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Lembranças Perdidas

Alexia Laurent é uma jovem mulher rica e destemida. Por causa da criação do seu pai, ela se tornou uma pessoa arrogante que evita ao máximo demonstrar o que realmente sente. Como uma empresária de sucesso, ela é acostumada a ter tudo sob controle. Porém, aos 8 meses de gravidez, sua vida desmorona quando descobre a traição de seu noivo, Lucas, a poucos dias do casamento. Sem saber lidar com os sentimentos de traição, Alexia sai de carro sem rumo, encontrando-se em uma pequena e distante cidade. Naquele lugar desconhecido, sua vida toma um rumo completamente diferente. Por causa de um trágico acidente com um homem misterioso, nele Alexia perde a memória e Benício fica em coma. Por uma confusão no hospital, ela é confundida como a noiva de Benício, um homem extremamente lindo e sedutor. Ela descobre que por causa do acidente ele ficou em estado vegetativo e se desespera. Alexa passa a se culpar diariamente, pois acredita realmente teve culpa por ele estar assim, e desse dia em diante passa a cuidar dele fazendo com que sentimos desconhecidos surjam em seu coração. Alexia se vê envolvida em uma teia de segredos e mentiras pois quando ele finalmente acorda, decide não contar a verdade fazendo ela acreditar que é realmente a namorada dele. Ela luta para recuperar sua identidade e desvendar a verdade por trás de sua nova vida, mas todas as suas lembranças foram perdidas onde ela tem que continuar com a vida que começou a construir ao lado da família de Benício. Alexia enfrentará muitos desafios quando a verdadeira namorada de Benício fica obcecada em destrui-la a todo custo. Enquanto Alexia lida com as perdas das suas memórias e a incerteza sobre seu verdadeiro eu, ela terá que confrontar seus próprios demônios e superar suas limitações.

Tatianebsimoes · Urban
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51 Chs

Eu não posso te perder.

Sentada numa cela fria, estava Alexia, encolhida.

— Alexia, visita!— Uma mulher com o rosto serio fala tirando a jovem com o semblante abatido dos seus torturantes pensamentos.— Anda, que é por pouco tempo.

— Ok, obrigada.

Alexia caminha como se estivesse pisando em cacos de vidros, tudo dentro dela doi. Ela estava com medo das mulheres que a encarava e gritavam palavras que a feriram amargamente.

Ao chegar na sala de visitas, ela se depara com Benício, seu rosto cansado pela noite não dormida, assim que ela entra seus olhos se encontram com os dele.

— Meu amor.— Benício fala se levantando rapidamente e a abraçando fortemente.— Você está bem, não está machucada?

— Amor... estou bem. Como é bom te ver...— Alexia sussurra sentindo os braços do seu amado a envolver cada vez mais forte.— Me tira daqui, amor, por favor...— Ele sussura. Benício aperta ainda mais os seus abraços para tentar ao menos tirar a dor que eles estavam sentindo.

Sentados um de frente para o outro eles conversam por alguns minutos, até que a carcereira abre a grade e chama a Alexia.

Benício a abraçou e segurou com as duas mãos no rosto de Alexia com firmeza, fezendo ela olhar em seus olhos. Desde que ele colocou os pés no presídio, ele foi decidido a provar a inocência dela, porem para isso acontecer, ele precisava se afastar, mas tendo a mulher que ama tão vulnerável, não pode deixar de expressar seus sentimentos por ela.

— Amor, eu prometo que farei de tudo para provar a sua inocência. Não importa o que aconteça, eu estarei ao seu lado, sempre. Nunca esqueça que eu te amo. Você é a luz da minha vida, a razão pela qual eu acordo todas as manhãs com um sorriso no rosto. Eu vou lutar por você, até o fim.

Ele viu lágrimas nos olhos dela e sentiu seu coração se apertar. Benício deu um passo para trás e segurou em suas mãos, ele queria poder abraçá-la, beijá-la, mas sabia que precisava manter a distância por enquanto.

— Eu não sei o que seria de mim sem você ao meu lado. Por favor, prometa que vai tomar cuidado, que vai se proteger, as pessoas estão com raiva, sei que você está sendo acusado de cúmplice... amor, me perdoa, amor por ter te colocado nessa situação. — Alexia fala segurando o choro, mas é inútil.— Eu não quero te perder. Eu não posso te perder. Prometa que nunca vai me deixar?

Benício acariciou o rosto de Alexia, sentindo a dor da separação se intensificar dentro dele. Mas ele sabia que era necessário.

— Eu prometo, meu amor. Eu vou provar para todo mundo que você jamais faria isso e essas pessoas vão ter que te pedir perdão, eu prometo.— Eles se abraçaram novamente, Benício sela seus lábios nos dela num beijo calmo.— Eu te amo, por favor, nunca se esqueça disso.— ele sussurra. Benício segurou as lágrimas enquanto se afastava, prometendo a si mesmo que faria de tudo para trazer Alexia de volta para os seus braços.

Dias depois, Alexia se sentia cada vez mais sozinha e desamparada. Nos primeiros dias Benício estava ali pontualmente nos horários de visitas, até que um dia ele parou de ir. Ela não entendia por que Benício havia desaparecido sem mais nem menos e a sensação de abandono era avassaladora. A cada dia que passava, ela se sentia mais desesperada e com medo de ser condenada por um crime que não cometeu.

