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Não Há Amor na Zona da Morte (BL)

Zein era um Guia renegado vivendo na terra abandonada pela divindade da zona vermelha, guiando por dinheiro e sobrevivência. Até que a guilda para a qual ele trabalhava provocou uma tragédia. Movido por pesar e culpa, Zein tornou-se um guia mercenário na terra que faz fronteira com a proibida Zona da Morte, trabalhando como um monge suicida. Um dia, um Esper arrogante apareceu de repente e lhe disse, "Se você está tão determinado a morrer, por que não vem comigo para a Zona da Morte?" Uma estranha proposta, um sorriso nostálgico. Zein realmente já havia se encontrado com ele antes? Seguindo o homem para dentro da zona mortal, Zein encontrará o descanso que procura, ou será engolido por uma tempestade? Mas não existe algo como amor na Zona da Morte... existe? * * * A história é ambientada em um universo de Sentinelas, então haverá: - Sentinela (Esper) e Guia - Masmorra! - Romance - Ação - …sacanagem? ;) É uma história de amor (meio que) embrulhada em maluquices do sistema de masmorra, com habilidades e ação e coisas do tipo

Aerlev · LGBT+
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Capítulo 39. Onde Não se Aceita Besteiras

"Um criador," Eugene acariciou o queixo como se houvesse uma barba ali pendurada. "Será que é a mesma criatura que prendeu o Senhor Vaski antes?"

"Ah..." houve uma exclamação coletiva enquanto todos viravam a cabeça para olhar para Bassena.

O esper, que estava no meio de tirar o resto dos corpos do caminho, pausou. Havia um sorriso profundo gravado em seu rosto, e Zein, que estava mais perto dele, podia ver o fogo ardendo dentro daqueles olhos âmbar.

"É melhor que sejam," ele riu; um pouco sinistro, um pouco sombrio. "Será bom concentrar tudo em um único alvo."

Muita intenção assassina.

Zein inclinou a cabeça, corpo balançando um pouco sob a pressão. Era a primeira vez que ele estava exposto à intenção assassina do Senhor da Serpente, Bassena Vaski. Havia um efeito de medo, bravura, que emanava da imponente figura, o que fez Zein lembrar de uma besta comandante de masmorra.

"Ah," felizmente, o esper estalou e refreou sua fúria antes que Zein tombasse totalmente. Rapidamente, Bassena segurou a cintura do guia, segurando-o firmemente. "Me desculpe..."

"Hmm..." Zein ainda olhava para o chão, sentindo o leve tremor em sua mão. Era um sinal de que seu corpo respondia bem à intenção assassina, e reconhecia o medo instilado em um corpo em relação a tal predador.

E ainda assim sua mente estava calma, seu coração estava sereno. Ele não sentia o medo em seu coração. Tal discrepância era a primeira para ele. Será que era porque ele havia se tornado tão familiarizado com o sistema da Bassena? Mas durante seu tempo em Umbra e na Unidade, ele havia guiado as mesmas pessoas repetidamente de modo que podia diferenciá-las apenas sentindo os núcleos de mana delas. E ainda assim, ele não diria que ele se tornou "familiarizado" com eles. Era como a diferença entre pacientes e conhecidos próximos.

Zein franziu a testa, lábios apertados com essa repentina realização.

Ou talvez... fosse porque ele considerava o atributo do esper confortável de ter por perto? Seu corpo foi roçado pela intensa intenção assassina, mas seu coração e instinto lhe diziam que a fúria nunca o machucaria.

"Zein? Você está bem?" Bassena já não segurava sua cintura, mas agarrava seu rosto irresponsivo com as duas mãos, voz carregada de pânico. "Me desculpe, você está—Shin!"

"Espere, ainda estou acalmando esses dois!"

Parecia que a bravura emanando de Bassena era suficiente para fazer os pesquisadores frágeis tremerem de medo. Bem, até o outro esper estremeceu com isso, então como meros civis poderiam sair ilesos?

E então havia Zein, que estava bem ao lado do esper. A constituição de um guia era na verdade tão boa quanto um civil, o que significava ser menor até mesmo que o tipo de suporte mais fraco. Se Zein não tivesse desenvolvido sua constituição nos primeiros dias, e não tivesse sua reserva de energia mágica, ele teria desmoronado.

