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Lembranças Perdidas

Alexia Laurent é uma jovem mulher rica e destemida. Por causa da criação do seu pai, ela se tornou uma pessoa arrogante que evita ao máximo demonstrar o que realmente sente. Como uma empresária de sucesso, ela é acostumada a ter tudo sob controle. Porém, aos 8 meses de gravidez, sua vida desmorona quando descobre a traição de seu noivo, Lucas, a poucos dias do casamento. Sem saber lidar com os sentimentos de traição, Alexia sai de carro sem rumo, encontrando-se em uma pequena e distante cidade. Naquele lugar desconhecido, sua vida toma um rumo completamente diferente. Por causa de um trágico acidente com um homem misterioso, nele Alexia perde a memória e Benício fica em coma. Por uma confusão no hospital, ela é confundida como a noiva de Benício, um homem extremamente lindo e sedutor. Ela descobre que por causa do acidente ele ficou em estado vegetativo e se desespera. Alexa passa a se culpar diariamente, pois acredita realmente teve culpa por ele estar assim, e desse dia em diante passa a cuidar dele fazendo com que sentimos desconhecidos surjam em seu coração. Alexia se vê envolvida em uma teia de segredos e mentiras pois quando ele finalmente acorda, decide não contar a verdade fazendo ela acreditar que é realmente a namorada dele. Ela luta para recuperar sua identidade e desvendar a verdade por trás de sua nova vida, mas todas as suas lembranças foram perdidas onde ela tem que continuar com a vida que começou a construir ao lado da família de Benício. Alexia enfrentará muitos desafios quando a verdadeira namorada de Benício fica obcecada em destrui-la a todo custo. Enquanto Alexia lida com as perdas das suas memórias e a incerteza sobre seu verdadeiro eu, ela terá que confrontar seus próprios demônios e superar suas limitações.

Tatianebsimoes · Urban
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73 Chs

Por que você me deixa assim?

Quando Alexia percebe que já não é o foco da conversa, resolve entrar, bate na porta e pede licença.

— Posso entrar?— Ela fala um pouco sem jeito, algo fez com que ela ficasse em defesa com o olhar do Benício.

— Já está dentro! Não está?— Ele fala um pouco rude sem encarar ela.

— Bom irmão, vou deixar vocês conversando, acredito que tenham muita coisa para falar.— Antes da Betina sair, ela se aproxima do ouvido dele e ela fala baixinho.— Não estou entendendo do por que dá grosseria com ela, mas pense na vovó, e em tudo que te falei.— Ela da um beijo no rosto dele e sai em direção a porta.— Até mais tarde Alexia.

— Até, Betina.— Elas trocam sorrisos e logo os dois estão sozinhos.— Oii...— Alexia fala um pouco nervosa.

— Senta aqui, vamos conversar.— Ele fala um pouco rude ao perceber seu nervosismo. Benício está com raiva dela por tudo que Dafne falou, e mesmo sem sentir absolutamente nada por Alexia, ele não gostou de saber que ela está tendo um caso com os gêmeos, coisa que nunca aconteceu. Como se tivesse ciúmes de algo que nunca foi dele.

— Posso tomar um banho antes? Tivemos uma reunião que me deixou esgotada.— Ela fala tentando encontrar os olhos dele, que por alguns segundos estavam nos dela, mas logo foi desviado.

— Claro.

Alexia entrou no banho, lavou seus longos cabelos e saiu rapidamente. Vestiu sua lingerie vermelha, secou o cabelo com a toalha, penteou-o e escovou os dentes antes de sair, como sempre fazia. Ao perceber que havia esquecido de pegar as roupas, ela não se importou, pois já estava acostumada a se vestir na frente dele.

— Uau.— Ele murmurou ao vê-la andando tão à vontade pelo quarto. Não conseguia desviar o olhar do corpo dela, cheio de curvas, com uma cintura fina e um quadril um pouco mais avantajado. Aquela imagem ficaria gravada em sua mente para sempre. — Você não tem vergonha de ficar nua na minha frente?

— Primeiro, eu não estou nua. Segundo, éramos namorados, não éramos? Morávamos juntos, dormíamos na mesma cama por anos. Acredito que você já tenha me visto muitas vezes assim.— ela respondeu, olhando para o closet e pegando uma peça de roupa leve. Passou seu perfume e um hidratante, e olhou para ele. — Bom, foi isso que Dafne disse, então não preciso me envergonhar do homem que amo.— Ao ouvir essas palavras, ele arregalou os olhos surpreso.

