Alexia olhava a mulher na sua frente sem entender o motivo de ela estar na porta da casa de Benício a essa hora, e porque ela se incomoda tanto com o Benício e ela juntos.
— O que exatamente você tem a ver com meu relacionamento com o Benício? — Ela fala, olhando fixamente para Dafne.
— Se realmente quiser saber, vou te contar! — Dafne fala, sorrindo.
— Dafne, não comece! — Benício a repreende, tentando manter a calma.
— Eu tenho que falar com você, Benício. É importante! – Dafne insiste, olhando nos olhos dele, se fazendo de inocente.
— O que eu teria para falar com você, ainda mais a essa hora? — Ele pergunta, sem entender.
Benício havia deixado bem claro para Dafne que faria de tudo para que Alexia perdoasse seu descuido e as vezes que a distraiu. Porém, Dafne não quer conversa. Depois que viu que Benício não corre atrás dela como fazia antes, ela quer reconquistá-lo a todo custo.
— Tem certeza de que não sabe? — Ela pergunta de um jeito malicioso.
Benício encara seus olhos e lembra da noite em que ela falou que tinha uma filha com ele.
— Não, agora não.
— Eu não vou sair daqui até falar com você, Benício! — Dafne diz, com insistência.
Enquanto Dafne continua a insistir, Alexia sente o desconforto crescendo dentro de si. Ela olha para Benício, vendo a tensão se formar em seu rosto. Alexia começa a perceber que há algo sério acontecendo, algo que está além do que ela imagina. Ela se sente confusa e insegura. Benício respira fundo, tentando manter a calma, enquanto se vira para olhar Alexia. Ele acaricia suavemente seu rosto, tentando transmitir tranquilidade para ela.
— Se quiser falar comigo, vá no escritório, amanhã será a inauguração, e somente lá que vou falar com você!
— Por que não quer falar aqui mesmo? Está com medo da reação da sua... namorada? — Dafne fala sarcástica, olhando de cima em baixo para Alexia.
— Falei para irmos para o escritório, vamos resolver isso depois!
— Revele logo o nosso segredo...
— Cala a boca, Dafne!
Benício grita, segurando Alexia carinhosamente pelo braço e tentando fechar a porta. Antes que a porta se feche, Dafne coloca o pé no meio dela.
— Você tem cinco minutos, Benício, ou eu vou gritar para todo mundo ouvir. — Ela tira o pé e ele fecha, Dafne fica olhando eles pelo vidro transparente da porta.
— Amor, por favor, me dê só um momento. Vou resolver isso e depois conversamos, está bem? — Benício pede, tentando acalmar a situação e manter a preocupação longe de Alexia.
— Eu... entendo, Benício. — Alexia responde, tentando disfarçar sua inquietação.
Dafne cruza os braços, olhando para Benício fixamente.
— Eu vou esperar lá embaixo. — Ela grita, olhando para a escada. — Mas precisamos resolver isso, ainda hoje, Benício. — Dafne diz antes de descer os degraus.
Assim que Dafne se afasta, Benício se vira para Alexia, segurando seus ombros e olhando nos olhos dela.
— Me desculpe por isso, amor. Eu prometo que vou resolver logo e vamos conversar sobre tudo. Eu não quero que você se preocupe, está bem? — Benício fala, buscando confortar Alexia.
— Está tudo bem, Benício. Eu confio em você. — Alexia responde, tentando acreditar nas palavras dele.
— Assim que eu chegar, vou te contar tudo o que está acontecendo. Só te peço que realmente confie em mim. Sei que é difícil, parece que todos querem nos separar... mas ninguém vai conseguir. Eu te amo.
— Eu também... — Ela sussura, Benício dá um beijo molhado, cheio de paixão em Alexia, e sai. Ela fica um tempo ali na porta, vendo a imagem do seu amado sumir pelo portão. — O que essa mulher tem de tão importante para falar que não pode deixar para depois? — ela pergunta para si, entra na cozinha, termina de arrumar tudo e vai para o quarto tomar um banho e esperar Benício.
Ao chegar no escritório, Benício vê o carro de Dafne estacionado. Ele entra e se pergunta como ela entrou no seu escritório, já que somente ele tem a chave.
— O que você quer, Dafne? — Ele fala assim que a vê parada do lado da sua mesa, virada de costa para a porta, olhando pelos transparentes vidros do escritório. — Não temos mais nada para conversar antes de fazer esse exame de DNA. Acredito que deixei bem claro para você.
— Eu trouxe alguém para você conhecer. Benício, esta é a sua filha, Clara. — Dafne fala, virando a cadeira e revelando a pequena garotinha loira de olhos castanhos. Dafne ao perceber o olhar dele, sorri maliciosamente.
— Dafne... — Ele sussura, com os olhos fixos na criança. Voltando sua atenção para Dafne, ele fala, firme sem ser grosso para não assustar a menina. – O que você está tentando fazer?
— Estou apenas mostrando a verdade, Benício. Sofia é sua filha, e você precisa assumir a responsabilidade. Está na hora do nosso casamento acontecer!
— Você está me chantageando, Dafne? Isso é tão baixo da sua parte.
— Eu só estou querendo o melhor para a minha filha, Benício. Ela merece ter um pai presente em sua vida.
— Se a Clara for realmente minha filha, eu assumirei. Mas saiba que eu não vou ficar com você. A mulher que eu amo é a Alexia, e é com ela que eu quero construir uma família. Darei todo o suporte para ela, mas de você quero distância!
— Como você pode ser tão insensível? Clara é a sua filha, Benício. Você não pode simplesmente virar as costas para mim assim.
— Eu não estou virando as costas para ela, Dafne. Eu estou sendo honesto. Eu vou assumir a responsabilidade, serei o pai que ela merece ter, mas não vou me casar com você por causa dela!
— Eu não esperava que você fosse tão egoísta, Benício. Você está disposto a sacrificar o nosso amor pela Alexia e abandonar a sua própria filha?
— Não é egoísmo, Dafne, é honestidade. Eu nunca vou deixar a Alexia para ficar com você. E pare de dizer que vou abandonar a Clara. Em momento algum saíram essas palavras da minha boca. — Benício olha para a menina com carinho, seus olhinhos sonolentos estavam quase se fechando.
— Você vai se arrepender disso, Benício. Eu vou fazer de tudo para que você pague por abandonar a sua filha. — Dafne fala, pegando Clara no colo, assustando-a pela brutalidade com que ela a levantou.
Benício fica nervoso vendo a menina chorar. Dafne força-a deitar no seu ombro e encara ele. Antes que ela comece a falar, Benício toma a vez.
— Continue se enganando, mas saiba que eu vou fazer o possível para proteger a Clara. Pelo jeito, terei que fazer isso até mesmo da própria mãe. E vou te deixar um aviso: não se meta na minha relação com a Alexia. Você irá se arrepender!
— Isso não vai ficar assim, Benício. Eu vou garantir que você assuma as suas responsabilidades e você será obrigado a se casar comigo. Escute muito bem o que estou dizendo, não dou dois meses, você estará se rastejando aos meus pés!