Então Bassena estava em pânico agora. Aquela sede de sangue foi acidental. Ele não pretendia liberar qualquer, mas o pensamento do tempo que passou naquele vazio, que ressurgiu todos os tipos de traumas e quase o enlouqueceu, e o pensamento do que poderia acontecer com o resto do time, para Zein, se ele não conseguisse sair...

Isso desencadeou tudo de ruim dentro dele—tudo que Radia e Joon o treinaram para enterrar. E agora, agora estava machucando alguém que ele não queria machucar mais, e estava—

"Estou bem," Zein acariciou a pálida bochecha de Bassena. Não era irônico como o esper parecia mais assustado do que ele?

"...você... você está bem?" Bassena repetiu bobamente, e Zein quase riu, se não fosse pela genuína preocupação na voz do esper.

Então ele sorriu, e embora não fosse visível através da máscara, era visível pelos olhos azuis suavizados, mão gentilmente acariciando a bochecha do mais jovem. "Você pode me soltar agora,"

"...oh, okay..." Bassena recuou suas mãos de Zein, ficando parado por um tempo, bobamente, antes de suspirar audivelmente. "Desculpe por assustá-lo."

"Hmm," Zein olhou para os pesquisadores, que pareciam bem agora, e estendeu a mão para sinalizar a Han Shin que estava bem. "Não estou assustado, não se preocupe."

Bassena pausou, olhando intensamente para Zein, encarando tão profundamente que ele sentiu que os olhos âmbar poderiam queimá-lo. "Mas você estava tremendo antes..."

"Hum, sim. O corpo de um guia não pode aguentar esse tipo de pressão, assim como não pode lidar com miasma. Então, claro, reagiu dessa maneira," Zein moveu a mão, fechando e abrindo várias vezes. "Mas eu não estava com medo."

Quando Zein levantou o olhar de sua mão para o rosto de Bassena, viu o resquício de medo nos lábios silenciosos e entreabertos que pareciam querer dizer algo, mas não conseguiam. E então um leve alívio, e um rubor que começava a aparecer que o esper rapidamente escondeu com a mão.

"Haa..." Bassena jogou a cabeça para trás e deu um suspiro profundo, fechando seus olhos ardentes. "Me desculpe."

"Eu te disse que está tudo bem."

"Não, não é por isso," Bassena bufou, o ar pesado se misturando entre eles dois. "É só que... eu acho que nunca poderia desistir de você, mesmo que você me rejeite várias vezes."

Ele sorriu — não o sorriso confiante e firme de sempre. Este era um pouco torto, um pouco contido. Uma mistura de culpa e desfaçatez. Ele estendeu a mão para ajeitar as roupas de Zein, e puxou o capuz do guia novamente.

"Você pode ficar irritado e bravo depois por causa disso, então eu me desculpei antecipadamente," ele sorriu, antes de pegar a mão de Zein e puxá-lo gentilmente na direção do outro.

Zein olhou para as costas largas do esper, em silêncio, enquanto sua mente mergulhava numa conclusão amarga.

O apego era... contagioso.

* * *

Quanto mais se aproximavam do centro do sinal, mais a fera que os atacava aumentava, reunindo-se em hordas, como se toda a comunidade tivesse se juntado ao esforço de guerra.

Podia muito bem ser, já que os que os atacavam agora estavam limitados a um tipo por vez. E depois que aquela espécie em particular foi aniquilada, nenhum membro dessa espécie podia ser encontrado depois.

"Parece ser o último esforço do comandante," Ron comentou. "Meio que parece que estamos nos aproximando de uma fortaleza."

Uma fortaleza onde o general enviava seus esquadrões um após o outro até que nenhum restasse além de si mesmo. "Seja lá o que for, parece ser inteligente o suficiente para unir vários grupos, praticar cruzamento de espécies e organizar tropas," o batedor continuou. "Esse grupo de kobold nos atacando deve fazer parte deles, certo?"

"Estranhamente, parece que este... comandante... está esperando bem fora da área onde a influência da lasca alcançou," Zein franziu a testa, sentindo aquela energia obstrutiva enorme impedindo-o de sentir a lasca mais claramente.

"...como o Espectro da Madeira?" Sierra inclinou a cabeça.

"Hmm? Então não parece que eles tentaram protegê-la?" Eugene acariciou o queixo, novamente, como se tivesse uma barba.

"Isso não faz sentido, não é? Já que a lasca deveria matá-los?" Zein olhou então para Bassena, que por sua vez olhou para ele e concordou.

