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Dançando em Meio ao Fogo

    V: Vestido ou terno?

    Astrid: O que?/ V mostrava duas peças de roupas chiques à sua frente,um terno preto com gravata vermelha e um vestido branco.

    V: Você mesma disse que não podia ir com roupa de treino,então tomei a liberdade de comprar roupas novas.

    Astrid: Terno,não tem como lutar num vestido.

    V: Aw,achei que você ia ficar tão linda nesse vestido.

    Astrid: Prefiro praticidade ao invés de beleza,por que você não usa então? Tenho certeza que até em trapos tu fica bem.

    V: A vontade é grande na verdade,uma bela seda dessas… seria um desperdício simplesmente jogá-la de lado… mas infelizmente não cabe em mim.

    Astrid: Tá me chamando de gorda?

    V: Seria uma grande mentira se eu dissesse que sim.

    Astrid: Ah bom.../ Ela se aproxima ficando bem próxima dele.

    Astrid: ...Eu teria que te ensinar boas maneiras se tivesse.

    V: Tentador,mas não temos tempo,nós chegamos./ Astrid olha pela janela do carro atrás de V.

    Eles estavam na frente de uma enorme mansão cercada por uma densa floresta. Várias limusines estavam estacionadas e muitas ainda chegavam,várias pessoas bem vestidas se dirigiam à entrada e conversavam entre si.

    V: Ok,pega o terno e se veste,vou esperar lá fora./ Ele joga o vestido de lado,abre a porta e sai.

    Astrid: Porra,com um garoto assim,que precisa de amigo empata foda?/ Ela diz pegando o terno e começando a trocar de roupa com uma enorme frustração.

Alguns minutos depois…

    V: Você tá bonita. Vou me lembrar de sempre te convidar para festas de gala pra te ver usando esse terninho.

    Astrid: Então isso é um presente?

    V: Pode se dizer que sim. Tá pronta?

    Astrid: Espera./ Ela abre a porta da limusine,pega sua bolsa e a coloca nas costas.

    V: Acha mesmo que vão te deixar entrar com elas?

    Astrid: Tem alguma ideia melhor?

    V: Na verdade eu tenho. Segura elas pra mim./ Astrid obedece e tira sua armas de dentro da sua bolsa.

    V tira uma pequena pedra negra oval e uma agulha de costura de seus bolsos,ele começa a gravar algo na pedra usando a agulha enquanto cria uma corda de seda com as mãos livres e a amarra na cintura de Astrid. 

    V: Vegvisir./ Ele sussurra levando a pedra até sua boca. O desenho gravado ganha um brilho dourado.

    Astrid: A Runa de Proteção. Não sabia que você podia criar runas nórdicas.

    V: Qualquer um pode,talvez um dia eu te ensine./ Ele passa lentamente a pedra na corda o que a faz brilhar na mesma cor da runa.

    V: Vanishing./ Com um último sussurro,a pedra vira pó e a corda pisca uma última vez.

    V: Agora coloca elas nas costas.

    Astrid: Mas não tem nada pra segurar elas.

    V: Só finja que tem.

    Astrid: Tá né.../ Quando ela as posiciona,suas mãos se sentem mais leves,as tonfas haviam desaparecido. 

    Astrid começa a procurar suas armas em toda a sua volta,mas ela estava apenas girando como uma tonta.

    V: Para,vai acabar caindo de tontura./ Ele a segura pelos braços.

    V: Só coloca as mãos nas costas como se fosse pegá-las e elas vão aparecer.

    Astrid: Atá e pra onde elas foram?

    V: Outra hora eu te explico. Então,vamos?

    Astrid: Depois de você.

    Os dois caminham juntos até a entrada onde uma segurança administra quem entra na mansão,quando é a vez deles,a segurança deixa V passar mas barra Astrid.

    Segurança: Eu não lembro do seu rosto estar na lista de convidados não. Pode ir dando meia volta.

    V: Tá de boa Shirley,ela tá comigo.

    Shirley: Mestre V,teu pai disse pra não deixar ninguém que não estivesse na lista entrar.

    V: Quebra essa pra mim vai? Por favor?/ A segurança suspira derrotada.

    Shirley: Tudo bem./ Ela dá espaço para Astrid.

    V: Valeu! Fico te devendo essa!

    Shirley: Entrem antes que eu me arrependa.