Alexia estava sentada em sua cela, olhando para o teto, perdida em seus pensamentos, remoendo sua saudade e a dor de ser acusada injustamente, quando escutou passos se aproximando de sua cela. Do outro lado das grades, uma mulher corpulenta e ameaçadora a encarava com um olhar hostil.

— Oras o que temos aqui? O que é que você está olhando, mocinha?— disse a mulher com um tom desafiador.

Alexia tentou manter a calma, mas seu coração acelerou. Ela sabia que não podia se dar ao luxo de arrumar confusão na prisão, com ajuda de Benício e do prefeito da cidade, Alexia estava numa cela sozinha e protegida das outras presas.

— Desculpe se te incomodei, não foi minha intenção.— respondeu Alexia, tentando soar educada.

A mulher gargalhou de forma ruidosa, o que atraiu a atenção de outras detentas ao redor. Alexia sentiu um frio na espinha ao perceber que estava cercada por mulheres que a encaravam com maus olhos.

— Quem você pensa que é? Acha que pode simplesmente abusar de uma criança e ficar de boa? Não importa se você é a protegidinha do juiz e do prefeito. Saiba que estamos com muita vontade de te ver fora dessa cela.— disse a mulher, avançando em direção às grades, batendo a ponta da faca que estava em sua mão, fazendo o barulho do metal ranger se tornar quase insuportável .

Alexia engoliu em seco, tentando manter-se firme. Ela sabia que teria que mostrar que não era presa fácil.

— Eu não fiz isso.— Alexia fala tristemente com a cabeça erguida, encarando os olhos da mulher que a ameaçava.

— Claro que não. Você foi presa por que é inocente, eu também matei meu marido envenenado e sou inocente, querida.— Diz a mulher com um sorriso malicioso fazendo as outras mulheres gargalharem.

— Olha, eu não quero arrumar confusão com ninguém. Só quero provar minha inocência e sair daqui o mais rápido possível.— Alexia fala, tentando soar confiante.

As outras detentas riram e começaram a fazer apostas, como se estivessem prestes a presenciar um espetáculo.

— Nós vamos tornar sua estadia aqui bem interessante, garotinha. Vamos te mostrar como as coisas funcionam de verdade na prisão.— Bruna disse soltando uma gargalhada.

Bruna está à 2 anos presa, ela nesse tempo criou "súditos" como se fosse uma pequena gangue dentro da prisão. Ela toca o terror em várias mulheres por simples prazer em ve-las sofrerem.

Alexia sabia que teria que se defender de alguma forma, aqueles dias ali ela percebeu que todas estavam jurando machuca-la, mesmo tentando parecer destemida, ela estava apavorada. Ela sentia que estava cada vez mais sozinha e desamparada. A sensação de abandono a consumia, mas ela não podia se dar ao luxo de mostrar fraqueza.

Enquanto as detentas continuavam a encará-la, Alexia se preparou mentalmente para enfrentar tudo que estava por vir.

Um mes e quinze dias se passaram e Benício e sua família não foi mais visita-la, Alexia a cada visita dos seus amigos, acreditava que seu amor havia vindo ve-la, mas não, tantos visitantes, ninguém conseguia explicar do por que ele parou de ir. Fred e Julio estavam preocupados com o sumiço de Benício, pois não sabiam dos reais motivos por trás de sua ausência. Até que numa tarde, viram Benício com Dafne e ficaram desapontados, sem terem ideia do que realmente estava acontecendo.

Fred decidiu contar a Alexia o que havia visto. Ele a encontrou na sala de visitas da cadeia, com os olhos marejados de lágrimas.

— Fred, o que aconteceu com o Benício? A senhora Vanusa... todos eles sumiram. Estou à mais de 20 dias sem ter notícias deles. Me fala a verdade, por favor.

— Alexia, eu preciso te contar algo, mas você precisa prometer que não vai me odiar por isso.— disse Fred, visivelmente preocupado.

Alexia o fitou com uma expressão de confusão e tristeza.

— Fred, o que foi? O que aconteceu?

— Eu vi o Benício com a Dafne. Eles estavam juntos, conversando... eu sinto muito, Alexia.—disse Fred, sentindo-se culpado por ter que ser o portador daquela notícia.

As lágrimas escorreram pelo rosto de Alexia. Ela se sentia traída e abandonada.

— Como ele pôde fazer isso comigo? Eu confiei nele, Fred! Eu disse que precisava dele e ele sumiu, e agora está com aquela mulher que quer me destruir! Ele acredita nela, não é?— Ela pergunta com a voz soando como um sussurro.— Ele acha que fiz isso? — Alexia encara os olhos do amigo e limpando os olhos ela suspira pesadamente.— Como culpa-lo, não é mesmo? Quem gostaria de estar envolvido com uma pessoa que está sendo acusada de estupro? Se vocês quiserem se afastar eu vou entender.

Fred não sabia o que dizer. Ele sabia que Benício tinha razões para agir daquela forma, mas não sabia por que se juntou com Dafne.

— Não diga isso, quem te conhece sabe que jamais faria algo do tipo, ele deve ter algum plano, todos nós estamos fazendo de tudo para te tirar daqui. Não se preocupe.

Alexia abaixou a cabeça, sentindo-se mais sozinha do que nunca. Ela não sabia o que pensar ou no que acreditar.

— Nunca vou conseguir perdoar ele por isso, nunca!— ela fala debruçando sobre a mesa e chora baixinho.— Benício... não podia se aproximar dela, não dela. Ele prometeu, Fred.