Puxo o assunto.

— Me pergunto como alguém, como ele, acabou tornando-se parceiro de Sally e os outros — Ioan responde.

— É um mistério... — Alícia olha para a frente da caravana sem reação.

Assim como David havia avisado, chegamos a saída da floresta. No último dia de caminhada o caminho fica mais difícil. A floresta, que antes começava em um terreno plano, tem seu fim passando ao pé de uma montanha, apesar disso não foi um problema tão grande, pois haviam caminhos que eram mantidos, para que comerciantes pudessem passar.

— O caminho ficará um pouco mais sinuoso, mas não se preocupem, conseguiremos passar até o final do dia e, finalmente, poderemos descansar. — David vem falar conosco, afinal, tinhamos os dois feridos em condições mais graves.

Antes do final do dia estávamos do outro lado da montanha. Descansaremos hoje, amanhã será uma caminhada direta para Mooi, cidade esta que ficava no caminho para Tot. Passaremos dois dias lá e, em seguida, seguiremos viagem.

A maioria dos aventureiros estavam descansando. Foram separados quatro grupos, um fazia a guarda, um ficava na reserva e os outros dois tinham seu tempo de descanso. No momento nosso grupo estava sentado em um canto, comendo.

— Como você está? — pergunto para Ioan.

Ele finalmente havia conseguido sair da conversa, mesmo com grande dificuldade.

— Bem melhor, acho que já consigo fazer as coisas normalmente — responde sorrindo, mas logo se troca por uma expressão de dor.

Alícia toca no local onde está machucado, o vampiro apenas geme de dor.

— Pelo jeito não está sendo tão honesto, né?

Ele responde apenas rindo.

— Mas, você é mesmo incrível, um humano levaria semanas para se curar de um ferimento daqueles, mesmo usando magia de cura.

— Shiii... — Coloco o dedo na boca, pedindo para que fique em silêncio, em seguida aproxima-se de mim. — Não fale isso tão alto, lembre-se que agora tenho que me passar por humano.

— Sinto muito...

Não acho que faria muita diferença, afinal, quase todos no local já sabiam sobre sua verdadeira identidade, mas já havíamos conversado sobre, ainda tem algumas pessoas, principalmente entre os mercadores, que não o conheciam. Enquanto conversávamos Seth aproxima-se.

— Posso me sentar? — pergunta.

— Ah, claro — respondo-o dando espaço.

Porém ele senta-se de frente para nós. Esperava que falasse algo, mas fica calado por alguns segundos nos olhando, graças a isso acabamos ficando calados também, esperando suas palavras.

— Eh, bem... — Ele tropeça em suas palavras. — Queria agradecer a vocês, se não estivessem lá... Não sei o que teria acontecido comigo.

— Não se preocupe com isso, para dizer a verdade, não pudemos fazer muita coisa também. — Ioan é o primeiro a falar.

— Além disso, eu mesma fui completamente inútil na batalha — completo.

— Isso não é verdade, em um campo de batalha uma das coisas mais essenciais que há é ter um curandeiro. Você pode não ter feito muito em combate, mas ouvi sobre como você se focou em ajudar todos os aventureiros que foram feridos. — Seth tenta me consolar.

Não tinha parado para pensar por este lado, mesmo não acreditando completamente acabo aceitando seus agradecimentos no fim.

~Pov Ioan~

Observo Seth por um instante. Tinha algo de estranho nele, pelo que me falaram, Osíris não estava atrás de algo das carroças, quando foram fazer a recontagem dos produtos viram que nada havia desaparecido, apenas uma pequena caixa, que estava sobre a proteção direta do homem-besta em minha frente. Porém, algo nesta caixa está me incomodando, não sei dizer bem o porque, mas algo não está certo.

— Seth, tem algo me incomodando, posso te fazer uma pergunta?

— Claro, responderei tudo que eu possa.

Pode ser apenas impressão minha, mas sinto que colocou ênfase em "tudo que eu possa", talvez saiba sobre o que quero perguntar e está me avisando que não pode falar sobre.

— Pode nos contar o que estava na caixa que foi roubada por Osíris? — Vou direto ao ponto.

Ele fica visivelmente incomodado com a pergunta, pode ser que seja pela lembrança da nossa derrota para os assaltantes, mas acredito que tenha algo à mais.

— Infelizmente não posso te dizer sobre isso, esta informação é confidencial — responde. — Espero que entenda.

Apesar de suas palavras consigo entender a mensagem que queria me passar. Estava tudo em nossa frente, o líder da guilda mandando-o na missão, a falta de planejamento adequado dos mercadores, talvez nem eles sabiam sobre a existência desta caixa. Somos apenas uma isca? Ou uma mensagem?

— Sim, entendo, obrigado mesmo assim.

Após se despedir de nós três Seth continua seus afazeres.

— Ioan está preocupado com algo? — Alícia pergunta.

— Não, apenas algo que tinha em mente, não precisa se preocupar com nada.