— Você me ama?— Ele perguntou, como se de tudo que ela falou, ele tenha ouvido somente as últimas palavras.

— Quando acordei, não sentia absolutamente nada por você. Porém com a convivência, os cuidados, em poucos meses, me vi te amando. Pode parecer estranho, já que para mim você era um completo desconhecido. Mas mesmo assim, aqui dentro de mim, surgiu um amor tão grande que o medo de você nunca acordar me torturava toda noite. — Ela confessou. Alexia permaneceu de pé aos pés da cama, encarando-o com seus olhos azuis cheios de insegurança.— E você, Benício? Me ama... ou já chegou a me amar um dia?—Ela sentou-se à sua frente, olhos fixos nos dele, e perguntou novamente, dessa vez com medo da resposta.— Me diz Benício, você ainda sente alguma coisa por mim? Continuamos a ser namorados?

Ele não conseguia desviar o olhar dos olhos dela. Lembrou-se dos dias em que a observou, sentindo uma sensação gostosa de tê-la ao seu lado.

— Por que você me deixa assim? Tão desarmado com a sua presença?— Benício perguntou, colocando as longas mechas de cabelo molhado de Alexia atrás da orelha. Ela fechou os olhos por alguns segundos, sentindo seu toque, seu coração disparado, quase audível. Num movimento involuntário, ele a beijou. Ela se assustou, pois não esperava que ele fosse fazer isso. Mas, no instante em que seus lábios se tocaram, Alexia não conseguiu se afastar. Retribuiu o beijo de forma apaixonada, como se fosse o primeiro beijo de sua vida.

— Isso é um sim?—ela perguntou, com a boca colada à dele. Sem dizer uma palavra, ele colocou a mão na nuca de Alexia e aprofundou o beijo.

Ao final, ela o abraçou apertado, sentindo uma mistura de sentimentos. Alexia nunca entendeu por que começou a amá-lo, mas acreditou que fosse por causa do tempo que passaram juntos como namorados. Ele estava sem reação, incapaz de fazer qualquer coisa que havia planejado em sua mente. Benício queria expulsá-la, gritar, xingar, mas tudo o que conseguia fazer era, abraçá-la. Logo, sentindo aquele misto de sentimentos, ele pousou a cabeça no ombro de Alexia e sentindo seu perfume, Benício brigava com sigo mesmo, até que ele sentiu algo molhando sua camiseta.

— Ei... você está chorando?— ele perguntou, separando-se dela por um momento. Ele a encarou e viu as lágrimas escorrendo sem parar. —O que aconteceu? Eu fiz algo que te ofendeu? Se fiz, me desculpe...

— Não, você não fez nada. É que eu estava com tanto medo de você não acordar, de ser realmente culpada por seu acidente. Me perdoe se eu causei tudo isso. Acredito que não foi minha intenção.— ela falou, evitando seu olhar. Benício ergueu seu queixo, fazendo-a olhá-lo. Ainda com tantas perguntas sobre quem ela era, de como se conheceram, Alexia toma coragem para falar. — Eu preciso saber de nós...

Benício a abraçou novamente, fazendo-a esquecer o que ia dizer. Sua cabeça estava confusa. Durante duas semanas, ele a viu cuidando dele e no hospital percebeu o quanto ela estava preocupada e feliz por ele ter acordado. Se dedicou tanto, dando banho, conversando, mesmo sem saber que ele havia saído do coma. Todas as manhãs, Benício sentia o toque dos lábios dela em sua testa, ela deitada em seu peito, chorando e se culpando todas as noites, achando que ele nunca acordaria. E isso estava impedindo ele de agir.

Naquela noite, ele só queria cuidar dela. Benício não conseguia entender por que estava baixando a guarda, mesmo tendo chegado à casa com a intenção de desmascará-la, mandá-la embora e extravasar toda a raiva que sentia por causa das coisas que Dafne falou.

— Eu te amo, Benício...— ela disse, deitando-se em seu peito e adormecendo. O cansaço de passar a noite em claro no hospital a atingiu em cheio. Benício passou todo o tempo admirando-a. Com as pontas dos dedos, contornou seus lábios, pensou em como aquele beijo tinha sido perfeito, de como ele sentiu seu coração bater forte. Havia algo nos olhos de Alexia que o impedia de reagir como queria.

Quem era ela, afinal? Que mistérios ela carregava consigo? Benício se perguntava, enquanto a abraçava e juntos mergulhavam no sono.