"Faz mais sentido se eles agirem como um guardião do portão, para que pessoas que podem utilizar a lasca, como você, não se aproximem,"

Essa noção de 'guardião do portão' pareceu ser a explicação mais plausível, e eles decidiram seguir com isso. Mas isso também os fez pensar que, se cada lasca tinha um guardião, então...

"É só instintivo?" o pesquisador murmurou. "Ou algo os ordenou a fazer isso?"

A equipe de expedição ficou em silêncio depois disso, enquanto cada um entrava em contemplação. Bem, qualquer opção era ruim para eles — a diferença estava apenas no grau de perigo.

O fato de as feras poderem cruzar raças mostrou-lhes a possibilidade de estrutura social entre os residentes da Zona da Morte. Se havia um soldado raso e um comandante, eles poderiam ter um rei. Ou algo equivalente a isso. O que significava que havia um alto grau de intelecto dentro da Zona da Morte.

E isso significaria que seus esforços de reivindicação precisariam de muitos ajustes.

"O lugar ao redor da lasca é grande, como se estivesse no meio de um salão de convenções...ou algo do tipo," Zein estava sentado, com os olhos fechados, cabeça inclinada como se estivesse procurando por um sinal. "Ao redor desse grande salão há muitos quartos pequenos vazios, corredores, e então outro espaço grande...como um estádio..." ele abriu os olhos e olhou para Bassena. "Tem uma grande parede obstruindo meu sinal lá, então acho que é onde o comandante está?"

"Nossa... sua detecção é realmente incrível," Han Shin aplaudiu baixinho.

Zein deu de ombros enquanto pegava a garrafa de água que Bassena lhe deu. A única coisa que ele podia sentir era a tira de energia da lasca, e como essas tiras de energia se movimentavam pelo ambiente ao redor. Era o mesmo que como um esper usava energia mágica para detecção.

"O número de inimigos que vieram atrás de nós diminuiu," Bassena estendeu a mão para pegar a garrafa de Zein enquanto olhava para o longo e escuro corredor conectando dois prédios que eles teriam que atravessar a seguir. "E o último grupo era de jovens."

"Então o general ficou sem tropas?"

"Ficou sem tropas que pode poupar, talvez. Vai estacionar alguns 'cavaleiros' para se proteger."

Bassena cruzou os braços, os olhos âmbar brilhando como antes. Mas dessa vez, o esper continha cuidadosamente seu desejo de sangue. Mas a mandíbula endurecida e os olhos tremendo mostravam que ele mal estava se contendo.

"Eu vou enfrentá-los sozinho," ele disse sem desviar o olhar do corredor escuro.

Han Shin, que tinha se sentado ao lado de Zein, inclinou o corpo para frente para olhar para Bassena. "Ei, isso não é como antes, né? Não há risco de o teto desabar ou algo do tipo?"

"Não,"

O curandeiro deu de ombros então, com os olhos estreitos e os lábios cerrados. "Então por que você está tentando agir como se fosse legal?"

Bassena inclinou a cabeça com uma sobrancelha erguida. "Hã?"

"Por que você está tentando fazer as coisas sozinho? Não é como se você treinasse a Sierra para ela não poder ajudar. Nós até alugamos—quero dizer, contratamos o melhor batedor daqui. Se é só por proteção, não é o Balduz já robusto o suficiente?"

Zein olhou para os dois espers, sorrindo sutilemente. Han Shin tinha mostrado mais preocupação por Bassena depois daquele incidente da armadilha—apesar de ter passado quase duas semanas agindo como se não se importasse com o bem-estar da Bassena. Era meio fofo e o lembrava de seus irmãos mais novos...

Ah... era por isso que ele estava sendo facilmente influenciado? Zein franziu um pouco a testa com isso. Porque ele era jovem, e tinha um lado infantil apesar de parecer duro?

Não—that seria meio perturbador ver desta forma. Bem, ele se abriu mais facilmente porque eles agiam de forma fofa assim, mas... algo com Bassena era diferente.

Enquanto isso, ouvir o curandeiro fez Bassena erguer ainda mais a sobrancelha, olhando sem palavras para Han Shin, antes de soltar uma risada. "Heh," ele riu, os lábios esticados em um sorriso meio travesso. "Quer dizer, vou usar [Noite Escura] então não é como se algum de vocês pudesse vir."

