Enquanto a música enchia o salão da luxuosa festa, Benício observava atentamente cada movimento de Alexia. Seu coração palpitava freneticamente a cada passo que ela dava, seu corpo todo reagia à presença dela. Alexia era uma mulher deslumbrante, e naquela noite estava simplesmente radiante. Seus cabelos caíam em perfeita harmonia. Os olhos de Benício fixaram-se nela, enquanto uma multidão de pessoas a admirava também. Não havia como não notar sua beleza estonteante.
No entanto, uma furia invadiu por completo o coração de Benício ao ver outros homens, se aproximando dela. O ciúme o atingiu como uma flecha, deixando um gosto amargo em sua boca.
Observando a cena de longe, Benício tentava disfarçar o turbilhão de emoções que tomaram conta de si. Seu peito apertava, e sua mente se enchia de questionamentos. Por que Alexia foi a festa? E por que até agora, ela não se aproximou dele?
Enquanto lutava para manter a calma, Benício percebeu que Alexia não parecia se incomodar com a proximidade deles. Ela sorria e conversava animadamente com outros convidados, parecendo completamente à vontade. Isso só aumentava a sua aflição.
Não havia somente homem perto dela, várias garotas da sua idade, que não se importaram com a fofoca que circulava pelo salão. Mas os olhos do Benício tivesse apagado a imagem das mulheres, para ele todo homem que se aproximasse era cobiçando a Alexia.
O prefeito se aproxima chamando a atenção de todos. Com isso por um segundo ele desvia o olhar de onde ela estava.
Nesse momento Alexia se sentia triste por acreditar que Benício não se importava com ela. Tomada por uma mistura de solidão e ciúmes por ele ainda continuar ao lado de Dafne, Alexia decidiu que precisava se afastar um pouco da festa. Caminhou pelos amplos jardins do salão, ansioso para espairecer seus pensamentos conflitantes.
Sentada em um banco solitário, a jovem encarava o céu estrelado, buscando alguma resposta para suas dúvidas. Palavras não eram suficientes para descrever o que ela estava sentia. Suas confusas emoções se entrelaçavam, fazendo com que a razão perdesse espaço para a imensidão do seu amor por Benício.
Enquanto seus pensamentos vagavam em meio à escuridão da noite, Benício decidiu que era hora de enfrentar seus medos das fofocas e confrontar Alexia. Ele não podia permitir que o ciúme o dominasse de tal forma. Se havia algo entre eles, era hora de lutar por isso.
Decidido, Benício a procurou pelo salão de festa, preocupado por não ve-la, ele se aproxima dos gêmeos.
— Cadê a minha mulher?— Ele fala com ênfase no "minha".
— Sua?— Fred ri querendo provocar.
— Não quero confusão, por favor me diz onde ela está.
— Alexia está no jardim. Se for ofende-la, não perca seu tempo.— Júlio fala encarando Benício.— Pois a única coisa que você deveria fazer era apoia-la, não dizer que sente vergonha dela. E se tem alguém que é acostumado a mentir, esse alguém não é ela!
— Do que está falando?— Benício pergunta sem entender.
— Você sabe! Então não se faça de desentendido.
Júlio havia ouvido uma conversa de Benício e Dafne, onde ela dizia que o amava e já não suportava ficar longe dele, para que ele largasse Alexia e voltasse a morar com ela. Benício não teve reação, pois quando ele ia responder que estava começando a se apaixonar por Alexia, o telefone de Júlio toca, naquele momento a única saída era fingir não ter ouvido. Desde então Júlio não confia em Benício, ele acredita que eles têm um caso.
Benício engoliu em seco, compreendendo o recado de Julio. Ele precisava agir rápido e mostrar a Alexia seus verdadeiros sentimentos, antes que fosse tarde demais.
Sem perder tempo, ele atravessou o salão e saiu em busca de Alexia no jardim. O coração batia descompassado, ansioso pelo momento em que finalmente teria a chance de se abrir para ela.