Apesar da garota não parecer completamente convencida por minha resposta decide não questionar. Depois do jantar me foi dito para que continuasse descansando, já que estava ferido. Alícia, como não era uma aventureira, também não participou do revezamento, ficando descansando comigo. Do nosso grupo apenas Bianca trabalho naquela noite.

Na manhã seguinte a caravana partiu mais uma vez.

Apesar do terreno não ser completamente plano, como antes, a montanha não parecia dificultar tanto o nosso trajeto. Havia uma estrada muito bem feita e o risco de monstros e emboscadas diminuía, porque não tinham locais propícios, além disso aparentemente a guarda no local era feita pelo exército que usava-o como centro de treinamento, isso causava a morte de quase todos os monstros fortes que poderiam ter na área. Por fim também são feitas algumas varreduras na região a pedido da guilda de Mooi.

Ao fim do dia podemos ver os portões da cidade. Graças a presença dos comerciantes conseguimos passar facilmente pela guarda, sem muita burocracia.

— Os comerciantes ficarão em uma pousada na parte rica da cidade, nós, aventureiros, estamos dispensados da guarda durante esses dois dias, então aproveitem para descansar. — Seth anuncia.

Assim todos separaram-se. O ponto de encontro seria no portão de saída, do outro lado da cidade, em dois dias pela manhã.

— O que querem fazer? — pergunto para as duas que me acompanhavam.

— Acho que primeiro devemos alugar um quarto na pousada. Com esse tanto de pessoas chegando na cidade as vagas acabarão logo. — Bianca explica.

Assim como disse as pousadas estavam lotadas, pelo menos as mais baratas. Quando se é um aventureiro de baixo Rank como praticamente todos que estão na caravana, normalmente não há dinheiro o suficiente para se dar o luxo de ficar em uma boa pousada. Como tinham poucas vagas nós três ficamos em um mesmo quarto.

— Nesses dois dias eu gostaria de treinar um pouco — penso alto.

— Ioan não pode, ainda não está curado. — Mas recebo a negação da pequena garota quase que instantaneamente.

— Além disso, devíamos descansar um pouco, se você apenas trabalhar e treinar toda hora vai acabar morrendo — completa a sacerdotisa.

Lembrando-me de minha antiga vida, haviam diversos casos de pessoas que morriam pelo excesso de trabalho, porém nunca tive a oportunidade de pensar assim, até mesmo nas artes marciais é de conhecimento geral que o descanso também é de grande importância.

— Vocês estão certas — desisto. — Então, o que devemos fazer agora? Temos bastante tempo.

— Antes de tudo. — Bianca chama a atenção. — Um comida decente, né? Não aguento mais a comida que temos que comer na estrada.

— Alícia concorda.

Esta cidade era gigantesca, se comparada com a vila que estávamos antes parecia ainda maior. Mooi era mais desenvolvida, poderia ser notado pelo maior planejamento, onde as ruas eram simétricas uma às outras, sua arquitetura também chamava atenção que, apesar de não ter uma grande variedade entre as residências, eram todas muito bonitas e cuidadas.

Seguindo o padrão deste mundo a cidade era dividida entre quatro partes, sendo que duas dessas eram comerciais e as outras duas residênciais — divididas entre nobreza e plebe —, enquanto as comerciais não pareciam ter tanta distinção entre ambas, tirando a parte que fazia fronteira com a parte rica, onde poderia ser notada uma grande diferença entre as outras lojas mais distantes.

Andamos por um tempo pelo centro comercial mais próxima dos plebeus. Bianca disse que ouviu algumas conversas sobre um estilo de comida que normalmente não se tem por aqui, por isso fomos arrastado para prová-la.

— Me falaram que era estilo de comida do Império, algo como Yakiku, Yakinu... — Tenta dizer.

— Yakiniku. Alícia a corrige.

— Isso, como você sabe? — pergunta Bianca.

— Alícia nasceu no Império.

— Sério? — A sacerdotisa parece excessivamente surpresa.

Alícia balança a cabeça em sinal de concordância.

— Isso é uma surpresa — diz.

— É tão estranho assim ver alguém do Império no reino? — pergunto.

Além disso ela não notou as características orientais da garota?

— Não sei dizer ao certo, já que eu morava muito distante do Império, mas as relações entre eles e o Reino nunca foi muito boa, algum tempo atrás estávamos a um passo de uma guerra.

Enquanto ela me explicava passamos por um restaurante, Alícia para e nos puxa.

— O que foi Alícia? — pergunto.

Ela aponta para a placa do restaurante, quando vejo fico de boca aberta, quando ouvi Alícia falando o nome tinha achado estranho, mas quando vi a placa pude confirmar minhas suspeitas, estava escrito 焼き肉 (Yakiniku), isso é japon��s certo?

— O que é isso escrito? — Bianca parece forçar-se a tentar entender o que estava escrito, porém sem sucesso.

— Yakiniku.

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