[Noite Escura] era a habilidade de declaração de território de Bassena; um cemitério de escuridão que trazia os inimigos dentro de um certo raio para uma dimensão isolada cheia de incontáveis armas, debuff de restrição e feitiço de alucinação que o esper lançaria ao inimigo.

"Eu só... quero ter alguma revanche," o esper sorriu maliciosamente. O vazio que o restringiu anteriormente tinha muitas semelhanças com sua própria habilidade em como confinavam o alvo em uma escuridão semelhante a uma prisão. Mas enquanto o vazio que o prendia era feito de miasma, sua habilidade utilizava pura escuridão, e Bassena atacaria ativamente os inimigos presos dentro.

Zein piscou enquanto olhava para aquele sorriso maligno. Um que fazia o esper parecer um arauto da perdição. E isso lembrou Zein do mar de escuridão em que ele estava nadando nas últimas duas semanas.

A alma de uma criança brincalhona e de um adulto amargurado. Não, ele não era como o irmão de Zein. A juventude que ele ansiava, e a maturidade que trazia conforto.

Zein desviou o olhar e suspirou interiormente.

Ele não deveria ter ultrapassado a linha naquela vez, agora estava fluindo sem parar, e ele não tinha ideia se poderia fechar a comporta agora.

Mas esse não era o momento de se preocupar com isso.

"...oh," Han Shin pressionou os lábios, desviando constrangido o olhar de Bassena.

Bassena mudou para seguir o rosto avermelhado do curandeiro, sorrindo. "Heh, você pensa que estou tentando representar algum drama heróico ou algo assim?"

"Ah, cala a boca!" Han Shin finalmente gritou, emburrado com os braços cruzados. "Foda-se, tudo bem! Não vou me preocupar mais com você!"

"Haha, o quê, você está preocupado comigo? Comigo?" Bassena deu de ombros com os braços bem abertos, e Han Shin lançou todo tipo de palavrão contra ele.

A contínua discussão familiar fez a atmosfera parecer mais leve de alguma forma, apesar de o inimigo parecer ser o mais forte que já enfrentaram na Zona da Morte. Então eles caminharam pelos longos corredores escuros em direção ao estádio onde o comandante residia.

Não, ele não estava sentado no meio do campo como algum tipo de especialista em meditação. Em vez disso, viram sua figura nebulosa fugaz e contorcida atrás do que parecia ser uma tribuna VIP há muito tempo atrás. Agora parecia apenas uma varanda decaída. Parecia mais como um espectro duas vezes o tamanho de um humano médio — se um espectro pudesse falar, é claro.

Ou poderia ser considerado fala com uma voz arranhada que vibrava e invadia sua percepção sensorial para entender o que queria transmitir?

[Bee...goone]

O tom não parecia um grito irritado ou um grito exigente. Na verdade, era plano, quase robótico. Mas pela maneira como a voz — ou o som — era entregue, parecia ainda mais sinistro, enviando uma sensação fria que roçava suas espinhas.

[Yoou...caaanthouuch eeeeeit]

Uma névoa de miasma explodiu das tribunas, e era como se alguém colocasse peso no ar, pois parecia pesado, opressivo e frio.

"Então eu não preciso me preocupar com você, então?" Zein olhou para Bassена, que apesar do franzido acima, estava sorrindo abaixo.

"Hmm, isso é difícil," o esper abaixou a cabeça, e seus dedos se encontraram na coxa de Zein, batendo na Pérola Negra. "Eu gosto quando você se preocupa muito comigo."

Zein olhou para os olhos âmbar ardentes, as três escamas negras abaixo deles, e o sorriso fácil que estava cheio de confiança, e suspirou.

O apego, verdadeiramente, era perigoso. Era contagioso e imparável.

Ele tocou levemente as mechas platinadas que caíam na testa do esper, antes de dar um tapinha na bochecha bronzeada.

"Eu não gosto de me cortar em uma adaga," ele disse, e os olhos âmbar ondularam, antes de se curvarem em um crescente e um sorriso profundo se seguir.

"Vou garantir que você não tenha que fazer isso, então."

[Eu não vou deixar você tocar isso—]

"Ah, cala a boca!"

Com essa observação resmungada, o esper se dispersou na escuridão e reapareceu na frente daquela tribuna semelhante a uma varanda.

A última coisa que Zein viu foi a criatura enevoada retorcendo-se antes de tudo dentro do estádio se afogar na escuridão.