    Os dois entram e Astrid contempla a beleza do lugar,vários convidados conversavam,bebiam e comiam,uma enorme escada enfeitada com um grande tapete vermelho ligava o salão principal ao andar de cima,várias pilastras com vasos e pequenas esculturas enfeitavam o salam,vários quadros de família estavam pendurados nas paredes,a maioria de pessoas que ela nunca viu na vida,mas um rosto ali era familiar. Era o rosto de uma mulher,seu cabelo era negro,liso e longo,sua pele era clara e seus olhos,castanhos.

    Astrid: Aquela mulher naquele quadro… onde eu já vi ela…

    V: Aquela é minha mãe. Ela não é só rainha dos tecelões,ela também é uma lutadora de UFC.

    Astrid: Agora eu lembro,ela mandou a Ronda Rousey pro hospital em três rounds…

    V: Sim.

    Astrid: E agora eu tô na casa dela…

    V: Sim.

    Astrid: E eu vou desafiar ela,na própria casa,na frente de um monte de convidados importantes…

    V: Sim.

    Astrid: Só vai dizer sim? Se a sua mãe vier pra cima de mim eu desmonto com um soco dela!

    V: Você não disse que estava disposta a lutar com ela se fosse preciso?

    Astrid: Isso era antes de eu saber que a sua mãe era a própria Rose Valentine!

    ???: Está atrasado./ Uma voz feminina familiar diz de trás deles.

    V: Oi mãe,oi pra você também pai./ A voz de V era de desgosto ao falar de seu pai.

    ???: Quem é essa?/ Outra voz pergunta,dessa vez era a voz de um homem.

    Astrid sente um calafrio subir por sua espinha apenas ouvindo a voz,ela se vira lentamente e coloca um sorriso amarelo no rosto. Ali estava ela,Rose Valentine era pelo menos uma cabeça e ombros maior que Astrid e usava um terno similar ao seu,ao seu lado estava seu marido. Assim como V,ele tinha dois pares de braços,patas de uma aranha no lugar dos pés e o cabelo curto,negro e liso,seus olhos tinham as excleras negras e as íris vermelhas,ele era um pouco maior que V mais ainda era bem menor e muito mais magro que Astrid,suas roupas eram muito parecidas com as de seu filho com a diferença de que as partes vermelhas e pretas tinham as cores invertidas.

    V:Essa é Astrid,uma amiga da escola,é minha convidada. 

    Astrid estende sua mão na direção de Rose que a aperta,as mãos da lutadora eram tão maiores,grossas e fortes que as da garota,que ela jurou que se Rose fizesse um pouco de mais força,seu braço seria arrancado fora.

    Rose: Eu sou-

    Astrid: Rose Valentine,te conheço bem.

    Rose: É mesmo? Aposto que não imaginava que eu fosse uma rainha,não é?

    Astrid: É foi uma surpresa- 

    V dá um toque em seu braço com o cotovelo cortando-a. O olhar de desinteresse de Rose muda para desconfiança. Astrid percebe que havia se precipitado nas palavras. Como ela não saberia que V era um príncipe se eram tão amigos?

    Astrid: Quer dizer,o V não fala muito dos pais então eu não sabia que a mãe dele era você./ Ela diz dando uma risada nervosa.

    ???: Não me surpreende,ele não fala nem com a própria família direito,por que seria diferente com os amigos,não é? 

    O pai de V olha para ele enquanto o criticava. Serrando os punhos ele abaixa a cabeça,um sinal claro de raiva e frustração. O homem volta sua atenção para Astrid.

    Héctor: Enfim,eu sou Héctor Valentine,rei dos tecelões,fique a vontade,se nos dão licença a última família pretendente chegou./ Os dois saem deixando Astrid e V sozinhos.

    V: Ele sempre diz isso! Ele sabe muito bem o porquê eu não falo com ele,e mesmo assim finge que nada aconteceu!

    Astrid: Se acalma,lembra do plano.

    V: Eu sei,eu só-

    Rose: Senhoras e senhores,o momento mais aguardado da noite chegou./ Rose e seu marido estavam no fim da escada chamando a atenção de todos no salão.

    Héctor: Agradecemos a todos por virem,como sabem,esse é um momento muito importante para…

    Astrid: Era pra isso acontecer tão cedo?

    V: Não,será que estão desconfiados de alguma coisa?

    Astrid: O que a gente faz?

    V: Nós simplesmente vamos ter que agir agora,me espera no pé da escada.

