Ela ainda não tinha deixado o pai. Nem tinha saído de casa. Será que tudo estava prestes a começar de novo?
Fora da aldeia, havia um grande rio. Nos primeiros dias, as pessoas costumavam tirar água para beber deste rio. A água era clara e havia peixes no rio. Os adultos da aldeia gostavam de pescar no rio, e as crianças, tendo crescido à beira do rio, eram excelentes nadadoras. Tang Zhinian não era exceção. Em termos de natação, Tang Zhinian era o melhor da aldeia. Ele mergulhava, segurava a respiração por um tempo, e quando emergia, já tinha capturado um grande carpa de grama com mais de um pé de comprimento.
As pequenas carpas de grama capturadas eram colocadas em um balde. Tang Yuxin sentava-se em uma pedra, olhando para seu pequeno balde, respirando o ar fresco do campo. O ar tinha cheiro de terra e um toque de frescor da água. Essa era a vida nos anos 80. A simplicidade da vida na aldeia, sua pobreza, mas também o viver honesto, onde cada um cuidava da sua própria vida. Embora a vida não fosse perfeita, uma vida familiar harmoniosa a tornava feliz.
Ela colocou sua mãozinha na coxa e beliscou sua perna secretamente. Doeu, mas ela sorriu.
Agora, ela tinha certeza de que renasceu, voltando à época em que tinha três anos. Naquela época, ainda era uma pequena princesa, mimada pelo pai.
Como as pessoas dizem, ter uma madrasta significava ter um padrasto, e ter um padrasto muitas vezes significava conseguir uma madrasta.
Ela era nada mais que uma simples, insignificante couve no campo, sofrendo dificuldades com sua madrasta e padrasto.
Contudo, era diferente com seu pai. Seu verdadeiro pai a amava de verdade; ele era sua única verdadeira família. Em sua vida anterior, ela deve ter sido cega por seguir sua mãe. A pensão alimentícia entregue pelo pai todo mês não beneficiava muito a ela. Quando sua irmã comia macarrão, ela ficava com o caldo. Quando sua irmã bebia sopa, ela tinha que lamber a tigela. Até seu marido acabou pertencendo à sua irmã.
Se nesta vida, ela for tola o suficiente para se tornar babá dos outros de novo, ela prefere pular no rio e acabar com a própria vida.
Nesse momento, uma mão grande foi colocada em sua cabeça, "Vamos para casa. Que tal o Papai fazer uma sopa de peixe para você?"
"Ok," Tang Yuxin respondeu com um sorriso alegre, seus olhos arqueados brilhando e claros.
Ao ver a alegria de sua filha, Tang Zhinian sentiu seu coração derreter. Ele pegou sua filha com uma mão e carregou o balde com a outra, caminhando para casa.
Tang Yuxin sentia-se um pouco envergonhada. Afinal, ela já tinha mais de trinta anos. Mas seu pai naquela época era realmente jovem, com apenas vinte e cinco anos. Ele era alto e forte graças ao trabalho constante no campo, cheio de força física, mas não muito cérebro. Não que ele fosse estúpido, mas sim por ser demasiadamente honesto. Ele era o tipo de homem que só sabia dar, tratando bem sua esposa e filha, sem nunca perceber que sua esposa sempre estava tramando contra ele, um simples e direto homem do campo, até envolvendo a filha nisso.
Tang Zhinian fez Tang Yuxin sentar-se em um pequeno banco onde ele podia ficar de olho nela. De tempos em tempos, ele olhava para ver o que ela estava fazendo, se estava se comportando e se podia ficar parada, enquanto suas mãos nunca paravam de trabalhar.
Ele habilmente matou e limpou o peixe. Na aldeia, qual homem não iria simplesmente encontrar algum lugar para sentar, colocar os pés na mesa e esperar que sua esposa lhe servisse o jantar. Assim que terminavam de comer, deixavam suas tigelas e passeavam com as mãos atrás da cabeça.