Ao avistar Alexia, Benício sentiu um alívio imenso. Ele se aproximou devagar, sentindo o peso de suas palavras. Quando finalmente estavam frente a frente, ele respirou fundo antes de falar.
— Alexia, me desculpe. Eu agi de forma idiota e descontrolada, é que nunca senti tantos sentimentos misturados. Não estou sabendo lidar com o que eu sinto por você.
— Agora não Benício, volta com sua melhor amiga, eu não quero discutir, não aqui.— Alexia fala ainda olhando para o céu.
— Por favor. Não faz isso, estão todos comentando por você estar acompanhada de Fred e Julio...
— Então esse é o ponto?— Alexia fala exalando decepção.— Você só está aqui para evitar mais comentários? O que eu esperava, não é mesmo?
Alexia, com os olhos marejados de tristeza sai deixando Benício sozinho, ele tenta ir atrás dela, mas Alexia apressa seus passos para que ele não alcanse-a, entrando no meio da multidão, ela avistou seus amigos sentados numa mesa, curtinho a melodia da música. Sem pensar duas vezes ela se aproximou deles, sentindo-se perdida e desapontada. Ela respirou fundo e tentou manter a compostura ao dizer.
— Amigos, vim dizer que estou indo para casa. Queria me despedir.
— Agora? Mas você mal se divertiu. — Júlio fala tentando encontrar seus olhos, mas ela não consegue encara-lo.— Foi aquele idiota, não foi?
— Não foi nada, eu só não deveria ter vindo. Mas quero agradecer vocês por sempre me apoiarem. Obrigada.
Sem mais palavras, ela se virou para sair quando uma música romântica começou a tocar, interrompendo sua saída, ela parou para ouvi-la sentindo a tristeza aumentar, a imagem de Benício com Dafne, tão íntimos, como se fossem mais que amigos, não saem da sua cabeça.
Julio se levantou e a encarou, sem muito esforço ele viu rolar uma lágrima solitária dos seus olhos, ele se colocou na sua frente e, sem pedir permissão, a puxou para dançar. Alexia, surpresa com a atitude do amigo, hesitou por um momento antes de ceder, permitindo-se ser conduzida pela melodia envolvente.
Enquanto dançavam, Alexia tentava se concentrar para não deixar transparecer a confusão e a tristeza que a invadia. No entanto, seu esforço foi interrompido quando Benício entrou no salão e a visão dos dois dançando lentamente o atingiu em cheio.
Seu olhar estava focado em Alexia, e era como se, naquele momento, nada mais importasse. Um turbilhão de emoções tomou conta dele e, possuído pelo ciúmes descontrolado, Benício se aproximou deles e tirou Alexia dos braços de Júlio.
Antes que a jovem pudesse reagir, Benício segura na cintura de Alexia e a encara intensamente, seus olhos estou hipnotizados um no outro, sem muita demora, Benício leva uma mão para o rosto de Alexia e a beija com devoção e desejo.
Alexia corresponde ao beijo, envolvendo os braços em volta do pescoço de Benício, entregando-se ao momento com paixão e intensidade. Os lábios se encontram em um encaixe perfeito, os corações batendo em sintonia, um calor intenso tomando conta de seus corpos. O beijo é cheio de emoção e ternura, um momento roubado em meio ao caos do mundo ao redor. Eles se entregam um ao outro, mergulhando profundamente naquele momento de paixão e desejo. E quando finalmente se separam, os olhares deles ainda transbordam inseguranças e incertezas.
Alexia o encarou com surpresa, tentando compreender as motivações por trás desse ato impulsivo.
— Por que fez isso, Benício?— ela questionou, seu olhar buscando respostas nos olhos dele.
Benício sentia o coração acelerado, respirou fundo antes de responder, com a voz carregada de medo.
— Eu não sei... eu só sei que não posso te perder. Agora eu sei, eu te amo Alexia!
A tensão no ar era palpável, e ali, no centro do salão, os dois se viam confrontados com a intensidade avassaladora de seus próprios sentimentos.