    Astrid: Beleza./ Os dois se separam em meio a multidão. 

    Quando ela estava em posição,ela procura V com o olhar. Ele estava escalando até o segundo andar lentamente sem que seus pais ou os convidados o avistassem.

    V: Espera!/ Ele corta o discurso de seu pai e se coloca à sua frente.

    Héctor: O que está fazendo?

    V: Isso é importante.

    Rose: Então diga logo,sem enrolar.

    Héctor: Rose!

    Rose: Você não vive reclamando que ele não fala com você?/ Ele faz uma expressão incrédula sabendo que ela estava certa.

    V: Valeu mãe./ Ele se vira para a multidão.

    V: Como meus pais já disseram,é uma honra recebê-los aqui hoje,contudo,temo que não poderei escolher nenhuma de suas pretendentes.

    Héctor: O que está dizendo!?/ V o ignora completamente.

    V: O motivo é óbvio,eu já estou namorando./ Ele estende sua mão na direção de Astrid,que sobe as escadas em sua direção.

    V: Essa é Astrid,estamos namorando a dois meses,e já lhe mostrei meu rosto. 

    Os dois ficam lado a lado,Astrid segura sua mão e entrelaça seus dedos com os de V,que a olha de canto de olho. A multidão estava totalmente silenciosa,e ambos são tomados pela ansiedade. De repente,alguém diz alguma coisa.

    Tecelão A: Seus pais sabiam disso?

    V: Não,eu nunca encontrei uma boa oportunidade para apresentá-la então aproveitei esse dia.

    Tecelão B: Ela sequer tem algum futuro? Ou você simplesmente se envolveu com uma qualquer?

    Astrid: Eu sou a melhor jogadora de basquete da escola,e pretendo ser a melhor do mundo.

    V: Peço que respeitem minha decisão,como dizem as tradições tecelãs.

    ???: Mas é claro,quem somos nós sem nossas tradições não é mesmo.

    Uma voz familiar para V fala da multidão. Ao pé da escada surge um homem,ele era muito parecido com o pai de V,porém ele aparentava ser muito mais velho que ele.

    V: Vô! Você veio!/ V desce as escadas rapidamente e abraça seu avô.

    ???: Acha mesmo que perderia um dia tão importante para meu neto?/ Astrid desce atrás dele e aperta a mão do senhor.

    ???: Eu sou Edgar Grimaldi,é um prazer conhecê-la.

    Héctor: Pai? O que faz aqui?

    Edgar: Bem,já que meu  filho único esqueceu de me convidar para esse dia tão especial,decidi que eu viria assim mesmo.

    Héctor: Claro,você é sempre bem vindo aqui pai,mas você não vê o V a dois anos,por que logo agora?

    Edgar: .../ O homem olha para V com um olhar cúmplice e depois volta para Héctor.

    Edgar: Porque quero que olhe nos meus olhos e me diga porque proibiu meu neto de aprender magia./ A multidão fica incrédula e Héctor fica branco,Rose apenas assistia calada.

    Tecelão C: O próprio filho!?

    Tecelão D: Isso é ultrajante! Será mesmo que ele teve coragem de fazer isso a ele!? 

    Héctor: …

    Edgar: Seu silêncio diz tudo,pelos deuses! E eu o julguei estar pronto para ter filhos...

    Héctor: Pai-

    Edgar: Não diga mais nada! Não piore sua situação!/ Ele se vira e a multidão abre espaço para deixá-lo passar.

    Edgar: Espero que tenham bons advogados,porque vou fazer de tudo para afastar V e Julie de vocês!/ Ele começa a caminhar em direção a saída.

    Héctor: Afastar meus filhos de mim pai?/ Ele serra os punhos que começam a se envolver em chamas.

    Rose: Héctor,o que você está fazendo?!

    Héctor: Eu não vou deixar!/ Ele junta as chamas em suas mãos em uma só bola de fogo e a lança na direção de Edgar.

    Rose: Héctor não!

    Segundos antes das chamas atingirem seu alvo,V sai do chão na frente do ataque que o acerta em cheio causando uma explosão. O pânico se instaura nos  convidados que começam a gritar e se afastar das chamas.

    Astrid: V! 

    Héctor cobre sua boca quando percebe que havia acertado seu próprio filho. Porém ele não tem tempo de pensar,pois V caminhava para fora das chamas intacto e vinha calmamente em sua direção com uma corda de seda nas mãos.